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Leia o texto para responder à questão.
A cumbuca de ouro e os marimbondos
Havia dois homens, um rico e outro pobre, que gostavam de fazer peças um ao outro. Foi o compadre pobre à casa do rico pedir um pedaço de terra para fazer uma roça. O rico, para fazer peça ao outro, lhe deu a pior terra que tinha. Logo que o pobre teve o sim, foi para casa dizer à mulher, e foram ambos ver o terreno. Chegando lá nas matas, o marido viu uma cumbuca de ouro, e, como era em terras do compadre rico, o pobre não a quis levar para casa, e foi dizer ao outro que em suas matas havia aquela riqueza. O rico ficou logo todo agitado, e não quis que o compadre trabalhasse mais nas suas terras. Quando o pobre se retirou, o outro largou-se com a sua mulher para as matas a ver a grande riqueza. Chegando lá, o que achou foi uma grande casa de marimbondos; meteu-a numa mochila e tomou o caminho do mocambo do pobre, e logo que o avistou, foi gritando:
— Ó, compadre! Fecha as portas, e deixa somente uma banda da janela aberta!
O compadre assim fez, e o rico, chegando perto da janela, atirou a casa de marimbondos dentro da casa do amigo e gritou:
— Fecha a janela, compadre!
Mas os marimbondos bateram no chão, transformaram-se em moedas de ouro, e o pobre chamou a mulher e os filhos para as ajuntar. O ricaço gritava então:
— Ó, compadre, abra a porta!
Ao que o outro respondia:
— Deixe-me, que os marimbondos estão me matando!
E assim ficou o pobre rico, e o rico ridículo.
LISBOA, Henriqueta. Literatura oral para a infância e a juventude: lendas, contos e fábulas populares do Brasil. São Paulo: Peirópolis, 2002. p. 125-126.
Glossário Cumbuca – vaso feito de fruto da cuieira, em cuja parte superior se faz um furo. Mocambo – habitação precária; barraco; casebre.
Qual é o conflito da narrativa?
Um personagem é rico e o outro, pobre.
A casa do pobre está cheia de marimbondos.
O pobre encontra uma cumbuca de ouro.
O rico joga a casa de marimbondos dentro da casa do compadre pobre.
O conflito principal da narrativa é o fato de a cumbuca oferecer ouro ao pobre e marimbondos ao rico. É possível perceber o conflito no trecho “Chegando lá nas matas, o marido viu uma cumbuca de ouro, e, como era em terras do compadre rico, o pobre não a quis levar para casa, e foi dizer ao outro que em suas matas havia aquela riqueza.”.
Nível: intermediário
Objetivos operacionais: identificar o conflito principal da narrativa; ler e interpretar conto popular em prosa.
O texto a seguir é uma crônica de Carlos Drummond de Andrade.
O que dizem as camisetas
Apareceram tantas camisetas com inscrições, que a gente estranha ao deparar com uma que não tenha nada escrito.
[...]
Vi na rua Sete de Setembro um homem que trazia a inscrição “Guiné-pipi” na frente e nas costas.
— Candidato a vereador? – perguntei. — De que partido?
— Não, senhor. Erva contra reumatismo. Quer experimentar? É um porrete. Trago para o senhor uma amostra da fábrica, lá de Cordovil.
— Obrigado, amigo. O Dr. Nava já cuida do meu.
— Mas qualquer problema, o senhor não tenha cerimônia. É só dizer, que eu falo com os colegas, conforme o caso. Ou o senhor mesmo fala, se encontrar com um deles.
— E como é que eu vou saber?
— Pela camiseta, é claro. Tem o Cipó-Azougue, que é um balaço contra eczema, aliás, pessoalmente, é um cara ótimo. O Beldroega (faz pouco ele passou por aqui) toma conta do fígado e depura o sangue. Do Sete-Folhas, que é até meu vizinho, vejo que o senhor não carece, pois é para emagrecer. Agora, convém não esquecer o Boldo. Lá um dia a gente tem uma ressaca, e o Boldo resolve.
Vi que as camisetas da medicina natural são numerosas, mas as de uísques, vinhos alemães, motos, motéis, cigarros, antigripais, cursinhos, judô, budismo, loteria, jogo de búzios, etc. não fazem por menos. Hoje em dia não há produto que não tenha, além dos comunicadores remunerados, outros absolutamente gratuitos, e estes são maioria. Todo mundo anuncia alguma coisa, e a camiseta é o cartaz na pele. Sendo de notar que há tendência para anunciar até no bumbum. Mas este é um ramo ainda experimental. [...]
Não há mais condições para gravar palavras eternas em muros de catedral. Hoje estampam-se recados em camisetas descartáveis. Como esta crônica.
ANDRADE, Carlos Drummond de. O que dizem as camisetas. In: Moça deitada na grama. Rio de Janeiro: Record, 1987. Adaptado.
Glossário Reumatismo – denominação de enfermidades que causam inflamação e dores nas articulações e nos músculos. Balaço – tiro de bala. Eczema – anormalidade da pele que se caracteriza por reação alérgica inflamatória, com formação de vesículas e crostas. Remunerado – que recebe remuneração, salário.
De acordo com o texto, o uso de algumas camisetas pode
identificar as pessoas com doenças como reumatismo, eczema e problemas no fígado.
curar algumas doenças não muito graves.
fazer parte de um tratamento médico, identificando os pacientes.
ajudar a identificar os vendedores de remédios naturais.
De acordo com a crônica, o uso de algumas camisetas pode ajudar a identificar os vendedores de remédios naturais.
Leia o texto abaixo:
A peste negra foi a maior catástrofe populacional da história ocidental: num intervalo de tempo bem menor, matou, em termos absolutos, mais do que a Primeira Grande Guerra Mundial e, em termos relativos, considerando-se a população europeia nos dois momentos, mais do que a Segunda Guerra Mundial.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006. p. 31.
Com base nos seus conhecimentos e no texto acima, explique de que forma a peste negra contribuiu para a crise do século XIV, que resultou no fim do período conhecido como Idade Média.
Objeto(s) de conhecimento Transição da Idade Média à Idade Moderna na Europa cristã
Habilidade Identificar o papel da Igreja, da demografia, do abastecimento e das guerras do colapso do feudalismo europeu.
Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Capítulo 1 - Unidade 1
Grade de correção 100% O aluno identifica que a peste negra causou a morte de grande parte da população europeia, despovoando campos, diminuindo a produção agrícola, enfraquecendo as relações entre senhores e servos, intensificando, assim, a crise do século XIV, que culminou no fim do período medieval. 50% O aluno identifica que a peste negra causou a morte de grande parte da população europeia, despovoando campos e diminuindo a produção agrícola, mas não aponta o enfraquecimento nas relações entre senhores e servos e não relaciona a peste com a crise do século XIV. 0% O aluno não identifica a grande mortalidade causada pela peste negra na população europeia nem a relação entre essa peste com a crise do século XIV. O aluno não responde ao comando do enunciado ou não se atém à explicação elaborada.
Orientações sobre como interpretar as respostas e reorientar o planejamento com base nos resultados Verifique se o aluno tem dúvidas em relação ao vocabulário. Procure auxiliá-lo no exercício de interpretação. Caso necessário, explique-lhe que o decréscimo populacional na sociedade feudal europeia causado pela peste negra é o ponto central do trecho apresentado. Relembre os fatores que marcaram a crise do século XIV (crise de abastecimento, fomes, pestes, guerras, revoltas camponesas, etc.), relacionando-os entre si. Dessa forma, espera-se que o aluno compreenda o que foi a crise do século XIV e por que ela marcou um momento de declínio do feudalismo na Europa.
Durante séculos, os fenômenos da natureza e da sociedade eram explicados por meio de argumentos religiosos, como, por exemplo, a vontade divina. O pensamento iluminista, no século XVIII, trouxe mudanças na forma de explicar esses fenômenos.
A partir da leitura do texto abaixo, identifique de que forma o Iluminismo trouxe inovações para essas explicações.
O pensamento iluminista tem como fundamento a crença no poder da razão humana de compreender nossa verdadeira natureza e de ser consciente de nossas circunstâncias. O homem, então, cria ser o detentor de seu próprio destino, formulando o racionalismo e contrariando as imposições de caráter religioso, sua “razão” divina de existir, e os privilégios dados à nobreza e ao clero – ainda predominantes à época (séculos XVII e XVIII).
MELLO, Vico; DONATO, Manuella. O pensamento iluminista e o desencantamento do mundo: Modernidade e a Revolução Francesa como o marco paradigmático. Revista Crítica Histórica. UFAL, Ano II, nº4, 2011. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2018.
Objeto(s) de conhecimento A questão do iluminismo e da ilustração
Habilidade (EF08HI01) Identificar os principais aspectos conceituais do iluminismo e do liberalismo e discutir a relação entre eles e a organização do mundo contemporâneo.
Tipo de questão Aberta
Capítulo/Unidade 1
Grade de correção 100% O aluno identifica que os autores abordam o conhecimento racional em contraposição às explicações religiosas, e que esse posicionamento passou a ser central na explicação de fenômenos da natureza e da sociedade, em contraposição ao pensamento baseado somente em preceitos religiosos. 50% O aluno identifica apenas que o Iluminismo era baseado na razão, e não faz associações entre o texto e sua afirmativa ao longo da resposta. 0% O aluno não identifica que os autores abordam o racionalismo iluminista, ou não identifica como ele foi tratado por esses autores.
Orientações sobre como interpretar as respostas e reorientar o planejamento com base nos resultados O objetivo da questão é abordar o conhecimento racional, base do pensamento iluminista, e as mudanças que esse movimento imprimiu na sociedade ocidental. Dessa forma, caso os alunos apresentem rendimento insuficiente na questão, releia com eles o trecho, auxiliando-os em sua interpretação. Relembre a turma de que modo os fenômenos da natureza e da sociedade eram explicados, utilizando preceitos religiosos e como, sob o Iluminismo, passaram a ser explicados por meio de um pensamento baseado na racionalidade científica. Desse modo, os alunos poderão compreender melhor a importância do pensamento iluminista e o impacto que este possui até hoje na forma como se compreende o mundo contemporâneo.
(UFSE) Pode-se afirmar que a principal razão do conflito mundial iniciado em 1914 foi
o choque dos imperialismos, de raízes econômicas, mas que se expressou de forma política e militar.
a crise econômica que afetou significativamente os campos político e social das nações europeias.
o revanchismo nacionalista, de origem étnica, mas que se expressou através da expansão colonialista.
o conflito religioso, de raízes políticas, mas que se expressou militarmente pela corrida armamentista.
a brusca queda do comércio internacional que colocou em evidência a fragilidade do sistema capitalista.
Os alunos estudaram como a luta por mercados acirrou os ânimos e alimentou as disposições para uma guerra contra países concorrentes. A alternativa b está incorreta porque a crise econômica só veio após o início da guerra. A alternativa c está incorreta porque o colonialismo precedeu o revanchismo. A alternativa d está incorreta porque não havia um conflito religioso em pauta naquele contexto, e a alternativa e está incorreta porque não havia queda do comércio internacional antes da guerra, apenas divisão de mercado.
Observe as imagens a seguir. Elas representam cenas da Idade Média na Europa.
• Considerando o que você já estudou sobre o período medieval, qual das imagens você considera mais representativa da Idade Média? Por quê?
• Esta é a primeira aula do ano e a atividade pretende aferir o que mais chamou a atenção dos alunos ao longo do estudo da Idade Média, para iniciar uma revisão. Não há resposta certa ou errada e, provavelmente, as três imagens serão indicadas. Aproveite as respostas sobre por que eles consideraram uma delas a mais representativa para iniciar uma retomada dos conteúdos.
Respostas possíveis: Imagem do feudo – a organização rural do feudalismo existiu durante toda a Idade Média e por isso é a mais representativa. Imagem da feira – o comércio transformou o período medieval e provocou mudanças que ultrapassaram os limites da Europa. Caso os alunos mencionem a imagem de Moisés – eles podem responder que a escultura, que representa um personagem bíblico, pode estar associada à religiosidade do período –, explique que essa imagem não pode representar a Idade Média, pois corresponde à arte renascentista.
Leia o fragmento a seguir e explique qual é o entendimento do autor sobre a relação entre interesses individuais e coletivos no plano econômico.
Toda pessoa está continuamente empenhada em encontrar o emprego mais vantajoso para o capital de que dispõe. É sua vantagem pessoal, na realidade, e não a da sociedade, o que tem em vista. Mas o estudo de sua vantagem pessoal, naturalmente, ou melhor, necessariamente o leva a preferir o emprego mais vantajoso para a sociedade.
SMITH, Adam. In: HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 20. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. p. 208.
O ser humano busca atender em primeiro lugar a seus interesses individuais, mas, ao decidir-se, acaba atuando também pelo bem geral, já que sua riqueza gera outras e elas geram riquezas para o Estado (salários, impostos, etc.).
Observe o quadro e realize as atividades propostas.
a) Preencha o quadro a seguir, comparando as ideias e as práticas vinculadas ao absolutismo e ao Iluminismo.
b) Em grupo, elabore com os colegas uma apresentação de um dos artigos da Constituição brasileira indicados a seguir.
• Sobre o que trata o artigo estudado pelo grupo?
• Em que aspectos o artigo se aproxima das ideias e dos valores difundidos por pensadores iluministas?
• Qual é a importância de conhecer o preceito constitucional estudado pelo grupo?
b) Resposta pessoal. Professor, veja as instruções para esta atividade nas páginas 36 e 37 deste Manual. Cuide para que todos os grupos tenham o mesmo tempo de apresentação.
Leia o fragmento a seguir e responda às questões.
Em 1917, toda a Europa se tornara um monte de explosivos sociais prontos para a ignição. A Rússia, madura para a revolução social, cansada da guerra e à beira da derrota, foi o primeiro dos regimes da Europa Central e Oriental a ruir sob as pressões e tensões da Primeira Guerra Mundial.
HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 66.
a) Por que o autor descreve o movimento na Rússia como uma “revolução social”?
b) Como a Primeira Guerra contribuiu para a Revolução de 1917, na Rússia?
a) Porque a grande motivação do movimento foram as más condições sociais em que vivia a maior parte da população russa, tanto os camponeses quanto os operários. Sem esses elementos, as ideias políticas não teriam mobilizado a população russa para as ações de ruptura que ocorreram.
b) A guerra agravou a situação interna no país, aumentando a miséria. Além disso, a falta de preparo e equipamentos das tropas russas nos combates provocaram muitas mortes e aumentaram a revolta da população.
Observe as imagens a seguir. Elas foram publicadas logo após a Revolução Russa e nas décadas que se seguiram.
a) Descreva as sequências de imagens. O que mais chamou a sua atenção?
b) Relacione o que você observou nas sequências às características do período stalinista.
a) Resposta pessoal. Nas duas sequências de imagens é possível observar que pessoas que apareciam em uma fotografia não estão em uma outra edição da mesma imagem. Isso acontece com Trótski e outras pessoas próximas a Lênin na primeira sequência. Na segunda sequência de imagens, desaparecem Nikolai Antipov, Sergei Kirov, e Nikolai Shvernik, restando apenas Stálin.
b) O governo de Stálin se caracterizou pela eliminação física de todos os seus opositores, e buscou também eliminar os registros de suas existências. O período stalinista se caracterizou por uma forte concentração de poderes nas mãos do ditador, sem espaço para discordâncias. Ir contra o líder ou o regime significava a eliminação física e o “sumiço” da memória oficial da URSS.
O título “República, volver” tem um duplo sentido: o literal, associado a um comando militar, quando os soldados marcham; e outro, ligado ao som da palavra. Explique os dois sentidos do título.
Um dos significados da palavra “volver” é mover para um lado ou outro, voltar. Essa palavra é muito usada entre militares, para organizar a tropa.
O subtítulo, portanto, faz alusão à mudança. A República em teoria é feita pelo povo e para o povo, mas de acordo com a análise do título é possível apontar que ela foi feita por militares nas primeiras décadas do período republicano. O outro sentido do termo pode ser interpretado com base na análise de sua sonoridade: o som de “volver” é o mesmo de “vou ver”, ou seja, algo que poderá ser observado, checado. Portanto, esse sentido pode ser usado como introdução para o estudo da República no Brasil, que será abordado neste 9º ano.
Observe a charge a seguir, publicada em 1919, logo após as eleições presidenciais. Nessa disputa, o jurista Rui Barbosa concorreu com Epitácio Pessoa, que saiu vitorioso da eleição.
a) Descreva a charge. O que ela representa?
b) Associe a prática representada na charge ao coronelismo.
c) Por que práticas como essa distorciam os valores republicanos?
a) A charge mostra os votos de Rui Barbosa sendo “coados” pelo demônio, transformando-se em votos ao seu concorrente, Epitácio Pessoa, que foi declarado vencedor da eleição. Ou seja, a charge representa a manipulação e as fraudes das eleições do período.
b) Os coronéis, em associação com um grupo estadual e federal que apoiavam, determinavam que os eleitores de sua região votassem em um candidato escolhido por eles. Além das pressões – é importante lembrar que o voto não era secreto –, havia fraudes para assegurar a eleição dos aliados.
c) A prática das fraudes retirava da pouca população que tinha direito ao voto o direito de escolher livremente seus candidatos. Além disso, essas práticas garantiam que só fossem eleitos os que representariam unicamente os interesses de seus “padrinhos” eleitorais. Portanto, não levavam em consideração os interesses de outros grupos sociais.
Leia o texto a seguir e responsa às questões.
[...] o povo da Primeira República não passava da carneirada dos currais eleitorais e da massa apática dos excluídos? Seguramente que não. Por fora do sistema legal de representação havia ação política, muitas vezes violenta.
Entre os poucos que votavam, os que escolhiam não votar e os muitos que não podiam votar, havia o que chamo de povo da rua, isto é, a parcela da população que agia politicamente, mas à margem do sistema político, e às vezes contra ele. É difícil calcular o tamanho desse povo. [...] E podemos também dizer que ele existia tanto nas cidades como no campo.
Nas cidades, sobretudo nas maiores, a tradição de protesto vinha de longe e manifestava-se o mais das vezes nos quebra-quebras. [...]
CARVALHO, José Murilo de. O pecado original da República. Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2018.
a) Por que o autor afirma que o povo não se portava como uma “massa apática” na Primeira República?
b) O que significa o trecho que menciona que o povo agia “à margem do sistema político”?
c) Dê dois exemplos de ações políticas populares que confirmem a afirmação do autor.
a) Porque o povo encontrava formas de se manifestar, de lutar contra a situação social em que vivia. Ou seja, não aceitava a situação de forma passiva.
b) Como o sistema político impedia que a maior parte da população participasse politicamente, como eleitores ou eleitos, a participação popular acontecia por meio de manifestações, revoltas, greves e ações de resistência, por exemplo.
c) Os alunos podem mencionar a Revolta da Vacina ou as greves operárias, que são exemplos adequados de movimentos urbanos. Já a Revolta de Canudos ou a do Contestado são exemplos de movimentos no campo. Caso os alunos mencionem o Cangaço, conte que ele não foi um movimento de protesto contra o sistema político, por isso, não é uma resposta válida para essa questão.
Observe esta charge. Ela foi feita por Bambino, pseudônimo de Artur Lucas, e foi publicada em 1910. Em seguida, responda às questões em seu caderno.
a) Qual aspecto da Belle Époque brasileira é abordado na charge?
b) A charge critica ou apoia a caracterização desse período? Explique como ele manifesta sua posição.
c) Explique esta afirmativa: A modernização urbana da República agradou a poucos e desalojou muitos.
a) A charge se refere ao fato de as elites brasileiras se inspirarem nas capitais europeias e nos hábitos das elites europeias. Na charge, o casal brasileiro, vestido de forma semelhante a dos europeus, dança uma valsa, que é uma dança europeia.
b) O autor da charge faz uma crítica. Ele ironiza o valor que os brasileiros apreciam ao copiar os modos europeus. O casal respinga suor e dança sobre uma poça líquida, de tanto que transpiram. A charge menciona o verão carioca e faz referência ao “derretimento” do par.
c) A elite carioca ficou satisfeita e orgulhosa com a modernização da cidade que, aos seus olhos, ficou com espaços dignos das cidades europeias, que tanto admiravam. Porém, isso foi feito à custa do desalojamento de muitas pessoas, expulsas do centro para que a reforma urbana fosse feita.
Leia o texto.
Dona Cotinha, Tom e o gato Joca
Em frente à minha casa tem outra casa, pequena, de madeira, azul com janelas brancas. Está no fim de um terreno enorme com muitas árvores. Para mim aquilo é o que chamam de floresta. Tom diz que é um quintal. Ali mora dona Cotinha, uma velhinha que tem cabelos lilás e dirige um Fusquinha vermelho. Esse passou a ser meu esconderijo. Dona Cotinha sempre aparece com um prato de comida. Diz:
— Vem, gatinho. Olha só o que eu trouxe para você. [...]
— Bom dia, menino — disse ela. — Já que está em frente à minha casa, faça uma gentileza e abra o portão.
Tom obedeceu. Dona Cotinha afagou minha cabeça e perguntou:
— Este gatinho é seu?
— Sim, senhora.
— Ele é muito educado.
— Obrigado — disse eu, na minha voz de gato.
— No primeiro dia que o vi por aqui, ele entrou na casa e cheirou tudo. Agora, sempre deixo uma comidinha para ele! [...]
Dona Cotinha acabava de denunciar minha gula e o aumento de peso. Continuou:
— Passe aqui no fim da tarde. Faço um bolo de fubá com cobertura de chocolate que é de dar água na boca.
Com água na boca fiquei eu. Naquela tarde voltamos à casa de dona Cotinha. Ela foi logo mostrando pro Tom uma coleção de carrinhos antigos. Era do filho dela, que morreu bem pequeno. Depois nos levou para uma sala repleta de livros. Tom ficou de boca aberta e perguntou:
— A senhora já leu todos esses livros?
— Praticamente todos. Ler foi minha diversão, meu bom vício. Infelizmente meus olhos não ajudam mais. Essa pilha que você está vendo aqui ainda nem foi tocada.
Tom começou a ler em voz alta, e sua voz encheu a sala de seres fantásticos. O tempo parou.
Desse dia em diante, à tardinha, eu e Tom tínhamos uma missão. Abrir os livros de dona Cotinha e deixar os personagens passearem pela casa mágica, no meio da floresta da cidade de pedra.
Dona Cotinha, Tom e o Gato Joca. Disponível em: . Acesso em: 8 out. 2016. Adaptado.
Quem é o narrador dessa história?
O gato Joca
Tom
Dona Cotinha
O filho de dona Cotinha
Leia o poema.
Noturno
O apito do trem perfura a noite. As paredes do quarto se encolhem. O mundo fica mais vasto.
Tantos livros para ler tantas ruas por andar tantas mulheres a possuir...
Quando chega a madrugada o adolescente adormece por fim certo de que o dia vai nascer especialmente para ele.
PAES, José Paulo. Noturno. In: Prosas seguidas de Odes mínimas. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
Releia os seguintes versos.
As paredes do quarto se encolhem. O mundo fica mais vasto.
Pode-se afirmar que, nesses versos, é estabelecida uma ideia de
continuação, pois o quarto diminui ao mesmo tempo em que o mundo se encolhe.
consequência, pois o encolhimento do quarto é uma consequência da imensidão do mundo.
alternativa, pois enquanto o quarto se encolhe, pode-se procurar espaço na vastidão do mundo.
oposição entre o encolhimento das paredes do quarto e a vastidão do mundo.
No segundo e terceiro versos da primeira estrofe do poema é estabelecida uma ideia de oposição entre o encolhimento das paredes do quarto e a vastidão do mundo.
Leia o texto abaixo:
Os alemães tentaram várias estratégias desse tipo [isto é, de auxiliar rebeliões e revoltas por certos grupos no interior de um Estado] durante a Primeira Guerra [...], mas [...] falhou por falta de alicerces materiais mais sólidos, mesmo com todo o esforço alemão. Como indica o autor, a única aposta alemã em termos de subversão interna que deu certo foi o envio de Lenin para a Rússia e o apoio aos bolcheviques entre 1917 e 1918, mas foi algo isolado e que só funcionou pelas condições especiais da Rússia naquele momento.
BERTONHA, João Fábio. O Império otomano e a Primeira Guerra Mundial. Tempo, Niterói, v. 18, n. 33, p. 269-273, 2012 . Disponível em: . Acesso em: 1º out. 2018.
Subversão: insubordinação; revolta
Quais eram “as condições especiais da Rússia” entre 1917 e 1918 que permitiram o sucesso da estratégia alemã “em termos de subversão interna”, contribuindo para a retirada desse país na Primeira Guerra Mundial?
Objeto(s) de conhecimento O mundo em conflito: a Primeira Guerra Mundial A Revolução Russa A crise capitalista de 1929
Habilidade (EF09HI10) Identificar e relacionar as dinâmicas do capitalismo e suas crises, os grandes conflitos mundiais e os conflitos vivenciados na Europa.
Tipo de questão Aberta Capítulo 1
Grade de correção 100% Durante a Primeira Guerra Mundial, a Rússia passava por sérios problemas internos. A revolta popular tomou as ruas, o czar foi afastado do poder e um governo provisório foi estabelecido. Naquele momento, com o apoio dos alemães, Lenin, líder revolucionário e exilado na Europa, retornou para a Rússia e liderou a Revolução de Outubro de 1917. Esse processo culminou com o fim do governo provisório e buscou instalar o socialismo como forma de governo. A Rússia, gerida pelos revolucionários bolcheviques, diante das demandas de operários, camponeses e soldados, negociou a sua saída da Primeira Guerra Mundial. A Alemanha, assim, concentrou as forças da Frente Ocidental do conflito, que estava estagnado desde 1916. 50% A resposta deverá ser considerada parcialmente correta caso o aluno aborde o contexto da Rússia em 1917-1918 mas não relacione o auxílio concedido pelos alemães aos bolcheviques, na Revolução de 1917, à intenção da Alemanha de retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial. 0% O aluno não apresenta o contexto da Rússia em 1917 e 1918 nem o papel da Alemanha no retorno de Lenin à Rússia no apoio aos bolcheviques como forma de causar a saída do país da Primeira Guerra Mundial.
Orientações sobre como interpretar as respostas e reorientar o planejamento com base nos resultados Caso a turma apresente rendimento insuficiente na questão, retome as frentes de batalha estabelecidas pela Alemanha na Europa: a frente Ocidental e a frente Oriental. Aborde a situação da Alemanha na Primeira Guerra e aponte para a estagnação na frente Ocidental contra a França e a Inglaterra, em que foram estabelecidas trincheiras – a chamada guerra de posições. Exponha a necessidade dos alemães de liberar a frente Oriental para concentrar todas as suas forças na frente Ocidental e a estratégia adotada pelos alemães de retirar a Rússia do conflito – tendo em vista o seu contexto interno. Dessa forma, espera-se que os alunos consigam compreender a importância que a saída da Rússia da guerra teve para a Alemanha durante esse conflito.
A seguir, leia o trecho de um documento de batismo, ocorrido na Freguesia do Santíssimo Sacramento de Cantagalo.
Aos vinte e dois de setembro de mil oitocentos e trinta e oito, batizei e pus os Santos Óleos no inocente Jeronimo, filho legítimo de Francisco Fagundes do Amaral e Mafalda Maria de Jesus, nascido a vinte e dois de outubro de mil oitocentos e trinta e sete [...].
Livro de assentos de batizado da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Cantagalo. 1838 a 1842. Arquivo da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Cantagalo. Livro 1.
Identifique a década, o século e o milênio em que Jerônimo foi batizado.
Objeto(s) de conhecimento A questão do tempo, sincronias e diacronias: reflexões sobre o sentido das cronologias
Habilidade (EF06HI01) Identificar diferentes formas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos (continuidades e rupturas).
Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Capítulo 1 – Unidade 1
Grade de correção 100% Década: 1830; Século: XIX; Milênio: 2º. 50% O aluno não desenvolve a resposta satisfatoriamente e relaciona somente dois dos itens pedidos. 0% O aluno não sabe identificar nenhum dos itens (década, século e milênio) contido no documento histórico.
Orientações sobre como interpretar as respostas e reorientar o planejamento com base nos resultados Explique ao aluno, em sala de aula, que o documento apresentado na questão é um assento (registro) de batismo católico, e que nessa época, no Brasil, não havia registro civil (tornando-se obrigatório após a proclamação da República, em 1889). Essa documentação eclesial era, naquela época, a única forma de registro de uma criança recém-nascida. Aponte, ao longo de sua explicação em sala de aula, que há duas datas no documento: a data em que ele foi redigido (22 de setembro de 1838) e a data do nascimento da criança (22 de outubro de 1837), e, a partir dessa observação, retorne ao material estudado sobre cronologia histórica, reforçando os conceitos e as formas de datação histórica (década, século e milênio). Dessa forma, o aluno terá mais subsídios para identificar datas e períodos específicos da história, familiarizando-se com o método e com a linguagem da disciplina.
Observe as imagens a seguir e responda às questões.
a) Descreva as imagens.
b) Embora tenham sido produzidos em países que estavam em lados opostos na Primeira Guerra, o que esses cartazes têm em comum?
c) O início do conflito foi saudado com entusiasmo nos países envolvidos na guerra. Na sua opinião, por que foram necessárias campanhas como essas durante esse período?
a) A imagem I mostra pessoas de diversas idades, como adultos mais velhos e crianças, além de mulheres ao lado dos soldados. Todos caminham na mesma direção e vários civis, inclusive crianças, portam armas. Na imagem II, duas mulheres e uma criança observam de dentro de uma casa tropas que marcham fora da casa, ao fundo. A frase também demonstra apoio às mulheres que tiveram seus filhos e maridos alistados na guerra: “Mulheres britânicas dizem – vão”.
b) Os cartazes sugerem que a população desses países apoiava a guerra. Por isso, são mostradas cenas que passam a ideia de que homens, mulheres e crianças desejavam a mesma coisa, no caso da Alemanha (na imagem I); e do universo familiar, no caso da Inglaterra (imagem II).
c) Porque a guerra se estendeu além do tempo previsto e suas consequências foram mais dramáticas que o esperado. Como os países envolvidos consideravam-se superiores aos seus oponentes, tinham a expectativa de que a guerra fosse rápida. No entanto, os combates se arrastaram, o número de mortes foi enorme e a necessidade de substituir os soldados mortos e feridos também. Além disso, era necessário manter o apoio da população à ação dos governos que patrocinavam a guerra.
O inglês Gerrard Winstanley (1609-1676) deixou registrados em panfletos seus apelos e pontos de vista sobre os tumultuados anos que se seguiram à execução de Carlos I. Leia o fragmento a seguir e responda às questões.
Texto I
Enquanto reinava esse poder régio num homem de nome Carlos, todas as espécies de povo queixavam-se de opressão. Valendo-vos disso, vós fidalgos, quando vos reunistes em Parlamento, convocastes a gente comum do povo para intervir em vosso auxílio. Aquele galho mais elevado foi podado da árvore da tirania, e nesse particular o poder régio foi lançado fora. Mas a árvore da opressão ainda se conserva nas alturas e ainda impede o sol da liberdade de raiar sobre os pobres plebeus.
WINSTANLEY, Gerrard. In: HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 141.
Texto II
Revolução: movimento de revolta contra um poder estabelecido, feito por um número significativo de pessoas, em que [...] se adotam métodos mais ou menos violentos; insurreição, rebelião, [...].
Disponível em: .Acesso em: 14 set. 2017.
Reforma: Mudança introduzida em algo para fins de aprimoramento e obtenção de melhores resultados; nova organização, nova forma; renovação.
Disponível em: .Acesso em: 14 set. 2017.
a) A que fato da história inglesa o autor se refere no trecho destacado no texto I?
b) Considerando as definições do texto II, de acordo com Gerrard Winstanley, a Inglaterra viveu uma revolução ou uma reforma entre 1640 e 1650?
a) Ao afastamento de Carlos I do governo, decapitado em 1649.
b) Reforma. As transformações não foram tão amplas, as mudanças não atingiram, por exemplo, os mais pobres, que continuaram oprimidos, sem liberdade.
Leia o texto a seguir e responda às questões.
Em 1749, Diderot ficou preso por aproximadamente três meses, sob a justificativa de que sua publicação Carta sobre os cegos para o uso dos que enxergam era ofensiva às autoridades francesas. Um grupo de livreiros reagiu alegando que a prisão acarretaria prejuízos aos que participavam do financiamento de um projeto que tinha Diderot à frente. O pensador foi solto e o projeto, a Enciclopédia, foi lançado em 1751.
Diderot, depois dessa história, não se livrou de problemas em função de seus escritos. Sob a justificativa de representar uma ameaça à ordem pública, pedidos de apreensão e até de destruição da Enciclopédia foram dirigidos ao rei e ao Parlamento. Em 1759, ela foi incluída no Index, rol das obras proibidas pela Igreja católica.
Entre os que defendiam a apreensão e até a queima dos livros e os que clamavam por bom senso e tolerância, a Enciclopédia conseguiu sobreviver e foi concluída em 1772.
a) Considerando o contexto da época, que argumentos poderiam ser utilizados para defender a destruição ou a preservação da Enciclopédia?
b) Qual teria sido o objetivo da Igreja católica ao inserir a Enciclopédia no Index?
a) A proposta de destruição da Encyclopédia poderia ser defendida em nome da preservação e valorização da razão teológica, da ordem e dos valores típicos do Antigo Regime, em especial, do absolutismo. Já a preservação e difusão da Encyclopédia poderia ser defendida em nome da valorização da razão e do desejo de difusão do conhecimento científico.
b) Impedir a publicação da Encyclopédia e a propagação das ideias iluministas, que questionavam ou ameaçavam a Igreja católica. Pode-se concluir que ela não conseguiu impedir a publicação da Encyclopédia, já que 35 volumes dela foram publicados. Mas, ao mesmo tempo, apesar de sofrer abalos, ser questionada, a Igreja católica manteve boa parte de seu poder, sendo uma instituição até hoje respeitada.
Certamente, muito influenciados pelo trabalho de Diderot e D´Alembert, sempre que pensamos em um projeto editorial que reúna saberes diversos em uma única publicação e que sirva como obra de referência sobre temas variados, pensamos em uma enciclopédia. Hoje, além de versões impressas, temos também edições digitais, sendo a Wikipédia a mais popular delas.
a) Copie em seu caderno o quadro a seguir e complete indicando semelhanças e diferenças entre a Enciclopédia e a Wikipédia.
Para completar o quadro, releia o tópico “A Enciclopédia: luzes para todos” e consulte o site para conhecer um pouco mais sobre a Wikipédia.
b) Escreva um pequeno texto sobre aspectos positivos e negativos do uso da Wikipédia em trabalhos escolares.
b) A Wikipédia tem inúmeros aspectos positivos, como grande quantidade de informações; possibilidade de atualizações constantes; conhecimento em rede, com links facilitadores do diálogo multi e interdisciplinar; encaminhamentos para arquivos, universidades, bibliotecas e outras instituições e especialistas em diversas áreas de pesquisa; indicações de materiais iconográficos ou tantas formas de expressão de saberes.
Apresenta, no entanto, aspectos negativos, com maiores possibilidades de vandalismo, como a adulteração proposital dos dados, senso comum, inverdades em seus conteúdos, já que não há um rigor sistemático de checagem das informações. Muitos usuários, fazendo mau uso da tecnologia, simplesmente “recortam, copiam e colam” o conteúdo sem qualquer trabalho ou metodologia de pesquisa. Há, ainda, aqueles que consultam somente uma fonte e, por não promover a checagem dos dados, podem incorrer em erros e conclusões equivocadas. Como qualquer trabalho de pesquisa, é necessário considerar a Wikipédia mais uma fonte de levantamento de dados. As informações devem ser checadas, confrontadas e sistematizadas, garantindo que a pesquisa resulte na produção, e não na mera reprodução de um conhecimento.
Leia alguns versos do “Hino da Proclamação da República”, criado em 1890 por Medeiros e Albuquerque e Leopoldo Miguez.
Seja um pálio de luz desdobrado, Sob a larga amplidão destes céus.
[...]
Seja um hino de glória que fale De esperanças de um novo porvir!
[...]
Nós nem cremos que escravos outrora Tenha havido em tão nobre País... Hoje o rubro lampejo da aurora Acha irmãos, não tiranos hostis.
[...]
Sangue vivo do herói Tiradentes Batizou neste audaz pavilhão!
[...]
Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! Das lutas na tempestade Dá que ouçamos tua voz!
Disponível em: . Acesso em: 4 jul. 2018.
Pálio: manto, capa. Porvir: tempo que está por chegar, futuro. Rubro lampejo: clarão, um brilho avermelhado. Aurora: amanhecer. Audaz: valente, que transpõe obstáculos, arrojado. Pavilhão: bandeira.
a) Quais ideias associadas ao conceito de república (coisa pública) estão presentes nesses versos?
b) Por que Tiradentes é mencionado nesse hino?
c) Por que os regimes políticos e governos criam símbolos como bandeiras, hinos, heróis?
a) Estão presentes as ideias de igualdade, como na crítica à escravidão e na afirmação de que é um país de irmãos e não de tiranos; e de liberdade dos cidadãos.
b) Porque Tiradentes foi escolhido como símbolo da República. Ele passou a ser representado como uma vítima da monarquia, que lutava pela liberdade do país.
c) A criação desses símbolos faz parte da construção da imagem que os governos desejam ter junto à população. O objetivo é passar mensagens à população. As formas e conteúdos dos símbolos são representações de como os regimes e governos querem ser vistos. Dessa forma, tentam aumentar a união e o apoio da população em torno de si.
Observe a imagem a seguir. Trata-se de uma pintura do início do século XX que representa o czar Nicolau II e sua família. Em seguida, responda às questões em seu caderno.
a) Reveja a fotografia da família do czar Nicolau II. Qual é a diferença entre as formas como essas imagens foram representadas?
b) De que maneira uma pintura como essa procurava reforçar o czarismo junto à população russa?
c) Releia o texto sobre o czarismo.
O czarismo
Os czares eram imperadores absolutistas que procuravam manter a população russa sob controle por meio da concentração do poder na figura do imperador. Como no absolutismo europeu, a vigilância e a repressão do regime impediam manifestações de descontentamento. O termo czar significa imperador em russo. Por isso, o absolutismo russo ficou conhecido como czarismo.
O czarismo existia desde o século XV. Já no século XIX, os czares criaram uma polícia política chamada de Okrana, que perseguia, prendia, executava ou expulsava do país aqueles que, de alguma forma, se manifestavam contrários à organização política vigente.
Além das forças de repressão, os czares contavam com o apoio dos grandes proprietários de terras e da Igreja Católica Ortodoxa, que atribuía um caráter religioso ao seu poder.
Mostre a relação entre suas práticas e as revoluções de 1905 e fevereiro de 1917.
a) Os alunos podem apontar que a primeira imagem é uma fotografia e a segunda, uma pintura. Em ambas, a família do czar aparece com posturas formais, seja sentados ou em pé. Essa postura de monstra dignidade, respeitabilidade. Na pintura, no entanto, há uma evidente vinculação religiosa, pois as imagens lembram a representação de santos do catolicismo, inclusive com auréolas em torno da cabeça e vestimentas semelhantes às dos santos.
b) Vincular a imagem do czar e de sua família à religião era uma forma de reforçar a ideia de que seu poder vinha de Deus. Dessa forma, obedecê-lo significaria atender a uma vontade divina e desobedecê-lo representaria um “pecado”. Evidentemente, isso reforçava sua posição autocrática, acima da população como um todo.
c) O autoritarismo do czar, a não preocupação com os problemas sociais da população russa, sua ligação com a nobreza e sua decisão de envolver um país despreparado em um conflito de grandes dimensões como a Primeira Guerra Mundial foram fatores que mobilizaram parte do povo russo nas revoluções contra o czar e seus poderes.
HÁ 100 ANOS, REVOLUÇÃO MUDOU RÚSSIA E TEVE IMPACTO MUNDIAL
Imagem de um império poderoso sempre mexeu com o Ocidente. Entenda o que foi o regime bolchevique e a União Soviética.
• O que caracteriza uma revolução?
• Você já tinha ouvido falar na Revolução Russa? E na União Soviética? O que sabe a respeito?
• Por que será que esse acontecimento teve impacto mundial?
• Espera-se que os alunos retomem o que aprenderam nos anos anteriores sobre a diferença entre reforma e revolução. Neste caso, espera-se que eles consigam definir revolução como uma ruptura mais estrutural com o que está estabelecido.
• Resposta pessoal. A questão tem o objetivo de estimular os alunos em relação ao tema que será tratado. Trata-se de um aquecimento para oferecer um panorama dos conhecimentos prévios da turma a respeito.
• Espera-se que os alunos levantem hipóteses a respeito ou, ao menos, fiquem curiosos em relação ao tema. É possível que eles comentem que a relação que existia entre os países fez com que esse acontecimento repercutisse em outros. Caso eles conheçam algo sobre a Revolução Russa, podem comentar que ela foi a primeira experiência comunista e que isso causou curiosidade e temor no mundo hegemonicamente capitalista.
Leia o texto a seguir do historiador Leandro Karnal, publicado no ano do centenário da Revolução Russa.
O fantasma de Stálin
A legislação trabalhista foi pensada no Ocidente para conter a sedução comunista
[...]
Vamos retroceder um século. Em março de 1917, foi derrubado o czar Nicolau II e começou a Revolução Russa. Ela transformou a face econômica do país. O perfil agrícola das estepes deu um salto nas décadas seguintes para uma potência industrial. Os planos quinquenais transformaram a Rússia em um dos grandes produtores de aço do planeta. A população passou de um governo autoritário dos czares para um governo autoritário de comissários do povo. As coletivizações forçadas no campo levaram a fome a áreas produtivas. O genocídio na Ucrânia (Holodomor), as repressões políticas, os campos de concentração e prisões para dissidentes (Gulags) trouxeram a morte para milhões.
A Revolução Russa teve um efeito imenso sobre o Ocidente. No ano de 1917 e subsequentes, muitas greves e agitações de trabalhadores marcaram lugares tão distantes como Madri e Nova York. Eram os anos “vermelhos”. Há cem anos, com visível orientação anarquista, explodiu em São Paulo uma das mais significativas greves operárias da história do país. [...]
De muitas formas, a legislação trabalhista foi pensada no Ocidente para conter a sedução do comunismo. [...]
Hoje, contemplamos a Revolução Russa com o olhar crítico pelo estado totalitário que se seguiu e pelo custo em vidas. Não era assim em 1917. Para muitas pessoas, desabrochava a esperança em Moscou. A opressão czarista fizera eclodir um movimento original e poderoso de libertação. [...]
Há cem anos, a Revolução Russa tinha começado a mudar o mundo. Simpatia ou antipatia pelo socialismo altera pouco o fato de 1917 ser um imenso marco histórico. [...]
Disponível em: . Acesso em: 27 jun. 2018.
a) De acordo com o autor, quais foram as principais influências da Revolução Russa no Ocidente? Que consequência ela teve para os trabalhadores de fora da Rússia?
b) O texto apresenta a Revolução Russa como um “imenso marco histórico”. Na abertura deste Módulo, você leu que um programa de televisão mencionou que ela “mudou a Rússia e teve impacto mundial”. Como você justifica essas descrições?
c) Considerando esse texto e o que você estudou, relacione as principais consequências da Revolução de Outubro na Rússia. Classifique-as como positivas ou negativas e justifique sua avaliação.
O Desafio é uma atividade opcional, que pode ser aproveitada por professores que tenham carga horária maior e avaliem que há alunos ou turmas com interesses mais aprofundados no tema.
a) De acordo com o autor, a Revolução Russa estimulou movimentos revolucionários de contestação estrutural ao capitalismo ou de resistência a algumas de suas práticas, como exploração do trabalho, por meio de greves, por exemplo. Em função dessas lutas e do temor de que a Revolução Russa se espalhasse, muitos países concederam mais direitos sociais aos trabalhadores como forma de esvaziar e conter movimentos mais radicais.
b) A Revolução Russa foi um movimento revolucionário que pela primeira vez promoveu a substituição do capitalismo por outro sistema, em que a propriedade privada e individual dos meios de produção foi abolida. Isso provocou curiosidade e temor em outros países do mundo, inspirou muitas pessoas e partidos políticos e aterrorizou grupos capitalistas que temiam perder seus lucros e propriedades. Ou seja, foi um movimento que não era irrelevante para o mundo, pois provocou apoio ou repulsa, marcando o século XX e mesmo o XXI.
c) Os alunos podem indicar como consequências positivas as melhorias nas condições de vida da população russa, o crescimento econômico do país, o medo que a experiência provocou nas burguesias e nos governos de países capitalistas, facilitando aos grupos populares a obtenção de conquistas sociais, por exemplo. Entre as consequências que podem ser apontadas como negativas, os alunos podem apontar o autoritarismo e a burocratização que se seguiram após a Guerra Civil e se consolidaram com Stálin, que oprimiu a população. Além disso, eles podem mencionar as perseguições que levaram à morte de inúmeros opositores ao governo de Stálin, afinal, a opressão desrespeita os direitos básicos dos seres humanos.
Leia os textos e as afirmativas.
Hontem, enquanto ao espoucar do champagne festivo e o mastigar das festivas empadas, a gente do governo inaugurava a Avenida, sob o hospitaleiro tecto dos felizardos Guinle, centenas de famílias abandonavam os lares nos carros dos beneméritos bombeiros buscando abrigo onde se refugiar da massa d’água que lhes invadiu às casas. O dinheiro do contribuinte foi esbanjado, foi desperdiçado em indenizações vergonhosas, [...] foi distribuído em negociatas e arranjos.[...]
Correio da Manhã, 16 nov. 1905. Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2018.
[...] O extrangeiro que visitar agora a nossa Capital ja tem na Avenida um bello exemplo do progresso material que o Rio de Janeiro se sente resolvido a realizar. Está de vez morta a exclusividade de seducção que a natureza, e só ella, exercia sobre quantos extranhos nos visitavam. Subsistirá sempre a seducção das bahias, das árvores e dos morros, mas a Avenida já prova que estamos resolvidos a construir outras joias que nós mesmos fabriquemos [...].
Jornal do Commercio, 16 nov. 1905. Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2018.
I. Os dois textos se referem à reurbanização do Rio de janeiro de forma elogiosa, destacando o progresso que representou.
II. O primeiro texto é crítico à reurbanização, comentando as negociatas e a expulsão da população pobre.
III. O segundo texto comenta a boa impressão que as reformas causariam nos estrangeiros.
São corretas as afirmativas:
I e II.
II e III.
I e III.
I, II e III.
Apenas a afirmativa III.
Alternativa B. A afirmativa II está correta porque o texto comenta as negociatas que cercaram as obras de reurbanização do Rio, bem como a expulsão da população pobre. A afirmativa III faz referência ao fato de que os estrangeiros teriam uma boa impressão da cidade. Já a afirmativa I é incorreta porque enquanto um texto elogia as reformas, o outro faz críticas a ela.
Nos dois últimos Módulos você estudou as mudanças que o regime republicano trouxe para o Brasil, bem como as estruturas que ele conservou.
Releia os textos e elabore um cartaz que associe algumas imagens presentes nesses dois Módulos, ou até mesmo outras que pesquisar sobre o período. Para essa comparação, considere as ideias contidas nos títulos, “República nem tão ‘pública’” e “Um país de contrastes”.
Como em toda produção visual, as imagens precisam dialogar com os títulos mencionados.
O cartaz pode ser feito em papel ou digital (com animações).
A atividade pretende dar espaço para a criação dos alunos, aproveitando a grande capacidade que alguns têm no mundo digital, ou ainda as competências variadas deles: muitos preferem se comunicar em linguagem visual em vez de textual. A avaliação deve considerar a coerência das associações e diálogos que serão feitos entre as imagens destacadas por eles e os títulos propostos.
Retomando as principais informações que você acabou de estudar, responda no esquema a seguir sobre as revoluções inglesas do século XVII. Para isso, utilize os seis títulos abaixo.
A Revolução Puritana - A Revolução Gloriosa - A tentativa absolutista dos Stuart - O absolutismo “decapitado” - A lei acima do rei - A República de Cromwell
Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas