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Questão 10 - UNIFESP 2017 1º dia

Leia o soneto “A uma dama dormindo junto a uma fonte”, do poeta barroco Gregório de Matos (1636-1696), para responder a questão.

À margem de uma fonte, que corria, Lira doce dos pássaros cantores A bela ocasião das minhas dores Dormindo estava ao despertar do dia.

Mas como dorme Sílvia, não vestia O céu seus horizontes de mil cores; Dominava o silêncio entre as flores, Calava o mar, e rio não se ouvia.

Não dão o parabém à nova Aurora Flores canoras, pássaros fragrantes, Nem seu âmbar respira a rica Flora.

Porém abrindo Sílvia os dois diamantes, Tudo a Sílvia festeja, tudo adora Aves cheirosas, flores ressonantes.

(Poemas escolhidos, 2010.)

A sinestesia consiste em transferir percepções de um sentido para as de outro, resultando um cruzamento de sensações.

(Celso Cunha. Gramática essencial, 2013.)

Verifica-se a ocorrência desse recurso no seguinte verso:



( a )

“Flores canoras, pássaros fragrantes,” (3ª estrofe)

( b )

“À margem de uma fonte, que corria,” (1ª estrofe)

( c )

“Porém abrindo Sílvia os dois diamantes,” (4ª estrofe) 

( d )

“Dominava o silêncio entre as flores,” (2ª estrofe) 

( e )

“O céu seus horizontes de mil cores;” (2ª estrofe)

Resposta:

O cruzamento de sensações típico da sinestesia ocorre na atribuição do adjetivo “canoras” (que canta com harmonia, melodioso) a flores, bem como a atribuição de “fragrantes” (que têm cheiro agradável, fragrância) a pássaros. Assim, cruzam-se referências à audição e ao olfato. Além da sinestesia, verifica-se nesse exemplo a hipálage, figura de linguagem que consiste em atribuir a um elemento uma qualidade que, a rigor, pertence a outro.

Questão 10 - UNIFESP 2017 2º dia

Considere a fórmula estrutural do anestésico geral halotano (massa molar aproximada 200 g/mol).

a) Escreva a fórmula molecular do halotano e calcule a porcentagem em massa de flúor nesse anestésico. Apresente os cálculos.

b) O halotano deve apresentar isomeria geométrica (cis-trans)? E isomeria óptica? Justifique suas respostas.

Resposta:

a)

Fórmula molecular

Massa molar = 197,5 g/mol

x = 28,86%

b) O halotano apresenta isomeria óptica, pois possui carbono quiral (assimétrico):

Não apresenta isomeria geométrica, pois compostos acíclicos devem conter dupla-ligação entre carbonos e ligantes diferentes nos carbonos da dupla-ligação. 

 

Questão 11 - UNIFESP 2017 1º dia

Leia o soneto “A uma dama dormindo junto a uma fonte”, do poeta barroco Gregório de Matos (1636-1696), para responder a questão.

À margem de uma fonte, que corria, Lira doce dos pássaros cantores A bela ocasião das minhas dores Dormindo estava ao despertar do dia.

Mas como dorme Sílvia, não vestia O céu seus horizontes de mil cores; Dominava o silêncio entre as flores, Calava o mar, e rio não se ouvia.

Não dão o parabém à nova Aurora Flores canoras, pássaros fragrantes, Nem seu âmbar respira a rica Flora.

Porém abrindo Sílvia os dois diamantes, Tudo a Sílvia festeja, tudo adora Aves cheirosas, flores ressonantes.

(Poemas escolhidos, 2010.)

Assinale a alternativa em que o trecho do soneto está reescrito em ordem direta, sem alteração do seu sentido original. 



( a )

“Não dão o parabém à nova Aurora / Flores canoras, pássaros fragrantes” → A nova Aurora não dá o parabém às flores canoras e aos pássaros fragrantes. 

( b )

“Calava o mar, e rio não se ouvia” → O mar se calava e não ouvia o rio.

( c )

“não vestia / O céu seus horizontes de mil cores” → O céu não vestia seus horizontes de mil cores. 

( d )

“Tudo a Sílvia festeja, tudo adora” → A Sílvia festeja tudo, adora tudo. 

( e )

“A bela ocasião das minhas dores / Dormindo estava ao despertar do dia” → Ao despertar do dia, estava dormindo a bela ocasião de minhas dores.

Resposta:

A ordem direta consiste na organização sintática que se estrutura em sujeito-verbo-complementos. É o que se observa na alternativa C: “O céu” (sujeito); “não vestia” (verbo acompanhado de partícula negativa); “seus horizontes de mil cores” (complemento verbal).

Questão 11 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092000

Para responder à questão, leia o texto extraído da primeira parte, intitulada “A terra”, da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalística da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902.

Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de um canhoneio1 frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos arbustos, icozeiros2 virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias3 de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina.

O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão e protegido por ela — braços largamente abertos, face volvida para os céus — um soldado descansava.

Descansava... havia três meses.

Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4 estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...

E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme — o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria — lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares.

(Os sertões, 2016.)

1canhoneio: descarga de canhões.

2icozeiro: arbusto de folhas coriáceas, flores de tom verde-pálido e frutos bacáceos.

3palmatória: planta da família das cactáceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou róseas, e bagas vermelhas.

4Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher.

Considerando o contexto histórico de produção do texto, o soldado abandonado e seu “adversário possante” podem ser identificados, em termos políticos, como



( a )

militarista e civilista, respectivamente. 

( b )

abolicionista e escravista, respectivamente. 

( c )

escravista e abolicionista, respectivamente. 

( d )

republicano e monarquista, respectivamente. 

( e )

monarquista e republicano, respectivamente.

Resposta:

O excerto contextualiza os conflitos que envolveram os participantes do Movimento Social de Canudos e as Forças governamentais. Naquele cenário, havia a percepção, não comprovada e muitas vezes falsamente construída, de que Canudos era formado por monarquistas. É possível que alguns de seus membros fossem monarquistas e que o próprio Antônio Conselheiro fosse simpatizante do regime monárquico, mas o movimento não tem conotação ideológica clara. Monarquismo, anarquismo, socialismo são rótulos imputados a eles de fora. Para justificar o massacre de mais de vinte mil sertanejos, foi necessário criar a imagem perigosa e antiprogressista dos membros do movimento — ser monarquista significava ser contra a mudança moderna e progressista que a República poderia trazer. Trata-se de um grande equívoco histórico, pois não há qualquer manifesto oficial que deixe claro o direcionamento de Canudos ao modelo monarquista. Mais adiante, o próprio Euclides da Cunha revê sua visão e posicionamento acerca do acontecimento histórico. O escritor enxergou que não se tratava de um movimento que carregava qualquer manifestação político-ideológica definida, e sim questionamentos relacionados à miséria, à exploração do trabalho e às injustiças sociais. Vale destacar que o discurso religioso serviu de argumento para unir os sertanejos para a construção de uma comunidade onde poderiam ter mais perspectivas e melhorias de vida.

Questão 12 - UNIFESP 2017 1º dia

Predomina neste movimento uma tônica mais cosmopolita, intimamente ligada às modas literárias da Europa, desejando pertencer ao mesmo passado cultural e seguir os mesmos modelos, o que permitiu incorporar os produtos intelectuais da colônia inculta ao universo das formas superiores de expressão. Ao lado disso, tal movimento continuou os esboços particularistas que vinham do passado local, dando importância relevante tanto ao índio e ao contato de culturas, quanto à descrição da natureza, mesmo que fosse em termos clássicos.

(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)

Tal comentário refere-se ao seguinte movimento literário brasileiro:



( a )

Romantismo. 

( b )

Classicismo. 

( c )

Naturalismo. 

( d )

Barroco. 

( e )

Arcadismo.​

Resposta:

O comentário de Antonio Candido adapta-se perfeitamente à descrição do Arcadismo. Esse movimento literário desejou compartilhar o mesmo “passado cultural” europeu, na medida em que suas referências eram as da tradição greco-latina, permitindo aos letrados do Brasil colônia o uso de “formas superiores de expressão”. Ainda que se aproximasse de referências europeias, o Arcadismo brasileiro também trabalhou a figura do índio e do encontro das culturas europeia e americana em poemas célebres, como o Caramuru, do frei Santa Rita Durão, e O Uraguay, de Basílio da Gama. Cabe salientar que as referências a “produtos intelectuais da colônia” impedem a associação do trecho crítico ao Romantismo, escola literária que se consolida em pleno período imperial da história brasileira.

Questão 12 - UEL 2020 UEL 2020 - Matemática

Na exposição virtual “A Beleza da Matemática”, realizada no Museu do Amanhã, o belo é celebrado como simetria matemática, como exemplificado na imagem a seguir.

No plano cartesiano, dois pontos distintos P e Q são simétricos em relação a uma reta r se as seguintes condições forem simultaneamente atendidas:

i) a distância de P a r é igual à distância de Q a r

ii) a reta que contém P e Q é perpendicular à reta r

Suponha que, no plano que contém a imagem da borboleta, o eixo de simetria r seja dado pela equação de reta y + x = 2. Se P = (−2, 0) é um ponto desse plano, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o ponto simétrico a P em relação à reta r.



( a )

(0,2) 

( b )

(2,0) 

( c )

(2,2) 

( d )

(2,4) 

( e )

(4,2)

Resposta:

Resposta: D 

Q é o ponto simétrico em relação ao dado de P = (−2, 0) ao se considerar o eixo de simetria r, apresentado por y + x = 2. Em i, temos que a distância de P a r equivale à distância de Q a r. Primeiramente vamos calcular a distância de P a r. A reta perpendicular ao eixo de simetria r que passa por P, encontramos a reta s de equação y = x+2. O ponto em comum de r com s consiste no ponto O = (0, 2). Temos que, a distância de O a P é 2√2, sendo também a distância de P à reta r. No ii, a reta que constam P e Q é perpendicular à reta r. Seja Q = (x, x+2) um ponto da reta s. Para endereçar i, é necessário encontrar x para que Q tenha 2√2 de distância de O. Temos que 2x2 = 2√2, com soluções x = 2 e x = −2. x = −2 não pode ser verdadeiro, sendo P e Q são distintos. Concluindo, Q = (2, 4) é o ponto desejado. 

Questão 13 - UNIFESP 2017 2º dia

Uma massa constante de gás ideal pode ser levada de um estado inicial A a um estado final B por dois processos diferentes, indicados no diagrama P × V.

Para ocorrer, a transformação ACDEB exige uma quantidade Q1 de calor e a transformação AFB exige uma quantidade Q2 de calor. Sendo TA e TB as temperaturas absolutas do gás nos estados A e B, respectivamente, calcule:

a) o valor da razão

b) o valor da diferença Q1 – Q2, em joules.

Resposta:

a) Como a massa de gás é constante:

b) As duas transformações começam e terminam nos mesmos estados (A e B). Dessa forma:

O trabalho das forças de pressão ao longo da transformação ACDEB pode ser calculado a partir do gráfico fornecido.

Assim, substituindo 

 

Questão 13 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092000

Para responder à questão, leia o texto extraído da primeira parte, intitulada “A terra”, da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalística da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902.

Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de um canhoneio1 frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos arbustos, icozeiros2 virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias3 de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina.

O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão e protegido por ela — braços largamente abertos, face volvida para os céus — um soldado descansava.

Descansava... havia três meses.

Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4 estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...

E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme — o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria — lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares.

(Os sertões, 2016.)

1canhoneio: descarga de canhões.

2icozeiro: arbusto de folhas coriáceas, flores de tom verde-pálido e frutos bacáceos.

3palmatória: planta da família das cactáceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou róseas, e bagas vermelhas.

4Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher.

Além da primeira parte intitulada “A terra”, outras duas partes, intituladas “O homem” e “A luta”, compõem Os sertões. Verifica-se assim, na própria estrutura da obra, uma nítida influência do



( a )

Determinismo. 

( b )

Idealismo. 

( c )

Iluminismo. 

( d )

Socialismo. 

( e )

Liberalismo.

Resposta:

A obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, é dividida em três partes: “A terra”, em que o relevo, o clima e a flora do sertão nordestino são descritos; “O homem”, em que é apresentado o sertanejo a partir de uma visão determinista; e “A luta”, em que o narrador relata, em detalhes, a Guerra de Canudos. Tal divisão é associada à teoria determinista, de Hippolyte Taine, que defendia que o comportamento humano é determinado por três fatores: o meio, a raça e o momento histórico. As ações humanas seriam causadas, portanto, por fatores predeterminados.

Questão 14 - UNIFESP 2017 2º dia

Para demonstrar o fenômeno da refração luminosa, um professor faz incidir um feixe monocromático de luz no ponto A da superfície lateral de um cilindro reto constituído de um material homogêneo e transparente, de índice de refração absoluto igual a 1,6 (figura 1).

A figura 2 representa a secção transversal circular desse cilindro, que contém o plano de incidência do feixe de luz. Ao incidir no ponto A, o feixe atravessa o cilindro e emerge no ponto B, sofrendo um desvio angular α.

Sabendo que a velocidade da luz no vácuo é igual a 3 × 108 m/s, que o índice de refração absoluto do ar é igual a 1,0 e adotando sen 53º = 0,8, calcule:

a) a velocidade escalar do feixe luminoso, em m/s, no interior do cilindro.

b) o desvio angular α, em graus, sofrido pelo feixe luminoso ao atravessar o cilindro.

Resposta:

a) Por meio do valor do índice de refração da substância, pode-se determinar a velocidade de propagação da luz no interior desse material.

b) A figura a seguir representa a trajetória do raio de luz no interior do cilindro. Note que o triângulo ABO é isósceles. Logo, os ângulos voltados para lados de mesma medida possuem o mesmo valor (θ). Além disso, na primeira refração, o ângulo de incidência é 53o (no ar), e o ângulo de refração é θ (no interior do material). Uma vez que, na segunda refração, o ângulo de incidência é θ (no interior do material), pelo princípio da reversibilidade da trajetória da luz, o ângulo de refração (no ar) deve ser 53o.

No triângulo ABC, o ângulo α é ângulo externo, sendo, portanto, a soma dos dois ângulos internos não adjacentes. Algebricamente:

α = β + β = 2 · β

Assim, para se determinar o desvio angular (), basta determinar o valor de β.

Aplicando a lei de Snell à primeira refração:

Portanto, . A partir da figura:

Assim:

Dessa forma, o desvio angular procurado vale:

 

 

Questão 15 - UNIFESP 2017 1º dia

Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder a questão.

Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”

(Fábulas completas, 2013.)

Os trechos “Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana” e “vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa” foram construídos em discurso indireto. Ao se transpor tais trechos para o discurso direto, o verbo “entrasse” e a locução verbal “tinha visto” assumem, respectivamente, as seguintes formas:



( a )

“entrai” e “vira”. 

( b )

“entrou” e “viu”.

( c )

“entre” e “vira”.

( d )

“entre” e “viu”. 

( e )

“entrai” e “viu”.

Resposta:

Como o próprio nome sugere, o discurso direto consiste em citar a fala de uma personagem sem a mediação explícita do narrador, exatamente como foi produzida. Em geral, formas no presente e no pretérito perfeito no discurso direto correspondem, respectivamente, ao pretérito imperfeito e ao pretérito mais-que-perfeito no discurso indireto. Daí que “entre” e “viu” sejam a melhor forma de representar, no discurso direto, as formas verbais “entrasse” e “tinha visto”.

Questão 15 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092000

Para responder à questão, leia o texto extraído da primeira parte, intitulada “A terra”, da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalística da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902.

Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de um canhoneio1 frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos arbustos, icozeiros2 virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias3 de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina.

O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão e protegido por ela — braços largamente abertos, face volvida para os céus — um soldado descansava.

Descansava... havia três meses.

Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4 estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...

E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme — o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria — lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares.

(Os sertões, 2016.)

1canhoneio: descarga de canhões.

2icozeiro: arbusto de folhas coriáceas, flores de tom verde-pálido e frutos bacáceos.

3palmatória: planta da família das cactáceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou róseas, e bagas vermelhas.

4Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher.

Observa-se o emprego de voz passiva no trecho



( a )

“Descansava... havia três meses.” (3º parágrafo) 

( b )

“Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta.” (4º parágrafo) 

( c )

“Nem um verme — o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria — lhe maculara os tecidos.” (5º parágrafo) 

( d )

“Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível.” (5º parágrafo) 

( e )

“E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido.” (4º parágrafo)

Resposta:

Em “e ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido”, há voz passiva sintética, “os mortos” é sujeito paciente, e o pronome “se” funciona como apassivador. Pode-se confirmar isso passando a oração para a voz passiva analítica: “E ao serem enterrados, dias depois, os mortos, não fora percebido”.

Questão 16 - UNIFESP 2017 1º dia

Caracterizou-o sempre um sincero amor pelas coisas de sua terra, pela sua gente, e se existe obra que possa ser chamada de brasileira, é a dele. Se seus assuntos eram o homem e a terra do Brasil, apanhados no Norte, no Sul, no Centro, a forma por que os explorava era também brasileira, pela sintaxe que empregava e pelos modismos que introduzia. O Brasil do campo e o das cidades está presente em sua obra, assim como o homem da sociedade, o homem da rua e o trabalhador rural. Abarcou os aspectos mais variados da nossa sensibilidade e da nossa formação, constituindo sua obra um painel a que nada falta, inclusive o índio, que nela tem participação considerável.

(José Paulo Paes e Massaud Moisés (orgs). Pequeno dicionário de literatura brasileira, 1980. Adaptado.)

Tal comentário refere-se ao escritor 



( a )

Machado de Assis.

( b )

Manuel Antônio de Almeida. 

( c )

José de Alencar. 

( d )

Aluísio Azevedo. 

( e )

Guimarães Rosa.

Resposta:

O texto faz referência à obra de José de Alencar, que, com seus romances históricos, indianistas, urbanos e regionalistas, compôs um painel importante da sociedade brasileira do século XIX.

Questão 17 - UNIFESP 2017 1º dia

Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder a questão.

Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula1 beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.

– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdour2, fazei dele um troféu e um lábaro3 , e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...

Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.

Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituí- das por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada4. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.

As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.

Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade5. Um casuísta6 do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.

(Contos: uma antologia, 1998.)

1cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.

2desdouro: descrédito, desonra.

3 lábaro: estandarte, bandeira.

4esgalgado: comprido e estreito.

5venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.

6casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso)

“Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos.” (1º parágrafo)

Tal promessa do Diabo constitui, sobretudo, uma inversão da seguinte máxima cristã:



( a )

“Amai-vos uns aos outros.”

( b )

 “Aquele que não tiver pecado, atire a primeira pedra.” 

( c )

“Não façais da casa do meu Pai casa de comércio.”

( d )

“Meu reino não é deste mundo.” 

( e )

“Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra face.”

Resposta:

A promessa do diabo envolve coisas mundanas, “da terra”, deste mundo. A máxima presente na alternativa D apregoa que o verdadeiro reino cristão é o oposto do que defende o diabo no conto machadiano.

Questão 17 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092011

Leia a narrativa “O leão, o burro e o rato”, de Millôr Fernandes, para responder à questão.

Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos1 e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:

— Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.

Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água2 e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão:

— Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?

O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto.

Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:

— Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora — divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.

Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou:

— Compadre leão, está pronta a partilha!

O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:

— Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?

E o rato respondeu:

— Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu — é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha — é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha — e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!

— Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! — exclamou o leão, realmente admirado. — Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?

— Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.

Moral: Só um burro tenta ficar com a parte do leão.

1A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum. 2Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso já é outra fábula.

(100 fábulas fabulosas, 2012.)

Uma moral para a narrativa de Millôr Fernandes em conformidade com uma fábula tradicional seria:



( a )

Para quem morrer está posto, é melhor a morte com reputação. 

( b )

Alguns seres humanos, por causa das próprias espertezas, sem perceber se lançam em direção às desgraças. 

( c )

Alguns homens fazem por mal o que por bem não querem aceitar. 

( d )

Para os homens, os infortúnios do próximo se tornam um apelo à ponderação. 

( e )

Os homens sensatos não desdenham nem mesmo as coisas modestas.

Resposta:

Na fábula de Millôr Fernandes, compreende-se que o rato muda a forma como faria a divisão da caça depois de presenciar o destino do burro, que havia feito uma divisão justa e igualitária e, por isso, foi morto pelo leão. Para não ter o mesmo destino que o companheiro, o rato favoreceu o animal mais forte, tomando para si uma parcela insignificante do produto da caça realizada conjuntamente pelos três. Assim, foi o infortúnio sofrido pelo burro que fez com que o rato ponderasse e assumisse uma postura diferente.

Questão 18 - UNIFESP 2017 2º dia

Sofia deveria ter estudado 10 temas de biologia para fazer uma avaliação, porém só estudou 2. Nessa avaliação, ela poderá ser reprovada (R), aprovada com ressalvas (AR) ou aprovada (A). Antes de iniciar a avaliação, a professora de Sofia dá a ela o direito de escolher uma das seguintes estruturas de avaliação:

Avaliação 1 – composta por apenas 2 questões, cada uma tratando de um dos 10 temas (sem repetir os temas), sendo que errar duas implica R, acertar apenas uma implica AR, e acertar as duas implica A.

Avaliação 2 – composta por apenas 3 questões, cada uma tratando de um dos 10 temas (sem repetir os temas), sendo que errar duas ou mais questões implica R, acertar apenas duas implica AR, e acertar as três implica A.

Considere que Sofia sempre acerta questões dos temas que estudou, e que sempre erra questões dos temas que não estudou.

a) Calcule as probabilidades de R, AR e A para o caso de Sofia ter escolhido a avaliação 1.

b) Se Sofia pretende ser aprovada, independentemente de ser com ressalvas (AR) ou diretamente (A), em qual das avaliações ela terá maior chance? Justifique matematicamente sua conclusão por meio de cálculos de probabilidade.

Resposta:

Nas resoluções a seguir, p(X) denota a probabilidade de ocorrer o evento X.

a)

A probabilidade de errar as duas questões é dada por 

A probabilidade de errar uma questão e acertar a outra é dada por 

Logo, 

A probabilidade de acertar as duas questões é dada por 

Logo, 

Resposta

b) 

Na avaliação 1, p(AR ∪ A) é dada por 

Logo, 

Deve-se calcular, agora, p(AR) e p(A) na avaliação 2.

A probabilidade de acertar duas questões e errar uma é dada por:

Logo, 

A probabilidade de acertar as três questões é nula, pois, pelo enunciado, Sofia não conseguiria acertar mais que duas questões. Logo, p(A) = 0. Na avaliação 2, p(AR ∪ A) é dada por 

De (*) e (**), conclui-se que a probabilidade de Sofia ser aprovada é maior na avaliação 1.

Resposta: Na avaliação 1.

 

Questão 10 - FUVEST 2017 2ª fase - 1º dia

Leia o excerto de Mayombe, de Pepetela, no qual as personagens “dirigente” e Comandante Sem Medo discutem o comportamento do combatente chamado Mundo Novo. As indicações [d] e [C] identificam, respectivamente, as falas iniciais do “dirigente” e do Comandante Sem Medo, que se alternam, no diálogo.

[d] (...) A propósito do Mundo Novo: a que chamas tu ser dogmático?

[C] — Ser dogmático? Sabes tão bem como eu.

— Depende, as palavras são relativas. Sem Medo sorriu.

— Tens razão, as palavras são relativas. Ele é demasiado rígido na sua conceção da disciplina, não vê as condições existentes, quer aplicar o esquema tal qual o aprendeu. A isso eu chamo dogmático, penso que é a verdadeira aceção da palavra. A sua verdade é absoluta e toda feita, recusase a pôla em dúvida, mesmo que fosse para a discutir e a reforçar em seguida, com os dados da prática. Como os católicos que recusam pôr em dúvida a existência de Deus, porque isso poderia perturbálos.

E tu, Sem Medo? As tuas ideias não são absolutas?

Todo o homem tende para isso, sobretudo se teve uma educação religiosa. Muitas vezes tenho de fazer um esforço para evitar de engolir como verdade universal qualquer constatação particular.

a) Que relação se estabelece, no excerto, entre a forma dialogal e as ideias expressas pelo Comandante Sem Medo?

b) No plano da narração de Mayombe, isto é, no seu modo de organizar e distribuir o discurso narrativo, emprega-se algum recurso para evitar que o próprio romance, considerado no seu conjunto, recaia no dogmatismo criticado no excerto? Explique resumidamente.

Resposta:

a) O diálogo no excerto faz referência ao discurso dogmático de Mundo Novo, que entendia de forma unilateral a postura política dentro do movimento da guerrilha. A opinião de Mundo Novo sobre o aspecto disciplinar é intransigente, devido à rigidez de seu aprendizado. O Comandante Sem Medo relativiza as opiniões, evitando assumir um posicionamento único sobre qualquer assunto no que compete ao grupo. Essa relativização supõe respeito por uma pluralidade de opiniões, o que é formalmente representado pela forma dialogal. b) Em Mayombe, o discurso polifônico surge como recurso por meio do qual diversas vozes narrativas se cruzam. Além da voz do narrador principal, que sustenta uma opinião livre do dogmatismo e mais preocupada com a unidade política de Angola, a narrativa abre espaço para a visão específica de várias personagens. Essas falas individuais marcam posicionamentos políticos distintos e abrem espaço para a diversidade de opinião dentro do movimento de guerrilha, postura que, no conjunto do romance, neutraliza o perfil dogmático como o defendido por Mundo Novo.

 

Questão 10 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092000

Para responder à questão, leia o texto extraído da primeira parte, intitulada “A terra”, da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalística da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902.

Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de um canhoneio1 frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos arbustos, icozeiros2 virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias3 de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina.

O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão e protegido por ela — braços largamente abertos, face volvida para os céus — um soldado descansava.

Descansava... havia três meses.

Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4 estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...

E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme — o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria — lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares.

(Os sertões, 2016.)

1canhoneio: descarga de canhões.

2icozeiro: arbusto de folhas coriáceas, flores de tom verde-pálido e frutos bacáceos.

3palmatória: planta da família das cactáceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou róseas, e bagas vermelhas.

4Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher.

Anteriormente ao texto transcrito, Euclides da Cunha menciona a existência de “higrômetros inesperados e bizarros” na paisagem. Constitui exemplo de higrômetro inesperado e bizarro no texto transcrito:



( a )

a disposição geográfica das colinas. 

( b )

a ação dos vermes a decompor o cadáver. 

( c )

o corpo abandonado do soldado. 

( d )

a quixabeira solitária, cercada por vegetação franzina. 

( e )

a secura extrema dos ares.

Resposta:

Considerando que um higrômetro é um instrumento usado para medir a umidade do ar, percebe-se que o corpo do combatente morto é metaforicamente associado a um instrumento desses, ao ser comparado, no último período, a um “aparelho” capaz de revelar “a secura dos ares”.

Questão 11 - UNIFESP 2017 2º dia

Um avião, logo após a aterrissagem, está em movimento retilíneo sobre a pista horizontal, com sua hélice girando com uma frequência constante de 4 Hz.

Considere que em um determinado intervalo de tempo a velocidade escalar desse avião em relação ao solo é constante e igual a 2 m/s, que cada pá da hélice tem 1 m de comprimento e que π = 3. Calcule:

a) a distância, em metros, percorrida pelo avião enquanto sua hélice dá 12 voltas completas.

b) o módulo da velocidade vetorial instantânea, em m/s, de um ponto da extremidade de uma das pás da hélice do avião, em relação ao solo, em determinado instante desse intervalo.

Resposta:

a) Como a frequência da hélice é 4 Hz, isso significa que ela executa 4 voltas a cada segundo. Assim:

A distância (d) percorrida pelo avião durante esse intervalo de tempo pode assim ser calculada:

A intensidade da velocidade vetorial instantânea de um ponto P na extremidade de uma das pás da hélice do avião, em relação ao solo, é a mesma em qualquer instante; logo, para obtê-la, podemos analisar a situação dada no enunciado em qualquer instante. Tome-se o instante no qual a hélice se encontra na direção vertical.

Visão Superior

Sendo que: A velocidade do ponto P em relação ao avião  está associada à rotação da hélice. Logo: Analisando a figura 1 e utilizando o teorema de Pitágoras;

Questão 12 - UNIFESP 2017 2º dia

Em um teste realizado na investigação de um crime, um projétil de massa 20 g é disparado horizontalmente contra um saco de areia apoiado, em repouso, sobre um carrinho que, também em repouso, está apoiado sobre uma superfície horizontal na qual pode mover-se livre de atrito. O projétil atravessa o saco perpendicularmente aos eixos das rodas do carrinho, e sai com velocidade menor que a inicial, enquanto o sistema formado pelo saco de areia e pelo carrinho, que totaliza 100 kg, sai do repouso com velocidade de módulo v.

O gráfico representa a variação da velocidade escalar do projétil, vP, em função do tempo, nesse teste.

Calcule:

a) o módulo da velocidade v, em m/s, adquirida pelo sistema formado pelo saco de areia e pelo carrinho imediatamente após o saco ter sido atravessado pelo projétil.

b) o trabalho, em joules, realizado pela resultante das forças que atuaram sobre o projétil no intervalo de tempo em que ele atravessou o saco de areia.

Resposta:

a) Na situação descrita no enunciado, o sistema formado por projétil, saco de areia e carrinho é isolado. Assim:

Qsist = Q'sist

mp · Vp = mc · V'c + ms · V's + mp · V'p

De acordo com o enunciado, as velocidades do carrinho e do saco são iguais e apresentam a mesma intensidade V.

mp · Vp = (mc + ms) · V + mp · V'p

2 · 10-2 · 500 = (100) · v + 2 · 10-2 · 80

V = 8,4 · 10-2 m/s

b) Aplicando o teorema da energia cinética para o projétil:

Questão 12 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092000

Para responder à questão, leia o texto extraído da primeira parte, intitulada “A terra”, da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalística da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902.

Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de um canhoneio1 frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos arbustos, icozeiros2 virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias3 de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina.

O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão e protegido por ela — braços largamente abertos, face volvida para os céus — um soldado descansava.

Descansava... havia três meses.

Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4 estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...

E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme — o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria — lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares.

(Os sertões, 2016.)

1canhoneio: descarga de canhões.

2icozeiro: arbusto de folhas coriáceas, flores de tom verde-pálido e frutos bacáceos.

3palmatória: planta da família das cactáceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou róseas, e bagas vermelhas.

4Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher.

A paisagem retratada no texto mostra-se compatível com o clima que registra



( a )

temperaturas elevadas no verão e amenas no inverno e precipitações escassas na maior parte do ano. 

( b )

temperatura amena pela ação dos fortes ventos e precipitação concentrada nos meses de inverno. 

( c )

temperaturas elevadas e precipitações escassas e mal distribuídas ao longo do ano. 

( d )

temperaturas acima dos 35 ºC e chuvas intensas, porém mal distribuídas, ao longo do ano. 

( e )

temperatura média elevada e duas estações bem definidas, seca e chuvosa, ao longo do ano.

Resposta:

O texto retrata a paisagem da Caatinga, marcada pela presença de arbustos e espécies xerófilas de cactáceas (palmatória), característica do sertão nordestino, onde prevalece o clima semiárido, que apresenta elevada média térmica e chuvas escassas e irregulares ao longo do ano.

Questão 13 - UNIFESP 2017 1º dia

Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder a questão.

Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”

(Fábulas completas, 2013.)

A moral mais apropriada para fechar a fábula seria: 



( a )

Esta fábula pode ser dita a propósito de homens desventurados que, quando estão em situações embaraçosas, rezam para encontrar uma saída, mas assim que encontram procuram evitá-las.

( b )

Desta fábula pode servir-se uma pessoa a propósito daqueles homens que nitidamente proclamam ações nobres, mas na prática realizam atos vis. 

( c )

Esta fábula mostra que os homens desatentos prestam atenção nas coisas de que esperam tirar proveito, mas permanecem apáticos em relação àquelas que não lhes agradam. 

( d )

Assim, alguns homens se entregam a tarefas arriscadas, na esperança de obter ganhos, mas se arruínam antes mesmo de chegar perto do que almejam. 

( e )

Desta fábula pode servir-se uma pessoa a propósito de um homem frouxo que reclama de ínfimas desgraças, enquanto ela própria suporta, sem dificuldade, desgraças enormes.​

Resposta:

Fábulas são textos figurativos que usam essencialmente elementos concretos para a discussão de um dado da realidade em que vivemos. A “moral da história” desses textos pode estar implícita. Por meio da ação das personagens, a “raposa” e o “lenhador”, observa-se que este queria ter sua atitude, pretensamente nobre, reconhecida por aquela. A raposa, porém,  desmascara o homem ao dizer que os gestos e as palavras dele não eram condizentes.

Questão 13 - UEL 2021 UEL 2021 - Arte, Língua Portuguesa e Literatura

A obra “Roda de Bicicleta”, de Marcel Duchamp, de 1913, inaugurou a proposta de readymade, utilizando objetos prontos, não construídos pelo artista, na produção da obra de arte.

Com base na imagem da obra de Duchamp e nos conhecimentos sobre Arte Moderna, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o movimento artístico do qual a obra faz parte.



( a )

Fauvismo 

( b )

Dadaísmo 

( c )

Pop Art 

( d )

Futurismo 

( e )

Op Art

Resposta:

Alternativa correta: b  

Justificativa  

a) Alternativa incorreta. O Fauvismo nasceu na França no início do século XX e sua principal característica foi o uso da cor pura, sem a realização de misturas, de modo a dar volume, relevo e perspectiva às obras. Além disso, a arte fauvista pretende induzir o homem ao seu estado natural através da estética primitivista, assim como a pureza das criações infantis. A obra de Duchamp analisada na questão, por sua vez, apresenta a tridimensionalidade, a irreverência, o irracional e o protesto.  

b) Alternativa correta. A obra retratada na questão faz parte do movimento dadaísta por apresentar características como: a quebra de forma irônica com modelos tradicionais e clássicos, proporcionando um traço ilógico, irracional e de protesto, com espontaneidade e improvisação, observados na utilização de objetos. Além disso, o Dadaísmo era avesso ao nacionalismo e a valorização do material, criticando o consumismo e o capitalismo, seu lema era: “a destruição também é criação”, facilmente observado na obra de Duchamp.  

c) Alternativa incorreta. A Pop Art, termo em inglês que significa “arte popular” é um movimento marcado pela produção de arte com temáticas relacionadas ao consumo, a publicidade e ao estilo de vida americano. Esse movimento não deve ser considerada um fenômeno de cultura popular, apesar de seu nome, mas sim uma interpretação específica da cultura dita popular e de massas.  

d) Alternativa incorreta. O Futurismo foi um movimento pertencente as vanguardas artísticas que teve como sua principal característica a incorporação da velocidade em seu procedimento artístico, retratando em suas obras o movimento acelerado e a industrialização crescente do século XX, sendo, dessa forma, oposto ao Dadaísmo. 

e) Alternativa incorreta. A Op Art ou Arte Ótica teve seu ápice nos Estados Unidos, na década de 60 e teve como características a utilização dos recursos visuais para, sobretudo, a construção da ilusão de ótica, utilização de formas geométricas e linhas, o movimento e o contraste de cores, como o preto e o branco. Além disso, a Op Art evidencia a importância do observador como participante de um estilo abstrato. Se diferencia no Dadaísmo ao trabalhar com a abstração e o seu caráter ilógico e irracional é diferente, sobretudo na composição e disposição da obra.

Questão 14 - UNIFESP 2017 1º dia

Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder a questão.

Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”

(Fábulas completas, 2013.)

“Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras.”

Em relação à oração que a sucede, a oração destacada tem sentido de 



( a )

causa. 

( b )

conclusão. 

( c )

proporção. 

( d )

consequência. 

( e )

comparação.

Resposta:

No período, como os caçadores não prestaram atenção aos gestos do lenhador, deram crédito às palavras dele.

Questão 14 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092000

Para responder à questão, leia o texto extraído da primeira parte, intitulada “A terra”, da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. A obra resultou da cobertura jornalística da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902.

Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de um canhoneio1 frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos arbustos, icozeiros2 virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias3 de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina.

O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão e protegido por ela — braços largamente abertos, face volvida para os céus — um soldado descansava.

Descansava... havia três meses.

Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4 estrondada, o cinturão e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...

E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme — o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria — lhe maculara os tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares.

(Os sertões, 2016.)

1canhoneio: descarga de canhões.

2icozeiro: arbusto de folhas coriáceas, flores de tom verde-pálido e frutos bacáceos.

3palmatória: planta da família das cactáceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior vermelha, ou róseas, e bagas vermelhas.

4Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher.

Considerando-se o contexto, o termo que qualifica o substantivo na expressão “adversário possante” (4º parágrafo) tem sentido oposto ao termo que qualifica o substantivo em



( a )

“violenta pancada” (4º parágrafo). 

( b )

“tranquilo sono” (5º parágrafo). 

( c )

“anfiteatro irregular” (1º parágrafo). 

( d )

“fosso repugnante” (4º parágrafo). 

( e )

“vegetação franzina” (1º parágrafo).

Resposta:

Em “adversário possante”, o termo que qualifica o substantivo “adversário” é o adjetivo “possante”. Entre as alternativas, o adjetivo que tem sentido oposto a esse é “franzina”, presente em “vegetação franzina” (que remete a uma vegetação de talhe fino).

Questão 15 - UNIFESP 2017 2º dia

A figura representa o esquema de uma panela elétrica, na qual existe uma chave seletora C que pode ser ligada em dois pontos, A e B, que definem qual circuito será utilizado para dissipar, por efeito joule, a energia térmica necessária para o funcionamento da panela.

Uma pessoa deseja utilizar essa panela para elevar a temperatura de quatro litros de água de 20 ºC para 80 ºC. Considerando que o calor específico da água seja 4 × 103 J/(kg · ºC), que a densidade da água seja 1 kg/L, que toda a energia térmica dissipada pelos resistores seja absorvida pela água e, ainda, que a água não perca calor durante o processo, calcule:

a) o valor da razão  em que PA e PB são, respectivamente, as potências dissipadas pelos resistores quando a chave C está ligada no ponto A e no ponto B.

b) o valor da resistência elétrica R, em ohms, para que se consiga produzir o aquecimento desejado dessa massa de água, no intervalo de tempo de 10 minutos, com a chave C ligada no ponto A.

Resposta:

A)

Com a chave C ligada ao ponto A, tem-se:

Já com a chave C ligada ao ponto B:

Assim:

 

B)

Como toda a energia térmica dissipada pelos resistores é absorvida pela água:

Questão 16 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092011

Leia a narrativa “O leão, o burro e o rato”, de Millôr Fernandes, para responder à questão.

Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos1 e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:

— Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.

Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água2 e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão:

— Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?

O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto.

Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:

— Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora — divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.

Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou:

— Compadre leão, está pronta a partilha!

O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:

— Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?

E o rato respondeu:

— Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu — é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha — é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha — e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!

— Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! — exclamou o leão, realmente admirado. — Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?

— Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.

Moral: Só um burro tenta ficar com a parte do leão.

1A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum. 2Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso já é outra fábula.

(100 fábulas fabulosas, 2012.)

A narrativa de Millôr Fernandes afasta-se do modelo tradicional da fábula na medida em que emprega um tom



( a )

moralizante. 

( b )

fantástico. 

( c )

lacônico. 

( d )

ambíguo. 

( e )

paródico.

Resposta:

O gênero fábula normalmente é desenvolvido a partir da utilização de animais com características humanas como personagens de pequenas narrativas. Por meio da interação entre eles, valores morais são pedagogicamente apresentados aos leitores. No caso do texto de Millôr Fernandes, há uma transgressão desse procedimento pelo fato de que a moral transmitida não corresponde aos princípios éticos que fábulas costumam divulgar, o que atribui ao texto um tom paródico.

Questão 16 - UNIFESP 2017 2º dia

O gasto calórico no exercício da atividade física de corrida é uma função de diversas variáveis, porém, a fórmula simplificada pode dar uma estimativa desse gasto.

Gasto calórico (em calorias por hora) = velocidade da corrida (em km/h) x massa do indivíduo (em kg)

Considere que, no exercício da corrida, o consumo de oxigênio, que em repouso é de 3,5 mL por quilograma de massa corporal por minuto, seja multiplicado pela velocidade (em km/h) do corredor.

a) Turíbio tem massa de 72 kg e pratica 25 minutos de corrida por dia com velocidade constante de 8 km/h. Calcule o gasto calórico diário de Turíbio com a prática dessa atividade.

b) Seja c o consumo de litros de oxigênio em uma hora de corrida de um indivíduo de massa m (em kg) em velocidade constante v (em km/h). Calcule o valor da constante  na prática de uma hora de corrida desse indivíduo.

Resposta:

a) 

Sendo G o gasto calórico de Turíbio durante sua corrida diária, tem-se:

Assim:

Resposta: 240 calorias

b) 

Das informações do enunciado, tem-se:

O consumo de oxigênio em repouso é de 3,5 mL por quilograma de massa corporal por minuto, ou seja, é de  por quilograma de massa corporal por hora.

No exercício da corrida, o consumo é:

Resposta: O valor da constante é 0,21.

Questão 17 - UNIFESP 2017 2º dia

Os pontos T e U deslocam-se sobre retas paralelas r1 e r2 de tal forma que  passe sempre pelo centro C de um quadrado PQRS, de lado 2, e forme um ângulo de medida α com r1, conforme indica, como exemplo, a sequência de cinco figuras.

a) Calcule as medidas de  nas situações em que α = 45° e α = 90°.

b) Denotando TU por y, determine y em função de α e o respectivo domínio dessa função no intervalo de α em que a posição de T varia de P até Q.

Resposta:

a) 

Considere as figuras abaixo:

quando , tem-se que  é uma diagonal do quadrado PQRS e, portanto, mede ; quando , tem-se que  é um segmento paralelo aos lados  do quadrado, cuja medida é igual à medida do lado do quadrado, ou seja, 2. 

Resposta:

b)

Como a distância entre r1 e r2 vale 2, tem-se a figura:

No triângulo retângulo da figura, tem-se:

Note que, quando T = P, tem-se  e, quando T = Q, tem-se . Ainda, para cada ponto U do segmento , existe um valor de , tal que U = T. Logo, o domínio de , quando T percorre o segmento , é dado pelo intervalo 

Resposta:  

 

Questão 18 - UNIFESP 2017 1º dia

Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder a questão.

Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula1 beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.

– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdour2, fazei dele um troféu e um lábaro3 , e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...

Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.

Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituí- das por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada4. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.

As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.

Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade5. Um casuísta6 do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.

(Contos: uma antologia, 1998.)

1cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.

2desdouro: descrédito, desonra.

3 lábaro: estandarte, bandeira.

4esgalgado: comprido e estreito.

5venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.

6casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso)

Estão empregados em sentido figurado os termos destacados nos seguintes trechos:



( a )

“a que podia ser na boca de um espírito de negação” (3º parágrafo) e “sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada” (4º parágrafo).

( b )

“incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência” (5º parágrafo) e “a definição que ele dava da fraude” (6º parágrafo). 

( c )

“retificar a noção que os homens tinham dele” (1º parágrafo) e “congregar, em suma, as multidões ao de si” (3º parágrafo). 

( d )

“Sou o vosso verdadeiro pai.” (2º parágrafo) e “as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras” (4º parágrafo) 

( e )

“uma voz que reboava nas entranhas do século” (1º parágrafo) e “a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens” (2º parágrafo).

Resposta:

Tanto “entranhas” quanto “coração” são palavras empregadas em sentido figurado: a primeira mostra que a voz do demônio atingia grande número de pessoas, tocando-lhes intimamente; a segunda remete aos sentimentos humanos.

Questão 18 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos da Área de Biológicas

7092011

Leia a narrativa “O leão, o burro e o rato”, de Millôr Fernandes, para responder à questão.

Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos1 e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:

— Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.

Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água2 e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão:

— Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?

O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto.

Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:

— Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora — divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.

Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro, apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato o chamou:

— Compadre leão, está pronta a partilha!

O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:

— Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?

E o rato respondeu:

— Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu — é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha — é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha — e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!

— Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! — exclamou o leão, realmente admirado. — Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?

— Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.

Moral: Só um burro tenta ficar com a parte do leão.

1A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum. 2Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso já é outra fábula.

(100 fábulas fabulosas, 2012.)

“Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida.” (8º parágrafo)

Em relação à oração que a sucede, a oração sublinhada expressa ideia de



( a )

consequência. 

( b )

tempo. 

( c )

concessão. 

( d )

condição. 

( e )

causa.

Resposta:

Em “mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida”, a oração sublinhada é subordinada adverbial temporal; expressa, portanto, ideia de tempo. É possível confirmar isso pela possibilidade de substituir “mal” por conectivos tradicionalmente utilizados para expressar tempo: “logo que (assim que) o leão se afastou...”.

 

Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas