Selecione as melhores questões em nosso banco de atividades
1
Pesquise diretamente pela barra de busca abaixo ou filtre as questões escolhendo segmento, disciplina, assunto, tipo de avaliação, ano e/ou competência.
2
Clique no botão [+] abaixo da questão que deseja adicionar a sua prova, ou arraste a questão para o organizador de prova.
3
Use a aba do organizador para excluir ou adicionar as questões de nosso banco para a sua prova.
4
Quando estiver satisfeito com montagem realizada, clique em “Prévia da prova” para visualizar sua prova completa.
5
Se quiser retornar para editar algo clique em “Editar prova”. Caso esteja satisfeito, insira seu nome e e-mail nos campos e clique em “ Finalizar”.
6
Basta acessar os links da prova e gabarito que serão exibidos!
(Uerj)
Os textos desta proposta põem em debate aspectos da relação entre a sociedade brasileira e as próprias leis e normas.
Texto I
O texto a seguir é um fragmento da entrevista realizada pela Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro com o escritor e jornalista Laurentino Gomes.
Como a questão da transgressão das leis está relacionada com a história do Brasil?
A transgressão das leis existe em qualquer sociedade, produto da tensão entre as necessidades individuais e os interesses coletivos, mas no Brasil o fenômeno se agrava por razões históricas. O Brasil tem uma história de tutelagem e controle, marcada pelo analfabetismo, a pobreza e a falta de cultura, na qual a grande maioria da sociedade não foi chamada a participar da elaboração das leis e da construção das instituições nacionais.
Até 1808, ano da chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, o Brasil era uma colônia atrasada, ignorante e proibida, em que 98% dos habitantes eram analfabetos. Não havia ensino superior e imprensa. A circulação de livros era censurada e o direito de reunião para discutir ideias, proibido. De cada três brasileiros, um era escravo. [...] A herança de exclusão se perpetua depois da Independência. A nossa primeira Constituição, a de 1824, foi outorgada, ou seja, imposta de cima para baixo. Durante o período monárquico, um pequeno grupo ilustrado tentava conduzir os destinos de todo o resto constituído por uma enorme massa de analfabetos e destituídos. Na República, o fenômeno se repete em inúmeros golpes, quarteladas e ditaduras, em que novamente alguns grupos mais privilegiados tentam tutelar todos os demais.
E qual o resultado disso?
O resultado é uma relação de estranheza entre a sociedade, o Estado e as instituições que ele representa.
Construímos uma cultura transgressora,incapaz de pactuar caminhos e soluções para seu futuro, em que os interesses individuais ou de grupos se sobrepõem ao do conjunto da sociedade. A transgressão das leis é um reflexo dessa herança histórica.
Na sua opinião, por que o brasileiro não respeita as leis de trânsito quando não está sendo fiscalizado?
Ainda não conseguimos incorporar por completo em nossa sociedade o conceito de civilização, que se caracteriza pelo respeito nas relações pessoais e pela predominância dos interesses coletivos sobre os individuais. [...] As pessoas só vão respeitar as leis e as instituições quando se reconhecerem nelas. E, para isso, é necessário que participem de sua construção. Mas há também um problema sério de impunidade.
No fundo, as pessoas sabem que o Estado é ineficiente e permeável à corrupção. Quem comete um delito tem grandes chances de não ser punido. Há, portanto, um cálculo de custo-benefício nas infrações. Como resultado da impunidade, a chance de alguém "furar" um sinal de trânsito e não ser punido é bastante grande. Portanto, do ponto de vista do infrator, vale a pena arriscar.
[...] por que temos leis tão boas (na teoria) e muitas vezes pecamos na prática?
Há uma enorme dose de hipocrisia nas relações entre a sociedade brasileira e suas instituições. As pessoas criticam a corrupção, a ineficiência e falta de transparência no governo, por exemplo, mas não agem de forma muito diferente nas suas vidas particulares. O mesmo cidadão que critica a corrupção e a troca de favores no Congresso Nacional e acha que todos os políticos são corruptos por natureza, às vezes topa oferecer uma "caixinha" para o policial rodoviário que o flagrou fazendo uma ultrapassagem proibida. É como se houvesse nas relações individuais uma ética superior às coletivas, expressadas na política e no funcionamento das instituições, o que não é verdade.
Na prática, as instituições nacionais são um espelho da média da sociedade brasileira. O Congresso Nacional nunca será mais corrupto ou menos corrupto do que a média da sociedade brasileira. Deputados e senadores corruptos não caem do céu, mas são eleitos por eleitores que, por ignorância ou convicção, aceitam a prática da corrupção. [...]
Disponível em: .
Texto II
O fragmento a seguir compõe um livro que recria, pela ficção, a Bahia do século XVII e tem como personagem central o poeta Gregório de Matos.
“Esta cidade acabou-se”, pensou Gregório de Matos, olhando pela janela do sobrado, no terreiro de Jesus. “Não é mais a Bahia. Antigamente, havia muito respeito. Hoje, até dentro da praça, nas barbas da infantaria, nas bochechas dos granachas, na frente da forca, fazem assaltos à vista.” [...]
Às seis horas da manhã, o governador Antonio de Souza de Menezes saiu do palácio. Cruzou a praça central onde ficavam os edifícios da administração: a sede do governo, a prisão, a Câmara, o Tribunal e o Armazém Real. Dirigiu-se à igreja dos jesuítas, para o sacramento da penitência. Gostava de fazê-lo de manhã. Tinha seu padre confessor, da ordem dos franciscanos, mas considerava os jesuítas mais preparados para a orientação religiosa.
Muitas vezes, ao ajoelhar-se aos pés do sacerdote para fazer suas revelações, gostava de imaginar que quem estava inquirindo seus pecados era o padre Antonio Vieira. Eram suas supremas confissões. Falava sobre todas as iniquidades, transgressões, violações que cometera. [...]
As pessoas que caminhavam pela praça naquele momento eram, na maioria, negros escravos ou mestiços trabalhadores. Muitos iam para as igrejas. Os sinos chamavam, repicando. [...]
Os homens, mesmo dentro da igreja, andavam armados de espadas e cotós limpos. Tudo naquela cidade dependia da força pessoal. Já não se enforcavam mais tão comumente os ladrões e os assassinos, tampouco os falsários e os maldizentes. Não havia grandes assaltantes na Bahia, diziam, mas quase todos furtavam um pouquinho. Alguns salteadores de estradas, raros ladrões violentos ou cortadores de bolsas andavam por ali, porém uma desonestidade implícita e constante fazia parte do procedimento das pessoas. Negros fugidos tornavam as estradas e certas ruas mais perigosas. A cobiça do dinheiro ou a inveja dos ofícios, além disso, era um sentimento comum. [...] Todos levavam seus golpes, todos sofriam com as intrigas cruéis e nefandas. Gregório de Matos suspirou. Era muito mais difícil viver ali. Por que voltara?
Mascates no terreiro, em volta da igreja, vendiam miudezas. O movimento das ruas aumentava. Passantes dirigiam-se aos jogos, ao campo, para divertir-se ou murmurar contra o governo, criando suas próprias leis e arbítrios. E, mesmo sendo ainda de manhã, alguns vinham trôpegos.
Ana Miranda. Boca do inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
O texto e a charge a seguir trazem elementos que se articulam com as discussões levantadas nos textos anteriores acerca da relação entre a sociedade e as suas próprias leis.
O império da Lei
Como conseguir que todo um povo tenha respeito às leis escritas pelo Estado? O Estado Democrático de Direito é um modelo de Estado inventado por cidadãos dos tempos modernos. Nesse novo tipo de Estado pressupõe-se que os poderes políticos sejam exercidos sempre em perfeita harmonia com as regras escritas nas leis e nos princípios do direito. Todavia, o que temos visto no Brasil e em outras partes do mundo é que muitos cidadãos comuns do povo, bem como também aqueles cidadãos eleitos e/ ou aprovados em concurso público para exercerem os poderes do Estado, só obedecem às leis se estas lhes forem convenientes. O que fazer, então? Para início de conversa, teremos todos que saber distinguir perfeitamente o que pertence ao espaço público e o que pertence ao espaço privado. E se você considerar uma lei injusta tome uma posição política contra isso. Lute, pacífica e publicamente, pelo reconhecimento de seu direito e pela mudança da lei.
Inês do Amaral Büschel. Promotora de Justiça de São Paulo. Disponível em: Adaptado.
Proposição
A partir da leitura dos textos desta prova e de suas reflexões individuais, redija uma dissertação, de 20 a 30 linhas, em que exponha sua opinião a respeito da cultura de transgressão das leis, tão comentada no Brasil de hoje. Utilize o registro padrão da língua e estrutura argumentativa completa. Atribua um título ao seu texto.
O jornal “O Globo”, na edição de 7/11/2016, focalizando o ENEM 2026 e sob o título “Prova de Tolerância” e subtítulo “Candidatos e professores elogiam tema da redação, sobre combate a preconceito religioso”, assim se pronunciou: Os milhões de candidatos que prestaram ontem o segundo e último dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram convidados a refletir em suas redações sobre “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. Considerando sensível e atual, o tema foi elogiado por professores, religiosos e pelos próprios participantes do concurso. ”
Deixando completamente de lado a abordagem da intolerância religiosa, reflita e redija sobre outro ou outros preconceitos que se fazem presentes em nossa sociedade e tenha como dispensável a inserção de um título à sua redação.
COMENTÁRIO do CANDIDATO ou da CANDIDATA
I – Interpretação :
“Um dos textos de apoio que acompanharam a redação mostrou que as religiões afro-brasileiras são os principais alvos da intolerância...”
(O Globo, 7/11/2016, p.25).
O que pode ser entendido por “religiões afro-brasileiras”?
II – Cultura Geral:
O tema da redação do ENEM 2016 “... reacende histórias como a de Kayllane Campos, menina que levou uma pedrada após sair de uma festa de candomblé no ano passado vestindo a indumentária de sua religião...”. Em que cidade brasileira teve lugar o fato narrado?
III – Conhecimentos atualizados:
Que ocorrência, envolvendo a aplicação das provas do ENEM 2016, ensejou a intervenção da Polícia Federal e provoca em todos nós repulsa, lamento, frustração e tristeza?
(oglobo.globo.com, 14/11/2016).
INSTRUÇÕES
1. Verifique se as folhas da Versão Definitiva da Redação apresentam problemas de impressão gráfica. Caso isso ocorra, informe ao fiscal da sala.
2. A nota integral da redação (120 pontos) corresponde à soma do valor máximo dos dois gêneros textuais solicitados. Assim, para poder alcançar essa nota você deve, obrigatoriamente, elaborar os dois gêneros solicitados.
3. Cada gênero textual traz (no comando) orientações específicas, que devem ser observadas para a elaboração de sua redação.
4. Elabore as redações com letra legível e sem rasuras nas folhas da VERSÃO DEFINITIVA, utilizando caneta esferográfica com tinta azul-escura. Caso alguma palavra necessite de correção, não a risque, nem a coloque entre parênteses. Nesse caso, utilize, entre vírgulas, a expressão digo ou ou melhor e, em seguida, registre a forma correta.
5. ATENÇÃO: não rabisque nem faça anotações sobre o código de barras. Mantenha-o “limpo” para leitura óptica eficiente e segura.
6. Terá nota ZERO, em qualquer um dos gêneros textuais, o candidato que
A) não produzir o gênero textual solicitado;
B) fugir à temática proposta pelo(s) texto(s) oferecido(s) como estímulo e apoio à produção escrita;
C) apresentar desestruturação do gênero textual, caracterizada por mistura de gêneros, demonstrando imprecisão ou desconhecimento de sua organização;
D) apresentar alguma marca de identificação: número de inscrição, nome do candidato (completo ou parcial), letra(s) inicial(is) de nome e/ou de sobrenome, qualquer forma de assinatura, códigos ou quaisquer palavras ou marcas (inclusive as de corretivo líquido e caneta marca texto) que permitam identificação do candidato. Quando não solicitado pelo comando, o emprego de nome e/ou de sobrenome fictício(s) – inclusive sigla ou abreviatura – equivale à marca identificadora e acarreta nota zero;
E) desenvolver o texto com letra ilegível, em forma de desenho, com códigos alheios à língua portuguesa escrita, com espaçamento excessivo entre letras, palavras, linhas, parágrafos e margens, com menos linhas do que o solicitado no comando, e/ou apresentar falhas no desempenho linguístico em diversos níveis;
F) escrever a Versão Definitiva a lápis ou utilizar caneta com tinta em cor diferente de azul-escura;
G) não apresentar seu texto na folha Versão Definitiva ou entregá-la em branco.
TEXTO 1
Amizade que termina por causa de política era amizade mesmo?
O ditado “política não se discute” deve ser um dos principais responsáveis por a gente estar tão próximo do centro da Terra quando o assunto é buraco. Talvez o problema seja o que a gente acabou chamando de “discutir política”.
Se a primeira imagem que vem à sua cabeça enquanto lê isso é baixaria entre pessoas de opiniões divergentes, talvez a solução seja discutir mais coisas fora a prisão do Lula ou a impunidade de Aécio Neves com as pessoas próximas. E vai ser fácil, porque, desde quando nos organizamos em sociedades e desencanamos de andar por aí caçando a própria comida, todos os nossos gestos acabam sendo gestos políticos.
Quando você escolhe ir para o trabalho de carro, bicicleta ou transporte público, não importando a sua preferência, está fazendo um gesto político. Quando decide o nome do seu filho, o time de futebol, a cor da parede da casa, o canal onde vai assistir ao telejornal ou o tipo de comida que vai comprar, você está incansavelmente mexendo com política.
Já aconteceu com todo mundo: seu amigo manifesta uma opinião sobre partidos ou políticas públicas na Internet, e você entra em uma espiral de choque, decepção, repugnância e tristeza por pensar exatamente o oposto do que ele com tanta paixão. Sabe por quê? Você não está sabendo observar e escutar esse amigo. Todos os dias, ele te dá pistas concretas de que ele é tudo isso aí que você leu no Face dele mesmo.
Talvez você não tenha reparado antes nos tipos de piadas que ele prefere, na forma como ele lida com a família, na religião ou no ateísmo dele, mas estava lá o tempo todo. Em uma situação assim, ninguém foi enganado. Só faltou conversa. Falta o tempo todo.
Discutir política não é falar sobre o seu candidato a cada dois anos, quando convocam eleições. Discutir política é perguntar para o seu camarada por que ele escolheu a vida que escolheu, como se cercou das pessoas que se cercou, [...] por que ele acha que o seu corte de cabelo ficou uma merda [...]. Conte você, melhor, sobre suas escolhas também.
Com base nas respostas, você pode acabar se surpreendendo a respeito da quantidade de amizades que deseja realmente manter. Sendo otimista, também pode acabar encontrando outras onde achava que não existiam. O fato é que suas amizades também são gestos políticos — e você pode acabar se dando conta disso em momentos inoportunos. Faz parte.
[...]
Texto adaptado de SAHD, L. Disponível em: . Acesso em: 13 abr. 2018.
TEXTO 2
Amigo
(Roberto Carlos)
Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas [...] Às vezes em certos momentos difíceis da vida Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída A sua palavra de força, de fé e de carinho Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho [...] Você que me diz as verdades com frases abertas Amigo, você é o mais certo das horas incertas [...] Não preciso nem dizer tudo isso que eu lhe digo, Mas é muito bom saber que eu tenho um grande amigo.
Excerto da letra disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2018.
GÊNERO TEXTUAL 1 – CARTA PESSOAL
Contexto de Produção: Há alguns meses, você estava com um grupo de amigos/as quando houve certo desentendimento entre você e um/a deles/as, por alguma divergência de opinião (sobre política, ou religião, ou futebol, ou filmes, ou carreiras, ou sobre qualquer outro assunto), que os/as levou a um rompimento. Sentindo falta do/a amigo/a, você resolve escrever-lhe uma carta buscando restabelecer a amizade.
Comando de Produção: Considerando o contexto de produção acima apresentado e os textos de apoio, escreva uma CARTA PESSOAL a seu/sua amigo/a com a finalidade de relatar o quanto fez falta o contato entre vocês dois/duas, de argumentar que a discussão que houve naquela ocasião poderia ter tido um rumo mais saudável e maduro e de esclarecer que refletiu sobre o ponto de vista dele/a sobre o assunto que os/as levou ao rompimento. Sua carta deve ter o mínimo de 10 e o máximo de 15 linhas. Assine APENAS como “Seu amigo” ou “Sua amiga”.
GÊNERO TEXTUAL 2 – ARTIGO DE OPINIÃO
Contexto de Produção: Você é estudante de graduação e, ao participar de um concurso de redação, promovido por um jornal, aberto a todos os alunos de primeiro ano da Universidade, escolhe tratar do assunto “amizade”, motivado pela leitura que fez dos textos “Amizade que termina por causa de política era amizade mesmo?” (Texto 1) e “Amigo” (Texto 2).
Comando de Produção: Considerando o contexto de produção acima apresentado, escreva um ARTIGO DE OPINIÃO sobre a manutenção (ou não) da amizade quando antigos/as amigos/as, que tomaram diferentes rumos na vida, assumem gestos políticos opostos diante de questões da sociedade. Seu ponto de vista deve ser sustentado por, no mínimo, dois argumentos. Seu artigo deve ter o mínimo de 10 e o máximo de 15 linhas. Caso haja necessidade, identifique-se APENAS como “Universitário” ou “Universitária”.
Com base na leitura dos textos motivadores a seguir, redija somente um parágrafo de introdução, em 6 linhas, em norma culta escrita da Língua Portuguesa sobre o tema “A importância dos direitos humanos”. Lembre-se de apresentar o tema proposto de modo que o leitor entenda sobre qual assunto seria o texto.
Texto I:
O caráter universalizante dos direitos do homem (...) não é da ordem do saber teórico, mas do operatório ou prático: eles são invocados para agir, desde o princípio, em qualquer situação dada.
(François Julien, filósofo e sociólogo.)
Texto II:
Neste ano, em que são comemorados os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, novas perspectivas e concepções incorporam-se à agenda pública brasileira. Uma das novas perspectivas em foco é a visão mais integrada dos direitos econômicos, sociais, civis, políticos e, mais recentemente, ambientais, ou seja, trata-se da integralidade ou indivisibilidade dos direitos humanos. Dentre as novas concepções de direitos, destacam-se:
• a habitação como moradia digna e não apenas como necessidade de abrigo e proteção;
• a segurança como bem-estar e não apenas como necessidade de vigilância e punição;
• o trabalho como ação para a vida e não apenas como necessidade de emprego e renda.
(ENADE 2008)
Texto III:
A educação em Direitos Humanos é um processo dialético e ao mesmo tempo lento e complexo. Conscientizar a sociedade sobre seus direitos possibilitando assim a consolidação de uma educação para os valores é de fato um grande desafio. Estamos acostumados a não ser respeitados e muitas vezes sofremos preconceito simplesmente porque somos ou representamos parte da sociedade não privilegiada economicamente e por esse motivo temos nossos direitos básicos castrados de forma cruel. Diante disso, a educação tem o objetivo de construir o sujeito de forma integral, preparando-o, portanto, para discriminar qualquer tipo de violência.
(http://www.pe.senac.br)
(Insper-SP)
Reflita sobre as ideias apresentadas nos textos a seguir e desenvolva uma dissertação em prosa.
Texto I
Às vezes é sua inimiga a verdade Às vezes é sua aliada a mentira Aquilo que a vida nos dá e nos tira Não anda de braços com a sinceridade Por onde será que é mais curto o caminho Qual deles mais sobe Qual deles mais desce
Sá e Guarabyra, “Verdades e Mentiras”.
Texto II
Numa realidade alternativa onde a mentira não existe, toda a gente, mesmo os políticos e publicitários, diz a verdade (e nada mais do que a verdade). Mas quando Mark descobre a mentira, percebe que a desonestidade tem as suas recompensas. Num mundo onde cada palavra é tida como uma verdade absoluta, Mark consegue abrir caminho até à fama e fortuna pela mentira. Mas depressa as coisas saem do controle, quando as pessoas começam a tratar as mentiras de Mark como evangelho. Ele tem o mundo inteiro preso pelas suas palavras, mas mesmo assim conseguirá conquistar o coração da mulher que ama?
Disponível em: . Adaptado.
Texto III
Disponível em: .
Utilize o próprio tema como título de sua dissertação. Tema/Título: Mentira, um mal necessário?
Extrato da matéria “Debate sobre descriminalização do aborto esquenta na Argentina”
Janaína Figueiredo, correspondente de “O GLOBO”,06/06/2018 4:30 / Atualizado 06/06/2018 10:39
BUENOS AIRES — Desde que começaram os debates legislativos, no último dia 10 de abril, 738 pessoas discursaram no Parlamento argentino sobre o projeto de legalização do aborto apresentado em março, com o apoio de 71 deputados do país. Pela primeira vez na História da Argentina, Executivo e Legislativo decidiram impulsionar um debate que provocou um racha na sociedade e colocou a Igreja e grupos conservadores em estado de alerta.
Na esteira da vitória do “sim” no referendo realizado no mês passado na Irlanda — país com fortes raízes católicas — sobre a legalização do aborto, por 66,4% votos favoráveis, os argentinos se preparam para uma votação inédita na Câmara, marcada para o próximo dia 13 de junho, e uma disputa que promete ser acirrada no Senado, onde o poder de influência da Igreja é ainda maior. Hoje, a iniciativa começará a ser discutida em comissões parlamentares prévias, e o clima entre deputados a favor do aborto legal é de que o projeto tem grandes chances de obter sinal verde, na semana que vem.
A campanha pró-aborto foi muito mais impactante e ruidosa do que a de grupos que se opõem ao projeto, cujo debate foi defendido até mesmo pelo presidente Mauricio Macri em seu discurso anual no Congresso, em março passado. Na noite da última segunda-feira, o movimento Nenhuma Menos, que há vários anos vem organizando manifestações em repúdio aos assassinatos de mulheres, reuniu milhares de pessoas no centro de Buenos Aires para unir-se à cruzada a favor do aborto legal. Os lenços verdes, símbolo das militantes pró-aborto, invadiram a praça em frente ao Congresso Nacional, cenário de uma queda-de-braço que está roubando a cena até mesmo da Copa do Mundo.
O resultado da votação na Argentina promete ter impacto fora do país, sobretudo em vizinhos como o Brasil, onde iniciativas desse tipo ainda não foram discutidas. O Uruguai descriminalizou o aborto em 2012 — na América do Sul, além dele, apenas as Guianas legalizaram totalmente a prática. A Cidade do México e pequenas ilhas da América Central também permitem o aborto: Martinica, Guadalupe e Ilhas Virgens Britânicas.
A Casa Rosada está dividida, como o país, e a própria postura final do chefe de Estado ainda não foi revelada. De acordo com o jornal “La Nación”, de 20 ministros do governo Macri, dez são a favor do aborto legal, três apoiam a iniciativa, mas fazem algumas observações, cinco disseram ser contra e dois preferiram não opinar. As posições no Executivo refletem o que se vive em toda a Argentina.
Basta fazer uma busca com a palavra aborto no Twitter para perceber o grau de sensibilidade e tensão que o debate instalou na sociedade. Apresentadores de TV, atrizes, jornalistas, políticos e intelectuais mergulharam numa discussão pública que nunca antes tinha acontecido. De um lado, os que respaldam o aborto legal e o direito da mulher de decidir sobre seu próprio corpo. Do outro, os que dizem defender “as duas vidas”, a da mulher e a do bebê. Na maioria dos casos, é reconhecida a existência de um problema real: não há estatísticas oficiais, mas estima-se que são realizados entre 486 mil e 522 mil abortos clandestinos por ano na Argentina.
Dados do Ministério da Saúde de 2016 indicam que naquele ano morreram 245 mulheres grávidas, por diferentes motivos. Desse total, 17,6% (ou seja, 43 mulheres) foram identificadas como “grávidas falecidas por abortos”. Isso significa que o aborto é a principal causa individual de mortalidade materna na Argentina, e esse drama social afeta, principalmente, setores de baixos recursos. O Código Penal do país permite o aborto em casos de estupro ou risco de vida ou de saúde para a mãe, mas esse direito, na maioria dos casos, não é respeitado.
As divergências surgem na hora de propor soluções ao problema. Para alguns, a legalização do aborto reduzirá de forma expressiva o número de mortes. Para outros, são necessárias políticas de prevenção e cuidado da mulher, mas sem atentar contra o que já consideram uma vida que também deve ser protegida.
Nas universidades, escolas e ruas da capital argentina, milhares de mulheres passaram a usar ou simplesmente amarrar na bolsa ou mochila o lenço verde da campanha pró-aborto. Os debates se multiplicam, dentro e fora das redes sociais. Colégios católicos realizaram marchas contra a iniciativa, enquanto em instituições como a Faculdade de Medicina da Universidade Nacional de Buenos Aires estudantes organizaram discussões sobre o assunto.
*********************************************************************
Votação realizada na ARGENTINA, no dia 13 de junho de 2018, apresentou o seguinte resultado: o projeto de legalização do aborto foi aprovado na Câmara (129 votos a favor e 125 contrários) em sessão que durou 23 horas. O projeto aprovado ainda precisa passar pelo Senado.
Conhecendo o conteúdo da matéria que destaca o debate sobre a descriminalização do aborto, na Argentina, discorra sobre o tema que lhe será proposto na página seguinte. Redija com total liberdade. Não se busca significado ou importância em posicionamentos contra ou a favor. Não se trata de situar o redator entre os certos ou errados. A sua opinião a respeito de assunto tão controverso, não será considerada e não influenciará na conceituação a ser atribuída ao seu trabalho intelectual. A Banca Examinadora só levará em conta a sua capacidade de expressar o que pensa, devendo estar demonstrado, no ato de escrever, de forma mínima aceitável, a obediência às normas cultas da nossa Língua, a clareza e a concisão.
Tema da Redação: O QUE PENSO A RESPEITO DO ABORTO PROVOCADO
Texto:
Não se sabe quantas pessoas em situação de rua existem no Brasil. Por que isso é um problema?
Último dado nacional sobre essa parcela da população data de 2008, e apenas em 2020 números atualizados devem ser conhecidos. ‘Invisibilidade’ prejudica formulação de políticas eficientes.
Quem vive em calçadas ou sob viadutos atualmente é quase tão invisível para o poder público quanto para quem passa apressado pelas ruas. A maioria dos municípios brasileiros, 77,3% do total, não tem pesquisas específicas, e também não existe um levantamento nacional recente sobre essas pessoas.
A falta desses dados interfere diretamente na elaboração de políticas sociais mais eficientes para essa população, como observa estudo feito pelo pesquisador Marco Antonio Carvalho Natalino, especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A última pesquisa nacional data de 2008. Ela foi coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, mas envolveu apenas 71 cidades com mais de 300 mil habitantes e as capitais – com exceção de Belo Horizonte, São Paulo, Recife e Porto Alegre, que já tinham levantamentos próprios.
A pesquisa apontou 31.922 pessoas vivendo em calçadas, praças, viadutos ou pernoitando em albergues ou instituições religiosas. “Passados oito anos, seus resultados começam a não mais refletir a dinâmica desta população no território”, afirma o pesquisador.
A pedido de órgãos federais, o IBGE vai incluir esse público no Censo, mas apenas no levantamento de 2020.
Ausência de metodologia é justificativa
O estudo elaborado por Natalino aponta como explicações para a ausência de dados desde a falta de prioridade por parte de administrações locais até dificuldades metodológicas.
Pesquisas envolvendo população nômade exigem métodos e padrões estatísticos diferentes de levantamentos domiciliares, como o Censo. É preciso, por exemplo, evitar que a mesma pessoa seja contada mais de uma vez, o que requer conhecimento mais detalhado da região por parte do pesquisador.
Outra dificuldade é falta de metodologia padronizada para esse tipo de pesquisa, em especial nas cidades maiores. Métodos unificados, se compartilhados entre cidades, poderão resultar em uma projeção mais confiável das estimativas nacionais.
O Ministério do Desenvolvimento Social usa atualmente como referência dados coletados pelas secretarias municipais. No entanto, ao menos até 2015, entre as 5.570 cidades brasileiras, 4.309 declararam não ter levantamentos ou dados sobre essa população.
Metrópoles e capitais têm cobertura melhor, mas essa também não alcança 100% das localidades. A Prefeitura de São Paulo faz levantamentos a cada três anos, realizados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). A versão mais recente foi divulgada em abril de 2016 e identificou 15.905 pessoas vivendo em situação de rua na capital paulista.
A geração das informações acaba vindo junto com a construção de políticas públicas. [A implantação de] consultórios de rua, por exemplo, é uma iniciativa recente e sobre a qual se tem pouco dados. Pelo pouco que se sabe é possível dizer que a saúde para esse público ainda está muito atrasada. Quando se vai para área de moradia, a situação é pior ainda” – Marco Antonio Carvalho Natalino, pesquisador do Ipea.
Natalino afirma que o desconhecimento do poder público tem consequências até mesmo para a falta de documentação mínima necessária por parte da população em situação de rua, o que dificulta o acesso dessas pessoas a serviços e benefícios sociais assegurados pelo Estado.
Maioria está no Sudeste
Com base nos dados de 1.924 municípios, Natalino fez um cálculo estimado da população em situação de rua no Brasil. Ele considerou fatores como o número total de habitantes, índices sociais e a proximidade da cidade de grandes centros urbanos – quanto maior o município, maior a concentração dessa população.
101.854 era o número de pessoas em situação de rua no Brasil em 2015, segundo estimativa de pesquisador do Ipea.
(Jornal NEXO. Disponível em: www.nexojornal.com.br)
A introdução é uma das partes fundamentais de um texto dissertativo-argumentativo. Nela, devem estar presentes uma contextualização interessante, a fim de instigar o leitor a continuar lendo, e uma tese consistente, expressando seu posicionamento. Sua tarefa neste pH é elaborar um parágrafo de introdução, com cerca de sete linhas, sobre o tema “A problemática da questão habitacional do Brasil.”
Texto:
Ainda falta muito para resolver o problema do lixo no Brasil
São Paulo - O prazo limite já expirou. Segundo a Lei Federal 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a partir de 2 de agosto de 2014, resíduos sólidos e rejeitos deveriam ter destinação final ambientalmente adequada. Os lixões a céu aberto deixariam de existir.
O relatório anual publicado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) acaba de comprovar o que muitos já temiam: quatro anos após a aprovação da lei, ainda falta bastante para que ela seja implementada na prática.
Segundo o “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013”, cerca de 60% dos municípios brasileiros ainda encaminham resíduos para locais inapropriados, e há lixões em todos os estados.
Essa é a pior forma de destinação, já que o descarte é feito diretamente sobre o solo, sem nenhum cuidado nem tratamento. Na região Nordeste, a prática é realizada em 837 municípios.
O cenário se agrava ainda mais quando o levantamento revela que foi produzido mais lixo em 2013 do que em 2012, um aumento de 4,1% – índice bastante superior ao apurado em anos anteriores.
A região Sudeste, a mais rica do país, também é a que produz a maior quantidade de resíduos sólidos: 50% de tudo o que é coletado em território brasileiro.
Desse total, 90% não são efetivamente coletados, o que significa que cerca de 20 mil toneladas desse material ficam abandonadas, por dia, em locais impróprios.
Na maioria das vezes, essa montanha imensa de lixo acaba indo parar em corpos d’água.
“Os dados mostram que a situação permanece praticamente inalterada desde 2010 e que, apesar dos termos da lei, os municípios efetivamente não conseguiram se adequar à PNRS”, lamenta Carlos Silva Filho, diretorpresidente da Abrelpe.
A associação ressalta, entretanto, que além da destinação correta, são necesssários outros esforços coletivos para que a nova legislação funcione.
A separação residencial de resíduos e a coleta seletiva dos mesmos são apenas alguns deles. Todavia, mais de dois mil municípios brasileiros sequer oferecem esse tipo de serviço.
Por último, o estudo da Abrelpe alerta para a enorme geração de resíduos originados pela construção civil e descartados em vias públicas. Uma lástima.
Dados sobre o lixo produzido no Brasil:
No Brasil, são produzidas, diariamente, cerca de 250 mil toneladas de lixo, sendo que a cidade de São Paulo é a que mais produz lixo no país, com cerca de 19 mil toneladas por dia.
Composição do lixo brasileiro:
• lixo orgânico (52%); • papel e papelão (26%); • plástico (3%); • metais como ferro, alumínio, aço etc. (2%); • vidro (2%); • outros (15%).
Destino do lixo brasileiro:
• aterros sanitários (53%); • aterros controlados (23%); • lixões (20%); • compostagem e reciclagem (2%); • outros destinos (2%).
(http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/ainda-falta-muitopara-resolver-o-problema-do-lixo-no-brasil)
Sua tarefa, neste pH, é elaborar um parágrafo de introdução com cerca de sete linhas apresentando o tema e seu posicionamento sobre “A problemática do lixo brasileiro no século XXI”. O papel da contextualização é muito importante em um texto dissertativo-argumentativo, pois apresenta o tema ao leitor de forma interessante. Sua tese deve ser consistente e bem fundamentada.
Bom trabalho!
Com base nos textos abaixo e utilizando os conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação, redija somente um parágrafo de desenvolvimento, em 5 linhas, sobre o tema “A condição do professor e a qualidade do ensino brasileiro”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I:
A variável que mais importa: o professor
Pesquisa mostra que é melhor ter turmas grandes e bom professor que turmas pequenas e professor mediano
Quando o assunto é aprendizagem em sala de aula, o número de alunos importa menos do que a qualidade do professor. Isso é o que diz o recente estudo realizado pelo instituto norte-americano Thomas B. Fordham, que estuda excelência educacional. Na tentativa de discutir se estava certo o senso comum de que ter turmas pequenas é sempre a melhor solução, a instituição fez um experimento que tentava medir o aprendizado dos alunos em diferentes configurações de sala de aula. Mesmo com mais alunos, as turmas que saíam melhor era as que tinham os melhores professores. (...)
“Podemos fazer a diferença ao colocarmos apenas mais um ou dois alunos na sala de aula de um excelente professor. É possível que tenhamos muitos avanços a partir de mudanças relativamente pequenas”, disse Michael Hansen, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, ao jornal The Atlantic.
(http://porvir.org/variavel-mais-importa-professor/)
Texto II:
Texto III:
Quando Martin Andersson entrou na sala, já havia algumas dezenas de estudantes sentados. Na audiência havia estudantes do 2º ano de engenharia, física e outros cursos de exatas. Eram alunos da UFF, a Universidade Federal Fluminense, em Niterói, e iniciavam mais um semestre letivo naquela semana. (...) O professor destampou o pincel atômico, anotou seu e-mail no quadro e arriscou uma piada num português com leve sotaque. “Meu nome é Martin, como o Martinho da Vila.” Não se fez de rogado diante da indiferença da turma e prosseguiu a aula. Prometeu ensinar aos alunos ao longo do semestre “uma maneira muito legal” de resolver as equações diferenciais. Em duas horas, encheu vários quadros com frases e fórmulas. (...) Os artifícios de Andersson não bastaram para conquistar a atenção de uma aluna na primeira fileira que lixava as unhas pintadas de vermelho. Pouco depois, a estudante sacou o celular para conferir as últimas notificações no Facebook. (...)
(http://piaui.folha.uol.com.br/materia/as-duas-vidas-de-martin/)
Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas