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TEXTO I
Apresentação
Este livro-relatório tem como objetivo contribuir para que o Brasil avance na consolidação do respeito aos Direitos Humanos, sem medo de conhecer a sua história recente. A violência, que ainda hoje assusta o País como ameaça ao impulso de crescimento e de inclusão social em curso deita raízes em nosso passado escravista e paga tributo às duas ditaduras do século 20.
Jogar luz no período de sombras e abrir todas as informações sobre violações de Direitos Humanos ocorridas no último ciclo ditatorial são imperativos urgentes de uma nação que reivindica, com legitimidade, novo status no cenário internacional e nos mecanismos dirigentes da ONU.
Nenhum espírito de revanchismo ou nostalgia do passado será capaz de seduzir o espírito nacional, assim como o silêncio e a omissão funcionarão, na prática, como barreira para a superação de um passado que ninguém quer de volta.
O lançamento deste livro na data que marca 28 anos da publicação da Lei de Anistia, em 1979, sinaliza a busca de concórdia, o sentimento de reconciliação e os objetivos humanitários que moveram os 11 anos de trabalho da Comissão Especial.
BRASIL. Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos / Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. (Fragmento adaptado)
TEXTO II
Um recente livro sobre a ditadura, K., de Bernardo Kucinski faz parte da construção a contrapelo no Brasil de uma cultura da memória e da verdade. Kucinski, que conta em seu romance a história de sua irmã Ana Rosa Kucinski, desaparecida na ditadura, e a saga de seu pai em busca da filha brutalmente assassinada, põe o dedo na ferida ao reclamar da falta de repercussão na esfera pública de um debate sobre a elaboração da violência da época da ditadura: “O ‘totalitarismo institucional’ exige que a culpa, alimentada pela dúvida e opacidade dos segredos, e reforçada pelo recebimento das indenizações, permaneça dentro de cada sobrevivente como pessoal e familiar, e não como a tragédia coletiva que foi e continua sendo, meio século depois” (Kucinski, 2011, p. 163).
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Imagens precárias: inscrições tênues de violência ditatorial no Brasil. Estud. Lit. Bras. Contemp. [online]. 2014, n.43, pp.13-34. ISSN 2316-4018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/elbc/n43/02.pdf. Acesso em: 05 jul. 2019. (Fragmento adaptado)
TEXTO III
Já faz tempo E eu vi você na rua Cabelo ao vento Gente jovem reunida Na parede da memória Esta lembrança É o quadro que dói mais
Minha dor é perceber Que apesar de termos Feito tudo, tudo, tudo Tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos E vivemos Ainda somos os mesmos E vivemos Como os nossos pais
BELCHIOR. Como nossos pais. Disponível em: https://www.letras.mus.br/belchior/44451/. Acesso em: 05 jul. 2019.
TEXTO IV
BECK, Alexandre. Armandinho. Disponível em: https://www.facebook.com/tirasarmandinho/posts/2441240189254606. Acesso em: 05 jul. 2019.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas, em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Caminhos para a valorização da memória no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo de 25 a 30 linhas, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema O desafio do desenvolvimento sustentável na atualidade, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Contra desperdício, Dinamarca inaugura supermercado que só vende comida 'vencida'
O primeiro supermercado dedicado exclusivamente à venda de alimentos que seriam destinados à lata do lixo – ou seja, aqueles produtos com prazo de validade já vencido, mas que ainda são apropriados para o consumo, foi inaugurado na Dinamarca.
O Wefood foi inaugurado na capital, Copenhague, pela princesa Marie e a ministra do Meio Ambiente e Alimentação, Eva Kjer Hansen. A iniciativa é de uma ONG dinamarquesa; a ideia é combater o desperdício. A ONU calcula que pelo menos um terço dos alimentos produzidos no mundo é jogado fora a cada ano.
"Todos os dias, mais de 800 milhões de pessoas no mundo vão dormir com fome. Ao mesmo tempo, só na Dinamarca cerca de 700 mil toneladas de alimentos por ano vão para o lixo", disse à BBC Brasil o dinamarquês Per Bjerre, da ONG responsável pelo Wefood, a Folkekirkens Nødhjælp.
[...]
Todos os funcionários do Wefood trabalham de forma voluntária, e os lucros serão destinados a projetos de combate à pobreza conduzidos pela ONG Folkekirkens Nødhjælp em regiões como a África e a Ásia.
O trabalho dos voluntários cumpre uma função essencial.
"Quando há frutas já em vias de apodrecer em uma caixa, é mais barato para os supermercados jogar toda a caixa fora, em vez de gastar tempo selecionando as frutas boas e ruins. Mas os voluntários do WeFood fazem esse trabalho com prazer", disse Bjerre.
Entre as razões apontadas para o desperdício mundial de alimentos, estão as condições inadequadas de armazenamento – e também a adoção de prazos de validade demasiadamente rigorosos.
[...]
Conter o desperdício é vital: projeções da ONU indicam que a população mundial deve chegar a 9,5 bilhões de pessoas até 2075 – o que vai significar três bilhões a mais de pessoas para alimentar, em um mundo onde milhões já passam fome agora.
WALLIN, Claudia. Contra desperdício, Dinamarca inaugura supermercado que só vende comida 'vencida'. Uol Notícias. Disponível em: . Acesso em: 2 jul. 2018.
Texto II
10 medidas sustentáveis para você adotar em casa
Separe o lixo em: vidro, papel, metal, plástico e orgânico, para ser enviado para a reciclagem. Caso isso não seja possível, separe apenas em orgânicos e recicláveis. Isso já facilita bastante a destinação correta dos resíduos.
Quando houver sobras de alimentos, uma boa ideia para evitar desperdícios é congelar as sobras. Outra dica é diminuir o intervalo entre as compras, pois você terá um controle maior do que será consumido.
Feche as torneiras enquanto estiver escovando os dentes.
Não jogue lixo no vaso sanitário, pois isso poderá gerar entupimentos e maior número de descargas.
Dê preferência a equipamentos eletrônicos e a eletrodomésticos mais econômicos, com o selo tipo “A”.
Sempre apague a luz ao sair do ambiente.
Só abra a geladeira para pegar algo quando souber realmente o que quer, pois mantê-la aberta gera um gasto desnecessário de energia.
Evite deixar aparelhos em stand by sem necessidade, especialmente quando for passar um período longo ou alguns dias fora de casa (aquela luzinha que fica acesa, geralmente vermelha, consome muita energia).
Lâmpadas econômicas, apesar de serem mais caras, consomem menos energia e têm vida útil maior.
Busque sempre comprar materiais reutilizáveis, como as sacolas plásticas de tecido, que permitem maior economia de recursos.
CONSCIÊNCIA AMPLA. 10 medidas sustentáveis para você adotar em casa. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2016. Adaptado.
TEXTO I
7. Os princípios do Estado democrático de Direito
a) princípio da constitucionalidade, que exprime, em primeiro lugar, que o Estado democrático de Direito se funda na legitimidade de uma Constituição rígida, emanada da vontade popular, que, dotada de supremacia, vincule todos os poderes e os atos deles provenientes, com as garantias de atuação livre da jurisdição constitucional;
b) princípio democrático que, nos termos da Constituição, há de constituir uma democracia representativa e participativa, pluralista, e que seja a garantia geral da vigência e eficácia dos direitos fundamentais;
c) sistema de direitos fundamentais individuais, coletivos, sociais e culturais;
d) princípio da justiça social, como princípio da ordem econômica e da ordem social;
e) princípio da igualdade;
f) princípio da divisão de poderes e da independência do juiz;
g) princípio da legalidade;
h) princípio da segurança jurídica.
8. Tarefa fundamental do Estado democrático de Direito
A tarefa fundamental do Estado democrático de Direito consiste em superar as desigualdades sociais e regionais e instaurar um regime democrático que realize a justiça social.
SILVA, José Afonso da. O estado democrático de direito. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 173, p. 15-24, jul. 1988. ISSN 2238-5177. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/45920. Acesso em: 17 jul. 2019. (Fragmento adaptado)
TEXTO II
A democracia não vai bem ao redor do mundo. O cientista político Larry Diamond criou o termo “recessão democrática” para descrever como, mais ou menos desde 2006, o número de democracias vem caindo, e a qualidade das democracias restantes também. É um processo lento, com reviravoltas, mas a tendência é preocupante. A crise da democracia no Brasil se destaca entre suas similares por uma implosão muito mais acentuada do sistema partidário, o que, surpreendentemente, fez com que o sistema político brasileiro se mostrasse mais capaz de se recompor do que seus similares ao redor do mundo.
BARROS, Celso Rocha de. O Brasil e a recessão democrática. Revista Piauí. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-brasil-e-recessao- democratica/. Acesso em: 17 jul. 2019. (Fragmento adaptado)
TEXTO III
Buscando oferecer algum mecanismo para que as pessoas possam se precaver de lideranças autoritárias, Levitsky e Ziblatt adotaram como inspiração as ideias do sociólogo espanhol Juan Linz e elaboraram um teste que seria capaz de indicar se determinado político estaria ou não comprometido com valores democráticos baseado nos seguintes questionamentos:
1. O indivíduo rejeita, em palavras ou atos, regras fundamentais da democracia?
2. Põe em dúvida a legitimidade de seus oponentes?
3. Tolera ou incentiva a violência política?
4. Admite ou propõe restringir liberdades civis?
Democracias começam a morrer, diz o autor, quando partidos políticos, elites econômicas e demais poderes institucionais passam a naturalizar figuras notoriamente autoritárias. Há quem questione, inclusive, se ainda estamos vivendo sob um Estado Democrático de Direito.
Para o autor Rubens R.R. Casara, por exemplo, a realidade brasileira seria melhor definida pela ideia de Estado Pós-Democrático: a democracia fica reduzida meramente à sua concepção formal, desprovida de conteúdo e substância. Isso permitiria e estimularia o crescimento do pensamento autoritário, ao passo que práticas autoritárias podem se fundir com a democracia formal caso seja do interesse dos grupos dominantes.
DUWE, Ricardo. ‘As instituições estão funcionando normalmente’. Le Monde Diplomatique Brasil. Disponível em: https://diplomatique.org.br/as- instituicoes-estao-funcionando-normalmente/. Acesso em: 17 jul. 2019. (Fragmento adaptado)
TEXTO IV
CHAPOLA, Ricardo. Qual a percepção da população sobre a democracia no Brasil. Nexo Jornal. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/11/17/Qual-a-percep%C3%A7%C3%A3o-da-popula%C3%A7%C3%A3o-sobre-a-democracia-no-Brasil. Acesso em: 17 jul. 2019.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas, em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema É importante que o Estado Democrático de Direito seja preservado no Brasil?, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema O individualismo como obstáculo à evolução do Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Meu partido
é um coração partido
e as ilusões estão todas perdidas
os meus sonhos
foram todos vendidos
tão barato que eu nem acredito
que aquele garoto que ia mudar o mundo
frequenta agora as festas do 'grand monde'
CAZUZA. Ideologia.
Texto II
Qualquer que seja o modelo de desenvolvimento, independentemente de sua ideologia, ele se fará através das pessoas e daquilo que elas forem capazes de realizar a partir de si próprias.
SOUZA, Herbert de. Escritos indignados. RJ: ED/IBASE.
Texto III
De todas as coisas desse mundo tão variado, a única que me exalta, me afeta, me mobiliza é o gênero humano. São as gentes [...] minha amada gente brasileira, que é minha dor, por sua pobreza e seu atraso desnecessários. É também meu orgulho, por tudo o que pode ser, há de ser.
RIBEIRO, Darcy. O Brasil como problema. RJ: Francisco Alves.
Texto IV
Individualista dos pés à cabeça. [...] Sem ídolos, descrente nos políticos e preocupada com o mercado de trabalho, a juventude do estado do Rio lista sonhos resumidos à primeira pessoa do singular: eu. [...]
Ajudar o próximo, ser feliz, viver numa sociedade mais justa, paz na terra? Não é por aí. Eles não estão interessados em mudar o mundo.
VENTURA, Mauro; CÂNDIDA, Simone. Jovem troca ideais por ambição. JB. Caderno Cidade.
O texto a seguir foi escrito para o seguinte tema: “O saneamento básico e as implicações na saúde do brasileiro”. A sua função é ser corretor do Enem por um dia e avaliá-la a partir dos critérios utilizados pela banca do concurso. Além de corrigir e pontuar o texto, é interessante que, com o auxílio de seu professor, você proponha, se julgar necessário, melhorias e possíveis reescrituras.
A Agenda 2030, plano de ação adotado por países integrantes da ONU, visa a promover um mundo ambientalmente sustentável e, para tal, garante, no seu Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável, saneamento básico. O Brasil, entretanto, mesmo tendo assumido essa responsabilidade, ainda atua de forma pouco assertiva para colocar em prática o objetivo. Logo, Poder Público e coletividade precisam engendrar uma conduta objetivando enfrentar os desafios para melhorar o precário saneamento básico brasileiro.
Em primeira análise, o descaso do Estado com a prestação de serviços de saneamento básico, notoriamente nas periferias dos centros urbanos e nas cidades interioranas, corrobora o precário abastecimento de água potável. Uma consequência disso é a contaminação da água que chega nos lares brasileiros, podendo ocasionar doenças como cólera, disenteria e hepatite. Tal contaminação, segundo dados da OMS , é responsável pelo contágio de cerca de 80% dessas doenças em países países subdesenvolvidos, o que inclui o Brasil.
De outra parte, o endereçamento final do lixo é outro desafio para a disponibilização de um ambiente sustentável, o que também adentra o saneamento básico. Nesse cenário, a população, com pouca conscientização sobre o manejo e disposição adequada dos resíduos sólidos, tende a depositá-los próximos a margens de rios, locais residenciais e escolas. Por conseguinte, esse lixo pode intensificar enchentes nas áreas urbanas, uma vez que em períodos de chuva ele pode ser arrastado para bueiros, levando a sua obstrução, que prejudica a drenagem das águas pluviais.
Urge, portanto, que as prefeituras, por meio do aporte financeiro da União, promovam e ofereçam com mais eficácia o tratamento de água, além de priorizar esse abastecimento nos subúrbios e interiores a fim de reduzir a incidência de doenças. Em paralelo a tais medidas, ONGs e ativistas ambientais devem produzir e veicular vídeos nas redes sociais, em parceria com o Ministério da Educação, que abordem o risco da má destinação do lixo e explicitem caminhos apropriados para a destinação do lixo.
A partir da leitura do texto motivador seguinte e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, apresentando proposta de intervenção, sobre o tema A permanência da cultura de transgressão no território brasileiro.
O homem cordial na formação do Brasil
As pesquisas para a composição de “Raízes do Brasil” começaram a ser esboçadas em 1930 por Sérgio Buarque, na Alemanha, na época em que ele havia sido enviado como correspondente brasileiro dos Diários Associados para Polônia, Rússia e Alemanha. Ao regressar ao Brasil, completou as pesquisas e, a convite do editor José Olympio (que preparava uma coleção intitulada “Documentos brasileiros”), publicou o livro em 1936.
O livro é dividido em sete partes, intituladas: “Fronteiras da Europa”, “Trabalho e Aventura”, “Herança Cultural”, “O semeador e o Ladrilhador”, “O Homem Cordial”, “Novos Tempos” e “Nossa Revolução”. A parte em que é desenvolvido o conceito de “homem cordial” é uma das que mais revelam as intuições de Sérgio Buarque. O conceito foi extraído de uma carta do escritor paulista Ribeiro Couto endereçada ao também escritor mexicano Alfonso Reyes. A expressão “cordial” não indica, ao contrário do que se pensa, apenas bons modos e gentileza. Cordial vem do radical latino “cordis” (cujo significado mais remoto é cordas), isto é, relativo a coração.
Sérgio Buarque acentua essa explicação etimológica da palavra para ressaltar a sua dubiedade e, a um só tempo, a sua adequação àquilo que caracteriza, segundo sua tese, o temperamento do homem brasileiro. Ao contrário do povo japonês, entre os quais a polidez é parte intrínseca do processo civilizacional, no Brasil ela está apenas na superfície.
O homem cordial, segundo Sérgio Buarque, precisa expandir o seu ser na vida social, precisa estender-se na coletividade – não suporta o peso da individualidade, precisa “viver nos outros”. Essa necessidade de apropriação afetiva do outro pode ser notada, a título de exemplo, até em expressões linguísticas. Sérgio Buarque cita o sufixo “inho”, colocado em palavras como “senhorzinho” (“sinhozinho”), que revela a vontade de aproximar o que é distante do nível do afeto. O “homem cordial” é, portanto, um artifício, um ardil psicológico e comportamental, que está encrustado em nossa formação enquanto povo. É por isso que Sérgio Buarque diz, também, que “a contribuição brasileira para a civilização será o homem cordial”.
FERNANDES, Cláudio. O homem cordial na formação do Brasil. Mundo Educação. Disponível em: . Acesso em: 26 jul. 2018. Adaptado.
TEXTO I
Em jogo do Santos contra o Mogi Mirim pelo Campeonato Paulista, o volante santista [Arouca] marcou um golaço na vitória por 5 a 2. Mas a alegria foi substituída pela indignação. Torcedores do time rival o chamaram de macaco e um outro lhe disse que deveria procurar uma seleção africana para jogar. Arouca, no dia seguinte, clamou por punição exemplar. "A impunidade e a conivência das autoridades com as pessoas que fazem esse tipo de coisa são tão graves quanto os próprios atos em si. Somente discursos e promessas não resolvem a falta de educação e de humanidade de alguns", escreveu.
BARBOZA, Luiz Filipe; ALVES, Marcelo. Dez casos de racismo que envergonham o futebol. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2019.
TEXTO II
Art. 243-G. Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
PENA: suspensão de cinco a dez partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de cento e vinte a trezentos e sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código, além de multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais). (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
BRASIL. STJD. Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2019.
TEXTO III
JUNIÃO. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2019.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas, em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “A persistência da intolerância no meio futebolístico”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Em síntese apertada, pode-se dizer que a formação colonial no Brasil vinculou-se: economicamente, aos interesses dos mercadores de escravos, de açúcar, de ouro; politicamente, ao absolutismo reinol e ao mandonismo rural, que engendrou um estilo de convivência patriarcal e estamental entre os poderosos, escravista ou dependente entre os subalternos.
BOSI, Alfredo. Colônia, culto e cultura. In: Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 4ª ed., 2016.
TEXTO II
PALLIÈRE, Arnaud Julien. O filho do artista tomando banho na varanda da residência de seu avô, Grandjean de Montigny. 1830. 1 original de arte, óleo sobre tela, 97cm x 77cm.
TEXTO III
Assim no campo como na cidade, no negócio como em casa, o escravo é onipresente. Torna-se muito restrito o terreno reservado ao trabalho livre, tal o poder absorvente da escravidão. E a utilização universal do escravo nos vários misteres da vida econômica e social acaba reagindo sobre o conceito do trabalho, que se torna ocupação pejorativa e desabonadora.
PRADO Jr., Caio. Organização social. In: Formação do Brasil contemporâneo: colônia. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
TEXTO IV
O Brasil concentra o maior número de trabalhadores domésticos do mundo, numa relação de 117 países avaliados em 2013 pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). São 7,8% dos trabalhadores nessa categoria. Entre as mulheres, a porcentagem chega a 17%. São 6 milhões de trabalhadores domésticos ao todo, a maior parte mulher, negra e com pouca escolaridade. Só em 2015, porém, é que o Brasil começou a equipar os direitos das domésticas e de profissionais de outras áreas. Ainda assim, a informalidade prevalece: pouco mais de 30% das domésticas têm carteira assinada.
“Nossa origem escravista e patriarcal, concebida a partir da casa grande e da senzala, soube amoldar-se ao avanço das cidades”, disse o professor Ricardo Antunes, titular de Sociologia do Trabalho na Unicamp, ao Nexo, em dezembro de 2015. Os resquícios escravocratas citados por Antunes estão tão arraigados no cotidiano das famílias que contratam empregados domésticos que poucos se dão conta. Entre os relatos recebidos por Joyce, estava o de uma empregada doméstica de 76 anos que precisou subir 11 andares de escada quando o elevador de serviço do prédio onde trabalhava quebrou.
MONTESANTI, Beatriz. Como a hashtag #EuEmpregadaDoméstica se insere no debate sobre as relações de trabalho. Nexo Jornal. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/07/22/Como-a-hashtag-EuEmpregadaDom%C3%A9stica-se-insere-no-debate-sobre-as- rela%C3%A7%C3%B5es-de-trabalho. Acesso em: 29 jul. 2019. (Fragmento adaptado)
TEXTO V
O tema da empregada doméstica como protagonista não é inédito na filmografia brasileira e latino-americana. Na verdade, esse tema é recorrente em todos os países onde a colonização e a escravidão existiram. Aliás, uma das primeiras lições que os ingleses, os franceses, os alemães e os norte-americanos ensinavam quando colonizavam ou escravizavam os povos, era a capacidade de o serviçal se tornar invisível. Habitar a mesma casa e ser ao mesmo tempo invisível.
MAGNO, M. I. Que horas ela volta? Uma crônica cinematográfica. Comunicação e Educação, v. 21, n. 1, p. 163-169, 2 maio 2016. (Fragmento adaptado)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas, em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema As heranças da escravidão e as relações de trabalho no Brasil contemporâneo, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Demarcação de terras indígenas e quilombolas estão em risco no Brasil
A primeira medida provisória (MP 870/19) editada pelo governo Bolsonaro - que reduz o total de órgãos ministeriais de 29 para 22 - deve ser combatida pela oposição no Congresso Nacional. Um dos motivos é que a medida passa para o Ministério da Agricultura a atribuição de identificar, delimitar e demarcar terras indígenas e quilombolas.
Para o deputado Nilto Tatto (PT-SP), as mudanças devem favorecer o agronegócio que não tem interesse em demarcar terras indígenas. “Os povos indígenas, aqueles que apoiam a causa dos indígenas vão se revoltar e ser contrários a essa medida e vão fazer o governo recuar.” Segundo ele, a medida é inconstitucional e vai contra a vontade do povo brasileiro.
Já o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), que presidiu na Câmara a CPI da Funai em 2017, afirma que o governo fez uma correção de rumos nos processos de demarcação de terras. "O edital tem que fazer a convocatória de antropólogos sem vínculo ideológico e nem observar caprichos de ninguém. Para saber se os índios têm ou não têm direito à terra. Isso não está acontecendo no Brasil”, afirmou. Para Moreira, o processo de demarcação era feito de forma unilateral por antropólogos da Funai.
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/570404-DEMARCACAO-DE-TERRAS-INDIGENAS-EQUILOMBOLAS-PASSA-AO-MINISTERIO-DA-AGRICULTURA.html. Acesso em: 20 mai. 2019.
Texto II
Terras Indígenas: o que é?
Terra Indígena (TI) é uma porção do território nacional, de propriedade da União, habitada por um ou mais povos indígenas, por ele(s) utilizada para suas atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e necessária à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. Trata-se de um tipo específico de posse, de natureza originária e coletiva, que não se confunde com o conceito civilista de propriedade privada.
O direito dos povos indígenas às suas terras de ocupação tradicional configura-se como um direito originário e, consequentemente, o procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas se reveste de natureza meramente declaratória. Portanto, a terra indígena não é criada por ato constitutivo, e sim reconhecida a partir de requisitos técnicos e legais, nos termos da Constituição Federal de 1988.
Ademais, por se tratar de um bem da União, a terra indígena é inalienável e indisponível, e os direitos sobre ela são imprescritíveis. As terras indígenas são o suporte do modo de vida diferenciado e insubstituível dos cerca de 300 povos indígenas que habitam, hoje, o Brasil.
[...]
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema Direitos indígenas, agronegócio e demarcação territorial, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A questão dos abusos que a cultura machista promove no cotidiano brasileiro, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I:
Apesar de as mulheres terem conquistado espaço no mercado de trabalho, o preconceito não deixou de existir. De acordo com uma pesquisa da revista Marie Claire e da organização Everywoman , ambas do Reino Unido, 46% sofreram sexismo (preconceito contra o sexo feminino) no escritório e 44% disseram que colegas homens já fizeram comentários inapropriados sobre sua aparência.
O levantamento ouviu a opinião de quase 3 mil mulheres entre 18 e 55 anos. Confira outros dados coletados sobre o assunto:
• 78% das entrevistadas afirmaram que ser atraente ajuda a se sair melhor no trabalho e, 60%, que as mulheres com sobrepeso são discriminadas;
• 63% acham que a idade da mulher é mais importante do que a do homem na empresa;
• 53% não pensam que a discriminação positiva (por exemplo, cotas de vagas para mulheres) seja algo bom;
• 71% discordam que devem dizer aos empregadores se planejam ter filhos;
• 58% admitiram preferir trabalhar para chefes do sexo feminino;
• 61% acreditam que os homens têm melhores resultados na hora de conseguir aumento de salário e, 58%, para conquistar promoções;
• 66% acham que um mentor e networking são essenciais, apesar de 72% nunca terem contado com um mentor;
• A escritora JK Rowling, autora das histórias do bruxo Harry Potter, ficou em primeiro lugar na lista das mulheres de negócio que servem de inspiração, com 45% dos votos.
(Disponível em: .)
Texto II:
Francisco Buarque de Hollanda decidiu apresentar o seu próximo disco com o lançamento de um tema chamado Tua Cantiga. O que ele foi fazer. Tua Cantiga, história singela de um homem de família perdidamente apaixonado por outra mulher, tem lá pelo meio os seguintes versos: “Quando teu coração suplicar / Ou quando teu capricho exigir / Largo mulher e filhos e de joelhos vou te seguir.” Foi o que bastou para o artista que em tempos foi classificado como “unanimidade nacional” ser acusado de estar a promover em 2017 o velho machismo de 1977. Escreveu Luciano Trigo no Globo: “Chico parece preso a uma visão da mulher – e da relação homem-mulher – dos anos 1970 do século passado (…), cujo romantismo se baseava na desigualdade e na assimetria de papéis entre homens e mulheres.”
Parece que a mulher trabalhadora brasileira com menos de 30 anos já não vai em conversa de amores assolapados, e que proferir frases como “na nossa casa serás rainha” (também consta da letra) é uma ofensa para qualquer mulher devidamente empoderada. “Largar mulher e filhos? Que cafajestada é essa?”, pergunta Luciano Trigo. A produtora Flávia Azevedo, escrevendo no HuffPost Brasil, concorda: “Essa mulher que ele evoca, não sou eu. Nem a que somos nem a que queremos ser. Essa que precisa ser salva, que sonha com o reino do lar, essa que goza ao ouvir ‘largo mulher e filhos’.”
(O texto foi escrito, originalmente, na modalidade do Português Europeu. Foram mantidas as grafias e a seleção vocabular originais do autor. Disponível em: . Adaptado.)
Texto III:
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema "As consequências da leitura de literatura no indivíduo”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
A literatura e seus benefícios para a vida
De uns anos para cá, começou a aparecer um monte de artigos e estudos bem interessantes sobre os benefícios da leitura. Não exatamente da leitura de relatórios, memorandos, jornais ou livros sérios e rigorosos. Mas da leitura de ficção mesmo. Contos, romances, poesia. Assim como as caminhadas matinais e a dieta glúten free, a literatura, dizem esses tantos estudos, faz bem para o corpo, a mente, o amor e os negócios.
Porque quem lê ficção tem vocabulário mais vasto, conhecimentos mais variados, mais história para contar, maior capacidade de se expressar e de defender seus pontos de vista. A leitura aprimora a criatividade e a inteligência emocional e, por isso, aumenta as chances de mandar bem numa entrevista de emprego, de manter um casamento feliz, de subir na vida e se realizar como ser humano.
PRELORENTZOU, Renato. A literatura e seus benefícios para a vida. Estadão. Disponível em: . Acesso em: 4 maio 2018.
Texto II
44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro, aponta pesquisa Retratos da Leitura
Há um pouco mais de leitores no Brasil. Se em 2011 eles representavam 50% da população, em 2015 eles são 56%. Mas ainda é pouco. O índice de leitura, apesar de ligeira melhora, indica que o brasileiro lê apenas 4,96 livros por ano – desses, 0,94 são indicados pela escola e 2,88 lidos por vontade própria. Do total de livros lidos, 2,43 foram terminados e 2,53 lidos em partes. A média anterior era de 4 livros lidos por ano. Os dados foram revelados na tarde desta quarta-feira, 18, e integram a quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.
Realizada pelo Ibope por encomenda do Instituto Pró-Livro, entidade mantida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), a pesquisa ouviu 5.012 pessoas, alfabetizadas ou não, mesma amostra da pesquisa passada. Isso representa, segundo o Ibope, 93% da população brasileira.
RODRIGUES, Maria Fernanda. 44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro, aponta pesquisa Retratos da Leitura. Estadão. Disponível em: . Acesso em: 4 maio 2018.
Texto I
O 5G é o próximo passo evolutivo para a banda larga sem fio. Sua missão é elevar, e muito, as potencialidades da rede atual, conhecida como 4G, alçando a banda larga móvel a altíssimos padrões de velocidade de conexão e de usuários simultâneos.
Em resumo, as redes 5G prometem aos seus futuros usuários uma cobertura mais ampla e eficiente, maiores transferências de dados, além de um número significativamente maior de conexões simultâneas.
As redes da 4ª geração, utilizadas atualmente em algumas regiões do Brasil, são capazes de entregar uma velocidade média de conexão de, aproximadamente, 33 Mbps. Estima-se que o 5G será capaz de entregar velocidades 50 a 100 vezes maiores, podendo alcançar até 10 Gbps.
[...]
Após a instalação da infraestrutura das redes 5G, a redução do consumo de energia poderá diminuir os custos futuros, além de torná-la mais ecológica. O tempo de latência reduzido, por sua vez, possibilitará a comunicação entre veículos autônomos, permitirá o desenvolvimento de sistemas de segurança que evitem acidentes automobilísticos, além de possibilitar a realização de cirurgias remotas por meio de robôs.
Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/rede-5g.htm. Acesso em: 17 jun. 2019.
Texto II
O problema não é seu celular Huawei, o problema se chama 5G
“O 5G não é uma bomba atômica; é algo que beneficia a sociedade. Não deveríamos ser o alvo dos Estados Unidos só porque estamos na frente deles no 5G.” Com estas solenes palavras, Ren Zhengfei, fundador e presidente da Huawei, advertia ao mundo na semana passada que a quinta geração da telefonia móvel, supostamente destinada a revolucionar a indústria e o cotidiano dos cidadãos do planeta, não pode se transformar em uma arma de destruição em massa, como, no seu entender, pretende a Administração de Donald Trump ao impor restrições à companhia chinesa.
O veto do Governo norte-americano, primeiro às redes, e agora aos celulares do fabricante asiático, é uma declaração de guerra que vai muito além das hostilidades tarifárias. O anúncio do Google de que deixará de dar suporte aos smartphones da Huawei foi um golpe de efeito mundial. Milhões de usuários se levantaram na segunda-feira passada sobressaltados ao saberem que seus celulares poderiam virar uma casca de ovo vazia, porque o Android, sistema operacional com o qual operam, já não disporiam de atualizações do sistema do Google.
Por mais grave que seja o fato de uma decisão governamental condenar milhões de aparelhos à obsolescência, isso é só o primeiro aviso do vulcão. A maior erupção, a definitiva, está por vir sob a sigla 5G. Esta tecnologia não é só um avanço a mais. Carros autônomos funcionarão graças a essa quinta geração de celulares, e os robôs industriais poderão processar qualquer ordem em tempo real, o que os transformará em máquinas eficientes e quase humanas, capazes de substituir não só operários de uma fábrica, mas também permitir que um cirurgião opere à distância, por exemplo.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/25/economia/1558795538_036562.html. Acesso em: 17 jun. 2019.
Com base nos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema Comunicação, tecnologia e sociedade, de 25 a 30 linhas, com proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema Como combater a intolerância e os comentários perversos nas redes sociais? Seu texto deve ter em torno de 25 linhas.
Texto I:
Famosas saem em defesa de Xuxa após apresentadora receber críticas por foto
Diversas famosas saíram em defesa de Xuxa Meneghel, após a apresentadora receber críticas em uma foto de biquíni e sem maquiagem, com alguns cabelos brancos à mostra, publicada no Instagram na quarta-feira (11).
Entre os comentários maldosos – no meio de muitos elogios, que eram maioria –, estavam “cadê a beleza? Acabou?”, “como você está envelhecida”, “a Xuxa está feia, muito feia, velha” e “a falta que faz uma boa maquiagem”.
No perfil do Instagram “Empodere Duas Mulheres”, foram postadas as mensagens criticando Xuxa e o pedido para deixar as mulheres envelhecerem em paz. Diversas famosas apoiaram a causa.
“Que inferno, cara! Nos deixem envelhecer em paz”, escreveu Samara Felippo. “Surreal”, comentou Gisele Itié. “Quantas pessoas más no mundo. A Xuxa é lindíssima na idade que for. Ela é de verdade”, afirmou Fani Pacheco.
Alice Wegmann compartilhou a publicação do “Empodere Duas Mulheres” em seu perfil. “Deixem as mulheres envelhecerem em paz. Xuxa, você é uma gata”, legendou.
Outras celebridades concordaram com a atriz e defenderam Xuxa. “Queria ver essas pessoas falarem pra mãe, pra avó (até porque todo mundo envelhece) ou para qualquer outra pessoa. É uma vergonha se esconder atrás de um perfil. Vergonha do ser humano”, desabafou Fernanda Souza. “Que vergonha do ser humano. Não é possível não ter o mínimo de empatia”, disse Gabriela Pugliesi.
(Thaís Sant’Anna, 11 jan. 2019. Disponível em: . Adaptado para fins pedagógicos.)
Texto II:
Redes sociais evidenciam face intolerante e preconceituosa da sociedade brasileira
A tecnologia se tornou parte da rotina de muitas pessoas, em especial devido às redes sociais. Por dia, são cerca de quatro bilhões de mensagens no Facebook, 1,8 milhão de curtidas por minuto e, no Twitter, 500 milhões de postagens de 140 caracteres. Para entender melhor esse fenômeno, cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, analisaram sob o ponto de vista neurológico o motivo pelo qual os usuário sentem vontade de compartilhar notícias. O resultado da pesquisa demonstrou que duas razões envolvem a atitude: primeiro, a autoimagem, ou seja, se a publicação condiz com aquilo que se pensa sobre si mesmo. Depois, o que os outros, os amigos, pensarão sobre o significado desse compartilhamento e quais serão suas reações.
Para reforçar a segunda observação, a da procura pela visão alheia, basta abrir uma página do Instagram e verificar os comentários pedindo e trocando likes e seguidores. Quando escrevem, compartilham e postam fotos, notícias, textos e comentários, as pessoas têm despertada a necessidade de contar com o suporte, a aprovação ou o reforço de outras para que suas ações sejam validadas.
Atrás das telas: os efeitos
A legitimação de discursos criminosos e o reforço de estereótipos são algumas das consequências geradas por pessoas que utilizam smartphones, tablets, computadores e outros dispositivos para expor o ódio nas mais diversas plataformas e em formatos distintos. Esse universo oferece um território fértil para o cyberbullying, ou seja, o uso das tecnologias para perseguir, ofender ou assediar grupos ou pessoas repetidamente.
“A análise mais profunda do tema evidenciará que ele pode se configurar como mais gravoso [do que o bullying], perpetuando a situação de vitimização em virtude das configurações do espaço virtual, que permite o livre e simultâneo fluxo das informações, o que faz com que as notícias e informações se propaguem muito rapidamente, alcançando um número indefinido de internautas”, avalia o portal Empório do Direito.
O bullying virtual pode ser, de maneira relativa, um fenômeno recente, vindo do desenvolvimento e expansão da internet e de suas redes sociais. Contudo, não faltam casos de exemplificação da existência dele durante tal período, como a história da estudante de 11 anos de uma escola particular de Cuiabá que passou a sofrer bullying na extinta rede social Orkut por volta de 2007.
De acordo com relatos dos pais à Justiça, a menina mudou de forma drástica sua personalidade ao entrar na escola, “passando, desde então, a apresentar comportamento diverso, permanecendo calada e trancada em seu quarto por longo período, evitando se relacionar com a família, amigos e parentes, além de baixa autoestima e gagueira”, conforme apresenta um trecho do relatório do processo. Após averiguação de sua mãe, descobriu-se que ela era vítima de bullying por seus colegas de turma devido à cor da pele a ao cabelo, tanto em ambiente escolar como no Orkut, sendo a rede social o principal local dos ataques. O caso ocorreu entre 2007 e 2009 e a decisão final da Justiça veio apenas em fevereiro de 2017, quando a menina já possuía mais de 20 anos de idade. Mesmo com a demora, a vítima recebeu parecer favorável da relatora e o colégio, acusado de negligência, teve que indenizá-la.
Como exemplificado, há cerca de 10 anos, o cyberbullying já existia. De maneira geral, os agressores eram conhecidos das vítimas, o que permitia um melhor andamento do processo na justiça. Mas, ao longo desse período, o perfil do criminoso se alterou. Na maioria das vezes, trata-se de alguém que nem mesmo conhece de perto a vítima ou vice-versa.
O que pode ser ainda pior é se o perfil do agressor for “fake” (“falso”, no melhor português). Um ato de certa forma comum entre usuários de redes sociais até cinco anos atrás – com direito até a tutoriais de “como criar um perfil fake quase real” – se tornou a principal forma do criminoso se esconder e fazer jorrar comentários discriminatórios nas mais variadas postagens.
Escondidos na falsa sensação de anonimato, de uma proteção existente por trás das telas, as pessoas mostram visões radicais e ofensivas sem pensar nos efeitos para o outro, que pode – como em casos de cyberbullying – ser perseguido.
Os limites da opinião
Mesmo que em outros países os brasileiros possuam a fama de “boa gente”, amigáveis e receptivos, a internet mostra outro cenário: o racismo ocupa a segunda posição entre os crimes de direitos humanos mais denunciados, ficando atrás apenas da pornografia infantil. Ambos são especialidades do Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos na Procuradoria da República em São Paulo, que atua em conjunto com a SaferNet. Entre os anos de 2012 e 2015, foram mais de 6.500 denúncias de crimes virtuais feitas ao grupo por cidadãos ou originadas de inquéritos das polícias civil e federal.
Mas quando os comentários nas redes sociais se tornam crimes? A dificuldade de reconhecer esse limite se deve ao fato de que tais observações podem estar travestidas de meras considerações pessoais ou liberdade de expressão. “São opiniões construídas em cima de preconceitos, criados não pela experiência, mas para fazer parte de uma turma que pensa ser superior a outra. Uma foto ou um comentário nas redes sociais não é uma carta branca para as pessoas serem desrespeitosas”, explica Renata Lopes, analista comportamental especialista em tecnologia da informação.
Em muitos casos, os indivíduos não possuem conhecimento de que podem pedir reparação por ofensas virtuais. Da mesma maneira, outros ignoram o fato de que devem responder por seus comentários. Qualquer um que se sentir ofendido ou agredido por alguma expressão preconceituosa deve procurar a polícia, o Ministério Público ou acionar um advogado. “É importante registrar o nome de usuário do ofensor (e seu nome real, se for possível identificar), seu número de celular ou algum dado que permita associar o comentário à pessoa. Se foi dentro de uma rede social, notifique também a rede na qual ocorreu. E faça o Boletim de Ocorrência, pois, quanto mais evidências, mais força a denúncia terá”, indica Renata. A Lei 7.716, de 1989 pune a prática ou disseminação de manifestações preconceituosas nas redes sociais, com pena que pode chegar a cinco anos de reclusão para aquele que utilizar os meios de comunicação social, como a internet, para promover o ódio e a discriminação em razão de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Para o preconceito contra indivíduos da comunidade LGBTQ+, porém, não há uma lei específica, apesar de alguns projetos desse tipo terem sido apresentados ao Congresso.
No entanto, os mecanismos para impedir manifestações de preconceito na internet não se mostram tão eficazes quanto deveriam ser. Segundo o coordenador da Rede Afro-Gaúcha de Profissionais do Direito, Jorge Terra, o processo criminal é o último recurso, que só se mostra eficaz quando todas as outras alternativas falharam. “Sabemos que 70% das pessoas que respondem por crime racial (no Brasil) são absolvidas. Há um número desconhecido que é de processos que sequer tiveram sequência: pessoas que se comprometeram a entregar cestas básicas, fazer serviço à comunidade, não há nem registro”, ressalta o procurador do Estado.
Outra situação de aparente impunidade aos agressores são os casos de perfis fakes. Mas engana-se quem utiliza desse artifício para escapar de qualquer represália por não estar “identificável” aos olhos dos usuários da rede social. Apesar de as punições serem acanhadas, a Justiça tem condições de descobrir os proprietários dessas falsas personas das redes sociais, uma vez que a identificação de perfis fakes já é possível, tanto pelo próprio sistema do Facebook, como pelos usuários, por meio de extensões de seus navegadores.
O que é preciso ter em mãos para processar um fake? “Tenha provas! Salve o conteúdo das ofensas – o famoso Print –, salve a URL de onde as ofensas foram feitas – no caso o endereço da postagem no Facebook, por exemplo –, salve também o endereço do perfil Fake”, recomenda Wagner Francesco, bacharel em teologia e direito, pesquisador nas áreas do Direito Penal e Processo Penal.
Apresente o conteúdo ao seu advogado e se encaminhe à delegacia, onde o delegado pode abrir inquérito e pedir a quebra do sigilo de informação e identificação do IP da máquina acessada pelo fake. “Internet não é mais uma terra sem lei, não é campo de atuação de criminosos sem punição. A tecnologia avançou facilitando para quem comete crimes, mas, também, para a solução dos casos”, finaliza Wagner.
Deve-se proceder da mesma forma em casos de redes sociais nas quais o anonimato é permitido. Como o recente Sarahah, de origem saudita, plataforma em que os usuários podem fazer perguntas uns para os outros sem se identificarem. Um agravante em caso de agressão realizada por um anônimo é a de que a Constituição Federal, no Art. 5, inc. IV, exclui indivíduos no anonimato da prática de livre manifestação do pensamento.
(Érika Alfaro, Fabio Toledo e Juliana Borges, 16 ago. 2017. Disponível em: . Acesso em: 11 jan. 2019. Adaptado para fins pedagógicos.)
TEXTO I
A sociedade na qual vivemos deixa claro um paradoxo: mesmo tendo a maioria excluída da classe consumidora global, uma forte ação de propaganda ideológica convence de que os consumidores têm seus direitos: o cliente é o rei, ele tem sempre razão, é necessário fazer tudo para satisfazer o cliente. Porém, os produtores e os assalariados têm seus direitos limitados ou ignorados. Essa teoria contraditória, elaborada por indivíduos egoístas e irresponsáveis, é aceita pela maioria de nós, sem que reflitamos sobre suas consequências no campo ambiental e social.
Eis o impasse representado pelo termo desenvolvimento sustentável! A busca por uma sociedade equilibrada, sustentável do ponto de vista social e ambiental, não pode ter como base a satisfação ilimitada das nossas necessidades. É necessário agir de acordo com as demandas individuais e coletivas em um amplo projeto de construção de um futuro sustentável.
O indivíduo responsável deve, assim, contribuir por meio das suas escolhas cotidianas – entre elas, as de consumo – ao respeito aos direitos dos outros, do meio natural do qual faz parte, sem esquecer as futuras gerações. Não podemos deixar que o consumo alienado continue a dominar as relações de trocas comerciais – somos e podemos fazer a diferença de forma comprometida com a qualidade de vida de todos e do próprio planeta. Devemos ser atores da nossa própria emancipação, simplesmente porque consumir não é um fim em si, mas apenas um meio de satisfazer as necessidades fundamentais de todos os habitantes do nosso planeta.
BADUE, Ana Flávia Borges. et al. Manual pedagógico: entender para intervir. Por uma educação para o consumo responsável e o comércio justo. São Paulo: Instituto Kairós; Paris: Artisans du Monde, 2005. (Fragmento adaptado)
TEXTO II
Proibição de canudos e sacolas plásticas está na pauta do Plenário
De acordo com o texto, ficam proibidos a fabricação, a importação, a distribuição e a venda de sacolas plásticas para guardar e transportar de mercadorias, além de utensílios plásticos descartáveis para consumo de alimentos e bebidas, como é o caso dos canudos. A exceção é para as sacolas e utensílios descartáveis feitos com material integralmente biodegradável.
No caso dos cosméticos com micropartículas de plástico, valem as mesmas proibições das sacolas e utensílios plásticos, além da proibição de registro. Essas micropartículas são usadas em vários produtos, como maquiagens, protetores solares e esfoliantes e podem se acumular nas águas de oceanos e rios.
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/05/06/proibicao-de-canudos-e-sacolas-plasticas-esta-na-pauta-do-plenario. Acesso em: 17 jul. 2019.
TEXTO III
As leis que pretendem combater o plástico de uso único no país Projetos vêm sendo debatidos e sancionados em instâncias estaduais e municipais. Para especialistas, a proibição de itens como canudos e copos é insuficiente para combater danos ao meio ambiente
“Esse tipo de legislação parece mais uma abordagem midiática, pirotécnica. Se opta por banir em vez de educar, em vez de trabalhar a questão da gestão dos resíduos, no sentido de uma economia mais circularizada e no sentido de combater a ocupação em áreas que são desprovidas de um sistema de coleta e destinação final de resíduos.
Como uma sacolinha chega no mar aqui no Brasil? Ela chega cheia de lixo com um nózinho em cima. Ela não chega voando. Se você usa uma sacolinha plástica ou um saco cinco vezes mais caro, a questão continua a mesma, o lixo vai continuar indo pro mar, havendo canudo ou não. O canudo que você usa no quiosque na praia do Rio ou na Vila Madalena não vai para o mar, vai para o aterro.
O lixo no mar é uma tragédia, mas é também um sintoma de uma sociedade desigual, insustentável. Isso se reflete no jeito que pessoas estão vivendo, de uma forma degradante, expostas não só ao lixo, mas à falta de comida, ao frio, de saneamento, de condições mínimas de vida. É outro aspecto que mostra que estamos falhando muito e que não é o banimento de um canudinho que vai resolver.” (Alexander Turra, Professor titular do Departamento de Oceanografia Biológica da USP)
ROCHA, CAMILO. Nexo Jornal. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/07/10/As-leis-que-pretendem-combater-o- pl%C3%A1stico-de-uso-%C3%BAnico-no-pa%C3%ADs. Acesso em: 17 jul. 2019. (Fragmento adaptado)
TEXTO IV
CUTTS, Steve. Disponível em: http://www.stevecutts.com/uploads/2/6/3/8/26381140/3785076_orig.jpg. Acesso em: 17 jul. 2019.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas, em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A proibição é o caminho para um desenvolvimento sustentável?, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema OS HOMENS E AS MULHERES SÃO VERDADEIRAMENTE IGUAIS PERANTE A LEI BRASILEIRA?, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
http://www.senado.gov.br/atividade/const/con1988/con1988_12.07.2016/art_5_.asp
Texto II
O sistema de ensino tem um importante papel na sociedade, pois é um dos principais espaços de socialização, formação e disseminação de valores sociais. Se, por um lado, a escola pode contribuir para a formação de sujeitos críticos e reflexivos, ajudando a superar preconceitos e opressões, por outro, ela também pode reforçar desigualdades, como a divisão sexual do conhecimento, e para reforçar estereótipos e preconceitos.
Embora se tenha avançado muito na inclusão das mulheres no sistema de ensino nas últimas décadas, permanece uma forte tendência a que as meninas sejam direcionadas às ciências humanas ou relacionadas ao cuidado, e os meninos, para as ciências exatas, áreas que envolvam a lógica ou exijam força física. As mulheres são mais da metade dos/as matriculados/as nos cursos de graduação no Brasil (55,23% de mulheres frente a 44,77% de homens). Contudo, permanecem concentradas em áreas tradicionalmente consideradas femininas. Os homens são 77,54% dos/as matriculados/as em cursos de ciências da computação (de acordo com dados do CNPq, de 2013). A distribuição desigual de homens e mulheres nessas profissões evidencia como estereótipos a respeito dos papéis de gênero são reproduzidos e atualizados no sistema escolar, moldando suas escolhas profissionais e inserção no mercado de trabalho.
A desigualdade de gênero repercute nas diferenças de remuneração entre homens e mulheres. Em média, as mulheres têm maior escolaridade que os homens. Entretanto, ainda recebem menos que eles, tendo o mesmo nível de formação. Entre os trabalhadores com nível superior, os homens recebiam em média R$ 5.572,28, e as mulheres, R$ 3.357,34, uma diferença de 60% (dados da RAIS, Ministério do Trabalho e Emprego, 2011).
As desigualdades de gênero, quando combinadas com outras formas de desigualdade, resultam em formas múltiplas de violação de direitos das mulheres. O acesso à educação ocorre de maneiras distintas quando comparados os meios urbano e rural. Mulheres que vivem no meio rural possuem maiores dificuldades de acesso à educação, visto que as escolas se encontram mais distantes das mesmas e muitas vezes não existe facilidade de transporte que as leve até os locais de estudo.
Existem também diferenças geracionais na temática da educação. As mulheres mais velhas, por exemplo, em comparação às mais jovens, possuem menos tempo de estudo e taxas mais elevadas de analfabetismo e, consequentemente, menos oportunidades no mercado de trabalho. As taxas de analfabetismo também são maiores entre as mulheres negras quando comparadas com as mulheres brancas.
O Estado pode contribuir para a promoção dos direitos das mulheres por meio de diversas intervenções no sistema educacional. Primeiramente, deve garantir o acesso a ele nos locais onde ainda não está garantido, especialmente no meio rural. Além disso, deve incidir na formação de professores/as para que os espaços de ensino não reproduzam estereótipos e preconceitos, mas combatam todos os tipos de preconceitos, sejam eles referentes a sexo, raça / etnia, cor, cultura, orientação sexual, identidade de gênero ou geração. Isso é fundamental para a construção de uma sociedade mais igualitária, em que se valorizem as profissões consideradas femininas, haja uma menor desigualdade entre os salários e o acesso uniforme à educação para mulheres em sua diversidade.
http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/areas-tematicas/educacao
Texto I
Melhor amigo dos idosos
A foca peluda Paro recebe carinho e comida de uma idosa, enquanto o humanoide Pepper lidera um grupo que pratica exercícios físicos. Tree guia um senhor com deficiência a dar passos e o encoraja: "direita, esquerda, muito bem!".
Os robôs invadiram a casa de repouso Shin-tomi, em Tóquio. São cerca de 20 modelos que ajudam a cuidar e a entreter os moradores. Trata-se de uma estratégia do governo japonês, que aproveita a expertise em robótica para lidar com o crescimento da população idosa e com a diminuição da força de trabalho.
Permitir que robôs cuidem de idosos pode soar desumano. Mas muitos japoneses encaram o fato com naturalidade, talvez porque a mídia nipônica retrate essa tecnologia como amigável e prestativa.
"Esses robôs são maravilhosos", disse Kazuko Yamada, 84, após uma maratona com a Pepper, fabricado pela SoftBank Robotics. O robô também é capaz de dialogar. "Mais pessoas moram sozinhas nos dias de hoje, e um robô pode ser um companheiro e tornar a vida mais divertida." Alguns obstáculos dificultam proliferação dos robôs cuidadores: altos custos, segurança e dúvidas sobre o quão útil - e fácil de usar - serão.
[...]
Disponível em: https://www.uol/noticias/especiais/melhor-amigo-dos-idosos.htm#tematico-3. Acesso em: 17 jun. 2019.
Texto II
Um futuro de cuidadores robóticos está mais próximo do que podemos imaginar. Aspiradores de pó e cortadores de grama autômatos já estão disponíveis, por exemplo. E, no Japão, já existe uma intensa absorção de tecnologias de assistência e reabilitação para o cuidado de idosos.
Em alguns casos, um robô com feições de seres vivos pode ser exatamente o que se precisa. Animais robóticos, como o Paro, estão começando a ser usados como animais de estimação em casas de repouso como companheiros.
Muitos robôs modernos são específicos para uma determinada função, como os aspiradores, e não máquinas multifuncionais. Projetar um sistema robótico para atender a várias funções pode ser um desafio, especialmente se suas tarefas não estiverem relacionadas entre si.
Em última análise, os robôs cuidadores vão auxiliar, mas não substituir os cuidadores humanos, já que a robótica nunca poderá reproduzir a companhia que vem de uma pessoa de carne e osso. Nem mesmo a simulação mais avançada de uma pessoa por um robô pode realmente imitar um ser humano.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-48290191. Acesso em: 17 jun. 2019. (Fragmento adaptado)
Com base nos textos motivadores lidos acima e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto em prosa discutindo, de acordo com sua opinião, quais as implicações éticas das novas tecnologias no exercício do trabalho humano. Seu texto deve ser escrito em norma-padrão da língua portuguesa, respeitando os direitos humanos, e entre 25 e 30 linhas.
Disponível em: . Acesso em: 5 maio 2018.
A partir da leitura do infográfico e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema “A Lei Maria da Penha no combate à violência contra a mulher no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema Adequação dos mercado de trabalho aos novos tempos, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Estudo revela que jornada de trabalho de 3 horas melhora produtividade
Tomar um café, ir ao banheiro, fumar um cigarro, se atualizar das notícias, conferir as redes sociais, conversar com os colegas... essas são algumas atitudes pra lá de normais no dia a dia corporativo da maioria das pessoas.
Mas quanto tempo de uma jornada de trabalho passa-se realmente trabalhando? Cerca de 2 horas e 53 minutos, de acordo com uma pesquisa realizada pela VoucherCloud, maior empresa de cupons e descontos do Reino Unido.
Foram entrevistadas mais de 1900 pessoas que trabalham e têm mais de 18 anos em todo o país. A primeira pergunta era: "Você se considera produtivo durante todo o dia de trabalho?". A grande maioria, 79%, respondeu que não. Para a ciência, nós somos capazes de produzir em apenas 3 horas das 8 que costumam compor a jornada de trabalho diária.
Se não estão trabalhando, o que esses funcionários realmente estão fazendo? A pesquisa aponta que, em quase metade do tempo, as pessoas estão navegando na internet e procrastinando de outras formas. São elas:
Checando as redes sociais - 47%
Lendo sites de notícias - 45%
Discutindo assuntos não relacionados ao trabalho com colegas - 38%
Preparando bebidas, como café e chá - 31%
Pausa para o cigarro - 28%
Trocando mensagens - 27%
Comendo lanchinhos - 25%
Preparando comida - 24%
Fazendo ligações - 24%
Procurando um emprego novo – 19%
Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2017.
Texto II
Mais felicidade e muito mais produtividade*
Trabalhar a partir de casa tem quase sempre má reputação, associada à ideia de menor produtividade. No entanto, as provas em contrário multiplicam-se. Um dos defensores mais conceituados da ideia é Nicholas Bloom, professor de economia na Universidade de Stanford, que considera que trabalhar a partir de casa tem muito potencial. Na sua recente TEDTalk, recordou o exemplo de uma empresa que aceitou a sua proposta de fazer uma experiência "científica" para provar a sua teoria, a maior agência de viagens da China, a Ctrip.
Os trabalhadores da empresa foram divididos em dois grupos: um grupo trabalhou a partir de casa quatro dias por semana durante nove meses, enquanto o outro grupo permaneceu no escritório cinco dias por semana como grupo de controlo. Os resultados mostraram uma melhoria no desempenho de 13% nas pessoas que trabalharam a partir de casa, que Nicholas Bloom atribui a duas razões: em casa as pessoas trabalhavam efetivamente as horas diárias que lhes cabiam, o que não acontecia no escritório, devido a atrasos ou ao prologamento da hora de almoço, por exemplo; ser muito mais fácil manter a concentração em casa por haver menos distrações.
A experiência não só permitiu o aumento da produtividade como foi positiva tanto para os trabalhadores como para a gerência. A taxa de abandono da empresa teve uma queda de 50%, permitindo que os gerentes poupassem tempo em contratar novos funcionários e dar formações, uma vez que os funcionários que trabalhavam a partir de casa sentia-se mais felizes e, portanto, menos propensos a sair.
Estes resultados obtidos na experiência coincidem com os de uma sondagem da Gallup, que revelou que os americanos que trabalhavam em casa três a quatro dias por semana tinham mais probabilidades -- 41% contra 30% -- de se sentirem mais envolvidos no trabalho, e menos probabilidades de não se sentirem envolvidos -- 48% contra 55% -- do que aqueles que ficavam no escritório todos os dias.
Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2017.
* Respeitou-se a grafia portuguesa original do texto.
Texto III
Os trabalhadores desglobalizados no mundo do trabalho do século XXI*
Com o desenvolvimento das novas tecnologias da informação, da microeletrônica, da robotização e da inteligência artificial, surgiu a partir da segunda metade do século XX a sociedade pós-industrial ou «sociedade informacional» na expressão do sociólogo Manuel Castells («A Era da Informação: economia, sociedade e cultura»).
Foi a partir daí que o sistema capitalista entrou num novo ciclo de reestruturação do capital que David Harvey («Do Fordismo à Acumulação Flexível») denominou como «acumulação flexível», flexível na medida em que «se apoia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento de sectores de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional.»
Essa revolução teve grandes consequências para o mercado de trabalho, podendo em geral afirmar-se que, se foi boa para as empresas, não o foi para os trabalhadores, com o início de um período de racionalização e intensificação do controlo do trabalho.
A mudança tecnológica, a automação, a busca de novos produtos e novos mercados, as fusões de empresas, a busca de novos locais onde a mão-de-obra era barata, tudo isso se tornou necessário para as grandes empresas multinacionais, o que causou a desregulamentação das relações de trabalho, aumentando o desemprego, fomentando o trabalho informal e fazendo surgir relações precárias de trabalho: trabalho temporário, jornada parcial, terceirização, subcontratação, etc.
Ainda no dizer de David Harvey, «diante da forte volatilidade do mercado, do aumento da competição e do estreitamento das margens de lucro, os patrões tiraram proveito do enfraquecimento do poder sindical e da grande quantidade de mão-de-obra excedente (desempregados ou subempregados) para impor regimes de contrato mais flexíveis […]. Mais importante do que isso é a redução do emprego regular em favor do crescente uso do trabalho em tempo parcial, temporário ou subcontratado.»
O reverso do sucesso económico – em que se passou de um modelo de crescimento desde anos 60 do século XX que permitiu compatibilizar crescimento dos salários com elevadas taxas de lucro para o actual modelo de desenvolvimento assente na redução dos direitos e dos salários como condição para aumentar a competitividade económica das empresas – originou, deste modo, a degradação total das condições de trabalho, sempre invocando uma maior flexibilização das relações laborais com as novas fórmulas do trabalho «atípico»: ‘outsourcing’, subcontratação, empresas em rede, trabalho temporário, falsos «recibos verdes», subemprego. À escala global, o cenário dos baixos salários conjugado com facilidade de mobilidade e deslocalização fez com que o trabalho atingisse ainda maiores níveis de degradação, sob a forma de tráfico de pessoas e trabalho forçado, a nova escravatura moderna, como o comprovam os serviços prestados por imigrantes filipinos e vietnamitas em Los Angeles, bolivianos em São Paulo, indianos em Londres, sudaneses em França ou tailandeses e nepaleses na agricultura em Portugal.
Acresce que, ao contrário do proletariado dos séculos XIX e XX, em que o sindicalismo encarnou a primeira forma de organização do poder dos trabalhadores, os «assalariados desglobalizados» do século XXI não possuem identidade coletiva nem capacidade organizativa, por força de a globalização económica com a precarização do trabalho ter enfraquecido o poder dos sindicatos e das organizações dos trabalhadores.
Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2017.
* Respeitou-se a grafia portuguesa original do texto.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A necessidade de viver as experiências reais em um mundo cada vez mais virtual, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
O que ainda pode surpreender um viajante hoje em dia? Na era da hiperinformação, da troca acelerada de relatos ao alcance de um clique, o que terá o turista para ver de novo?
É certo que o calor humano não será sentido antes que se pise no solo dos anfitriões. E os sabores da gastronomia ganharão o colorido somente no seu local de origem, diretamente das mãos que na comida expressam sua identidade.
Mas e as paisagens de tirar o fôlego, como resistirão a um mundo onde, com imagens de 360º em realidade virtual, pouco sobra para a própria realidade dizer?
A vista de Paris a partir da torre Eiffel ou a de Nova York do alto do Empire State; a vista da grande barreira de corais da Austrália ou da vida subaquática de Bonito; a sinuosidade da muralha da China; a gelada imensidão do Everest...
Tudo isso podia ser visto em fotografias e filmes. Ainda assim, davam a sensação de virem de longe, uma isca para nos atrair até lá – coisa que, com a realidade virtual, agora parece dispensável. Virando o rosto em nosso sofá, agora vemos qualquer ângulo possível de qualquer paisagem, faltando somente os cheiros e as brisas (o que logo resolverão).
Ademais, era num tempo em que as pessoas preferiam se encontrar para conversar. Hoje, mesmo diante do outro, muitas vezes elas preferem conversar remotamente. Se até mesmo as pessoas são prescindíveis, o que será das paisagens?
Fico curioso em pensar como deve evoluir o interesse pela experiência da viagem. Tendo até a caminhar no sentido inverso do que fazia no passado: não ter previamente tanta informação sobre o meu destino, para ser arrebatado pelo imprevisto, ainda que ele esteja ali há séculos à nossa espera. Mas esse despreparo não é condizente com minha profissão – viagens de trabalho exigem, para serem proveitosas, pesquisa anterior: não dá para chegar na total ignorância.
Uma pena. Pois a surpresa, o inesperado, podem ser o segredo da sedução do viajante.
MELO, Josimar. Em um mundo virtual, que paisagem ainda surpreende o viajante? Folha de S.Paulo. Disponível em: . Acesso em: 28 maio 2018.
Texto II
Dissimular é fingir não ter ainda o que se tem. Simular é fingir ter o que não se tem. O primeiro refere-se a uma presença, o segundo a uma pura ausência. Mas é mais complicado pois simular não é fingir: "Aquele que finge uma doença pode simplesmente meter-se na cama e fazer crer que está doente. Aquele que simula uma doença determina em si próprio alguns dos respectivos sintomas" (Littré). Logo, fingir ou dissimular deixam intacto o princípio da realidade: a diferença continua a ser clara, está apenas disfarçada, enquanto que a simulação põe em causa a diferença do "verdadeiro" e do "falso", do "real" e do "imaginário". O simulador está ou não doente, se produz "verdadeiros" sintomas? Objetivamente não se pode tratá-lo nem como doente nem como não doente.
BAUDRILLARD, J. Simulacros e simulação. Lisboa: Relógio d´Água, 1991. p. 9-10.
Texto III
Publicado no Journal of Personality and Social Psychology, o estudo "Como tirar fotos aumenta o prazer das experiências" explica que fazer fotos aumentaria o aproveitamento e o prazer da experiência. De acordo com o principal autor do estudo, Kristin Diehl, "ao contrário de verificar seu e-mail ou mensagens de texto, […] fotografar na verdade direciona você para a experiência'.
Em um experimento, um grupo de participantes que recebeu câmeras foi solicitado a tirar fotos durante um passeio de ônibus. Este primeiro grupo relatou divertir-se significativamente mais do o grupo ao qual foi requerido apenas observar.
Outro estudo, realizado em 2013, havia citado que pessoas lembram menos do evento quando estão fotografando o mesmo. O estudo anterior, realizado pela Fairfield University, descobriu que as pessoas que fazem fotos de objetos em um museu eram mais propensas a esquecer do que tinham visto, ao contrário das que não tinham feito fotos. Diferentemente, o novo estudo analisa o prazer proporcionado através do ato de fotografar, não a memória do evento.
Na pesquisa atual, também foi feito experimento com pessoas em museu. Um grupo foi instruído a tirar fotos e o outro a apenas observar. Depois de rastrear os movimentos dos olhos dos participantes, os pesquisadores descobriram que aqueles que fotografavam dedicaram mais atenção visual para as obras do que para outros itens.
Há um porém: enquanto fotografar aumenta a atenção no momento, o uso do telefone em tarefas relacionadas à foto como postar a imagem para Instagram, Snapchat ou Facebook fazem o inverso, distraem. É sempre bom lembrar que há momentos onde fotografar pode se tornar irritante, especialmente para as outras pessoas presentes. Mas, de acordo com esse estudo, se o momento é propício para fotos, você não precisará escolher entre fotografar e aproveitar; está tudo incluso.
SOUZA, Ruca. Fotografar o que você vive aumenta o prazer da experiência, diz estudo. iPhoto Channel. Disponível em: . Acesso em: 28 maio 2018.
Texto I
Polarização das redes sociais faz sociedade viver estado de 'incivilidade', diz historiador
Ao promover polarização, visões extremistas e "fake news", as redes sociais estão levando a sociedade a um estado de falta de civilidade ou "incivilidade". A avaliação foi feita pelo historiador escocês Niall Ferguson, durante seminário da série "Fronteiras do Pensamento", realizado em São Paulo na noite desta terça-feira. Professor de Stanford e autor de livros em que discorre sobre a decadência do mundo ocidental, Ferguson acredita que as redes sociais assumiram um papel tão importante na sociedade que são capazes de afetar o resultado das eleições, privilegiando candidatos que souberem utilizá-las melhor.
Para Ferguson, as grandes redes sociais, como Facebook e Twitter, polarizam tanto o debate que levam a sociedade a um estado de declínio que ele chama de "incivilidade":
— A minha preocupação hoje é que a sociedade civil foi tão erodida pelo advento das redes sociais que não podemos mais falar em sociedade civil. Os EUA se tornaram em uma sociedade não-civilizada. A polarização se tornou um veneno. Eu me pergunto se a civilização não está se se tornando em algo diferente, em uma não-civilização ocidental —, criticou o historiador.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/polarizacao-das-redes-sociais-faz-sociedade-viver-estado-de-incivilidade-diz-historiador-22127223. Acesso em: 20 mai. 2019.
Texto II
As redes sociais e a internet são mesmo as principais culpadas pela polarização política?
As redes sociais e a internet estão criando bolhas. O Facebook, por meio de um algoritmo, mostra para você só o que você quer ver. A consequência disso, dizem especialistas, é a polarização política. O assunto é tema recorrente de livros, reportagens e ensaios - e foi usado como hipótese explicativa para a polarizada eleição americana de 2016, que acabou por colocar Donald Trump na presidência dos EUA. Uma nova pesquisa, porém, questiona todas as afirmações acima. Economistas da Universidade de Brown, no Estado de Rhode Island, descobriram que o crescimento recente da polarização política no país é maior em grupos demográficos que usam menos internet e redes sociais. Ou seja, os autores do estudo sugerem que a internet e as redes sociais não são o vilão que se supõe serem.
[...]
“Qualquer que seja a explicação [para a polarização], ela tem que dar conta do fato que a polarização política vem crescendo desde antes do uso generalizado da internet e com o fato de que, em anos recentes, ela cresce mais rapidamente entre os mais velhos”, diz Levi.
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/03/31/As-redes-sociais-e-a-internet-s%C3%A3o-mesmo-as-principais-culpadas-pelapolariza%C3%A7%C3%A3o-pol%C3%Adtica. Acesso em: 20 mai. 2019.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema Internet e Polarização Política, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
A partir da leitura do texto motivador e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Os malefícios do trabalho noturno para o trabalhador brasileiro, apresentando proposta de intervenção e respeitando os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto:
Os problemas de saúde causados pelo trabalho noturno
“Desde que (Thomas) Edison produziu a primeira lâmpada comercial barata, fomos capazes de virar a noite a um custo baixo, e o sono foi a primeira vítima”, explica Russell Foster, professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido, especialista em sono.
“A grande questão é que temos esse relógio biológico interno que é ajustado pelo mundo externo como resultado da exposição ao ciclo claridade / escuridão”, acrescenta.
Segundo ele, os trabalhadores noturnos são expostos a níveis reduzidos de luz durante o turno da noite, mas como se deparam com a intensa claridade natural da manhã na jornada de volta para casa, o relógio biológico interno fica travado no padrão de claro/escuro dos trabalhadores diurnos.
“Então, você passa constantemente por cima do impulso biológico que diz que você deveria estar dormindo.”
E não importa se você estiver trabalhando em turnos noturnos regularmente, acrescenta Foster. A menos que você consiga se esconder completamente da claridade, após terminar de trabalhar e o sol começar a raiar.
Efeitos no organismo
Mas que tipo de efeitos o trabalho noturno pode ter no organismo?
Foster explica que a ato de passar por cima do relógio biológico faz com que você ative seu “eixo de estresse”, que é como o corpo reage em uma situação de luta ou fuga.
“Estamos esguichando glicose na circulação, estamos aumentando a pressão arterial, estamos gerando alerta para lidar com ameaças potenciais e, claro, não deveria ser o caso, estamos apenas trabalhando”, afirma o especialista.
Ele alerta que níveis continuados de estresse podem levar a doenças cardiovasculares ou distúrbios metabólicos, como diabetes tipo 2.
O estresse também pode suprimir o sistema imunológico, o que pode ser a origem de uma incidência maior de câncer colorretal e de mama.
Esses são os possíveis resultados em longo prazo, mas a privação de sono também tem consequências mais imediatas.
O efeito mais evidente é o cansaço. A dificuldade de assimilar informações corretamente, os lapsos em captar sinais sociais e a perda de empatia são alguns sintomas.
Perdas econômicas
Além de apresentar riscos para a saúde, a privação de sono também tem um custo para a economia.
“No Reino Unido, descobrimos que a falta de sono custa à economia até US$ 40 bilhões por ano, o que representa cerca de 1,8% do PIB do Reino Unido – é uma mistura de perda de produtividade e efeitos na mortalidade”, analisa Marco Hafner, economista da instituição de pesquisa Rand Europe.
E os governos, estão tomando providências no que se refere a estabelecer políticas públicas?
Hafner diz que as iniciativas ainda são incipientes.
“Nós sabemos que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês, nos EUA) está olhando para isso e, na verdade, já considera a falta de sono uma epidemia de saúde pública. Então há uma conscientização crescente sobre a falta de sono ser um problema de saúde pública”, pondera.
(Disponível em: .)
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema O culto ao corpo como causa do adoecimento, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Agora, na cultura urbana [...], você tem uma divisão porque o que você vê exibido como modelo de identidade e de felicidade e de norma corpórea é transmitido maciçamente para todo mundo. Agora, existe uma lacuna real entre quem pode imitar ou não. [...] No caso, da classe média para cima, ela viaja, ela consome produto da moda, vai para a boate e restaurantes, onde toda essa preocupação está presente. As pessoas exibem. As mais famosas, para tomar o caso das garotas, são as mais magras. Quando você chegar no restaurante, vai estar em questão um cardápio que não engorde, você precisa ter bastante dinheiro para fazer exames frequentes e para saber suas taxas sanguíneas, para ir nas melhores academias, para variar o cardápio de exercícios que você pode fazer. Em suma, você opta por ginástica, depois por massagem, por tensão, relaxamento, isso movimenta uma economia e exige uma disponibilidade financeira que só concentração de renda no Brasil explica.
Entrevista com Jurandir Freire Costa, publicada em "O Pasquim", n. 21
Texto II*
Bom, o que me chama atenção em termos físicos especialmente uma pessoa que tem proporções nas diferentes partes do corpo humano. Não necessariamente tem que ser uma pessoa com, muito bonita, mas que dá, transmite, com a impressão de harmonia [...] Então, eu acho que, realmente, o principal, pra mim, do ponto de vista da aparência física de uma pessoa, é ela transmitir essa ideia de harmonia, de equilíbrio e que, de proporção entre diferentes partes do corpo humano e que, portanto, dá à gente a impressão de algo que é fruto não só de uma mera característica externa, que possa ter uma pele assim, ou um cabelo desse modo, mas que é realmente expressão de uma realidade pessoal mais profunda. Então, eh, acho que uma pessoa é uma pessoa na sua totalidade, no que ela é, e na aparência. Mas aquilo que ela aparenta não deve estar dissociado do que ela é.
Fala carioca NURC — Documentos: Corpo humano - inq. 0360/M2A.
* Por ser a transcrição de uma fala, este texto pode não estar totalmente coeso, coerente ou adequado à norma-padrão da língua portuguesa.
Texto III
Em nossa sociedade de consumo, a fonte vital de todas as energias é o corpo. Para se ter saúde, é preciso ter um corpo saudável; e, para tanto, necessário obedecer a inúmeras regras, leis de medida, peso e volume.
FEROS, Rosy. A metáfora do corpo (II): beleza se põe à mesa.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema CRIAR LEIS É A MELHOR FORMA DE GERAR UM BRASIL MAIS JUSTO PARA TODOS? apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
"Fazer uma lei e não a mandar executar é autorizar a coisa que se quer proibir". A frase é de Armand-Jean du Plessis, mais conhecido como cardeal de Richelieu (1585-1642), que de mandar entendia alguma coisa. Foi ele quem, agindo em nome do rei Luís 13, introduziu o absolutismo na França.
Receio, porém, que a situação possa ser ainda pior do que sugere o cardeal. A edição de uma norma que não é seguida pelo menos de uma tentativa honesta de implementá-la não só acaba funcionando como uma autorização mas também contribui para o difuso descrédito da lei, isto é, da capacidade do poder público de impor regras à sociedade. Reside aí uma das razões para as famosas "leis que não pegam".
Nesse contexto, não me parece especialmente feliz a decisão do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de baixar a resolução 706/2017 que regulamenta os artigos 254 e 255 do Código de Trânsito e prevê multas para pedestres e ciclistas que infrinjam certas normas de trânsito. A crer no pessoal do Denatran, as cobranças começam dentro de seis meses.
Não discuto que pedestres e ciclistas cometam barbeiragens. Também me parece claro que o trânsito se tornaria mais seguro e fluido se eles estivessem, como os motoristas de carros, sujeitos a sanções. O problema é que agentes de trânsito não têm poder de polícia, o que significa que o cidadão não é obrigado a identificar-se para eles, tornando a autuação quase impossível (seria necessário colocar um PM ao lado de cada marronzinho, o que parece algo difícil de justificar).
Sem tomar os cuidados para que a cobrança seja efetiva —exigindo que bicicletas tenham placa, por exemplo, ou concedendo poder de polícia aos agentes de trânsito, medidas que nada têm de trivial—, o Denatran faz só um teatrinho. Ele seria apenas inócuo se não contribuísse para a desmoralização das leis.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2017/11/1933630-leis-descoladas.shtml. Acesso em 8 de novembro de 2017.
Texto II
Em maio, a Câmara Municipal de Belo Horizonte arquivou um projeto de lei que previa a proibição de alimentar pombos nas praças públicas da cidade. Junto com ela, por requerimentos do vereador Mateus Simões (Novo-MG), foram arquivadas outras 400 propostas, como a que criaria o dia do Papai Noel beneficente e a que proibiria a venda de água de coco no próprio coco.
Na capital mineira, 60% dos 300 projetos de autoria dos vereadores aprovados de 2013 a 2016 dão nome a espaços públicos, instituem datas comemorativas ou declaram algo como utilidade pública. Desde 1988, o Brasil criou 540 normas legais por dia nas esferas municipais, estaduais e federal, segundo apurou o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.
Muitas delas acabam esquecidas em algum escaninho — mas outras tantas atrapalham a vida dos cidadãos e os negócios. É o caso de leis, em vigor em Porto Alegre, que determinam que todo comércio exponha cartazes contra a propagação da leptospirose, todo prédio residencial tenha parque infantil ou que os postos de gasolina afixem um mapa da vizinhança.
Felizmente, país afora, iniciativas como a de Simões, propondo “revogaços” de normas arcaicas e redundantes — ou simplesmente inúteis —, têm se tornado mais comuns. Revogar a ineficiência pública é impossível, mas acabar com as barbaridades legais já ajudaria bastante.
https://exame.abril.com.br/revista-exame/so-no-brasil-que-venha-o-revogaco/. Acesso em 8 de novembro de 2017.
Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas