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No dia 2 de setembro, ocorreu um incêndio no Museu Nacional que destruiu grande parte de seu acervo, do qual apenas cerca de 1% estava exposto. Mais antigo do país, esse museu foi fundado por D. João VI em 1818 e está localizado em um palacete imperial, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. A Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco) considerou que o incêndio foi uma grande perda para o Brasil e para a humanidade, comparada à destruição das ruínas da cidade de Palmira, na Síria.
A partir da leitura dos excertos e da charge apresentados a seguir, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa. Os textos poderão servir como subsídios para a sua argumentação, mas não devem ser integralmente copiados.
Texto 1:
O incêndio que consumiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, não pode ser encarado como uma tragédia. Um foco de fogo que destruísse uma obra, mas fosse rapidamente debelado seria uma tragédia. A queima de uma instituição com 200 anos e um acervo de 20 milhões de itens, que não contava com estrutura adequada de prevenção a incêndios, não é um acidente, mas um empreendimento. Um projeto coletivo, pacientemente implementado ao longo do tempo por um Estado e uma sociedade que condenaram seu patrimônio histórico, natural, científico e cultural à inanição.[...]
Esse projeto coletivo não enxerga barreiras ideológicas e matizes políticos. [...] Pois não se trata apenas de recursos financeiros e vontade. Um fogo que consome um museu inteiro é paradigmático da ausência de um projeto nacional que veja esse patrimônio como subsídio fundamental para a construção de um país melhor. E que, portanto, precisaria ser protegido a qualquer custo. Se assim fosse, haveria recursos para monitorar, conservar e estudar nosso patrimônio da mesma forma que existe para garantir o funcionamento dos mais diversos palácios que hospedam os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pelo país. Até porque representantes políticos vêm e vão, mas nossa história fica. O povo seria o primeiro a ocupar palácios para pedir recursos a museus.
Fonte: . Acesso em: set. 2018.
Texto 2:
O Museu Nacional teve menos visitantes em 2017 do que o número de brasileiros que visitou o Museu do Louvre no mesmo ano. O Museu Nacional registrou 192 mil visitantes em 2017, segundo informou a assessoria de imprensa da instituição à BBC News Brasil. No mesmo período, 289 mil brasileiros passaram pelo Louvre, em Paris, na França, uma das principais instituições de arte do mundo, segundo registros do próprio museu. O número de brasileiros que visitaram o museu francês é 50,5% superior à visitação total da instituição brasileira. O Louvre teve um aumento de 82% do número de visitantes do Brasil no ano passado em relação a 2016.
Fonte: . Acesso em: set. 2018.
Texto 3:
Museus em chamas, bibliotecas entregues às traças e prédios históricos devorados por cupins ou simplesmente colocados à venda pelo preço do terreno. Em um cenário de crise econômica e com imposição de um teto para os gastos públicos federais, a Cultura e a preservação do patrimônio histórico acabam sendo uma das primeiras e maiores vítimas. A destruição de boa parte do Museu Nacional na noite de domingo, no Rio de Janeiro, é um exemplo extremo do que se repete silenciosa e diariamente em todo o país.
São Paulo, o Estado mais rico do país, se tornou uma vitrine do descaso com o patrimônio. Já arderam nas chamas o Teatro Cultura Artística, em 2008, o Memorial da América Latina, em 2013, o Museu da Língua Portuguesa, em 2015, e a Cinemateca, em 2016. Por fim, o Museu do Ipiranga, um dos mais importantes do país, encontra-se fechado há cinco anos para reformas. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, Condephaat, por exemplo, dispõe de apenas 50.000 reais para realizar a manutenção e avaliação preventiva de 2.000 bens tombados em 645 municípios neste ano. Outros 75.000 reais são recursos vinculados que, por problemas burocráticos, não são utilizados pelo órgão, segundo a reportagem apurou. De acordo com fontes da entidade, o valor pleiteado foi de 1 milhão de reais para que o conselho pudesse desempenhar sua função de forma adequada.
Fonte: . Acesso em: set. 2018.
Texto 4:

Fonte: . Acesso em: set. 2018.


Disponível em: blogletras.com.
Em Vidas secas, de Graciliano Ramos, o personagem Fabiano se submete voluntariamente a outros, como o patrão e o soldado amarelo. Com pensamentos e atitudes reveladores de sua servidão voluntária, Fabiano vê a si mesmo como um bicho, e não como homem.
A partir da leitura do romance, escreva uma redação dissertativo-argumentativa, com 20 a 30 linhas, em que discuta a seguinte questão:
O que leva pessoas, em condições semelhantes às de Fabiano, a se considerarem inferiores às demais?
Seu texto deve atender à norma-padrão da língua portuguesa, conter um título, além de ser inteiramente escrito com caneta, sem apresentar qualquer identificação.
Com base na leitura dos textos motivadores abaixo e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um parágrafo de desenvolvimento para um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa, com no mínimo 6 e no máximo 8 linhas, sobre o seguinte tema: “A permanência do legado da escravidão e o preconceito contra negros no Brasil do século XXI”.
Texto I:
O Brasil era o último país do mundo ocidental a eliminar a escravidão! Para a maioria dos parlamentares, que se tinham empenhado pela abolição, a questão estava encerrada. Os ex-escravos foram abandonados à sua própria sorte. Caberia a eles, daí por diante, converter sua emancipação em realidade. Se a lei lhes garantia o status jurídico de homens livres, ela não lhes fornecia meios para tornar sua liberdade efetiva. A igualdade jurídica não era suficiente para eliminar as enormes distâncias sociais e os preconceitos que mais de trezentos anos de cativeiro haviam criado. A Lei Áurea abolia a escravidão, mas não seu legado. Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A abolição foi apenas o primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser uma conquista, se bem que de efeito limitado.
(COSTA, Emília Viotti da. A abolição, 2008.)
Texto II:
O Instituto Ethos, em parceria com outras entidades, divulgou um estudo sobre a participação do negro nas 500 maiores empresas do país. E lamentou, com os jornais, o fato de que 27% delas não souberam responder quantos negros havia em cada nível funcional. Esse dado foi divulgado como indício de que, no Brasil, existe racismo. Um paradoxo. Quase um terço das empresas demonstra a entidades seriíssimas que “cor” ou “raça” não são filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razão, as empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas são acusadas por aquilo que as absolve. Tempos perigosos, em que pessoas, com ótimas intenções, não percebem que talvez estejam jogando no lixo o nosso maior patrimônio: a ausência de ódio racial.
Há toda uma gama de historiadores sérios, dedicados e igualmente bem-intencionados, que estudam a escravidão e se deparam com esta mesma constatação: nossa riqueza é esta, a tolerância. Nada escamoteiam: bem documentados, mostram os horrores da escravidão, mas atestam que, não a cor, mas a condição econômica é que explica a manutenção de um indivíduo na pobreza. [...]. Hoje, se a maior parte dos pobres é de negros, isso não se deve à cor da pele. Com uma melhor distribuição de renda, a condição do negro vai melhorar acentuadamente. Porque, aqui, cor não é uma questão.
(KAMEL, Ali. Não somos racistas. Disponível em: . 9 dez. 2003.)
Texto III:
Qualquer estudo sobre o racismo no Brasil deve começar por notar que, aqui, o racismo é um tabu. De fato, os brasileiros imaginam que vivem numa sociedade onde não há discriminação racial. Essa é uma fonte de orgulho nacional e serve, no nosso confronto e comparação com outras nações, como prova inconteste de nosso status de povo civilizado.
(GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e antirracismo no Brasil, 1999. Adaptado.)
Texto IV:
Na ausência de uma política discriminatória oficial, estamos envoltos no país de uma “boa consciência”, que nega o preconceito ou o reconhece como mais brando. Afirma-se de modo genérico e sem questionamento uma certa harmonia racial e joga-se para o plano pessoal os possíveis conflitos. Essa é sem dúvida uma maneira problemática de lidar com o tema: ora ele se torna inexistente, ora aparece na roupa de alguém outro.
É só dessa maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em 1988, em São Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98% dos mesmos entrevistados disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim, preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos sobre o grau de relação com aqueles que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com frequência parentes próximos, namorados e amigos íntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados.
(SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário, 2012. Adaptado.)
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema “A intolerância religiosa em questão no Brasil”, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para promover a defesa de seu ponto de vista.
Texto I:
O Disque 100, principal canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos para registro de denúncias, contabilizou no ano passado o total de 556 denúncias de intolerância religiosa, segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos, vinculada ao Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
Há cinco anos, quando o serviço começou a registrar denúncias de discriminação por religião, foram contabilizados apenas 15 casos. Dessa forma, o canal teve aumento de 3.706% nos registros de denúncias por intolerância religiosa no Brasil.
O ritmo de crescimento de denúncias deste tipo tem sido subido a cada ano. Somente em relação a 2014, foram registrados no ano passado 273% mais casos de violações em intolerância religiosa.
O aumento, segundo a ouvidora Nacional de Direitos Humanos, Irina Karla Bacci, não representa o número de casos reais, que passam por investigação, mas de denúncias por parte da população. Ela também ressalta que aumentou muito o número de denúncias de intolerância religiosa na internet.
“Muitas das violações que nós da Ouvidoria recebemos ocorrem no âmbito da internet, com divulgação de vídeos que associam por exemplo religiões de matrizes africanas a culto do diabo, e as pessoas se sentem ofendidas e denunciam. Também há um crescente número de casos de terreiros que foram invadidos e queimados, com toda sua história apagada por esses atos de vandalismo”, explica.
O disque-denúncia junto com a Ouvidoria Online e o Clique 100 realizaram 324.892 atendimentos em 2015, dos quais 42% se referiu ao registro de denúncias de violações de direitos humanos. Mais de 270 mil atendimentos foram para encaminhar denúncias aos órgãos da rede de proteção integral de direitos humanos e ao sistemas de justiça. Com isso, os serviços da Secretaria de Direitos Humanos recebeu a média de 376 denúncias por dia.
(Portal Brasil, com informações da SDH)
Texto II:

Texto III:
O Estado Brasileiro é laico. Isso significa que ele não deve ter, e não tem religião. Tem, sim, o dever de garantir a liberdade religiosa. Diz o artigo 5º, inciso VI, da Constituição: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”
A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual somos signatários. A pluralidade, construída por várias raças, culturas, religiões, permite que todos sejam iguais, cada um com suas diferenças. É o que faz do Brasil, Brasil. Certamente, deveríamos, pela diversidade de nossa origem, pela convivência entre os diferentes, servir de exemplo para o mundo. No Brasil de hoje, a intolerância religiosa não produz guerras, nem matanças.
Entretanto, muitas vezes, o preconceito existe e se manifesta pela humilhação imposta àquele que é “diferente”. Outras vezes o preconceito se manifesta pela violência. No momento em que alguém é humilhado, discriminado, agredido devido à sua cor ou à sua crença, ele tem seus direitos constitucionais, seus direitos humanos violados; este alguém é vítima de um crime – e o Código Penal Brasileiro prevê punição para os criminosos.
(http://www.mestreirineu.org/diversidade.htm)
Texto 1
José Padilha: Esquerda optou deliberadamente em pôr a ideologia antes da ética.
“O GLOBO” 07/11/2018 - 00:00 / 07/11/2018 - 12:15
Dilma chegou em quarto para o Senado. Haddad, simulacro de Lula, perdeu para um candidato com enorme índice de rejeição. Boulos teve 0,5% dos votos. Freixo, que também colou em Lula, teve votos. Mas foi um fenômeno carioca, resultado do combate às milícias. O PSOL do Rio, anticorrupção, teve sucesso. Já o PSOL nacional sucumbiu. A Lava-Jato devolveu, fisicamente, R$ 1,5 bilhão para a Petrobras, e a Petrobras pagou US$ 2,5 bilhões aos procuradores americanos. Se não houve o petrolão, de onde veio este dinheiro? E por que o acordo na Justiça americana?
Teremos um radical de direita na Presidência porque a esquerda, acreditando que Lula era a única possibilidade de se manter no poder, optou deliberadamente em pôr a ideologia antes da ética. Alertei meus amigos marxistas sobre o erro que cometiam. Afinal, o dinheiro que o PT roubou era do mesmo eleitor que conviveu com a segurança pública e com os sistemas educacional e de saúde que o PT não consertou em 12 anos. Em outras palavras: a esquerda chamou o eleitor de otário, e colheu o preço desta afronta nas urnas. Para deixar claro que não ia levar desaforo para casa, a maioria dos brasileiros não apenas derrotou o PT, como escolheu a extrema direita para fazê-lo. O que o eleitor disse com esta escolha? Disse que coloca a ética antes de ideologia, mesmo que isto resulte em autoritarismo. Uma mensagem indigesta, mas inegável.
Depois de sofrer esta acachapante derrota, os formadores de opinião de esquerda deveriam estar se perguntando: “E agora, José, que a festa acabou, a luz apagou e o povo sumiu?” A resposta que derem a esta pergunta vai definir, em parte, se o Brasil continuará sendo um país de ideólogos irracionais e antiéticos.
Tive conversas com Luiz Eduardo Soares e Marcelo Freixo a respeito deste tema. Ambos participaram do erro da esquerda: reconheceram a roubalheira do PT e, mesmo assim, ficaram ao lado de Lula. No caso do Luiz, por conta da tese de que Lula, apesar de ser claramente culpado de vários crimes, foi condenado por um crime que não cometeu. Segundo Luiz, a prisão de Lula seria fruto de uma armação política que articulou todas as instâncias do Judiciário. Não vejo como isto possa ser verdade. Mas, mesmo que fosse, seria irrelevante, posto que a lógica do eleitor não se submete aos formalismos judiciais.
Lula recebeu R$ 27 milhões por palestras para empreiteiras pegas na Lava-Jato, mas não há uma única foto postada por alguém que tenha assistido a uma destas. Em um tribunal, isso não configura prova. Todavia, nenhum eleitor razoável pode deixar de concluir que as palestras não aconteceram e que Lula recebeu por outros serviços... No caso do Marcelo, o motivo do apoio dado a Dilma e Lula foi um veto ao PSDB, que roubou e é direita. O eleitor concordou com ele apenas em parte. Não relativizou a ética por conta da ideologia, e enterrou o PSDB junto com o PT.
Para piorar, a esquerda resolveu fingir que o apoio de Lula e do PT às ditaduras de Cuba e da Venezuela era desimportante. Eu, que filmei na Venezuela e tenho amigos por lá, sei quão cínica foi esta opção... Ao insistir numa tese facilmente refutável, a esquerda abriu mão do único discurso que poderia eliminar Bolsonaro da contenda: o fato de ele ser inaceitável por conta de suas opiniões a respeito dos direitos humanos e das liberdades civis. Ciro poderia ter feito este discurso. Lula e o PT, jamais. A esquerda optou por Lula, e traiu Ciro miseravelmente.
O que a esquerda precisa fazer para resistir a um possível autoritarismo de Bolsonaro? Primeiro, abandonar de vez o PT, irremediavelmente maculado pela corrupção e pelo PMDB. Depois, pôr a honestidade antes da ideologia, assim como fez o eleitor. E, finalmente, se opor a qualquer autoritarismo, incluindo o de países socialistas. Se isto não acontecer, mais uma vez, como disse Espinosa, a esquerda lutará pela escravidão pensando que está lutando pela liberdade.
José Padilha é cineasta
Texto 2
Baruch Espinosa (1632-1677), filósofo holandês, estudioso da ética e da política, externou o seguinte pensamento que muito se harmoniza com as ponderações do cineasta José Padilha no texto acima. “É livre a pessoa se pode avançar abertamente sem ter de utilizar artimanhas”. Conclui-se, portanto, a possibilidade de existirem ideias ou ações incoerentes por serem destituídas de juízo de valor. Esta é uma preocupação da ética. Por exemplo: A ideia de que “o importante é se dar bem”, mesmo que para tanto a pessoa “tenha que dar um ‘jeitinho’, partindo do princípio de que “os fins justificam os meios”. Por essa ótica ideológica, constata-se a existência de práticas individuais e/ou coletivas que importam somente com os resultados das ações, mesmo que os caminhos percorridos sejam cheios de “artimanhas”, transgredindo princípios ou valores éticos e morais importantes ao bem comum. Isso porque a ética atua na construção de parâmetros de ações que permitem ao ser humano respeitar e valorizar a sua própria dignidade, assim como a de todos os outros que fazem parte do seu diversificado convívio social à qual ele pertence. A ´ética está voltada para a construção do bem comum, superando o individualismo, confrontando continuamente se os atos com base no interesse pessoal são compatíveis com princípios éticos mais amplos, ou seja, na direção da individualidade para a coletividades. A noção de ética traz consigo a ideia de alguma coisa maior do que o individual, uma vez que a ética é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade e, portanto, ela transcende ao individualismo. Assim, como ensinam os associados do ROTARY INTERNATIONAL, “ a ética é um princípio que não pode ter fim”.
Prof. Dr. Renato Zambrotti – Presidente do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIGRANRIO
Tema da REDAÇÃO: Ética, um princípio que não pode ter fim.
“O primeiro que matei foi o porteiro que quis impedir a minha entrada sacando uma arma da cintura. Escondi o cara atrás do balcão, peguei o elevador. Bati no apartamento do Ziff e matei o cara que abriu a porta. Fui entrando pela casa e matando tudo o que se mexia na minha frente, acho até que matei um cachorro, um papagaio e um peixinho dourado dentro de um aquário”.
O romance O seminarista, de Rubem Fonseca, traz como protagonista um matador de aluguel contando em primeira pessoa suas paixões, seus problemas e os assassinatos que cometeu. Depois de sua namorada ser morta por outro matador, ele procura vingança à sua maneira, como se vê no trecho acima.
A partir da leitura do romance, é possível pensar sobre a seguinte questão:
é justificável cometer um crime para vingar outro crime?
Escreva uma redação argumentativo-dissertativa, em prosa, com 20 a 30 linhas, discutindo essa questão.
Utilize a norma-padrão da língua portuguesa e atribua um título à sua redação, que deve ser escrita inteiramente com caneta e não deve ser assinada.
Com base em um ou mais itens da coletânea e em seus conhecimentos, argumente sobre a questão abaixo.
Em que medida o conhecimento tecno-científico segue princípios éticomorais?
Item 1.

Fonte: https://www.facebook.com/bbcnewsbrasil/posts/10156477015187816. Publicado em 28/07/2019. Adaptado. Acessado em 28/07/2019.
Item 2.

Fonte: Sidney Harris. A ciência ri: o melhor de Sidney Harris. Seleção e tradução Jesus de Paula Assis. São Paulo: Editora UNESP, 2007, p. 61.
Item 3. Em 2015, o cientista Stephen Hawking respondeu a um internauta que lhe perguntara sobre riscos de uma eventual inteligência artificial maligna:
Se as máquinas produzirem tudo de que precisamos, o resultado dependerá de como as coisas são distribuídas. Todo mundo poderá aproveitar uma vida de lazer luxuoso se a riqueza produzida pela máquina for compartilhada, ou a maior parte das pessoas pode se tornar miserável se os donos das máquinas conseguirem se posicionar contra a redistribuição da riqueza. Até agora, a tendência tem sido para a segunda opção, com a tecnologia aumentando a desigualdade.
Apud: https://olhardigital.com.br/noticia/stephen-hawking-explica-o-risco-da-evolucao-dainteligencia-artificial/52029. Publicado em 08/10/2015. Acessado em 17/08/2019.
Item 4. “A França anunciou um Concurso Internacional de Arquitetura para reconstruir a torre central (popularmente conhecida como ‘agulha’ ou ‘flecha’) da Catedral de Notre-Dame de Paris, depois que ela desmoronou em um grande incêndio no dia 15 de abril. O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, disse que o concurso garantirá que o marco arquitetônico danificado receba uma nova torre ‘adaptada às técnicas e desafios de nossos tempos’.
A execução do plano de reconstrução será uma questão de talento. São poucos os especialistas em construção em pedra, mas felizmente, esforços recentes para reconstruir catedrais garantiram um grupo de profissionais habilidosos na área, a partir de reparos como o da Catedral De Nidaros, em Trondheim, na Noruega e a Catedral York Minster, na Inglaterra. Em adição à competência dos profissionais, a reconstrução de Notre-Dame também será beneficiada pela tecnologia moderna. Em 2010, o historiador de arte Andrew Tallon realizou um scan a laser do interior da catedral, que fornece uma planta virtual àqueles que irão reconstruir o monumento.

Outros recursos tecnológicos também podem auxiliar a equipe de reconstrução a construir uma estrutura mais forte e resiliente. Ao substituir as estruturas de madeira, os construtores podem considerar utilizar materiais mais modernos para evitar o apodrecimento. Máquinas de roteamento computadorizadas podem duplicar os detalhes complexos de modo que não seria possível décadas atrás. Membros estruturais escondidos podem fortalecer os ‘ossos’ de Notre-Dame. Novas formas de impermeabilização podem oferecer camadas adicionais de proteção.”
Fonte: https://www.caubr.gov.br/catedral-notre-dame-franca-anuncia-concurso-de-arquiteturapara-reconstruir-torre/. Publicado em 17/04/2019. Adaptado. Acessado em 20/07/2019. Fonte das imagens: https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,de-vista-panoramica-ateto-de-vidro-saiba-como-os-arquitetos-estao-imaginando-a-nova-notre-dame,70002827347. Publicado em 13/05/2019. Acessado em 17/08/2019.


Vendo, pois, Raquel que não dava filhos a Jacob, teve Raquel inveja de sua irmã, e disse a Jacob: Dá-me filhos, ou senão eu morro.
Então se acendeu a ira de Jacob contra Raquel e disse: Estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?
E ela lhe disse: Eis aqui a minha serva, Bilha; Entra nela para que tenha filhos sobre os meus joelhos, e eu, assim, receba filhos por ela.
Gênesis, 30:1-3
O trecho acima é uma das epígrafes do romance O conto da Aia, de Margaret Atwood. No romance, as Aias têm a obrigação de se deixarem fecundar pelos Comandantes, em rituais que contam com a presença das esposas desses Comandantes. Isso acontece porque o governo da ficcional Gilead se baseia em interpretações do texto bíblico, em especial do Antigo Testamento.
A partir da leitura do romance de Margaret Atwood, escreva uma redação dissertativoargumentativa, em prosa, com 20 a 30 linhas, em que discuta a seguinte questão:
O governo de uma nação pode exercer controle sobre o corpo feminino com base em princípios religiosos?
Seu texto deve atender à norma-padrão da língua portuguesa, conter um título, além de ser inteiramente escrito com caneta. Não assine nem identifique a redação de forma alguma.
A proposta de Redação do Exame Discursivo do Vestibular 2025 parte da leitura do romance O conto da aia, da escritora canadense Margaret Atwood. Na proposta, pede-se a discussão da seguinte questão: “O governo de uma nação pode exercer controle sobre o corpo feminino com base em princípios religiosos?”.
Como sempre, na Redação da UERJ, não há uma resposta única: é possível responder “sim”, “não” ou “depende disto ou daquilo”. O importante é que a redação apresente os argumentos que sustentem a opinião do candidato, e que esses argumentos sejam compatíveis com o romance de Margaret Atwood. A redação deve ser desenvolvida numa dissertação argumentativa, lembrando que dissertação é a defesa, através de argumentos, da opinião de quem escreve. A redação deve ser consistente e coerente, e seus argumentos válidos, suficientes e pertinentes.
No caso dessa proposta específica de redação, os argumentos precisam ser buscados no próprio romance. Referências incorretas ao romance e seu enredo serão penalizadas, assim como citações de pensadores aleatórios que não se articulem bem com os argumentos de quem escreve. A leitura do livro antes da prova de Redação é indicada para que os candidatos pensem nos possíveis temas e os discutam com seus colegas e professores, de modo a construir, com tempo, uma opinião que seja realmente própria. Quando o candidato defende uma opinião que ele mesmo construiu no seu próprio tempo, tende a defendê-la com mais propriedade e correção.
No romance de Margaret Atwood, as Aias têm a obrigação de se deixarem fecundar pelos Comandantes, em rituais que contam com a presença das esposas desses Comandantes. Isso acontece porque o governo da ficcional Gilead se baseia em interpretações literais do texto bíblico, em especial do Antigo Testamento. A autora deixa isso muito claro, ao escolher como epígrafe do seu livro versículos do Gênesis que relatam como Raquel, mulher de Jacob, oferece a ele a sua serva, pedindo-lhe: “entra nela para que tenha filhos sobre os meus joelhos, / e eu, assim, receba filhos por ela”.
Para o candidato atender de maneira completa à proposta da Redação, ele deve fazer referência aos seus três elementos: governo, controle do corpo feminino e princípios religiosos. Quando se pergunta se “o governo de uma nação pode exercer controle sobre o corpo feminino com base em princípios religiosos?”, a questão principal não são os princípios religiosos de qualquer que seja a religião, nem a necessidade de se controlar, ou não, o corpo feminino, mas sim se o governo de uma nação pode se pautar por quaisquer princípios religiosos com esse fim. Sintetizando: a questão central é se o governo de uma nação deve permanecer laico. No caso brasileiro, por exemplo, desde a primeira Constituição da República, em 1890, se estabelece que o Estado é laico.
Texto I:
A língua é do povo e não da gramática
Após o Ministério da Educação recomendar, através do Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a publicação e distribuição do livro Por uma vida melhor, da coleção Viver, Aprender (editora Global), da professora Heloísa Ramos, defendendo a validade do falar coloquial, com erros de pronúncia, em desacordo com a chamada norma culta, o mundo pareceu que ia desmoronar.
É que os defensores da língua, aqueles mesmos que não sabem nem um terço das exigências linguísticas para se falar ou escrever corretamente, aparecem na mídia afirmando que é inadmissível ensinar a alunos falar e escrever de modo que não seja culto. Já a autora e o Ministério da Educação defendem o livro com o argumento de que reconhecem as variedades da língua portuguesa e a linguagem dos diversos grupos sociais.
Os doutores da língua, os cultores e impregnados estudiosos que agora se academizam demais, esquecem que o povo não tem culpa de eles terem complicado excessivamente o estudo e aprendizagem da língua. Bem antes disso, há mais de um ano, eu já havia publicado um texto intitulado “Fale assim mesmo!”, em que defendo o falar, ainda que eivado de erros, do povo. Eis parte do que escrevi à época:
“Já imaginaram quantas palavras deixaram de ser ditas simplesmente porque quem deveria pronunciá-las não o fez por medo ou vergonha? Já pensaram quantas mensagens ficaram somente no vão das ideias porque não foram expressas? Quantas e quantas palavras únicas, frases ou enunciados maiores não saíram da boca porque esta, temendo falar errado, não disse o que deveria? Até hoje não me conformo com essa frescura de dizer que esta ou aquela pessoa fala errado, não sabe falar direito, tem fala de caipira ou de matuto, não abre a boca pra não tropeçar no português. Linguisticamente falando, não há nada mais preconceituoso do que isso.
Preconceito porque, ao justificar por meio das normas cultas da língua, nada mais fazem do que esquecer que as palavras, a linguagem e o que se tem como culto na língua nasceram precisamente de palavras despidas de qualquer cobrança relativas a ela; nasceram daquilo que o primitivo dizia e o outro entendia, sem ser bonita ou nada, certa ou errada, mas apenas palavra; nasceram da necessidade dos povos em se expressar e não do convencionalismo para se expressar de determinado modo, porque assim seria mais bonito e sinal de inteligência. Foi a gramática que promoveu essa discriminação toda, e que até hoje tenta erroneamente balizar o que seja um falante inteligente, menos inteligente ou burro, na mais pura expressão do termo.
Ora, se estou com sede pido ou peço um copo dágua, não mato a sede com a hipéborle; se estou com fome vou coisar as panela, cunzinhar quarqué coisa, encher o bucho e pronto, não preciso esmolar na onomatopeia; se estou cansado me aprochego num tamborete, me aderreio numa cadeira ou me amoito na rede, mas não vou descansar na derivação parassintética; se estou enjoado é porque estou imburrado mermo, e não com locução pronominal indefinida. Se os outros entendem o que se fala, onde estará, então, o erro?
(...)
Vamos colocar as coisas no seu devido lugar. Se digo nóis vai ali, ela me falou-me, a situação tá pecuária, os bicho vão tudim morrer de fartura de tudo, vou no rio, a gente queríamos, as coisas é assim mermo etc., será que o outro não está entendendo o significado do que quero dizer, o sentido das minhas palavras? Mas não, é burro quem for na cidade, porque o certo é ir à cidade. Ora, santo Deus, se eu sei o quero falar é você, professor ou qualquer outro sabidão, que vai me dizer como eu deva dizer? É preciso respeitar a língua dos outros, pois língua é liberdade, como ensina Luft.
(...)
(Rangel Alves da Costa. http://www.recantodasletras.com.br/ artigos/2991663)
Texto II:
A Gíria é a cultura do povo
Toda hora tem gíria no asfalto e no morro porque ela é a cultura do povo Pisou na bola conversa fiada malandragem Mala sem alça é o rodo, tá de sacanagem Tá trincado é aquilo, se toca vacilão Tá de bom tamanho, otário fanfarrão Tremeu na base, coisa ruim não é mole não Tá boiando de marola, é o terror alemão Responsa catuca é o bonde, é cerol Tô na bola corujão vão fechar seu paletó Toda hora tem gíria... Se liga no papo, maluco, é o terror Bota fé, compadre, tá limpo, demorou Sai voado, sente firmeza, tá tranquilo Parei contigo, contexto, baranga, é aquilo Tá ligado na fita, tá sarado Deu bode, deu mole qualé, vacilou Tô na área, tá de bob, tá bolado Babou a parada, mulher de tromba, sujou Toda hora tem gíria... Sangue bom tem conceito, malandro e o cara aí Vê me erra boiola, boca de sirí Pagou mico, fala sério, tô te filmando É ruim, hem! O bicho tá pegando Não tem caô, papo reto, tá pegado Tá no rango, mané, tá aloprado Caloteiro, carne de pescoço, “vagabau” Tô legal de você sete-um, gabo, cara de pau
(Bezerra da Silva)
Texto III:
Pronominais
Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro.
(Oswald de Andrade)
Com base na leitura dos textos motivadores anteriores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma- -padrão da língua portuguesa, com no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, sobre o seguinte tema: “Desconstruindo e reconstruindo a língua: como combater o preconceito linguístico?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coesa e coerente, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas