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Proposta de Redação - Redação - pH 15

Texto I

O 5G é o próximo passo evolutivo para a banda larga sem fio. Sua missão é elevar, e muito, as potencialidades da rede atual, conhecida como 4G, alçando a banda larga móvel a altíssimos padrões de velocidade de conexão e de usuários simultâneos.

Em resumo, as redes 5G prometem aos seus futuros usuários uma cobertura mais ampla e eficiente, maiores transferências de dados, além de um número significativamente maior de conexões simultâneas.

As redes da 4ª geração, utilizadas atualmente em algumas regiões do Brasil, são capazes de entregar uma velocidade média de conexão de, aproximadamente, 33 Mbps. Estima-se que o 5G será capaz de entregar velocidades 50 a 100 vezes maiores, podendo alcançar até 10 Gbps.

[...]

Após a instalação da infraestrutura das redes 5G, a redução do consumo de energia poderá diminuir os custos futuros, além de torná-la mais ecológica. O tempo de latência reduzido, por sua vez, possibilitará a comunicação entre veículos autônomos, permitirá o desenvolvimento de sistemas de segurança que evitem acidentes automobilísticos, além de possibilitar a realização de cirurgias remotas por meio de robôs.

Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/rede-5g.htm. Acesso em: 17 jun. 2019.

Texto II

O problema não é seu celular Huawei, o problema se chama 5G​

“O 5G não é uma bomba atômica; é algo que beneficia a sociedade. Não deveríamos ser o alvo dos Estados Unidos só porque estamos na frente deles no 5G.” Com estas solenes palavras, Ren Zhengfei, fundador e presidente da Huawei, advertia ao mundo na semana passada que a quinta geração da telefonia móvel, supostamente destinada a revolucionar a indústria e o cotidiano dos cidadãos do planeta, não pode se transformar em uma arma de destruição em massa, como, no seu entender, pretende a Administração de Donald Trump ao impor restrições à companhia chinesa.

O veto do Governo norte-americano, primeiro às redes, e agora aos celulares do fabricante asiático, é uma declaração de guerra que vai muito além das hostilidades tarifárias. O anúncio do Google de que deixará de dar suporte aos smartphones da Huawei foi um golpe de efeito mundial. Milhões de usuários se levantaram na segunda-feira passada sobressaltados ao saberem que seus celulares poderiam virar uma casca de ovo vazia, porque o Android, sistema operacional com o qual operam, já não disporiam de atualizações do sistema do Google.

Por mais grave que seja o fato de uma decisão governamental condenar milhões de aparelhos à obsolescência, isso é só o primeiro aviso do vulcão. A maior erupção, a definitiva, está por vir sob a sigla 5G. Esta tecnologia não é só um avanço a mais. Carros autônomos funcionarão graças a essa quinta geração de celulares, e os robôs industriais poderão processar qualquer ordem em tempo real, o que os transformará em máquinas eficientes e quase humanas, capazes de substituir não só operários de uma fábrica, mas também permitir que um cirurgião opere à distância, por exemplo.

Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/25/economia/1558795538_036562.html. Acesso em: 17 jun. 2019.

Com base nos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema Comunicação, tecnologia e sociedade, de 25 a 30 linhas, com proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Proposta de Redação - Redação - pH 13

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema Os desafios da saúde pública no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I:

Durante os últimos 30 anos, a situação da saúde pública, no Brasil e no mundo, evoluiu rápida e profundamente. Esta transformação foi determinante e uma consequência da evolução verificada nos conceitos e na prática da saúde pública. Determinante por ter catalisado a pesquisa aplicada, estabelecido prioridades e por ter trazido uma realidade diferente, em constante evolução, que pedia, e pede, conceitos novos para ser adequadamente compreendida. Consequência por sofrer a influência da aplicação destes novos conceitos e das técnicas deles resultantes.

Ao perder seu poder explicativo, os paradigmas em ciência dão lugar ao novo. A progressão geométrica da transformação do cenário nacional e mundial vem causando mudanças cada vez mais frequentes. Talvez seja exagero afirmar que houve uma mudança radical de paradigma na saúde pública ao longo dos últimos 30 anos, mas sem dúvida verificaram-se trocas de paradigmas nas inúmeras disciplinas que constituem seu embasamento científico.

Essas mudanças influenciaram o pensamento em saúde pública, mas esta não é uma disciplina acadêmica exclusivamente. Pela sua própria natureza, a saúde pública tem muito, senão tudo, a ver com o contexto econômico, social, cultural e político.

(Luiz Jacintho da Silva – Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.)

Texto II:

Não é de hoje que a denominada saúde pública anda mal. Há um descaso generalizado e apenas alguns hospitais são referências, como o das Clínicas em São Paulo, mas que não consegue atende à demanda, dada a intensa procura.

Em certos períodos, alguns episódios se agravam. São hipertensos que morrem em filas; são jogadores que morrem por falta de aparelho em campo. São postos sem médicos; são hospitais sem leitos. Repete-se mais esse drama eterno, sem solução e sem melhoria. Ninguém poderia já ter esquecido a interferência do governo federal no Estado do Rio de Janeiro há pouco tempo, que não trouxe melhoria nem resultado positivo algum; apenas surtiu como propaganda oficial e escancarou em rede nacional o que todo brasileiro já conhece no dia a dia em qualquer unidade pública de saúde.

(Pedro Cardoso da Costa – Médico)

Proposta de Redação - Redação - pH 19

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A questão da vacinação de crianças no Brasil atual, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I:

Doenças erradicadas podem retornar

A tendência de queda nas coberturas vacinais, segundo a pasta, começou a aparecer em 2016 e vem se acentuando desde então. Em 312 municípios brasileiros, menos de 50% das crianças foram vacinadas contra a poliomielite. Apesar de erradicada no país desde 1990, a doença ainda é considerada endêmica em pelo menos três países – Nigéria, Afeganistão e Paquistão – e ensaia uma reintrodução nas Américas caso a cobertura vacinal não se mantenha em 95%.

Em 2017, apenas a BCG, que protege contra a tuberculose e é aplicada ainda na maternidade, atingia a meta de 90% de imunização (Antonio Cruz/ Agência Brasil).

Para a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, o sucesso da vacinação no país ao longo das últimas décadas e a consequente erradicação de doenças criaram uma falsa sensação de que as doses não são mais necessárias. Outro problema, segundo ela, é a divulgação das chamadas fake news nas redes sociais e que, no caso das vacinas, podem causar alarde e assustar a população.

“Se não tivermos a população devidamente vacinada, poderemos ter o risco de reintrodução de doenças. Existe, por exemplo, um fluxo constante de pessoas viajando. Se pararmos de vacinar, uma pessoa doente chega ao país e o vírus tem a chance de voltar a circular. Enquanto a doença não for erradicada no mundo, precisamos da vacinação”, completou.

Sarampo

De acordo com a coordenadora, a situação do sarampo no Brasil é a que mais preocupa. Amazonas e Roraima, juntos, já registram cerca de 500 casos confirmados e mais de 1.500 em investigação. O Rio Grande do Sul também confirmou pelo menos seis casos. Países de alta renda, segundo Carla, “relaxaram” com a vacinação. Itália, Grécia e Bulgária são exemplos de nações com baixa cobertura vacinal para a doença.

“O sarampo é um risco concreto. Mais de 450 casos confirmados no Norte, em Roraima e no Amazonas. Há casos confirmados no Rio Grande do Sul. [Estamos] Investigando casos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Podemos ter uma retransmissão do sarampo em todo o país”, alertou. “Os próprios profissionais de saúde deixaram de achar que recomendação de vacina é importante”.

A orientação do ministério é que todas as crianças, adolescentes e adultos até 29 anos recebam as duas doses previstas para imunização. Adultos com idade entre 30 e 49 anos devem receber uma dose.

Campanhas

Até 2012, o Brasil realizava duas campanhas anuais de vacinação contra a pólio – época marcada pelo personagem Zé Gotinha. Atualmente, acontecem apenas as campanhas de vacinação contra a gripe e de multivacinação, quando as doses do calendário infantil que estão atrasadas são atualizadas. Entretanto, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde para situações de baixa cobertura, a pasta volta a realizar este ano campanha de vacinação contra a pólio e o sarampo.

As doses, segundo Carla, devem ser distribuídas em todo o país de 6 a 31 de agosto, no formato de campanha indiscriminada. Isso significa que todas as crianças com idade entre 1 ano e menores de 5 anos que procurarem os postos nesse período vão ser imunizadas – mesmo as que já haviam cumprido as doses previstas no calendário infantil. “Será uma oportunidade de dar à criança mais um reforço e aumentar a imunidade”, explicou.

(Disponível em: .)

Texto II:

Você quer vacinar seus filhos? Ou não? Tomar a decisão se deve ou não vacinar o seu filho é difícil. Não é uma opção que deve ser tomada de ânimo leve. É importante investigar e descobrir quais são os verdadeiros problemas e tomar uma decisão informada.

Eu já decidi não vacinar minha filha depois de pesquisar o assunto e conclui que os benefícios da vacinação não são maiores do que os riscos. E os riscos podem ser extremamente graves.

Aqui estão seis razões sucintas para não vacinar seus filhos. Esta não é uma lista exaustiva. Pode ser usado como ponto de partida para aprofundar. Se você tomou a decisão de não vacinar, você pode passar essa informação à família e aos amigos que podem ter dúvidas.

1. As vacinas podem causar ferimentos em crianças

Este é o tema central para mim e para a maioria dos pais que optam por não vacinar e é bastante simples. As vacinas não são seguras e as crianças sofrem feridas. Defensores das vacinas afirmam repetidamente que as vacinas são seguras, embora possam se encontrar inúmeras histórias sobre crianças que sofrem de lesões de vacinas na literatura anedótica e científica.

As vacinas têm efeitos adversos. Dr. Joseph Mercola escreve: Como eu sempre disse, e o Instituto de Medicina (IOM) agora suporta: “As vacinas não são sem efeitos colaterais, ou ‘efeitos adversos’”.

Esta admissão veio após uma revisão de mais de 1.000 estudos de vacinas, que foram desenhados para avaliar a evidência científica na literatura médica sobre os eventos específicos adversos associados com oito vacinas: sarampo, caxumba, rubéola (MMR); varicela (catapora); gripe; hepatite A; hepatite B; HPV; difteria, tétano, pertussis acelular (DTPa); e meningocócica. O Instituto de Medicina IOM selecionou para eventos adversos aqueles para os quais as pessoas tinham apresentado reivindicações por danos da vacina no Programa Federal de Compensação contra prejuízo por Vacina (VICP). A relação causal convincente foi encontrada em 14 eventos adversos em certas vacinas.

Para a maioria das vacinas, as mesmas empresas farmacêuticas e os profissionais médicos e agências governamentais que afirmam que as vacinas são seguras também admitem que não sabem quais são os efeitos colaterais. Você não pode pensar que uma vacina pode ser segura se ela causa algum prejuízo óbvio para uma criança específica, ou mesmo para a maioria das crianças. Isso é como dizer que jogar roleta russa é seguro quando o gatilho é puxado e não acontece nada, porque não havia bala na câmara. Cinco jogadores fogem e um jogador sofre uma fatalidade. Apenas uma bala para ser um jogo perigoso.

O National Vaccine Injury Compensation Program pagou aos pais das vítimas de vacinação vários milhões de dólares em danos desde 1986 pelas mortes causadas por vacinas. Quantos filhos tem que morrer ou sofrer lesões permanentes, antes de parar de chamá-las seguras?

2. As vacinas não cumprem o que dizem

A maioria das pessoas acham que as vacinas extinguiram as principais doenças, como a poliomielite. A história da eficácia das vacinas, como a poliomielite, é convincente. A incidência de pólio foi cortada antes que a vacina fosse introduzida nos anos de 1953 a 1957. A vacina, introduzida em 1957, não foi autorizada até 1962.

3. As vacinas contêm muitos venenos tóxicos

As vacinas contêm toxinas, tais como formaldeído, utilizados para embalsamamento e foi demonstrado que provoca possivelmente cancro; agentes MSG, fenol, anticongelante que causam danos aos órgãos internos como o fígado e os rins (glicerina), e muito mais.

Chumbo, cádmio, acetona, alumínio e mercúrio ainda podem ser encontrados em muitas vacinas. Potencialmente mais perigoso do que o mercúrio, timerosal, também podem ser encontrados em diversas vacinas. É um ingrediente que pode causar uma doença autoimune e dano neurológico.

Estes venenos não são destoxificados através da digestão. Eles são injetados diretamente na corrente sanguínea.

4. Crianças vacinadas são mais propensas à doença

Vários estudos têm mostrado uma tendência que parece indicar que em vez de construir uma imunidade geral, as crianças vacinadas tendem a ter, em maior risco, algumas doenças que as crianças que têm constituída sua imunidade natural, sem a injeção de vírus e veneno em seu sangue.

Richard Moskowitz, MD, escreve: “Trinta e cinco anos de prática médica têm me convencido que todas as vacinas carregam um risco significativo de doença crônica que é inerente ao processo de vacinação”.

5. As crianças podem construir os seus sistemas imunitários naturalmente

O sistema imunológico pode ser incorporado naturalmente, e muitas das doenças pelas quais elas são vacinadas ajudam a criar imunidade. A dependência inicial da vacinação e a imunização com os reforços de vacina repetidamente não parecem criar um sistema imunológico mais forte, mesmo que o indivíduo esteja protegido contra estirpes dessa doença.

Alimentos não saudáveis, poluição, pesticidas e sedentarismo contribuem para a má saúde e afetam a capacidade do sistema imunológico para funcionar bem. Mas a pesquisa até agora sugere que a imunoafinidade construída através de meios naturais é muito mais saudável do que o que é oferecido por vacinas.

6. Os benefícios da vacinação não são maiores que os riscos

Minha conclusão final é que os riscos da vacinação não fornecem os benefícios suficientes para expor as crianças a este tipo de perigo. Muitos outros se sentem da mesma maneira. Há muitos recursos para pesquisar para aqueles que querem aprender mais sobre os perigos das vacinas antes de tomar sua própria decisão, ou a compreensão das decisões que os outros fizeram.

(Por Ann Marie Michaels, Cheeseslave. Disponível em: . Não há comprovação científica para os dados citados nesse texto; trata-se, portanto, de mera especulação.)

Proposta de Redação - Redação - pH 17

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A cidade é um ambiente excludente em relação aos menos favorecidos, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I:

(...) se a cidade é o mundo que o homem criou, é também o mundo onde ele está condenado a viver daqui por diante. Assim, indiretamente, e sem ter nenhuma noção clara da natureza da sua tarefa, ao fazer a cidade o homem refez a si mesmo. Vivemos numa época em que os ideais de direitos humanos tomaram o centro do palco. Gasta-se muita energia para promover sua importância para a construção de um mundo melhor. Mas, de modo geral, os conceitos em circulação não desafiam de maneira fundamental a lógica de mercado hegemônica nem os modelos dominantes de legalidade e de ação do Estado. Vivemos, afinal, num mundo em que os direitos da propriedade privada e a taxa de lucro superam todas as outras noções de direito. (...) Nas palavras do sociólogo e urbanista Robert Park, é preciso saber que tipo de cidade queremos e essa é uma questão que não pode ser dissociada de saber que tipo de vínculos sociais, relacionamentos com a natureza, estilos de vida, tecnologias e valores estéticos nós desejamos. O direito à cidade é muito mais que a liberdade individual de ter acesso aos recursos urbanos: é um direito de mudar a nós mesmos, mudando a cidade, abrindo espaços para todos (...) A liberdade de fazer e refazer as nossas cidades, e a nós mesmos, é, a meu ver, um dos nossos direitos humanos mais preciosos e ao mesmo tempo mais negligenciados.

(Disponível em: .)

Texto II:

Cerca de Prédio

Não te reconheço, minha cidade Não deixe, não se abandone Com promessa de felicidade O asfalto quente consome (x repete) Carnaval eu volto Me espera Com tanto pé de planta Você de primavera Cidade ouve teu grito Dia de hoje um corte bruto Cidade ouve teu grito Dia de hoje um corte bruto Estúpido ... Quando der eu volto, me espera Me leve pro seu mundo Um poço de calma Que alivia a alma

Entristece coração O tempo faz isso com a gente Move montanhas diálogos Muda o compasso com os passos Planta dos pés no chão Queimando cansaço Algumas coisas mudaram Grades, janelas Acho que a casa é aquela Agora é amarela Planto meus pés na cidade Cerca de prédio Cerca de prédio Cerca de prédio Cerca de prédio

(Karina Buhr. Disponível em: .) 

Proposta de Redação - Redação - pH 12

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema A cultura do medo e o aumento do porte de armas no Brasil. Seu texto deve ter em torno de 25 linhas.

Texto I:

Em quatro anos, registro de armas por pessoas físicas aumenta em 17 estados Alta na criminalidade e sensação de medo podem ter contribuído para crescimento, dizem especialistas

No ano em que o debate sobre armamento voltou à tona, na esteira da campanha eleitoral de 2018, o número de novas armas registradas por pessoas físicas para defesa pessoal no Sinarm (Sistema Nacional de Armas) cresceu em 17 estados brasileiros em comparação com 2014 – dados mais antigos disponíveis. No país, o crescimento é de 47% – de 24.645 para 36.238.

Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), no dia 15 de janeiro deste ano, flexibilizou as regras para a posse de armas no Brasil. O crescimento apontado por levantamento da Folha deve continuar nos próximos anos, dizem especialistas.

O sistema da Polícia Federal computa todas as armas compradas por civis com o objetivo de proteção, por profissionais de segurança privada e de órgãos públicos, como policiais civis e federais. Aquelas que serão usadas para outras atividades, como caça, tiro esportivo e por militares devem ser registradas no Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas), do Exército.

Dos 677.771 registros ativos de arma de fogo no país, no Sinarm, 345.884 estão em nome de pessoas físicas.

O Brasil tem hoje 165,8 armas para defesa pessoal nas mãos de pessoas físicas para cada 100 mil habitantes. Considerando também as registradas por outras categorias no Sinarm e as que pertencem àqueles que têm o registro CAC (para caçadores, atiradores e colecionadores), a taxa sobe para 464,5. (...)

No Brasil, o aumento mais expressivo, segundo dados do Sinarm, ocorreu no Espírito Santo, onde os novos registros saltaram de 197 em 2014 para 1.474 em 2018, um crescimento de 648,2%.

No ano anterior ao pico, em fevereiro de 2017, o estado viveu uma crise na segurança pública. Policiais militares realizaram greve por 21 dias e o estado registrou crescimento no número de homicídios.

Em segundo lugar no ranking, está Rondônia, cujos registros de novas armas para defesa cresceram 410,3% em quatro anos. O estado tem a quarta maior taxa de armas para defesa pessoal nas mãos de pessoas físicas por 100 mil habitantes do país (447), ficando atrás do Acre, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Paraíba, Minas Gerais e Pará aparecem em seguida na lista do Sinarm, com crescimentos de 300%, 235% e 213,5%, respectivamente. Os dois últimos estão entre os cinco estados com mais homicídios por arma de fogo do país, segundo o Atlas da Violência de 2018.

Em São Paulo, houve alta de 51,6% nos novos registros no mesmo período. No Rio de Janeiro, o aumento foi 8%.

Alguns fatores podem explicar a corrida armamentista nesses lugares, segundo especialistas consultados pela Folha. O aumento da criminalidade e o medo da população são alguns deles, diz Daniel Cerqueira, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Em 2017, a taxa de mortes violentas intencionais no Brasil chegou a 30,8 para cada 100 mil habitantes, quando morreram dessa forma 63.880 pessoas, segundo levantamento do Fórum. Foi o maior índice da série histórica, iniciada em 2013.

“A onda autoritária que varreu o Brasil nos últimos anos e o movimento de resolver violência com violência podem ter servido de combustível para a compra de armamento”, avalia.

A facilitação do acesso a armas foi uma das bandeiras da campanha de Bolsonaro. Entre os 17 estados onde houve aumento de registros em quatro anos, o presidente venceu em 11 e no Distrito Federal no segundo turno. (...)

Para o coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, o Brasil é um país de “controles fracos”. “A violência e a taxa de mortes por arma de fogo são tão grandes que recomendo políticas cada vez mais restritivas. Mas estamos indo na direção contrária”, diz.

Para ele, que também tem graduação em psicologia pela USP, mesmo com a legislação mais solta, é preciso ter preparo emocional antes de comprar uma arma para proteção. “As armas são feitas para matar, não para defender ou assustar. Você está preparado para matar alguém?”, diz.

Os números, contudo, podem estar desatualizados e não refletir a realidade. O Sinarm mostra, por exemplo, que apenas uma nova arma foi registrada durante todo o ano de 2018 no Maranhão. Desde 2014, apenas 55 novas armas de civis foram cadastradas no sistema no estado.

Para Cerqueira, é fundamental aprimorar o sistema de registro e controle de armas no país, que considera falho, e a comunicação entre Exército e Polícia Federal. “É preciso descobrir a origem das lacunas”, diz.

(CANOFRE, Fernanda; FARIA, Flávia; ZAREMBA; Júlia. Folha de S. Paulo. 23 jan. 2019. Disponível em: . Adaptado para fins pedagógicos.)

Texto II:

Cultura do medo, gerada pela violência, determina vida do cidadão

Um fenômeno tão antigo quanto o mundo, em pouco mais de uma década, mudou de cara. A violência é hoje diferente do que sempre foi, constatam estudiosos do assunto. As teorias que a explicavam não dão mais conta do recado. Pela tese econômica, por exemplo, a razão da violência sempre foi a busca por ganho material (comida, dinheiro, carro, joia etc.). Pela via política, ela é entendida como instrumento de oposição ao sistema vigente, diz o cientista político Paulo Mesquita, do Instituto São Paulo Contra a Violência. E hoje?

Hoje ela é banal, democrática, funciona como meio de expressão, especialmente de jovens, ocupa muito bem o espaço da falta de valores sólidos e gera nos cidadãos uma tremenda obsessão pelo medo, entre outros atributos. Refletir sobre eles ajuda a perceber como a violência determina a forma de viver e também ajuda a encontrar maneiras de escapar disso.

"A violência hoje é adotada como estilo de vida", diz Mesquita. Surge sem motivo aparente, de forma gratuita. Para o psiquiatra e psicanalista David Levisky, vice-presidente do Instituto São Paulo Contra a Violência, a fragilidade e a transitoriedade de valores que criam a identidade do indivíduo são os responsáveis por esse novo caráter da violência.

"A pessoa não encontra valores que a dignifiquem", seja na família, na escola ou nas instituições públicas. Dessa maneira, grupos se formam não em torno de uma ideologia, de uma ética comum – caso de gangues como a dos carecas e dos surfistas de trem. O que os une é a manifestação da violência em qualquer grau. "É a forma que encontram para expressar suas tensões, angústias, para dizer eu existo", diz o psiquiatra.

Já a banalização da violência, em que imagens e informações de dar medo se repetem sucessivamente no dia a dia – seja na rua ou dentro de casa – e na mídia, legitima a violência física como forma de solução de conflitos, como um valor de afirmação, diz Levisky. É o caso do pai que diz para o filho que apanhou do amigo na escola para que volte e dê o troco ao colega.

Os efeitos de comportamentos violentos são, não apenas morais, mas fisiológicos. Em um estudo cujo objetivo era medir alterações hormonais em jovens expostos a cenas de violência, realizado na faculdade Cásper Líbero (SP), em 2000, foram constatadas variações significativas que condiziam com os testes de agressividade também realizados. Isso quer dizer que a exposição torna o jovem mais violento?

Segundo o autor do estudo, o especialista em psicofisiologia Kenji Toma, "há um risco real de prolongar a tendência agressiva e criar uma patologia social ou, então, criar uma insensibilidade à violência, que é absorvida passivamente e, no lugar de despertar a indignação, gera a apatia", diz.

O estado de indiferença e insensibilidade está associado a um modelo político-econômico em que tudo é descartável, dos bens de consumo aos meios de sustento, como o emprego, diz a historiadora e secretária-geral do Instituto Carioca de Criminologia Vera Malaguti. "Não há projeto nacional, políticas públicas, e as pessoas não podem nem ter projetos de vida. Vira um vale-tudo."

Tal modelo dissolve as seguranças concretas das pessoas e gera uma insegurança difusa, que não tem onde se apoiar: há medo da fome, da guerra, de perder o emprego, do desastre ecológico.

"Desgovernança planetária"

Para o economista Ladislau Dowbor, vive-se um momento de "desgovernança planetária", em que as instituições e a legislação ficaram defasadas frente à velocidade com que os agentes da violência (de uma organização terrorista a uma multinacional que frauda sua situação financeira) dominaram a tecnologia da informação.

"Com a internet, pode-se agenciar de prostituição infantil aos recursos financeiros de uma organização como a Al Qaeda. Ou criar empresas virtuais que permitiram à multinacional Enron esconder sua situação financeira do governo, dos cidadãos e de seus próprios parceiros", diz Dowbor. A nova violência é, também, globalizada.

"Toda esta insegurança global é canalizada para o medo do crime ou da violência urbana, que vira uma obsessão", diz Malaguti. O medo generalizado, obsessivo e a nova violência difusa, que pode ser encontrada em qualquer lugar, se autoalimentam.

Reféns da violência

Denis Mizne, diretor-executivo em São Paulo do Instituto Sou da Paz, faz referência a uma democratização do medo, que leva todos a se sentirem reféns da violência. "Isso mexe muito com a vida das pessoas e leva a reações irracionais, como armar-se ou se autoproteger sem se preocupar com a preservação da vida do outro", diz Mizne. Ele dá um exemplo bastante ilustrativo: após o atentado terrorista ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, houve um aumento de 40% na venda de armas nos Estados Unidos. O que as pessoas poderiam fazer com um rifle na hora em que dois aviões e um arranha-céu caíam sobre suas cabeças é uma pergunta que desafia as explicações da razão. Agora, o que alguns adolescentes norte-americanos realmente fizeram com um rifle na mão, matando seus colegas de escola, todos sabem.

As campanhas de desarmamento têm ocorrido, mas Mizne acha que é preciso mais: "Temos que desarmar o espírito". E como se opera isso? Por meio de uma nova forma de educar – na família, na escola e na sociedade.

O educador Ubiratan D'Ambrósio, da Universidade de Campinas (Unicamp), explica: "Educação inclui mostrar que o diferente não é o nosso inimigo, não representa o perigo. O medo [da violência] gerou uma paranoia coletiva em que as relações humanas passam a ser de desconfiança, de animosidade. Estamos gastando muita energia, econômica e emocional, para nos defendermos de um inimigo que talvez nem exista".

(BIDERMAN, Iara. Folha de S. Paulo, 04 mar. 2004. Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2019.)

Proposta de Redação - Redação - pH 13

Texto I

Porque a liberdade de expressão existe, nem tudo é permitido

Reinaldo Azevedo

A liberdade de expressão está acima de qualquer outro valor? Se está, então é Deus, e tudo é permitido. Se não é —apologia da pedofilia, por exemplo, do racismo ou do extermínio de míopes ou de consumidores de Chicabon—, é preciso ver se crimes são cometidos sob o seu manto.

No Brasil, as pessoas podem falar e escrever o que lhes der na telha. Inexiste censura prévia, e é isso o que a Constituição repudia. Mas não quer dizer que estejam imunes a consequências legais. Nem devem estar. O artigo 5º, que veda a interdição à livre manifestação do pensamento, também protege a honra, e os crimes cometidos contra ela estão tipificados nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal. Valem ou não?

Enquanto a lei for a lei, que se siga a... lei. Ou restam paus, pedras e balas. Difamar publicamente, por exemplo, uma deputada ou outra mulher qualquer, entre outras delicadezas, é crime? Sim. Não estou dando uma opinião. Eu acho que deve continuar a ser crime? Sim. E isso é uma opinião. [...] A democracia é o regime em que nem tudo é permitido justamente porque ela garante direitos.

Sempre tomo muito cuidado com oportunistas que se aproveitam das prerrogativas da democracia para lhe mudar os códigos, de sorte que as garantias que o regime oferece se transformam em armas para solapá-lo. Em nome dos meus valores, não posso conceder a falanges a licença para destruí-los.

AZEVEDO, Reinaldo. Folha de São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 03 jun. 2019. (Adaptado)

Texto II

Os Limites da Liberdade de Expressão: uma coisa é censura, outra é responsabilização

Roberto Montanari Custódio

[...] a liberdade de expressão, enquanto direito fundamental, se enquadrará dentro das normas jurídicas como um princípio por ser um mandamento de otimização e ter a possibilidade de colidir com outros direitos, como os relativos à honra, imagem, personalidade. [...] Uma coisa é a censura, totalmente inadmissível, outra coisa é a responsabilização de pessoas que extrapolam os limites e lesam o direito de outras pessoas.

Portanto, quando há responsabilização de pessoas pelos excessos na liberdade de expressão, não se trata, de forma alguma, de censura, patrulhamento ideológico do “politicamente correto” ou qualquer outra dessas coisas que se diz por aí. Trata-se, sim, do resguardo de direitos fundamentais tão relevantes quanto a liberdade de expressão e que devem ser respeitados. É uma medida de ponderação do próprio direito, onde nenhuma regra ou princípio são absolutos.

Não se condena ninguém, civil ou criminalmente, por meras opiniões, visões de mundo ou por fazer humor, condena-se pelo abuso da liberdade de expressão quando fere outros direitos fundamentais de outras pessoas que merecem igual proteção. Injúria, calúnia e difamação são crimes e ilícitos civis, o que não pode se confundir com exercício de liberdade de expressão.

CUSTÓDIO, Roberto Montanari. Justificando. Disponível em: . Acesso em: 03 jun. 2019. (Adaptado)

Texto III

Sobre Gentili e o limite da liberdade de humilhação

Wilson Gomes

Esta semana, o comediante e apresentador de TV, Danilo Gentili foi condenado a uma pena de seis meses por injúria à deputada Maria do Rosário, frequente objeto dos seus ataques e humilhações em mídias digitais. A ação foi aberta em virtude do que fez o apresentador, em 2017, quando gravou e publicou um vídeo registrando a própria reação a um documento, uma tentativa de conciliação extrajudicial, que lhe fora enviado pela Procuradoria Parlamentar da Câmara dos Deputados. Em resposta ao pedido de que apagasse os posts ofensivos contra a deputada, Gentili rasgou a notificação, enfiou os pedaços de papel na cueca, esfregou tudo, conforme a encenação, sobre o órgão genital malcheiroso (o cheiro foi ele mesmo quem trouxe à fala). Depois disso, põe os papéis de volta no envelope e os remete, via Correio, à Câmara Federal.

No país da banalização do assédio sexual, do estupro, do feminicídio, haja hipérbole para chamar ainda a atenção dos embrutecidos que já estavam em alta. Seria preciso alcançar um nível muito alto de vulgaridade e sordidez, seria preciso algo realmente muito grosseiro, rebaixado para conseguir ainda mexer com a massa feroz que Gentili representa. “Que tal passar notificação no pênis do macho, em desafio, para mostrar a todos que a ela, à mulher, caberia apenas a submissão humana e sexual ao lobo alfa da nossa alcateia?”. Pois foi bem isso que ocorreu. Não se trata, portanto, de liberdade de expressão, mas de liberdade opressão, de humilhação. Exercida com consciência e propósito.

GOMES, Wilson. Revista Cult. Disponível em: . Acesso em: 03 jun. 2019. (Adaptado)

Texto VI

Liberdade de expressão: o direito que ainda não temos

Tiago Mitraud

Nas últimas semanas, temos nos deparado novamente com riscos à liberdade de expressão e de imprensa no Brasil. Em um curto espaço de tempo, eclodiram casos de censura a veículos de imprensa, condenação à prisão de humorista e até mesmo mandados de busca e apreensão na residência de usuários das redes sociais. Infelizmente, esse foi apenas mais um capítulo na longa história de censura e ameaças à liberdade de expressão no Brasil.

Engana-se quem pensa que a liberdade de expressão foi plenamente protegida pelas instituições públicas após a redemocratização. Além de inúmeros casos de proibição e restrição de circulação e venda de obras, músicas e até episódio dos Simpsons, durante o governo do Partido dos Trabalhadores a discussão sobre a regulação da imprensa era frequente, muitas vezes sob o eufemismo de “controle social da mídia”.

Hoje, a censura ainda é um fantasma que paira sobre meios de comunicação brasileiros, veículos da imprensa tradicional e formadores de opinião. Os casos mais recentes, como a condenação à prisão do humorista Danilo Gentili e a censura de uma reportagem da revista Crusoé, demonstram que a liberdade de expressão é um direito pelo qual nós brasileiros ainda precisamos batalhar para garantir.

É importante ressaltar que a liberdade exige também responsabilidade. Crimes de ódio e discriminação devem continuar sendo crimes, por sua gravidade. [...] Porém, a penalização precisa ser adequada para os demais casos, permanecendo apenas no Código Civil, onde os acusados continuam sujeitos a penas como multas e sanções. Dessa forma, garantimos a reparação civil e mantemos a estrutura legal que inibe atitudes desrespeitosas.

MITRAUD, Tiago. Jornal Nexo. Disponível em: . Acesso em: 03 jun. 2019. (Adaptado)

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas, em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Quais os limites da liberdade de expressão?, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Proposta de Redação - Redação - pH 14

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um parágrafo de desenvolvimento argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema Os desafios da mobilidade urbana no Brasil. Seu texto deve ter em torno de 6 linhas. Não se esqueça de apresentar um tópico frasal e de desenvolver o argumento de forma clara e satisfatória.

Texto I:

Levantamento mostra quais são as cidades com os piores engarrafamentos do Brasil e do mundo

Rio de Janeiro lidera o ranking de engarrafamento. Em média, leva-se 43% mais tempo de viagem por causa de seu trânsito caótico.

Ninguém gosta de ficar parado no trânsito. Perde um tempão, fica naquele anda e para, e ainda tem que ouvir os outros motoristas achando que vão resolver o engarrafamento com a buzina. Segundo uma pesquisa feita pela empresa TomTom (aquela dos navegadores GPS), um morador do Rio de Janeiro gasta, em média, 47% mais tempo de viagem por ficar preso em um congestionamento.

O ranking conta com 200 cidades e mostra o quanto o trânsito pesado aumenta o tempo de viagem, dividido no tempo em média, e nos horários de pico durante a manhã e o fim da tarde. A pior cidade do mundo é a Cidade do México, onde o congestionamento de manhã e de tarde quase que dobra o tempo de viagem. Mesmo fora do horário de pico, as ruas são tão cheias que leva-se 59% a mais para chegar em algum lugar.

A pior cidade brasileira é o Rio de Janeiro, onde o engarrafamento faz levar 66% mais tempo durante a manhã e 79% mais no fim da tarde. A média durante todo o dia é de 47%. É a quarta cidade mais congestionada do mundo, perdendo para Bangcoc (Tailândia) e Istambul (Turquia). Mesmo com essa posição, o TomTom diz que o trânsito caiu 4% em relação a 2015 na média geral (embora não seja fácil perceber isso).

Na segunda colocação do país, está Salvador, com 43% de média, a mesma que Recife, a terceira colocada. A diferença é que Salvador tem 67% de média durante a manhã e 74% no fim da tarde, enquanto a capital de Pernambuco tem 72% e 75%, respectivamente – só que a posição no ranking é pela média geral. Fortaleza aparece logo na quarta posição, com 33% de média.

Para a surpresa de muitos paulistanos, São Paulo é apenas a quinta cidade mais congestionada, apesar da fama de seus engarrafamentos. A média gasta no trânsito é de 29% do tempo de viagem. No horário de pico de manhã, é de 40%, enquanto no fim do dia é de 50%. Completam o ranking Belo Horizonte (27%), Porto Alegre (22%), Brasília (19%) e Curitiba (18%). Se você mora em uma delas, seria uma boa ter um carro automático.

(Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2019. Adaptado para fins pedagógicos.)

Texto II:

Proposta de Redação - Redação - pH 14

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, apresentando proposta de intervenção, sobre o tema O investimento no SUS como saída para um sistema de saúde de qualidade no Brasil.

Texto I

Em defesa do SUS

O Brasil tem um sistema de saúde peculiar. É o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que oferece assistência universal a todos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Sem ele, os cuidados médicos seriam um privilégio de poucos, não um direito da população. É, de fato, uma conquista fundamental dos brasileiros e devemos mantê-la.

Muitos entusiastas de nosso sistema público de saúde pregam sua expansão nos moldes do aclamado National Health System (NHS) britânico -- uma referência mundial --, inclusive defendendo o fim da saúde suplementar.

Esse desejo, no momento, não passa de uma utopia. O modelo suplementar é o duto por onde chegam ao Brasil as principais inovações de procedimentos, equipamentos, medicamentos e terapias.

Sem depender da máquina estatal, acaba por ser o agente que viabiliza financeiramente a constante modernização dos hospitais de referência do país.

Levando em conta que o SUS encontra-se subfinanciado, com repetidas declarações de que o governo não tem condições financeiras de prover ainda mais subsídios para a adequada manutenção do serviço, como é possível falar em eliminação do setor privado? Isso significaria delegar ao SUS cerca de 50 milhões de pessoas, pressionando de forma expressiva os cofres públicos.

Infelizmente, a questão vai muito além do mero aspecto financeiro. Recentemente denunciou-se um esquema de corrupção envolvendo a empresa norte-americana Zimmer Biomet, que admitiu à Justiça de seu país o pagamento de propinas a médicos do SUS em troca da facilitação na venda de produtos a hospitais públicos brasileiros.

É sabido que todo médico que atende em instituições públicas também trabalha no setor privado --da mesma forma, a maioria dos hospitais particulares no Brasil atende tanto o SUS quanto a saúde suplementar. Em suma, a corrupção é um problema sistêmico do setor de saúde. Como tal, deve ser combatida em conjunto.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) move na Justiça dos Estados Unidos uma ação contra a própria Zimmer e outras das maiores fabricantes de órteses, próteses e materiais especiais por supostamente adotarem condutas corruptas em suas operações no Brasil.

Nosso objetivo principal é exigir regras de compliance mais rígidas dessa indústria, com a adequada transparência nos negócios.

À luz disso, pergunto: quem defende o SUS? A Abramge, que fez a denúncia da admissão do pagamento de propina a médicos e hospitais brasileiros, ou os autoaclamados defensores da saúde, que propugnam o fim dos planos privados sem apresentar solução para o sistema público?

E mais: o que estão fazendo para proteger o beneficiário do SUS? Existe alguma entidade para a defesa desse cidadão?

O que vemos rotineiramente são alguns advogados travestidos de órgãos não governamentais procurando razões esdrúxulas para processar o serviço privado.

Enquanto não houver uma resposta satisfatória para tais perguntas, o setor de saúde suplementar não fugirá desta luta e continuará a defender a possibilidade de ampliar o acesso do cidadão à saúde de qualidade, pública ou privada.

RAMOS, Pedro. Em defesa do SUS. Folha de S.Paulo. Disponível em: . Acesso em: 26 jul. 2018.

Texto II

Como dois empreendedores pretendem tornar o sistema de saúde eficiente no Brasil

Se você nunca precisou ficar na fila do SUS, no mínimo já ouviu falar dela. O sistema público de saúde deixa a desejar: um atendimento especializado leva em média três meses para ser marcado (muito mais, dependendo da especialização) e um diagnóstico, um ano para ficar pronto.

Mas, às vezes, essa é a única saída para os 75% de brasileiros que não podem custear consultas privadas ou planos de saúde. Thomaz Srougi via essa realidade de perto quando criança. Seu pai é urologista, trabalhava longas horas e ganhava pouco. Thomaz fez questão de passar longe da carreira de médico, mas a pulga ficava atrás da orelha: será que não tem um jeito melhor?

Tinha. Afinal, de todo grande problema, nascem oportunidades. Depois de anos em bancos de investimento, grandes empresas e depois como sócio de um grande fundo, Thomaz fez cursos na Universidade de Chicago e Harvard Business School, até voltar ao Brasil preparado para enfrentar o desafio da saúde no país. Sua solução era prover um serviço que fosse tão ou mais eficiente que o sistema privado, porém acessível à população de baixa renda. Em 2011, a primeira clínica do Dr. Consulta estava operante, validando seu modelo, na favela de Heliópois, em São Paulo.

É aí que entra Guilherme Azevedo, amigo de infância de Thomaz. Ele já tinha experiência empreendedora, mas nunca satisfez seu desejo de criar um negócio de impacto social. Quando os dois se reconectaram, Guilherme já vinha estudando o mercado de saúde e como replicar boas ideias de fora. Ingressou como COO do Dr. Consulta para, juntos, formarem uma rede que oferecesse serviços primários de saúde de alta qualidade e pudesse entregar diagnósticos 25 vezes mais rápido que o sistema público, cobrando 60% a 90% menos que o sistema privado.

1,3 bilhões é a demanda anual de consultas do SUS, mas 800 milhões deixam de ser realizadas pela ineficiência de gestão e monitoramento de seus pacientes.

Naturalmente, quando chega o momento de o paciente ser atendido, o custo de tratamento é mais alto do que se ele tivesse visto o médico quando começou a ter sintomas – isso com a esperança de que ele ainda possa ser curado. O Dr. Consulta aposta em uma tecnologia que torna esse processo mais inteligente, logo, menos custoso e com mais chances de eficácia para a saúde do paciente.

Enfermeira cria negócio de sucesso com venda de programas de saúde personalizados

O sistema de agendamento, resultados e acompanhamento é todo automatizado e online. A empresa tem uma quantidade significativa de dados de seus mais de 200 mil pacientes – informações que podem ser usadas para prevenir doenças, se comunicar com pacientes e facilitar consultas virtuais.

Thomaz e Guilherme também fizeram uma prioridade recrutar os melhores médicos e enfermeiros do Brasil. Oferecendo compensações competitivas (a compensação por hora se equipara à de um convênio), a possibilidade de conduzir pesquisas e um meio de devolver à sociedade, o Dr. Consulta criou uma marca forte também entre os profissionais de saúde.

Estão disponíveis atendimento de clínico-geral e em mais 35 especialidades, exames de sangue, ultrassom e procedimentos menos complexos, por preços que começam em torno de R$40. E o modelo se provou, afinal! Os sócios chegaram ao breakeven point em 2 anos e meio e as 7 clínicas Dr. Consulta atendem pelo menos 20 mil pessoas por mês.

O Dr. Consulta é a primeira rede médica de baixo custo e alta qualidade focada na base da pirâmide. É apaixonante o trabalho que todo o corpo de colaboradores realiza, principalmente se considerarmos o tamanho do “buraco” que eles podem tapar. Bom, a Endeavor também se apaixonou por essa jornada empreendedora.

No último dia 07/08, Thomaz Srougi e Guilherme Azevedo foram selecionados como os mais novos Empreendedores Endeavor, no 60º Painel Internacional de Seleção (ISP) em São Francisco, EUA. Os dois passaram por diversas etapas e foram avaliados por grandes especialistas em negócios do mundo todo, levando em conta critérios como capacidade de execução, potencial de escala e o diferencial do negócio.

O processo de seleção da Endeavor acontece continuamente e tem duração média de nove meses. Só em 2014, mais de duas mil empresas foram avaliadas no Brasil, 300 foram entrevistadas e apenas 8 conseguiram a aprovação final. O objetivo é selecionar os empreendedores e negócios de maior impacto do país e apoiá-los com conexões transformadoras, para que eles cresçam em geração de emprego e renda, se tornando exemplos ainda mais inspiradores para as futuras gerações.

Esse é o sonho grande de Thomaz e Guilherme. Sua história empreendedora é única e inspiradora, já que são poucos os que realmente se dispõem a tentar resolver os problemas sociais mias crônicos do país. São menos ainda os que se saem bem.

Assim, é fácil entrar nesse sonho com eles. Mas sonho sozinho não muda o Brasil: por isso, o plano de médio prazo é que o número de clínicas em São Paulo chegue a 100, com capacidade para atender 3 milhões de pacientes anualmente, até 2018.

A dinâmica do dr. Consulta tem o potencial de transformar as interações e operações médicas para pacientes brasileiros de baixa renda, mas, além disso, de influenciar a forma que consultas são conduzidas em muitos outros países.

E aí, quem sabe, aquele gargalo de 800 milhões não só chega a zero por aqui, como podemos impactar essa realidade com mais gente saudável em todo o mundo.

PEQUENAS EMPRESAS e GRANDES NEGÓCIOS. Como dois empreendedores pretendem tornar o sistema de saúde eficiente no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 26 jul. 2018.

Proposta de Redação - Redação - pH 12

Com base na leitura dos textos motivadores abaixo e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa, com no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, sobre o seguinte tema: A cultura popular brasileira e as influências do sistema de entretenimento de massas. Selecione, organize e relacione, de forma coesa e coerente, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I:

Cultura de massa, cultura popular e cultura erudita

A definição clássica de Edward B. Tylor, que é considerado o pai do conceito moderno de cultura, diz que a cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.

A cultura de massa é aquela considerada, por uma maioria, sem valor cultural real. Ela é veiculada nos meios de comunicação de massa e é apreciada por esse grupo. É preciso entender que massa não é uma definição de classe social, e sim uma forma de se referir à maioria da população. Essa cultura é produto da indústria cultural.

A indústria cultural produz conteúdo para ser consumido, não se prende a técnicas. É produto do capitalismo e feita para ser comercializada. Theodoro W. Adorno, filósofo alemão da Escola de Frankfurt, é defensor da ideia de que a cultura de massa é imposta pelos meios de comunicação de massa à população, que apenas absorve aquilo.

Já a cultura erudita é aquela considerada superior, normalmente apreciada por um público com maior acúmulo de capital e seu acesso é restrito a quem possui o necessário para usufruir dela. A cultura erudita está muitas vezes ligada a museus e obras de arte, óperas e espetáculos de teatro com preços elevados. Existem projetos que levam esse tipo de cultura até as massas, colocando a preços baixos, ou de forma gratuita, concertos de música clássica e projetos culturais.

Como o acesso a esse tipo de cultura fica restrito a um grupo pequeno, ela fica ligada ao poder econômico e é considerada superior. Essa consideração pode acabar tornando-se preconceituosa e desmerecendo as outras formas de cultura. O erudito é tudo aquilo que demanda estudo, mas não se deve pensar que uma expressão cultural popular como o hip-hop, por exemplo, é pior que uma música clássica.

A cultura popular é qualquer estilo musical e de dança, crença, literatura, costumes, artesanatos e outras formas de expressão que é transmitida por um povo, por gerações e, geralmente, de forma oral, como a literatura de cordel dos nordestinos, ou a culinária do povo baiano, são algumas das formas de cultura popular que resistem ao tempo.

Essa cultura não é produzida após muitos estudos, mas é aprendida de forma simples, em casa, com a convivência da pessoa nesse meio. Ela está ligada à tradição e não é ensinada nas escolas.

(Disponível em: .)

Texto II:

“Bye Bye Brasil” mostra a arte que sobrevive à cultura de massa

Cacá Diegues sempre foi um cineasta do espetáculo, da crença no espetáculo. Sempre ou quase. Ela está estampada com todas as letras, no entanto, em “Bye Bye Brasil”, seu filme de maior sucesso.

Estávamos em 1980, e lá ia a Caravana Rolidei com seus tipos circenses, por um Brasil cada vez mais das profundezas. Isto é, quanto mais avançava ao fundão, quanto menos a TV mostrava sua cara, mais chance de sobreviver tinha a trupe.

A um Brasil que morre, existe outro que nasce: o do espetáculo unificado. Diegues não chora o passado perdido. Para o bem ou para o mal, está perdido. Será essa a modernização conservadora. Isso o artista não sabe: só sabe ir em frente!

(Inácio Araújo. Disponível em: .)

Texto III:

Pop Art

Movimento principalmente americano e britânico, sua denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos. Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, a Pop Art começou a tomar forma no final da década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras.

Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade. Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e designam, usando como materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e designs, usando como materiais principais tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte das massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos próprios.

(Disponível em: .)

Instruções:

• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que

• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”;

• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos;

• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

Proposta de Redação - Redação - Módulo 24 - Produção compartilhada em sala - Exercícios

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema, “Escolas desprotegidas diante da violência das cidades brasileiras”, proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I:

Dupla ataca escola em Suzano, mata oito pessoas e se suicida

Entre as vítimas, estão alunos do ensino médio e funcionários, além do proprietário de uma loja próximo ao local. Há registro de nove feridos; assassinos eram ex-alunos do colégio.

Por G1 Mogi das Cruzes e Suzano

Um adolescente e um homem encapuzados atacaram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), na manhã desta quarta-feira (13) e mataram sete pessoas, sendo cinco alunos e duas funcionárias do colégio. Em seguida, um dos assassinos atirou no comparsa e, então, se suicidou. Pouco antes do massacre, a dupla havia matado o proprietário de uma loja da região.

Os assassinos – Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 – eram ex-alunos do colégio. A investigação aponta que, depois do ataque, ainda dentro da escola, Guilherme matou Henrique e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um “pacto” segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam.

Cinco dos mortos são alunos do ensino médio, com idade entre 15 e 17 anos, de acordo com o secretário de Segurança Pública de SP. Entre as vítimas, há ainda duas funcionárias do colégio, uma delas a coordenadora. O dono de uma locadora de veículos próximo ao local, que era tio de um dos assassinos, foi morto pouco antes do ataque.

(Fonte: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/ noticia/2019/03/13/tiros-deixam-feridos-em-escola-de-suzano.ghtml)

Texto II:

Texto III:

Violências nas Escolas

As percepções de alunos, pais e membros do corpo técnico-pedagógico de escolas públicas e privadas em 14 capitais brasileiras estão reunidas no livro “Violências nas escolas”, o maior e mais completo estudo já feito sobre o assunto na América Latina.

A pesquisa foi desenvolvida nas áreas urbanas das capitais dos Estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo e em Brasília (DF).

Para a realização da pesquisa, adotou-se uma concepção abrangente de violência - daí o uso do termo no plural, violências - , incorporando não apenas a idéia de maus-tratos, uso de força ou intimidação, mas também as dimensões sócio-culturais e simbólicas do fenômeno.

Desse modo, no livro trata-se tanto da violência física, quanto da violência simbólica e da institucional. Por isso, há que se enfatizar que a violência na escola não pode ser vista como uma modalidade de violência juvenil.

O livro apresenta uma visão abrangente da literatura a respeito do tema, bem como analisa as percepções dos atores sociais que convivem nas escolas sobre:

• As violências no ambiente interno e no entorno da escola (policiamento, gangue e tráfico de drogas, ambiente escolar, etc. );

• O funcionamento e as relações sociais na escola (percepções sobre a escola, transgressões e punições, etc.) e;

• As violências nas escolas: tipos de ocorrências (ameaças, brigas, violência sexual, uso de armas, furtos e roubos, outras violências etc.), praticantes e vítimas. 

Chama a atenção que existe uma tendência à naturalização da percepção das violências nas escolas. Por exemplo, as brigas, os furtos e as agressões verbais são consideradas acontecimentos corriqueiros, sugerindo a banalização da violência e sua legitimização, como mecanismo de solução de conflitos.

O “Violências nas escolas” apresenta propostas de combate e prevenção baseadas nos dados coletados, além de fazer uma série de recomendações nas esferas do lazer (como a abertura das escolas nos finais de semana), da interação entre escola, família e comunidades, cuidar do estado físico e da limpeza dos estabelecimentos e valorizar os jovens, respeitando sua autonomia, entre outras.

(Fonte: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/unescoresources-in-brazil/studies-and-evaluations/violence/violence-in-schools/)

Proposta de Redação - Redação - pH 19

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema A necessidade de revisão da política de prevenção de desastres naturais no país. Seu texto deve ter em torno de 25 linhas.

Texto I:

Desastres naturais no Brasil: é preciso mudar o paradigma Calamidades mostram a necessidade de investimento em cidades mais resilientes e que protejam as comunidades

O Brasil pareceu ser um país livre de desastres por muitos anos. De fato, a atividade tectônica é quase inexistente e não se observam temperaturas extremas, reduzindo a percepção acerca da nossa exposição aos perigos naturais.

Porém, o Brasil enfrenta com frequência eventos hidrometeorológicos que, combinados com padrões insustentáveis de urbanização e pouco controle do planejamento urbano, geram significativos impactos humanos e econômicos.

Vítima dessa potencial combinação, a cidade do Rio de Janeiro vivenciou nos últimos meses situações de calamidade que ilustram bem a necessidade de investirmos em cidades mais resilientes e que protejam as comunidades.

Assim como a Cidade Maravilhosa, milhares de municípios brasileiros sofrem com constantes eventos de desastres indicando uma agenda de prioridade nacional. Estudos do Banco Mundial apontam para números significativos no tocante aos impactos humanos e econômicos dos desastres no Brasil.

Utilizando-se dados do Sistema Integrado de Informação de Desastres (S2ID), da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, identificou-se mais de 30 mil registros de desastres entre 1991 e 2017 com aproximadamente 3.498 óbitos, cerca de 7 milhões de desabrigados/desalojados e 217 milhões de pessoas afetadas.

Com relação aos impactos econômicos, estimou-se perdas médias mensais de R$ 800 milhões entre 1995 e 2014. Levando-se em conta o período citado, cerca de R$ 183 bilhões foram perdidos fundamentalmente em atividades de resposta e/ou recuperação.

Os dados são ainda mais preocupantes quando se observa que, até recentemente, o S2ID era utilizado em sua maioria apenas por municípios e estados em busca de aporte financeiro federal para processos de resposta e recuperação. Logo, a cifra citada ainda não representa o impacto completo da ocorrência de desastres no país.

De forma pontual, os desastres implicam em maiores desafios para as administrações municipais que observam sua pouca capacidade de investimento sob risco.

Segundo dados do Programa da Organização das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), espera-se que a população urbana do Brasil ultrapasse 90% no ano de 2030 e que grande parcela dos “novos urbanos” estarão em assentamentos precários e informais ocupados, principalmente, por moradias de populações vulneráveis e de baixa renda.

Assim, é necessária uma mudança de paradigma: o gestor público deve ter capacidade de não somente evitar a continuidade desse círculo vicioso de criação de riscos, mas também de gerir um enorme passivo de décadas de planejamento deficiente.

Essa mudança pode ser guiada pelos programas e ações definidos no Marco de Sendai, de 2015, para a redução de mortes e impactos econômicos causados por desastres naturais até 2030, do qual o Brasil é signatário.

Inúmeras instituições vêm trabalhando para possibilitar uma melhor capacidade de identificação e mitigação de riscos.

Desde 2011, programas de assistência técnica e financiamento do Banco Mundial vêm sendo desenvolvidos para apoiar o governo brasileiro, e resultaram em estudos pioneiros como o Modelo de Previsão de Perdas de Santa Catarina e o Atlas de Perdas e Danos, de 1995 a 2014.

De forma pragmática, dois conjuntos de ações estratégicas podem contribuir para a tão necessária mudança de paradigma no Brasil:

1) Intervenções não estruturantes

Tais como: programas de sensibilização aos riscos de desastres, treinamento de evacuação e aumento da capacidade de resposta de comunidades e instituições públicas.

No estado do Paraná, por exemplo, foram financiados com recursos do Banco Mundial equipamentos para monitoramento climático para SIMEPAR e mapeamento de riscos para a MINEROPAR.

Em São Paulo, contribuições tangíveis aos marcos do Plano Estadual de Desastres Naturais estão sendo realizadas com financiamento junto ao Instituto Geológico do Estado.

2) Intervenções estruturantes

Tais como: construção e manutenção de obras civis e infraestrutura básica, além de redes de monitoramento hidrometeorológico.

Os estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul já atuam na Gestão de Riscos de Desastres, por meio de equipamentos de monitoramento climático (por exemplo, pluviômetros, radares, etc.), atividades de levantamento de dados (aerofotagrametria, InSAR), desenvolvimento de sistemas de tecnologia de informação de gestão, identificação de riscos com mapeamentos de ameaças naturais e exposição física e humana, dentre outros.

Mesmo frente aos grandes desafios da rápida urbanização brasileira e às mudanças climáticas que podem fazer com que as chuvas recorde (como as do Rio de Janeiro nos últimos meses) possam se tornar comuns, ainda é possível planejar e investir melhor para tornar as cidades do Brasil mais resilientes.

Coluna escrita em colaboração com os colegas do Banco Mundial: Frederico Pedroso, especialista em Gestão de Riscos de Desastres, Pauline Cazaubon, consultora em Gestão de Riscos de Desastres e Joaquin Toro, especialista sênior em Gestão de Riscos de Desastres.

(Rafael Muñoz, coordenador da área econômica do Banco Mundial para o Brasil, já trabalhou para a instituição na Ásia e na África. Folha de S. Paulo. 23 abr. 2019. Disponível em: . Acesso em: 1 maio 2019. Adaptado para fins pedagógicos.)

Texto II:

Política de prevenção de desastres naturais definha no país Sete anos após temporais matarem mais de 900 no Rio, apenas metade de R$ 15,6 bilhões prometidos foram gastos

Amazonas e Santa Catarina – Pouco mais de cinco anos depois do lançamento do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, na esteira da tragédia de 2011 na região serrana do Rio de Janeiro, políticas públicas na área estão ameaçadas por cortes de orçamentos e redução de equipes. Promessas da época, como a de investir R$ 15,6 bilhões em obras de prevenção, não foram cumpridas até hoje.

Em 2011, mais de 900 pessoas morreram no Rio naquele que foi considerado o pior desastre natural da história do país. A tragédia, após a cobrança da sociedade civil, acabou impulsionando políticas de prevenção. Foi criado o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) – órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e houve uma melhoria no mapeamento das áreas de vulnerabilidade, realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Da mesma forma, em agosto de 2012, o governo federal lançou o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, que previa ações em quatro eixos: obras de prevenção; resposta; mapeamento de áreas de risco; e monitoramento e alertas.

Na ocasião, o então governo Dilma Rousseff (PT) prometeu investir R$ 15,6 bilhões em obras de prevenção até 2014, o que, em valores atualizados pela inflação até dezembro de 2017, equivale a cerca de R$ 22 bilhões.

A meta, no entanto, não foi cumprida até hoje. De 2012 a 2017, somente R$ 11,2 bilhões, corrigidos pela inflação, foram gastos de acordo com dados do Ministério do Planejamento, obtidos via Lei de Acesso à Informação, ou seja, pouco mais da metade do previsto. Até 2014, o governo havia desembolsado apenas R$ 7,3 bilhões – cerca de 33% do prometido para o período.

Neste total, o ministério inclui obras relacionadas ao abastecimento de água para consumo humano e produção de alimentos, inclusive do projeto de integração do Rio São Francisco, que por si só já custou mais de R$ 9 bilhões aos cofres públicos desde 2007. Obras ligadas mais diretamente à prevenção de desastres, como contenção de encostas e drenagem urbana, representam uma parcela ainda menor dos investimentos: somam apenas R$ 1,9 bilhão, de 2012 a 2017.

Sobre a questão, o Ministério das Cidades disse que repassa as verbas para as obras, que são de responsabilidade de estados e municípios. "A baixa evolução financeira observada nos anos de 2012 e 2017 está relacionada ao ritmo lento de execução das obras, que é de responsabilidade dos estados e municípios. A liberação de recursos financeiros por parte do ministério ocorre de acordo com a evolução física das obras".

(Marina Estarque. Folha de S. Paulo, 02 mar. 2018. Disponível em: . Acesso em: 1 maio 2019. Adaptado para fins pedagógicos.)

Texto III:

Proposta de Redação - Redação - pH 16

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O histórico desafio de se valorizar o professor”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I:

A escolha profissional passava necessariamente pela ideia de frequentar um curso de qualidade, que dava uma excelente cultura geral e preparo adequado para exercer uma profissão que era reputada como digna e prestigiada, fosse ela exercida por homens ou por mulheres. A figura da mulher que lecionava era bem aceita e apontada às moças como exemplo de honestidade e ideal a ser seguido. O mesmo acontecia com o professor. A família tinha a figura da professora e do professor em grande consideração e estes detinham um prestígio social que estava em claro desacordo com a remuneração salarial percebida. Eles desfrutavam um prestígio advindo do saber, e não do poder aquisitivo.

(ALMEIDA, J. S. D. Mulher e educação: a paixão pelo possível. São Paulo: Unesp, 1998. Adaptado.)

Texto II:

Texto III:

O estatuto social e econômico é a chave para o estudo dos professores e da sua profissão. Num olhar rápido temos a impressão que a imagem social e a condição econômica dos professores se encontram num estado de grande degradação, sentimento que é confirmado por certos discursos das organizações sindicais e mesmo das autoridades estatais. Mas, cada vez que a análise é mais fina, os resultados são menos concludentes e a profissão docente continua a revelar facetas atrativas. É evidente que há uma perda de prestígio, associada à alteração do papel tradicional dos professores no meio local: os professores do ensino primário já não são, ao lado dos párocos, os únicos agentes culturais nas aldeias e vilas da província; os professores do ensino secundário já não pertencem à elite social das cidades.

(NÓVOA, A. O passado e o presente dos professores. In: NÓVOA, A. (Ed.). Profissão Professor. Porto: Porto Editora, 1995. Adaptado.)

Texto IV:

Proposta de Redação - Redação - pH 18

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema A importância de combate às milícias para restabelecer a segurança pública no Rio de Janeiro. Seu texto deve ter em torno de 25 linhas.

Texto I:

Como funcionam as milícias no Brasil?

No Brasil, milícia é um grupo de pessoas que realiza patrulhas contra narcotraficantes, geralmente em regiões onde o Estado não está presente com serviços básicos à população – como a própria segurança pública. Há quem diga que as milícias são uma justiça paralela, que supre o abandono social de um Estado malsucedido em políticas públicas.

Embora essa interpretação tenha conexão com a realidade brasileira, o significado de milícia, hoje, é bem diferente no seu contexto de origem: a palavra militia é formada pelas raízes latinas miles (soldado) e itia (estado, condição ou atividade), sugerindo apenas um serviço militar. Mas como assim? Os serviços militares não são de responsabilidade dos governos?

Grupos de homens armados para a defesa de algo está presente na história mundial desde a Idade Média. Em alguns países, no início do século passado, as reservas do Exército e mesmo a própria Guarda Nacional eram chamadas de milícias, como na Austrália e no Canadá. Na União Soviética e em Cuba, milícias foram compostas, também, por mulheres e jovens. Já na Segunda Guerra Mundial (1939–1945), existiam milícias contra as invasões de outros países, mas também havia as milícias paramilitares que serviam aos governos ocupados.

Com esse histórico em mente, chegamos à definição sobre o que são milícias:

Organizações militares ou paramilitares compostas por cidadãos comuns armados que, teoricamente, não integram as forças armadas de um país.

Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, por exemplo, cidades como Recife, Salvador e Rio de Janeiro tinham grupos de extermínio ou de cidadãos que utilizavam meios ilegais para resolver conflitos, tendo seus serviços armados solicitados por moradores. Os chamados justiceiros, exterminadores ou linchadores mudavam de nome ao longo dos anos, mas eram vistos como soluções alternativas às falhas nas seguranças públicas dos governos estadual e federal. Desse modo, ao substituírem o Estado, as milícias adquiriram novas funções e novas representações, como:

• Cobrança da taxa de proteção, marcando com símbolos as casas dos moradores que a pagam e, assim, oferecendo proteção contra quaisquer crimes, seja um roubo ou a venda de drogas;

• Exploração clandestina ao cobrar e centralizar serviços de gás, televisão a cabo, máquinas caça-níqueis, cocos verdes, crédito pessoal, imóveis e transporte alternativo;

• Oposição aos narcotraficantes e ao domínio territorial de facções;

• Segurança alternativa provida por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes penitenciários e militares, fora de serviço ou ativos, como integrantes da milícia.

Em resumo, o serviço militar provido pela milícia funciona na base da oferta de segurança e de serviços no lugar do Estado ou de empresas privadas, de modo que a região, comunidade ou favela se torne dependente da milícia. Como isso acontece? Basicamente, quem não paga, não está seguro, podendo até ser morto como um recado aos demais moradores que tenham oposição a essa dinâmica. Se em uma época a milícia era querida pela população, hoje a visão já é diferente.

(Clarice Ferro e Inara Chagas. Disponível em: . Acesso em: 1 maio 2019. Adaptado para fins pedagógicos.)

Texto II:

Com medo de milícia, famílias vítimas em Muzema dispensam ajuda

Moradores de prédios demolidos no Rio têm direito de solicitar indenização

Moradores que tiveram suas casas demolidas na comunidade da Muzema, no Rio de Janeiro, podem buscar ressarcimento pelos valores investidos, mesmo que a moradia tenha sido comprada de forma irregular, segundo a Defensoria Pública.

Mas moradores temem a ação dos milicianos e, por isso, não pediram ajuda da prefeitura e até o momento evitam ir atrás dos seus direitos.

A Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) atendeu 61 famílias na Muzema nos dias após a tragédia. Nenhuma quis o acolhimento oferecido pelo órgão, segundo apurou a Folha.

As demolições de prédios no local começaram há cerca de uma semana. Dois prédios estão sendo derrubados ao lado dos edifícios que desabaram no dia 12 de abril, matando 24 pessoas e ferindo sete. Outras quatorze construções terão o mesmo destino.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirma que os moradores têm direito de buscar ressarcimentos pelos danos com as demolições, mesmo que os imóveis tenham sido erguidos ilegalmente, por meio de um mercado paralelo dominado por milícias, como suspeita a Polícia Civil.

Cerca de cem pessoas foram retiradas de suas casas pela Defesa Civil depois da tragédia em Muzema. Todos os edifícios do local estão em situação irregular.

No dia da queda dos prédios, uma sexta-feira, e também no fim de semana seguinte, a reportagem esteve no local e era possível encontrar famílias, moradores e amigos de moradores nas proximidades do desabamento. Contudo, nos dias posteriores, moradores passaram a ser intimidados por milicianos, segundo relatos, e deixaram a região.

Nos dias seguintes à tragédia, pessoas filmavam e fotografavam profissionais de imprensa que trabalhavam na Muzema. A partir daí, não foi mais possível encontrar moradores desalojados ou desabrigados. A Folha tentou falar com alguns nos últimos dias, sem sucesso. Segundo relatos, há quem tenha sido expulso por conversar com jornalistas.

No dia da tragédia, a reportagem conversou com um homem que morava em um dos prédios que começaram a ser demolidos na última quarta. Ele se apresentou como Célio e afirmou que trabalhava com a produção de quentinhas. Também apontou ser o único morador de um edifício futuramente demolido.

Na ocasião, o homem afirmou que ia morar com um irmão em Rio das Pedras enquanto sua casa estivesse interditada – ele ainda não sabia da demolição.

Mas demonstrou medo de ficar desabrigado e não quis dizer quanto pagou pelo imóvel, apesar de indicar o envolvimento de milicianos, tratados por ele como "pessoas que mandam na região". (...)

(GARCIA, Diego. Folha de S. Paulo. 1 maio 2019. Disponível em: . Acesso em: 1 maio 2019. Adaptado para fins pedagógicos.)

Texto III:

Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas