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Proposta de Redação - Redação - pH 01

Texto I:

“O homem fatigado, destruído pelo trabalho excessivo, é um ser abúlico, destituído de vontade, incapaz para o exercício concreto da cidadania.”

(Luiz Carlos Amorim Robortella)

(Fábio Moon e Gabriel Bá. Disponível em: http://10paezinhos.blog.uol.com.br)

Texto II:

(...) “Como poderia ser diferente? Nós somos o país do trabalho”, diz o sociólogo e professor da Universidade de Campinas, Ricardo Antunes, em entrevista ao Le Monde. (...) As explicações relevam fenômenos da época do Brasil colonial, além de razões relacionadas à religião. “Três séculos de herança colonial e de escravidão, abolida em 1888, ainda marcam as consciências coletivas, deixando pouco espaço para a consciência do ‘tempo livre’, defendida na Europa durante este mesmo período”, ressalta o entrevistado Ricardo Antunes. (...) “Os salários baixos, a moral cristã - sempre presente com seu gosto pelo sacrifício - e o esforço no trabalho, conjugados com o preconceito de não perder tempo, formam uma mistura que não favorece a consideração pelas férias” (...)

(...) o brasileiro não tem a cultura das férias, já que com os salários de um pouco mais de mil reais, a orientação da economia para as atividades de serviço, a população continua trabalhando para adquirir bens materiais, e não aproveita suficientemente o lazer. Além disso, 50% dos brasileiros exercem uma segunda atividade, geralmente informal, para completar a renda mensal, observa o jornalista francês.

(Le Monde)

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em 30 linhas, em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema O ser humano trabalha mais do que deveria? Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Proposta de Redação - Redação - pH 24

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A justiça funciona no Brasil?, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto:

Quanto mais vulnerável, menos o brasileiro conhece seus direitos. O senso comum foi confirmado por um estudo inédito do Ministério da Justiça (MJ). O portal do Atlas do Acesso à Justiça no Brasil, que será lançado hoje, mostra que mais da metade dos estados estão abaixo da média nacional em acesso à Justiça. Os lugares onde estão as maiores disparidades correspondem exatamente aos de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). De acordo com o levantamento, o Distrito Federal é a unidade da federação com maior probabilidade de garantia dos direitos, com o Índice Nacional de Acesso à Justiça (INAJ) pontuado em 0,38, numa escala de 0 a 1. Os moradores do Maranhão são os que menos tem possibilidade de lutar pelo que devia ser um dever, com indicador 0,04 – distante da média nacional, de 0,13.

Sem alcance à Justiça, boa parte dos brasileiros estão à mercê de sofrer graves prejuízos. Mesmo um direito conhecido, como o da educação, é sistematicamente desrespeitado. De acordo com o Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia), da Presidência da República, só nessa área, nos últimos cinco anos, foram registradas pelo menos 44 mil violações. O número, porém, é subnotificado porque muitos brasileiros se resignam e sofrem para resolver a questão sozinhos. Esse é apenas um dos contrassensos que fazem vítimas todos os dias. A magistrada Dora Martins, integrante da associação Juízes para a Democracia, conta que esse tipo de situação é rotina na área penal. “Vemos os maiores absurdos, como gente que continua presa depois de já ter cumprido toda a sua pena, por falta de assistência judiciária”, afirma. “Pensão alimentícia, problema com INSS, adoção de criança em abrigo. Tudo é mais difícil quando você não tem o Judiciário por perto.”

De acordo com a juíza, a falta de acesso à Justiça está intimamente ligada a um aspecto socioeconômico. “O desenvolvimento das cidades diz muito sobre a criação de comarcas e presença dos atores envolvidos na Justiça, como os promotores e defensores, além dos próprios juízes”, afirma. Segundo Dora, no Norte e em parte do Nordeste, a distância de alguns municípios dos centros urbanos dificulta a prestação de assistência judiciária. “Como a pessoa, que tem de andar de barco três dias para chegar à comarca mais próxima, vai acessar à Justiça? É preciso que o estado crie essa estrutura nos locais mais distantes.”

(Disponível em: .)

Proposta de Redação - Redação - Módulo 13 - Interpretação de temas III: organização social - Exercícios - Proposta de Redação

Observe atentamente a proposta a seguir, disponível na página InfoEnem:

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua Portuguesa sobre o tema: “Jeitinho Brasileiro: Conscientização sobre Pequenas Corrupções”. Apresente uma proposta de intervenção e/ou conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista.

Texto I:

Texto II:

Quase um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi. Os números refletem o quanto atitudes ilícitas, como essa, de tão enraizadas em parte da sociedade brasileira, acabam sendo encaradas como parte do cotidiano.

“Muitas pessoas não enxergam o desvio privado como corrupção, só levam em conta a corrupção no ambiente público”, diz o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira. Ele é coordenador nacional da campanha do Ministério Público “O que você tem a ver com a corrupção”, que pretende mostrar como atitudes que muitos consideram normal são, na verdade, um desvirtuamento ético […].

“Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções”, afirma o promotor. “Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção.”

Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.

Otimismo: Mas a sondagem também mostra dados positivos, como o fato de 84% dos ouvidos afirmar que, em qualquer situação, existe sempre a chance de a pessoa ser honesta.

A psicóloga Lizete Verillo, diretora da ONG Amarribo (representante no Brasil da Transparência Internacional), afirma que em 12 anos trabalhando com ações anti-corrupção, ela nunca esteve tão otimista – e justamente por causa dos jovens. “Quando começamos, havia um distanciamento do jovem em relação à política”, diz Lizete. “Aliás, havia pouco engajamento em relação a tudo, queriam saber mais é de festas. A corrupção não dizia respeito a eles.” “Há dois anos, venho percebendo uma grande mudança entre os jovens. Estão mais envolvidos, cobrando mais, em diversas áreas, não só da política.”

Para Lizete, esse cenário animador foi criado por diversos fatores, especialmente pela explosão das redes sociais, que são extremamente populares entre os jovens e uma ótima maneira de promover a fiscalização e a mobilização.

Mas se a internet está ajudando os jovens, na opinião da psicóloga, as escolas estão deixando a desejar na hora de incentivar o engajamento e conscientizá-los sobre a corrupção. “Em geral, a escola é muito omissa. Estão apenas começando nesse assunto, com iniciativas isoladas. O que é uma pena, porque agora, com o mensalão, temos um enorme passo para a conscientização, mas que pouco avança se a educação não seguir junto”, diz a diretora. “É preciso ensinar esses jovens a ter ética, transparência e também a exercer cidadania.”

(Adaptado de:

Proposta de Redação - Redação - pH 28

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema O combate à intolerância religiosa no país. Seu texto deve ter em torno de 25 linhas.

Texto I:

No Rio, traficantes proíbem moradores de usar branco por “remeter a candomblé e umbanda” A escalada do racismo religioso no Rio

Quem vive em Parada de Lucas, na zona norte do Rio, não pode andar de branco pelas ruas do bairro. É que os comandantes do tráfico na região – todos evangélicos – proíbem a cor por, na visão deles, remeter a religiões de matriz africana e ao espiritismo.

Boa parte dos casos – em franca expansão – de terrorismo contra terreiros de candomblé e umbanda do Rio, como se sabe, também tem ligação com traficantes evangélicos.

Em 14 de agosto, por exemplo, a 62ª DP, da Polícia Civil, prendeu oito suspeitos de integrar uma quadrilha que ordenou a destruição de um terreiro de candomblé no Parque Paulista, em Duque de Caxias (RJ). Em julho, eles obrigaram uma mãe de santo de 84 anos a quebrar ela mesma todos os assentamentos sagrados dos orixás.

Só entre janeiro e agosto deste ano, houve 150 ataques a terreiros no estado do Rio – a grande maioria, 92, na Baixada Fluminense –, um aumento de 120% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Agen Afro, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.

(LIMA, Nelson; ROGERO, Thiago. Blog da Turma da Coluna. O Globo, 22 ago. 2019. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2019.)

Texto II:

Casos de intolerância religiosa sobem 56% no estado do Rio De 2017 até 20 de abril, foram registradas 112 denúncias e mais de 900 ações de atendimento

Terreiro de candomblé atacado por bandidos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ataques são frequentes desde 2017

(Sandro Vox / Agência O Dia)

De janeiro a março deste ano, os casos de intolerância religiosa cresceram mais de 56% no estado do Rio de Janeiro em comparação ao primeiro trimestre de 2017. De 2017 até 20 de abril, foram registradas 112 denúncias e mais de 900 ações de atendimento. O número subiu de 16 para 25 denúncias no período, segundo a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI).

A capital concentra 55% das denúncias, seguida por Nova Iguaçu e Duque de Caxias, ambos na Baixada Fluminense, com 12,5% e 5,3%, respectivamente. O tipo de violência mais praticado é a discriminação (32%). Depois, aparecem depredação de lugares ou imagens (20%) e difamação (10,8%). As religiões de matrizes africanas são os principais alvos: candomblé (30%) e umbanda (22%).

Para o titular da Coordenadoria de Defesa e Promoção da Liberdade Religiosa da secretaria, Márcio de Jagum, o aumento dos casos pode ter três motivações. A conscientização da sociedade, que já não banaliza mais os casos de intolerância. Outro fator é a credibilidade do órgão em lidar com essas situações. O terceiro fator é o efetivo aumento dos casos, disse Márcio de Jagum, que é babalorixá e atual presidente do Conselho de Promoção da Liberdade Religiosa do Estado do Rio de Janeiro.

Para o babalorixá, o Brasil vive o mito da tolerância religiosa. “Tolerância nunca houve. Sempre houve o preconceito. As pessoas se encolhiam no que diz respeito a revelarem suas crenças. As pessoas não se diziam candomblecistas, umbandistas, muçulmanas, ciganas. Se escondiam, porque havia o preconceito no tocante a isso”.

“A gente precisa mapear a intolerância a partir das denúncias, para levar às autoridades de segurança e mobilizar a sociedade com dados científicos, concretos, efetivos que, lamentavelmente, essa triste estatística acaba nos referendando”, disse.

Para combater a intolerância religiosa, a secretaria trabalha com estratégias para promoção da liberdade religiosa e a inibição dos crimes. A própria criação do Conselho de Promoção da Liberdade Religiosa é um exemplo dessas ações, informou Jagum. A secretaria também articula com outros órgãos públicos a inclusão do debate da intolerância religiosa no currículo escolar do estado e a criação de cursos sobre a temática.

A coordenadoria trabalha com o acolhimento das vítimas por uma equipe multidisciplinar formada por técnicos, psicólogos, assistentes sociais e advogados. Um acordo fechado com universidades privadas de direito prevê que atendam, gratuitamente, as vítimas de intolerância e cuidem da questão judicial. Até o momento, aderiram ao projeto as universidades Estácio de Sá, UNIG (Universidade Iguaçu) e IBMEC.

Outra ação emergencial é a criação de uma delegacia especializada, já aprovada pelos órgãos competentes, mas que ainda não foi implantada.

As denúncias de intolerância religiosa podem ser feitas pelo Disque Preconceito, pelo número (21) 2334-9550.

(Agência Brasil, 18 maio 2019. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2019.)

Texto III:

É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro): É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica

Alguns levantamentos têm apontado para o aumento dos casos de intolerância religiosa no Brasil. A própria instituição do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro), em 2007, faz menção à Mãe Gilda que faleceu de um infarto fulminante em decorrência de ataques de intolerância religiosa. Diversos antropólogos e pesquisadores das religiões chamam a atenção para a relação direta entre a intolerância religiosa e o racismo (...).

A relação entre a intolerância religiosa e o racismo é constatada pelo fato das religiões afro-brasileiras e seus adeptos serem aqueles que mais sofrem ataques discriminatórios. As religiões afro-brasileiras (ou religiões brasileiras de matrizes africanas) carregam a herança africana em diversos aspectos; por exemplo, mantiveram o culto às divindades da natureza e aos ancestrais através da tradição oral, algo que é considerado por muitas pessoas como “primitivo”, atrasado, sujo, repulsivo, “coisa de preto”. As religiões afro-brasileiras historicamente também têm sofrido com desqualificações e com criminalizações por parte do poder público, sendo continuamente acusadas de charlatanismo e curandeirismo. Nos últimos anos, o racismo volta-se contra os rituais dos candomblés que são considerados repulsivos e cruéis por conta dos sacrifícios de animais, há inclusive novas tentativas de criminalização destes rituais. (...)

Os levantamentos também apontam para o aumento dos casos de intolerância religiosa no âmbito da educação básica. O balanço das denúncias de intolerância religiosa do Disque 100, telefone da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que apresenta dados das denúncias recebidas entre 2011 e o primeiro semestre de 2018, apontou que algumas denúncias são relativas a casos de intolerância religiosa ocorridos nas escolas e com atos cometidos por professores e diretores de escolas. Conforme estes dados, pode-se supor que o aumento é tímido e ainda são poucos casos de intolerância religiosa na educação básica. No entanto, não há levantamentos mais detalhados sobre os casos específicos de intolerância religiosa ocorridos no âmbito da educação básica.

Para enfrentar essa intolerância que possui motivação religiosa, não basta propor alguma medida supostamente laicista como a exclusão de qualquer abordagem das religiões da educação básica. Isto por si só não garante a efetivação de qualquer laicidade nas escolas ou nos processos de ensino-aprendizagem, nem mesmo garante a convivência pacífica entre estudantes e profissionais da educação adeptos de diferentes crenças. É preciso garantir que pessoas adeptas de diferentes crenças ou descrenças possam assumir publicamente suas identidades religiosas ou arreligiosas e possam conviver pacificamente nas escolas. Nenhum estudante pode ser levado a negar sua identidade religiosa por conta de atos intolerantes, de estigmas e de preconceitos, inclusive de cunho racista. Neste sentido, não há como combater o racismo e a intolerância religiosa nas escolas sem abordar, com muito respeito e admiração, a história do negro no Brasil, a cultura afro-brasileira e as religiões afro-brasileiras. (...)

*Silas Fiorotti é evangélico, cientista social, doutor em Antropologia Social (USP) e coordenador do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária.

(FIOROTTI, Silas. Observatório da imprensa, 22 jan. 2019. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2019. Adaptado para fins pedagógicos.)

Proposta de Redação - Redação - pH 27

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema A urgência de se estabelecer uma política de segurança pública de efetivo combate ao tráfico e, simultaneamente, de total proteção aos moradores das comunidades pobres. Seu texto deve ter em torno de 25 linhas.

Texto I:

Medo da polícia e da morte povoa desenhos e histórias das crianças da Maré, no Rio Após desenhos, liminar determinou a volta de protocolos para operações policiais nas comunidades

RIO DE JANEIRO – As crianças do Complexo da Maré têm medo. Não do escuro, de agulha ou do bicho-papão. Nas margens da Avenida Brasil, zona norte do Rio de Janeiro, os meninos temem helicópteros, caveirões, policiais e bandidos.

Na segunda-feira (12), 1.500 cartas escritas (ou desenhadas) por crianças da comunidade foram entregues ao Tribunal de Justiça do Rio. Elas pediam o restabelecimento de uma Ação Civil Pública suspensa em junho, que regulamenta as operações policiais na Maré.

Funcionou. Na quarta (14), uma liminar expedida pela 2ª Câmara Cível determinou que os protocolos voltarão a valer. Entre eles a presença de ambulâncias durante as operações, o cumprimento de mandados de busca e apreensão apenas durante o dia e a instalação gradual de equipamentos de vídeo, áudio e GPS nas viaturas da polícia.

A Folha esteve na comunidade nesta quinta-feira (15) e conversou com sete crianças, de 9 a 12 anos, que escreveram algumas das cartas para a Justiça. Os nomes das crianças foram trocados para protegê-las.

“Pedi que parem com essas operações porque eu tenho medo. Quando está tendo operação, os bandidos entram na casa dos outros. Tenho medo dos policiais entrarem na minha casa e matarem os bandidos lá dentro”, disse Mariana, 10.

O uso de helicópteros nas incursões policiais, marca do governo de Wilson Witzel (PSC), foi representado em vários dos desenhos entregues pelas crianças.

Em sua carta, Beatriz, 10, lembrou-se de quando precisou se esconder embaixo de uma mesa no recreio da escola. Do alto, agentes atiravam de um helicóptero.

“Eu escrevi para o helicóptero não mandar mais tiro para baixo, porque isso é crime. Uma vez estava todo mundo no recreio, aí todo mundo se escondeu embaixo da mesa e um tiro passou de raspão nas costas da minha amiga.”

Helicópteros da polícia fazem voos rasantes e tiros são ouvidos no Complexo do Alemão, no Rio Durante a conversa com a reportagem, as crianças citaram muitas vezes a escola: dizendo que com frequência precisam faltar as aulas nos dias de operação ou lembrando de ocasiões em que estavam no colégio e tiveram que se esconder dos tiros.

“A gente estava na escola e estava todo mundo lá embaixo brincando. Aí passaram dois homens segurando um homem só de cueca, morto. Depois começou a dar tiro e todo mundo subiu correndo”, afirmou Mariana.

Jessica, 9, disse que durante as operações fica com medo e chora. “Eu pedi para o juiz menos tiros e mais aulas”, afirmou.

Questionadas se já viram uma pessoa baleada ou morta, todas as crianças tinham histórias para contar. “Eu, tia! Eu já vi!”, gritavam, disputando quem falaria primeiro.

“O Boca Rosa [traficante] estava ali perto de onde vende lanche, com um fuzil, um radinho e uma pistola na mão. Os policiais viram e deram um tiro, acertou o coco dele e ele caiu no chão. Eu quase chorei”, disse Mateus, 10, que naquela ocasião tinha ido à padaria comprar pão.

A morte faz parte da realidade das crianças, que, com naturalidade, citaram tios, primos e conhecidos que morreram vítimas de tiros.

“Eu me sinto acostumada já [com a violência]. Acontece praticamente todos os dias”, afirmou Beatriz.

Joana, 10, desenhou um menino morto na carta entregue ao juiz. Ela quer se mudar da Maré porque tem medo de morrer.

Enquanto vive por lá, a menina sabe qual protocolo seguir nos dias de operação: “Não meter a cara na janela, se não o caveirão pode passar e dar tiro... Pegar na cara e morrer”.

(ALBUQUERQUE, Ana Luiza. Folha de S. Paulo, 16 ago. 2019. Disponível em: . Acesso em: 22 ago. 2019.)

Texto II:

Proposta de Redação - Redação - pH 30

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema Como combater a invisibilidade social? Seu texto deve ter em torno de 25 linhas.

Texto I:

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da ‘invisibilidade pública’. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são ‘seres invisíveis, sem nome’.

Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da “invisibilidade pública”, ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.

Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida: “Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”, explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. ‘Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão’, diz.

Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxerga. E encontram no silêncio, a defesa contra quem os ignora.

(PBAgora, 23 jan. 2012. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2019. Adaptado.)

Texto II:

Texto III:

Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas