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(Unicamp) No triângulo ABC exibido na figura a seguir, AD é bissetriz do ângulo interno em A, e . O ângulo interno em A é igual a
60°.
70°.
80°.
90°
Seja . Como AD é bissetriz do ângulo interno em A, tem-se que .
Como o triângulo ABD é isósceles, tem-se que
Sendo assim, tem-se que:
Ou seja, o ângulo interno em A mede 2α = 80°.
Texto para a questão.
to strike (struck): atingir; ocorrer sparsely populated: com pequenas e espalhadas quantidades de população depth: profundidade layer: camada core: núcleo; centro; essência mantle: manto crust: crosta slightly: ligeiramente; levemente to split: rachar; dividir rough: (de terreno) acidentado; áspero; irregular to lie: jazer; situar-se earthquake: terremoto to scatter(ed): espalhar-se beneath: abaixo to enable(ed): permitir smooth: liso
Watch out
O sufixo -ness em roughness (ℓ. 8) sinaliza “substantivo”. rough (áspero, irregular) + ness = roughness (aspereza; caráter acidentado; irregularidade). Por outro lado, o sufixo -ful em powerful (ℓ. 13) dá ideia de “cheio de; caracterizado por”. power+ ful = powerful (poderoso) O antônimo de -ful é -less: power + less = powerless (sem força; impotente)
Baseando-se no texto, assinale a alternativa correta.
No 4º parágrafo “But since we aren’t able...” (ℓ. 10), a palavra since
indica causa e poderia ser substituída por “as”.
equivale, em português, a “desde então”.
dá ideia de condição e poderia ser substituída por “as long as”.
indica substituição e poderia ser substituída por “instead”.
indica motivo e poderia ser substituída por “why”.
Leia o texto a seguir sobre as tensões entre patrícios e plebeus no início da República romana.
Somente depois de mais de dois séculos de luta entre plebeus insatisfeitos e patrícios poderosos, é que os plebeus conseguiram progressivamente obter direitos políticos iguais aos nobres.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2007. p. 82.
a) Cite duas conquistas dos plebeus nas lutas sociais mencionadas no texto.
b) Explique o contexto histórico em que ocorreram os conflitos entre patrícios e plebeus na Roma Antiga.
a) Tribuno da Plebe, Lei das 12 Tábuas, Lei Canuleia e abolição da escravidão por dívidas.
b) O contexto histórico é o de formação do regime republicano. Nesta conjuntura, a plebe estava excluída das decisões políticas e lutou para conquistar direitos e ampliar a cidadania.
Leia o texto sobre o uso de ânforas (recipientes de transporte) na Roma Antiga e observe o mapa:
A Dressel 1 é uma continuação das antigas ânforas greco-itálicas e transportava vinho produzido em toda a costa tirrênica da Itália. Como outras produções anfóricas, anteriores e posteriores, mostra uma notável padronização: uma maneira de se inserir, com sua própria identidade formal, nos fluxos mediterrânicos. Sua exportação para fora da Itália foi extraordinária, mas seu maior mercado foram as regiões da Gália ainda não dominadas pelos romanos, o que mostra, mais uma vez, a importância de regiões não mediterrânicas para entendermos os processos históricos que se desenrolavam ao redor do mar. Em alguns sítios arqueológicos celtas, essas ânforas podem ser calculadas na ordem de centenas de milhares de exemplares.
GUARINELLO, Norberto. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2014. p. 130.
a) Qual o papel da ânfora Dressel 1 para o Império Romano?
b) A partir da observação do mapa, destaque o papel da cidade de Roma no comércio à época do império.
a) O uso da ânfora evidencia uma padronização do transporte, que favorecia a construção da identidade romana no comércio mediterrânico e regiões próximas.
b) O mapa destaca a importância da cidade de Roma como principal local de recepção das mercadorias advindas de várias partes do império. A cidade funcionava como polo integrador das principais rotas comerciais do Mediterrâneo.
(PUC-RJ) Na produção de fogos de artifício, diferentes metais são misturados à pólvora para que os fogos, quando detonados, produzam cores variadas. Por exemplo, o sódio, o estrôncio e o cobre produzem, respectivamente, as cores amarela, vermelha e azul.
Se a localização dos elétrons num determinado nível depende da sua quantidade de energia, é INCORRETO afirmar que:
quando a pólvora explode, a energia produzida excita os elétrons dos átomos desses metais, fazendo-os passar de níveis de menor energia para níveis de maior energia.
os níveis de menor energia são aqueles mais próximos do núcleo, e os níveis de maior energia são aqueles mais distantes do núcleo.
quando o elétron retorna para o estado fundamental, ele cede energia anteriormente recebida sob a forma de luz.
a luminosidade colorida nos fogos de artifício não depende do salto de elétrons de um nível para outro.
no laboratório, o estrôncio poderia ser identificado pela coloração vermelha quando este recebe o calor de uma chama.
(Fuvest-SP)
"Alexandre desembarca lá onde foi fundada a atual cidade de Alexandria. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito para fundar uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar mãos à obra fez com que ele próprio traçasse o plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários da deusa egípcia Ísis, dos deuses gregos e do muro externo."
Flávio Arriano. "Anabasis Alexandri" (séc. I d.C.).
Desse trecho de Arriano, sobre a fundação de Alexandria, é possível depreender:
o significado do helenismo, caracterizado pela fusão da cultura grega com a egípcia e as do Oriente Médio.
a incorporação do processo de urbanização egípcio, para efetivar o domínio de Alexandre na região.
a implantação dos princípios fundamentais da democracia ateniense e do helenismo no Egito.
a permanência da racionalidade urbana egípcia na organização de cidades no Império helênico.
o impacto da arquitetura e da religião dos egípcios, na Grécia, após as conquistas de Alexandre.
Observe a situação a seguir, na qual as cargas Q1 e Q2 aplicam força elétrica na carga q, equidistante das duas, de mesma intensidade F = 10-6 N.
A resultante das forças é assim definida:
= 1 + 2 + 3 + 4 + ...
A partir das informações dadas, obtenha a resultante das forças que Q1 e Q2 aplicam na carga q.
Na direção y:
As componentes se equilibram, pois possuem a mesma intensidade. Logo:
Ry = 0 Na direção x:
Leia a manchete a seguir:
Petróleo derramado no mar chega à beira da praia em Tramandaí, RS
“[...] Mais cedo, um avião sobrevoou o local e constatou que a mancha no mar mede cerca de um quilômetro quadrado, de acordo com o Ibama [...]”
G1. Petróleo derramado no mar chega à beira da praia em Tramandaí, RS. Disponível em: . Acesso em: 26 nov. 2017.
Admitindo que, por problemas técnicos, essa mancha demore alguns dias para ser removida, e levando em consideração a associação de poríferos e cnidários com outros seres vivos, determine e justifique qual deles sofreria consequências mais sérias nessa região.
Provavelmente os cnidários seriam os mais prejudicados, já que muitos estão associados a algas unicelulares, as zooxantelas. A camada de óleo presente na superfície da água impediria a passagem da luz, prejudicando a fotossíntese dessas algas e diminuindo a nutrição dos cnidários.
(Unicamp-SP) A radiação Cherenkov ocorre quando uma partícula carregada atravessa um meio isolante com uma velocidade maior do que a velocidade da luz nesse meio. O estudo desse efeito rendeu a Pavel A. Cherenkov e colaboradores o prêmio Nobel de Física de 1958. Um exemplo desse fenômeno pode ser observado na água usada para refrigerar reatores nucleares, em que ocorre a emissão de luz azul devido às partículas de alta energia que atravessam a água.
a) Sabendo-se que o índice de refração da água é n = 1,3, calcule a velocidade máxima das partículas na água para que não ocorra a radiação Cherenkov. A velocidade da luz no vácuo é c = 3,0 · 108 m/s.
Nota: A definição de índice de refração (n) é: n = c/v, em que c é a velocidade da luz no vácuo e v é a velocidade da luz nesse meio.
b) A radiação Cherenkov emitida por uma partícula tem a forma de um cone, como ilustrado na figura abaixo, pois a sua velocidade, vp, é maior do que a velocidade da luz no meio, vℓ.
Sabendo que o cone formado tem um ângulo θ = 50° e que a radiação emitida (luz) percorreu uma distância d = 1,6 m em t = 12 ns, calcule vp.
Dados: cos 50° = 0,64 e sen 50° = 0,76.
a) A partir da definição de índice de refração absoluto:
b) Utilizando a definição de velocidade escalar média:
Leia atentamente o texto.
[...] Localizado na ilha da Sicília, na Itália, o vulcão lançou uma nuvem de fogo e cinzas que se estendeu por vários quilômetros.
A erupção causou o fechamento do aeroporto mais próximo no continente e deixou várias vilas cobertas por uma grossa camada de cinzas.
VULCÃO Etna cospe fogo e cinzas em erupção “espetacular”. G1, 4 dez. 2015. Disponível em: . Acesso em: 26 ago. 2019.
O texto demonstra que a Europa apresenta algumas regiões com instabilidade geológica e vulcões ativos. Com base em seus conhecimentos e no texto acima, cite dois vulcões que se destacam no sul do continente, indicando as causas para a ocorrência desse fenômeno naquela região.
Os vulcões Etna e Vesúvio, na Itália; o vulcão Santorini, na Grécia. A região se encontra em uma área de choque entre placas tectônicas, o que causa vulcanismo e terremotos.
Quais conflitos indiretos ocorreram entre Estados Unidos e União Soviética durante a Guerra Fria, resultantes da guerra entre grupos políticos apoiados pelas superpotências? Quais foram os resultados desses conflitos?
A Guerra da Coreia e a Guerra do Vietnã. A Guerra da Coreia gerou a divisão de país em Coreia do Norte (socialista) e Coreia do Sul (capitalista). A vitória dos vietcongues (socialistas) no Vietnã levou à adesão do país ao socialismo.
A Corrente do Golfo é quente, pois se origina no golfo do México, na América do Norte, e no Caribe. Essa corrente alcança a costa ocidental europeia, sendo responsável pelo(a):
aquecimento das águas do Atlântico Norte, aumentando a umidade no litoral russo.
resfriamento das águas do mar Mediterrâneo, ajudando no congelamento desse mar.
aquecimento do litoral ocidental, evitando o congelamento de parte da Europa ocidental.
resfriamento do mar do Norte, diminuindo a piscosidade em países como Noruega e Portugal.
aquecimento do mar Mediterrâneo, provocando enchentes na costa da Itália.
A Corrente do Golfo aumenta a temperatura do litoral ocidental do continente europeu, impedindo o congelamento do mar do Norte e provocando nebulosidade em países como Portugal e França.
Emília resolve escrever suas Memórias.
As dificuldades do começo.
Parte 1
1 Tanto Emília falava em “Minhas Memórias” que uma vez Dona Benta perguntou:
2 – Mas, afinal de contas, bobinha, que é que você entende por memórias?
3 – Memórias são a história da vida da gente, com tudo o que acontece desde o dia do nascimento até o dia da morte.
4 – Nesse caso – caçoou Dona Benta – uma pessoa só pode escrever memórias depois que morre...
5 – Espere – disse Emília. – O escrevedor de memórias vai escrevendo, até sentir que o dia da morte vem vindo. Então para; deixa o finalzinho sem acabar. Morre sossegado.
6 – E as suas memórias vão ser assim?
7 – Não, porque não pretendo morrer. Finjo que morro, só. As últimas palavras têm de ser estas: “E então morri...” com reticências. Mas é peta. Escrevo isso, pisco o olho e sumo atrás do armário para que Narizinho fique mesmo pensando que morri. Será a única mentira das minhas Memórias. Tudo mais verdade pura, da dura – ali na batata, como diz Pedrinho.
8 Dona Benta sorriu.
9 – Verdade pura! Nada mais difícil do que a verdade, Emília.
10 – Bem sei – disse a boneca. – Bem sei que tudo na vida não passa de mentiras, e sei também que é nas memórias que os homens mentem mais. Quem escreve memórias arruma as coisas de jeito que o leitor fique fazendo uma alta ideia do escrevedor. Mas para isso ele não pode dizer a verdade, porque senão o leitor fica vendo que era um homem igual aos outros. Logo, tem de mentir com muita manha, para dar ideia de que está falando a verdade pura.
11 Dona Benta espantou-se de que uma simples bonequinha de pano andasse com ideias tão filosóficas.
12 – Acho graça nisso de você falar em verdade e mentira como se realmente soubesse o que é uma coisa e outra. Até Jesus Cristo não teve ânimo de dizer o que era a verdade. Quando Pôncio Pilatos lhe perguntou: “Que é a verdade?” ele, que era Cristo, achou melhor calar-se. Não deu resposta.
13 – Pois eu sei! – gritou Emília. – Verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia. Só isso.
14 Dona Benta calou-se, a refletir naquela definição, e Emília, no maior assanhamento, correu em busca do Visconde de Sabugosa. Como não gostasse de escrever com a sua mãozinha, queria escrever com a mão do Visconde.
15 – Visconde – disse ela – venha ser meu secretário. Veja papel, pena e tinta. Vou começar as minhas Memórias.
16 O sabuguinho científico sorriu.
17 – Memórias! Pois então uma criatura que viveu tão pouco já tem coisas para contar num livro de memórias? Isso é para gente velha, já perto do fim da vida.
18 – Faça o que eu mando e não discuta. Veja papel, pena e tinta.
19 O Visconde trouxe papel, pena e tinta. Sentou-se. Emília preparou-se para ditar. Tossiu. Cuspiu e engasgou. Não sabia como começar – e para ganhar tempo veio com exigências.
20 – Esse papel não serve, Senhor Visconde. Quero papel cor do céu com todas as suas estrelinhas. Também a tinta não serve. Quero tinta cor do mar com todos os seus peixinhos. E quero pena de pato, com todos os seus patinhos.
21 O Visconde ergueu os olhos para o teto, resignado. Depois falou; fez-lhe ver que tais exigências eram absurdas; que ali no sítio de Dona Benta não havia patos, nem o tal papel, nem a tal tinta.
22 – Então não escrevo! – disse Emília.
23 – Sua alma, sua palma – murmurou o Visconde. – Se não escrever, melhor para mim. É boa!...
24 Emília, afinal, concordou em escrever as memórias naquele papel da casa, com pena comum e tinta de Dona Benta. Mas jurou que havia de imprimi-las em papel cor do céu, tinta cor do mar e pena de pato.
25 O Visconde disparou na gargalhada.
26 – Imprimir com pena de pato! É boa!... Imprime-se com tipos, não com penas.
27 – Pois seja – tornou Emília. – Imprimirei com tipos de pato.
28 O Visconde ergueu novamente os olhos para o forro, suspirando.
29 Estavam os dois fechados no quarto dos badulaques. Servia de mesa um caixãozinho, e de cadeira um tijolo. Emília passeava de um lado para outro, de mãos às costas. Ia ditar.
30 – Vamos! – disse ela depois de ver tudo pronto. – Escreva bem no alto do papel: Memórias da Marquesa de Rabicó. Em letras bem graúdas.
31 O Visconde escreveu:
32 MEMÓRIAS DA MARQUESA DE RABICÓ
33 – Agora escreva: Capítulo Primeiro.
34 O Visconde escreveu e ficou à espera do resto.
35 Emília, de testinha franzida, não sabia como começar.
36 Isso de começar não é fácil. Muito mais simples é acabar. Pinga-se um ponto final e pronto; ou então escreve-se um latinzinho: FINIS. Mas começar é terrível. Emília pensou, pensou, e por fim disse:
37 – Bote um ponto de interrogação; ou, antes, bote vários pontos de interrogação. Bote seis...
38 O Visconde abriu a boca.
39 – Vamos, Visconde. Bote aí seis pontos de interrogação – insistiu a boneca. – Não vê que estou indecisa interrogando-me a mim mesma?
40 E foi assim que as “Memórias da Marquesa de Rabicó” principiaram dum modo absolutamente imprevisto:
41 Capítulo Primeiro
? ? ? ? ? ? ?
42 Emília contou os pontos e achou sete.
43 – Corte um – ordenou.
44 O Visconde deu um suspiro e riscou o último ponto, deixando só os seis encomendados.
45 – Bem – disse Emília. – Agora ponha um... um... um...
46 O Visconde escreveu três uns, assim: 1, 1, 1.
47 Emília danou.
48 – Pedacinho dasno! Não mandei escrever nada. Eu ainda estava pensando. Eu ia dizer que escrevesse um ponto final depois dos seis de interrogação.
49 O Visconde começou a assoprar e a abanar-se. Por fim disse:
50 – Sabe que mais, Emília? O melhor é você ficar sozinha aqui até resolver definitivamente o que quer que eu escreva. Quando tiver assentado, então me chame. Do contrário a coisa não vai.
51 – É que o começo é difícil, Visconde. Há tantos caminhos que não sei qual escolher. Posso começar de mil modos. Sua ideia qual é?
52 – Minha ideia – disse o Visconde – é que comece como quase todos os livros de memórias começam – contando quem está escrevendo, quando nasceu, em que cidade etc. As Aventuras de Robinson Crusoe, por exemplo, começam assim: “Nasci no ano de 1632, na cidade de Iorque, filho de gente arranjada, etc.”
53 – Ótimo! – exclamou Emília. – Serve. Escreva: Nasci no ano de... (três estrelinhas), na cidade de... (três estrelinhas), filha de gente desarranjada...
54 – Por que tanta estrelinha? Será que quer ocultar a idade?
55 – Não. Isso é apenas para atrapalhar os futuros historiadores, gente muito mexeriqueira. Continue escrevendo: E nasci duma saia velha de tia Nastácia. E nasci vazia. Só depois de nascida é que ela me encheu de pétalas duma cheirosa flor cor de ouro que dá nos campos e serve para estufar travesseiros.
56 – Diga logo macela que todos entendem.
57 – Bem. Nasci, fui enchida de macela que todos entendem e fiquei no mundo feito uma boba, de olhos parados, como qualquer boneca. E feia. Dizem que fui feia que nem uma bruxa. Meus olhos tia Nastácia os fez de linha preta. Meus pés eram abertos para fora, como pés de caixeirinho de venda. Sabe, Visconde, por que eles têm os pés abertos para fora?
58 – Há de ser da raça – respondeu o Visconde.
59 – Raça, nada. É o hábito de ficarem desde muito crianças grudados ao balcão vendendo coisas. Têm de abrir os pés para melhor se encostarem no balcão, e acabam ficando com os pés abertos para fora. Eu era assim. Depois fui melhorando. Hoje piso para dentro. Também fui melhorando no resto. Tia Nastácia foi me consertando, e Narizinho também. Mas nasci muda como os peixes. Um dia aprendi a falar.
60 – Sei como foi a história – disse o Visconde. – Você engoliu uma falinha de papagaio.
LOBATO, Monteiro. Memórias da Emília. In: Obra infantil completa. Edição centenário: 1882-1982. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 239-243.
Sua alma, sua palma: nesta expressão, palma significa vitória, sucesso, prêmio. Deve-se entender, portanto: seu prêmio vem de acordo com seu desejo (sua alma).
Diferentemente dos poemas, que se organizam em versos e estrofes, os textos em prosa agrupam as frases em parágrafos. Retorne aos parágrafos 4 e 5 acima e faça o que se pede.
a. Sublinhe nesses parágrafos as frases do narrador.
b. Como o autor separou, graficamente, as frases das personagens?
O autor mudou de parágrafo e utilizou travessões para marcar as frases pertencentes às personagens. Para separar as frases interpostas do narrador, usou dois travessões.
Texto I
A chuva
A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o para-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos. A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.
ANTUNES, Arnaldo. A chuva. In: As coisas. 8. ed. São Paulo: Iluminuras, 2002. p. 46.
Texto II
Guarda-chuvas
Tenho quatro guarda-chuvas todos os quatro com defeito: um emperra quando abre, outro não fecha direito.
Um deles vira ao contrário se eu abro sem ter cuidado. Outro, então, solta as varetas e fica todo amassado.
O quarto é bem pequenino, pra carregar por aí; porém, toda vez que chove, eu descubro que esqueci…
Por isso, não falha nunca: se começa a trovejar, nenhum dos quatro me vale – eu sei que vou me molhar.
Quem me dera um guarda-chuva pequeno como uma luva que abrisse sem emperrar ao ver a chuva chegar!
Tenho quatro guarda-chuvas que não me servem de nada: quando chove de repente, acabo toda encharcada.
E que fria cai a água sobre a pele ressecada! Ai…
RIOS, Rosana. Cheiro de chuva. São Paulo: Studio Nobel, 2003. p. 33.
Texto III
Texto IV
Procura-se um equilibrista
que saiba caminhar na linha que divide a noite do dia que saiba carregar nas mãos um fino pote cheio de fantasias que saiba escalar nuvens arredias que saiba construir ilhas de poesia na vida simples de todo dia.
MURRAY, Roseana. Classificados poéticos. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 10.
Texto V
A cultura
O girino é o peixinho do sapo. O silêncio é o começo do papo. O bigode é a antena do gato. O cavalo é o pasto do carrapato. O cabrito é o cordeiro da cabra. O pescoço é a barriga da cobra. O leitão é um porquinho mais novo. A galinha é um pouquinho do ovo. O desejo é o começo do corpo. Engordar é tarefa do porco. A cegonha é a girafa do ganso. O cachorro é um lobo mais manso. O escuro é a metade da zebra. As raízes são as veias da seiva. O camelo é um cavalo sem sede. Tartaruga por dentro é parede. O potrinho é o bezerro da égua. A batalha é o começo da trégua. Papagaio é um dragão miniatura. Bactéria num meio é cultura.
ANTUNES, Arnaldo. Cultura. In: As coisas. 8. ed. São Paulo: Iluminuras, 2002. p. 51.
Para responder à questão, releia os poemas sempre que preciso.
A anáfora e a rima põem em evidência, respectivamente, o início e o final de cada verso.
a) Qual desses recursos é utilizado no poema “Guarda-chuvas” (Texto II)? Dê exemplos desse recurso.
b) E no poema “A chuva” (Texto I)? Explique.
b) No poema “A chuva”, o poeta utilizou a anáfora. Todas as frases são iniciadas pelas palavras “a chuva” (como se verá no Módulo 5, um sintagma nominal, formado pelo artigo e pelo substantivo).
Leia o seguinte fragmento de um texto didático e assinale a alternativa que apresenta corretamente a ideia principal desenvolvida em cada parágrafo.
Tradicionalmente, a Pré-História é o período que abrange a atividade humana desde suas origens até o surgimento da escrita. Essa denominação começou a ser empregada no século XIX, na Europa, pois, naquela época, acreditava-se que a história de qualquer sociedade só poderia ser recuperada caso ela dominasse o ato de ler e escrever. Hoje, sabemos que outras fontes, como as imagens ou os relatos orais, por exemplo, são tão importantes quanto a escrita nesse processo de resgate da história de um povo ou uma sociedade.
De qualquer maneira, para facilitar os estudos, a invenção da escrita passou a ser considerada por muitos o marco inicial da História. Assim, as sociedades que não dominavam essa técnica ficaram conhecidas como pré-históricas e aquelas que sabiam ler e escrever passaram a ser chamadas de sociedades históricas.
[...]
OLIVIERI, Antonio Carlos. Pré-História. 14. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 30.
“a Pré-História é o período que abrange a atividade humana desde suas origens até o surgimento da escrita.”/“a invenção da escrita passou a ser considerada por muitos o marco inicial da História.”
“Essa denominação começou a ser empregada no século XIX, na Europa”/“as sociedades que não dominavam essa técnica”
“outras fontes [...] são tão importantes quanto a escrita”/“aquelas que sabiam ler e escrever passaram a ser chamadas de sociedades históricas.”
“nesse processo de resgate da história de um povo ou uma sociedade.”/“a invenção da escrita [...] marco inicial da História.”
Divida a quantia de R$ 13 200,00 em três partes:
a) diretamente proporcionais aos números 1, 2 e 3;
b) inversamente proporcionais aos números 1, 2 e 3.
a)
b)
(CEFSA) O título do texto “Clean power is up, costs are down” reflete a ideia apresentada no seguinte trecho:
Investment in renewables capacity was roughly double that in fossil fuels, says the report from United Nations Environment. It follows news that the cost of offshore wind power has fallen by around a third since 2012. (parágrafo 1)
But the report’s authors sound the alarm that just as costs are plunging, some major nations are scaling back their green energy investments. (parágrafo 1)
“Things are heading the right way, and the learning and technical costs of renewables have done a large part of their job.” (parágrafo 2)
“But investments are not yet there to meet the structural change agreed in Paris.” (parágrafo 2)
Recent figures from the International Energy Agency cited the switch to renewables as one main reason for greenhouse gas emissions staying flat in 2016 even though the global economy grew by 3.1 per cent. (parágrafo 3)
(Enem)
No ar que respiramos existem os chamados “gases inertes”. Trazem curiosos nomes gregos, que significam “o Novo”, “o Culto”, “o Inativo”. E de fato são de tal modo inertes, tão satisfeitos em sua condição, que não interferem em nenhuma reação química, não se combinam com nenhum outro elemento e justamente por esse motivo ficaram sem ser observados durante séculos: só em 1962 um químico, depois de longos e engenhosos esforços, conseguiu forçar “o Estrangeiro” (o xenônio) a combinar-se fugazmente com o flúor ávido e vivaz, e a façanha pareceu tão extraordinária que lhe foi conferido o Prêmio Nobel.
Levi, P. A tabela Periódica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994 (adaptado).
Qual propriedade do flúor justifica sua escolha como reagente para o processo mencionado?
Densidade.
Condutância.
Eletronegatividade.
Estabilidade nuclear.
Temperatura de ebulição.
(UFJF) Ao analisar o conceito de “república”, o filósofo Renato Janine Ribeiro afirma que:
República é um conceito romano, como democracia é um termo grego. Vem de res publica, coisa pública. Surgiu em Roma substituindo a monarquia, mas monarquia e república não se definem pelo mesmo critério. Monarquia se define por quem manda: significa o poder (arquia) de um (mono) só. Já a palavra república não indica quem manda, e sim para que manda. O poder aqui está a serviço do bem comum, da coisa coletiva ou pública. Ao contrário de outros regimes, e em especial da monarquia, na república não se busca vantagem de um ou de poucos, mas a do coletivo.
RIBEIRO, Renato Janine. A república. São Paulo: Publifolha, 2001, p. 18.
Sobre o conceito de república romana e o legado para o Brasil, assinale a alternativa CORRETA:
A base e estrutura do Direito Civil Brasileiro republicano, com seus modelos, métodos e conceitos são heranças eminentemente romanas.
Assim como na república brasileira, o poder político em Roma era controlado democraticamente por um presidente.
As causas das reformas políticas são as mesmas desde a época do Império Romano e estabeleceram as bases da monarquia brasileira.
A república romana abriu espaço para uma nova forma de organização política, assim como no Brasil, que viveu a passagem para a monarquia.
A mão de obra escravista deixou de ser aplicada, assim como na república brasileira, que utilizou o trabalho assalariado dos plebeus.
Leia o texto, observe o mapa da seção Nesta aula e depois responda ao que se pede.
Um aspecto fundamental do período das navegações foram as trocas culturais, num sentido bem amplo. Esse mundo de fronteiras ainda abertas colocou em contato milhares de comunidades separadas pelo mar, articulando uma imensa diversidade de modos de vida. Pelo contato contínuo com estrangeiros, começaram a se delinear "modas" mediterrânicas. [...] Fez parte do mesmo movimento que difundiu o uso do vinho e, para consumi-lo, do ritual do banquete. Artefatos de luxo em bronze e ouro se transformaram numa das “modas" das elites. [...] Sua difusão uniu o Mediterrâneo, de uma ponta à outra, pelo consumo das elites.
GUARINELLO, Norberto. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2014. p. 122.
a) De que forma as navegações favoreceram a formação das ‘‘‘modas’ mediterrânicas”?
b) A partir da observação do mapa, explique de que forma a colonização grega atuou no Mediterrâneo.
a) As trocas culturais, alimentadas pelas navegações, gestaram a construção de hábitos comuns entre as elites das diversas regiões. O contato contínuo fez com que se difundisse o uso do vinho, o ritual do banquete e o uso de artefatos em bronze e ouro.
b) O processo expansionista ocorreu ao longo de três séculos. A expansão concentrou-se nas áreas litorâneas (não houve interiorização) e foi marcada pela formação de inúmeras colônias. A colonização mais intensa ocorreu na costa do mar Negro, da Ásia Menor e ao sul da península Itálica. Havia um convívio com as colônias e as rotas comerciais fenícias.
(Fuvest-SP) Para que um planeta abrigue vida nas formas que conhecemos, ele deve apresentar gravidade adequada, campo magnético e água no estado líquido. Além dos elementos químicos presentes na água, outros também são necessários. A detecção de certas substâncias em um planeta pode indicar a presença dos elementos químicos necessários à vida. Observações astronômicas de cinco planetas de fora do sistema solar indicaram, neles, a presença de diferentes substâncias, conforme o quadro a seguir:
Considerando as substâncias detectadas nesses cinco planetas, aquele em que há quatro elementos químicos necessários para que possa se desenvolver vida semelhante à da Terra é
I.
II.
III.
IV.
V.
(FMP) A neurocisticercose é um importante problema de saúde pública, principalmente em regiões onde as condições sanitárias são deficientes. É a infecção parasitária mais comum do sistema nervoso central e se caracteriza pela instalação, no cérebro, de uma larva da Taenia solium que pode causar sequelas neurológicas graves.
Um indivíduo adquire a neurocisticercose por meio da:
ingestão da carne de porco com cisticercos viáveis do nematódeo.
absorção de larvas do parasita ingeridas com a carne de boi.
penetração ativa de larvas do helminto através da pele.
deglutição dos ovos ou proglotes gravídicos do platelminto.
picada do mosquito contendo formas larvais do verme.
(UFTM-MG)
Cada ano avançava um punhado de léguas, mais perto, mais perto, pertinho, fazendo medo no povo... da “tremedeira que não desamontava” – matando muita gente. [...] O mosquito fêmea não ferroa de dia; está dormindo, com a tromba repleta de maldades; [...] E o anofelino é o animal que canta mais bonito, na terra bonita onde mora a doença. [...] Primo Ribeiro parece um defunto – sarro de amarelo na cara chupada, olhos sujos, desbrilhados, e as mãos pendulando, compondo o equilíbrio, sempre a escorar dos lados a bambeza do corpo. Mãos moles, sem firmeza, que deixam cair tudo quanto ele queira pegar. Baba, baba, cospe, cospe...
(João Guimarães Rosa. Sagarana, 2001. Adaptado.)
a) A qual doença o excerto de Sagarana faz referência? Transcreva o trecho que confirma sua resposta.
b) Explique por que essa doença apresenta sintomas como “tremedeira” e “cara amarela”, respectivamente.
a) Malária. “[...] E o anofelino é o animal que canta mais bonito, na terra bonita onde mora a doença.”
b) O protozoário Plasmodium sp. se reproduz e rompe os glóbulos vermelhos do doente. Isso provoca anemia profunda, que produz o aspecto amarelado da face do doente. A tremedeira é consequência da fraqueza muscular típica dos portadores da malária.
Leia o trecho da letra da canção a seguir e depois responda à questão.
Disneylândia
[…] Música hindu contrabandeada por ciganos poloneses faz sucesso no interior da Bolívia. […] Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong Kong e produzem com matéria-prima brasileira para competir no mercado americano.
TITÃS. Disneylândia. In: Titanomaquia. WEA, 1993.
A música “Disneylândia”, dos Titãs, reflete um traço importante da globalização: a difusão econômica da produção pelo mundo todo. Indique as causas para a formação desse processo.
A globalização econômica é marcada pela difusão de processos produtivos em todo o planeta. As grandes empresas se tornaram globais e disseminam seus produtos para o maior número de países possível. Isso pode ser observado pelos produtos que consumimos, originados, em grande parte, de outros países.
Leia a seguir um trecho da Carta del Lavoro, promulgada pelo regime fascista.
1. A Nação italiana é um organismo com fins, vida, meios e ações superiores por potência e extensa aqueles indivíduos separados ou reagrupados que a compõem. É uma unidade moral, política e econômica, que se realiza integralmente no Estado fascista.
2. O trabalho, sob todas as formas organizativas e executivas, intelectuais, técnicas, manuais é um dever social. A este título, é tutelado pelo Estado. O complexo da produção é unitário do ponto de vista nacional; os seus objetivos são unitários e se reassumem no benefício dos particulares e no desenvolvimento da potência nacional.
CARTA del lavoro. Disponível em: . Acesso em: 2 set. 2019.
Analise a principal diferença entre o corporativismo e o comunismo no que se refere aos conflitos de classes sociais.
Nenhum dos dois nega a existência de divergências entre as classes sociais, no entanto, as propostas para solucionar esse conflito eram diferentes. Para o comunismo, a solução da luta de classes só seria possível com o fim das classes sociais e a tomada do governo pelos trabalhadores. Para o corporativismo, doutrina defendida pelo fascismo, o Estado deveria intervir e se colocar no papel de árbitro para apaziguar os conflitos entre as classes. Desse modo, na Itália fascista, foram criadas leis trabalhistas e cabia ao Estado o papel de intermediário nas questões entre trabalhadores e patrões.
Na Guerra Fria, a política conhecida como “equilíbrio pelo terror” refletiu a equiparação de forças entre estadunidenses e soviéticos, que estava atrelada:
à Doutrina Kennedy.
à corrida armamentista.
ao macarthismo.
ao American way of life.
ao consumismo exacerbado.
O período posterior à Segunda Guerra Mundial ficou conhecido como Guerra Fria em virtude da ausência de confrontos diretos entre as duas superpotências. Isso foi possível graças ao equilíbrio de forças advindo do gigantesco investimento bélico/militar, que foi chamado de corrida armamentista.
No pós-Segunda Guerra Mundial, percebeu-se uma maior integração na Europa, em particular na região da Europa ocidental. Identifique os motivos e os objetivos da maior integração dos países nessa região.
A progressiva aproximação diplomática entre as nações da Europa ocidental teve como principais objetivos: integrar as economias dos países e promover sua reconstrução; aproximá-las politicamente, evitando um novo conflito; diminuir a influência econômica das superpotências (Estados Unidos e União Soviética); e buscar soluções comuns para o progresso econômico e melhorias nas condições de vida dos povos europeus.
Participe da discussão, externando suas opiniões e pontos de vista com clareza e respeito. Ouça atentamente o que seus colegas têm a dizer.
Quando Monteiro Lobato inventa uma boneca de pano e um boneco de sabugo falantes, que escrevem e filosofam, ele está mentindo? Justifique sua resposta.
Nesse caso, o autor não está mentindo. Ao inventar essas personagens fantásticas, ele as cria com aparência de verdade (verossimilhança), mas não pretende enganar o leitor. Tudo faz parte de um jogo, de um “faz de conta”.
Bastante curta, esta atividade utilizará no máximo dez minutos da aula. São duas atividades que exploram os conceitos de verdade, mentira e verossimilhança. A explicação desses conceitos deve ser clara e objetiva. Respostas de consenso devem ser anotadas esquematicamente na lousa e depois registradas no caderno dos alunos. Os momentos iniciais da Atividade oral são uma boa oportunidade para a consolidação de procedimentos e atitudes. Reafirme ou redefina, com a classe, regras que garantam a todos:
• o direito de falar e de ser ouvido;
• o direito de ouvir;
• o respeito às opiniões e às posições pessoais.
Os alunos devem compreender que os direitos têm como contrapartida os deveres, entre os quais está o de compartilhamento de conhecimentos, experiências e opiniões.
Texto I
A chuva
A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o para-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos. A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.
ANTUNES, Arnaldo. A chuva. In: As coisas. 8. ed. São Paulo: Iluminuras, 2002. p. 46.
Texto II
Guarda-chuvas
Tenho quatro guarda-chuvas todos os quatro com defeito: um emperra quando abre, outro não fecha direito.
Um deles vira ao contrário se eu abro sem ter cuidado. Outro, então, solta as varetas e fica todo amassado.
O quarto é bem pequenino, pra carregar por aí; porém, toda vez que chove, eu descubro que esqueci…
Por isso, não falha nunca: se começa a trovejar, nenhum dos quatro me vale – eu sei que vou me molhar.
Quem me dera um guarda-chuva pequeno como uma luva que abrisse sem emperrar ao ver a chuva chegar!
Tenho quatro guarda-chuvas que não me servem de nada: quando chove de repente, acabo toda encharcada.
E que fria cai a água sobre a pele ressecada! Ai…
RIOS, Rosana. Cheiro de chuva. São Paulo: Studio Nobel, 2003. p. 33.
Texto III
Texto IV
Procura-se um equilibrista
que saiba caminhar na linha que divide a noite do dia que saiba carregar nas mãos um fino pote cheio de fantasias que saiba escalar nuvens arredias que saiba construir ilhas de poesia na vida simples de todo dia.
MURRAY, Roseana. Classificados poéticos. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 10.
Texto V
A cultura
O girino é o peixinho do sapo. O silêncio é o começo do papo. O bigode é a antena do gato. O cavalo é o pasto do carrapato. O cabrito é o cordeiro da cabra. O pescoço é a barriga da cobra. O leitão é um porquinho mais novo. A galinha é um pouquinho do ovo. O desejo é o começo do corpo. Engordar é tarefa do porco. A cegonha é a girafa do ganso. O cachorro é um lobo mais manso. O escuro é a metade da zebra. As raízes são as veias da seiva. O camelo é um cavalo sem sede. Tartaruga por dentro é parede. O potrinho é o bezerro da égua. A batalha é o começo da trégua. Papagaio é um dragão miniatura. Bactéria num meio é cultura.
ANTUNES, Arnaldo. Cultura. In: As coisas. 8. ed. São Paulo: Iluminuras, 2002. p. 51.
Para responder à questão, releia os poemas sempre que preciso.
Os poemas geralmente são escritos em versos, que se agrupam em estrofes. Numere as estrofes dos poemas. Quantas estrofes cada um tem?
estrofe: cada um dos conjuntos de versos em que se divide um poema.
No poema “Guarda-chuvas” (Texto II):todos os versos têm rima.
a maioria dos versos pares tem rima.
a maioria dos versos ímpares tem rima.
nenhum verso tem rima.
Alternativa b. A questão tem nível fácil, pois exige apenas que os alunos, tendo entendido a definição, identifiquem as rimas e verifiquem a frequência com que ocorrem no poema.
E no modo de falar? Que comentário você pode fazer sobre as diferenças de linguagem?
Espera-se que os alunos façam referência a sotaques, a falares regionais e a variações devidas à condição sociocultural.
Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas