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INSTRUÇÕES GERAIS PARA A REDAÇÃO
01. Elabore uma redação de 10 a 33 linhas (sem considerar o título), usando o espaço próprio na Folha de Redação. Textos com menos de 10 linhas e o que exceder a 33 linhas não serão corrigidos.
02. Use o espaço para rascunho, caso deseje. Faça uma revisão do texto antes de passá-lo à folha definitiva.
03. Na sua redação, você deve:
- atribuir um título na linha destinada a esse fim;
- ocupar as linhas de uma até a outra margem, observando o espaçamento adequado entre as palavras, com letras e espaços de tamanho regular, respeitando os parágrafos;
- utilizar linguagem clara, seguindo as normas do português culto (padrão formal), redigindo com letra legível e usando somente caneta de tinta azul ou preta.
04. Fragmentos de texto escritos em locais indevidos, segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco constituem espaços que serão descontados do cômputo total de linhas.
05. Para efeito de correção na contagem do número mínimo de linhas, serão desconsideradas as que constituírem cópia parcial ou total dos textos motivadores ou de questões objetivas do caderno de prova, ou qualquer fragmento de texto que ultrapassar a quantidade máxima de linhas estabelecidas na folha de redação personalizada. O desrespeito às margens e o fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado também serão apenados, bem como espaçamento inadequado entre as palavras.
06. Não será aceita redação em versos.
07. A redação será avaliada considerando os seguintes critérios e notas:
- Adequação à proposta (tema/gênero e tipologia dissertativo-argumentativa) – Nota 0,0 a 2,5;
- Domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa – Nota 0,0 a 2,5;
- Coerência e coesão – Nota 0,0 a 2,5;
- Nível de informação e de argumentação, estilo/expressividade – Nota 0,0 a 2,5.
08. Qualquer redação, por mais bem feita que esteja, terá nota zero se fugir, completamente, da orientação proposta e das especificações do edital.
PROPOSTA 1
“Cidadania”, entre os gregos e os romanos, que inventaram o conceito, era a soma dos direitos dos mais privilegiados – dos nobres, por oposição aos plebeus, dos livres, por oposição aos escravos, dos nacionais, por oposição aos estrangeiros. Com um pouco de licença, mas só um pouco, cidadão era quem tinha o direito de oprimir o outro. Na Revolução Francesa “cidadão” virou forma de as pessoas se tratarem umas às outras, assim como no comunismo se tratarão por “camarada”. É um signo de igualdade. No mundo contemporâneo, significa em primeiro lugar nacionalidade, ou seja, cidadão brasileiro é quem pode ter passaporte brasileiro, e em segundo lugar o gozo dos direitos políticos, ou seja, votar e ser votado.
Já no sentido precioso de hoje em dia os significados, ao que parece – nunca se sabe bem – se multiplicam. [...] A palavra partiu-se em mil significados, o que equivale dizer que não tem mais nenhum.
TOLEDO, Roberto Pompeu. Revista Veja, 16 fev. 2000, p. 146. Ensaio.
O conceito de cidadania é uma ideia dinâmica que se renova constantemente diante das transformações sociais, dos contextos históricos e principalmente diante das mudanças de paradigmas ideológicos. A cidadania conhecida na antiguidade clássica não é a mesma cidadania pela qual lutamos hoje e a que aspiramos concretizar nas gerações futuras.
Disponível em:<http://www.politize.com.br/por-que-e-importante-cidadania/>. Acesso em: 08 maio 2018.
Considerando o que se afirma nos textos da proposta 1 e os seus conhecimentos sobre a realidade atual da organização política e social do Brasil, escreva uma dissertação sobre cidadania.
PROPOSTA 2
Ainda tabu na sociedade brasileira, o suicídio é um tema que costuma ser evitado pelos meios de comunicação, apesar de ser bem divulgado em casos de falecimentos de figuras públicas ou quando atrelado a mortes inusitadas ou trágicas. Mas, para além do tabu em si, qual seria o real motivo para a imprensa evitar falar sobre o tema e quais seriam as consequências do tipo de veiculação feita, muitas vezes associada ao sensacionalismo?
Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/prevencao-do-suicidio-saude-mental-e-tema-negligenciado-pela-midia. Acesso em: 03 maio 2108. [ Fragmento].
As mortes por suicídio aumentaram 60% nos últimos 45 anos, segundo a OMS. Quase um milhão de pessoas se mata todos os anos – em um universo até 20 vezes superior de tentativas. Na maioria dos países desenvolvidos, a violência autoinfligida é a primeira causa de morte não natural. No Brasil, ela ocupa a terceira posição – aqui as taxas de mortalidade por acidentes de trânsito e homicídios estão entre as maiores do mundo.
Disponível em: https://www.unesp.br/aci/revista/ed13/com-saida. Acesso em: 03 maio 2018. [Fragmento].
A partir das informações contidas na proposta 2 e de seus conhecimentos, escreva uma dissertação sobre o crescimento de suicídios nos últimos anos.
Texto 1
Criada pela Controladoria-Geral da União (CGU), a Campanha “Pequenas Corrupções – Diga Não” tem como objetivo principal conscientizar os cidadãos para a necessidade de combater atitudes antiéticas – ou até mesmo ilegais –, que costumam ser culturalmente aceitas e ter a gravidade ignorada ou minimizada.
As peças publicitárias buscam chamar a atenção e promover a reflexão sobre práticas comuns no dia a dia dos brasileiros, como falsificar carteirinha de estudante; roubar TV a cabo; comprar produtos piratas; furar fila; tentar subornar o guarda de trânsito para evitar multas; entre outras.
As imagens da campanha foram inicialmente divulgadas nas redes sociais da CGU, em junho de 2013. Numa segunda etapa, em fevereiro de 2014, a campanha alcançou 10 milhões de usuários no Facebook.
(“Diga Não: Campanha Pequenas Corrupções”. www.cgu.gov.br, sem data. Adaptado)
Texto 2
Quando dizem que a corrupção é sistêmica, não estão se referindo somente à corrupção generalizada no governo, mas sim em toda a sociedade. São milhares os exemplos de pequenas corrupções com que a sociedade brasileira se defronta. Estima-se, por exemplo, que a corrupção pública seja responsável por desviar R$ 80 bilhões do seu verdadeiro propósito. Por outro lado, a sonegação de tributos, que não é do trabalhador assalariado, compromete cerca de R$ 400 bilhões a R$ 500 bilhões por ano, o que representa aproximadamente 10% do PIB brasileiro.
A corrupção não é somente obter proveitos indébitos, que envolvem suborno ou pagamentos ilícitos. Na sua forma mais ampla, a corrupção é a degradação de um bem ou de um costume social, ou seja, utilizá-los de forma inferior àquela para a qual foram idealizados. Indistintamente, as pequenas corrupções são consideradas normais e legítimas por parte significativa da sociedade brasileira. E, por serem culturalmente aceitas por uma parcela, não haveria motivos para serem condenadas ou combatidas. Se o objetivo de um país é evoluir culturalmente, economicamente e socialmente, todo e qualquer tipo de corrupção deve ser combatido, independentemente de sua origem ou grandeza.
(“A grande corrupção e as pequenas corrupções”. Rodolfo Coelho Prates. www.gazetadopovo.com.br, 30.03.2015. Adaptado)
Texto 3
O combate à corrupção tem aparecido como uma das principais bandeiras nesta novíssima história da República que brasileiros começam a escrever. Se, por um lado, o pedido por honestidade toma as ruas desde a pressão pela aprovação da Lei da Ficha Limpa, em 2010, e, mais intensamente, a partir dos protestos de junho de 2013, por outro, cidadãos ainda encontram dificuldade de vencer seus próprios vícios. É raro encontrar alguém que nunca tenha cometido pequenas corrupções no cotidiano. Esses comportamentos não deslegitimam o grito contra a corrupção e estão longe de ser a origem dos roubos aos cofres do governo, mas também atropelam o interesse público e mostram que o problema vai muito além dos três poderes.
“A corrupção tem dois significados: algo que se quebra e se degrada. Ela quebra o princípio da confiança, que permite a cada um de nós viver em sociedade. Também degrada o que é público”, explica a professora do Departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Heloísa Starling. “A corrupção não se dá só na relação com o Estado, mas também com a sociedade”, afirma o professor de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro.
(“Cidadãos pedem combate à corrupção, mas cedem nas pequenas atitudes do dia a dia”. www.em.com.br, 22.03.2015)
Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
As pequenas corrupções na sociedade brasileira são causa ou consequência das grandes corrupções?
Com base na leitura dos textos seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema Como conciliar o compromisso com a verdade e as necessidades capitais no jornalismo de hoje?, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Seis razões para abandonar o acesso pago
Nada menos que 69 dos 98 jornais norte-americanos com tiragens medias maiores de cinco mil exemplares abandonaram a cobrança de acesso às notícias online de forma temporária ou definitiva. Seis razões básicas orientaram o abandono, conforme revelou um estudo de dois pesquisadores da universidade do Sul da Califórnia, divulgado pelo American Press Institute. As seis razões são:
– emergências ou desastres naturais;
– eventos públicos especiais;
– acesso amplo para apoiar promoções;
– campanhas publicitárias;
– necessidade de ampliar audiências;
– fim da experiência com cobrança.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 2
Pagar para ler notícias na net? 99% dos portugueses diz "não"
As conclusões relativas à predisposição dos inquiridos para "pagar por conteúdos noticiosos online" são elucidativas: 9% afirmou nunca o ter feito. A média global dos outros países onde o estudo foi realizado é de 11% (a título de exemplo, em Espanha o valor é de 8% e no Brasil 22%).
74% respondeu que, no futuro, será "improvável" ou "muito improvável" vir a pagar por esses mesmos conteúdos. Estes são alguns dos dados revelados pelo estudo "Públicos e Consumos de Média", que analisou o consumo de notícias e as plataformas digitais em Portugal e em mais 10 países, entre os quais o Reino Unido, Espanha, Itália e Estados Unidos. Os resultados do trabalho, uma iniciativa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), foram revelados esta terça-feira na Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa.
Do universo dos inquiridos, dois terços são utilizadores de internet. E, desse segmento, 89% são consumidores de notícias. Os hábitos de consumo de notícias dos portugueses passam, sobretudo, pela consulta de conteúdos informativos nas redes sociais (69%), sendo o Facebook o social media de eleição (90%). As redes sociais são, assim, "uma das principais plataformas de acesso a notícias, surgindo, assim, atores que se posicionam como grandes agregadores de conteúdos noticiosos", conclui o estudo.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 3
"Matéria paga", em jargão jornalístico, é algo que parece conteúdo editorial -- isto é, notícias e opiniões publicadas tendo em vista o interesse do leitor -- mas que, na verdade, é conteúdo publicitário, isto é, notícias e opiniões que seriam publicadas de qualquer jeito, dane-se o interesse do leitor, porque alguém está pagando para que aquilo saia. Pelo Brasil a fora, são incontáveis os jornais e revistas (e, agora na era da internet, blogs e quetais) que dependem de matéria paga para viver. Ela costuma aparecer em duas modalidades básicas. A mais humilde é a "contrapartida" ou "matéria de cortesia", usada para captar publicidade: o repórter vai, digamos, a um restaurante, fala com o dono, anota sua espantosa história de vida, os ingredientes maravilhosos que usa e receitas fantásticas que oferece. Escreve um texto laudatório que sai, coincidentemente, na página ao lado do anúncio (pago) do mesmo restaurante, com foto do salão, telefone e horário de funcionamento. A outra é a matéria paga em senso estrito: o cara paga, escreve-se o que ele quer e publica-se. Não se trata mais de uma contrapartida "cortês" ao anúncio: a matéria é o anúncio. A forma como essas estratégias são usadas varia de veículo para veículo. Há os que fazem matérias pagas meio que a contragosto, para fechar as contas, e as publicam misturadas a conteúdo editorial legítimo. Há as publicações que fazem "cortesias" porque é o que se espera delas nos mercados (muitas vezes pequenos, pobres, de mentalidade tacanha e hábitos provincianos) em que atuam. E há os que se especializam em veicular matérias pagas, só fazem isso, e seriam incapazes de reconhecer ou publicar uma notícia legítima, nem que fosse o pouso de um disco voador na Esplanada dos Ministérios ou o início da Terceira Guerra Mundial, se ela não viesse acompanhada de um cheque. Conheci alguns jornalistas que fizeram carreira nesse segundo tipo de publicação, e quando olho para eles imagino como alguns médicos devem se sentir quando se lembram de que mesmo os homeopatas de florais de Bach mais radicais também são, aos olhos da lei, colegas de profissão. Na grande imprensa, que costuma (ou costumava) aspirar a um grau de credibilidade, profissionalismo e seriedade maior que o dos jornais de província, matérias pagas, até algum tempo atrás, tendiam a ser tratadas como apenas mais um tipo de conteúdo publicitário: o cara pagou por uma caixa de tantos por tantos centímetros na página tal, ele pode pôr o que quiser ali. Se for um texto, que seja. Mas havia cuidados: tinha de ficar claro que aquele texto vinha do anunciante, não da redação. Porque o que a redação escreve é de interesse público; o que o anunciante escreve é de interesse do anunciante. Oferecer uma coisa e entregar outra é fraude contra o consumidor.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Com base na leitura dos textos seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema Como conciliar o compromisso com a verdade e as necessidades capitais no jornalismo de hoje?, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Seis razões para abandonar o acesso pago
Nada menos que 69 dos 98 jornais norte-americanos com tiragens medias maiores de cinco mil exemplares abandonaram a cobrança de acesso às notícias online de forma temporária ou definitiva. Seis razões básicas orientaram o abandono, conforme revelou um estudo de dois pesquisadores da universidade do Sul da Califórnia, divulgado pelo American Press Institute. As seis razões são:
– emergências ou desastres naturais;
– eventos públicos especiais;
– acesso amplo para apoiar promoções;
– campanhas publicitárias;
– necessidade de ampliar audiências;
– fim da experiência com cobrança.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 2
Pagar para ler notícias na net? 99% dos portugueses diz "não"
As conclusões relativas à predisposição dos inquiridos para "pagar por conteúdos noticiosos online" são elucidativas: 9% afirmou nunca o ter feito. A média global dos outros países onde o estudo foi realizado é de 11% (a título de exemplo, em Espanha o valor é de 8% e no Brasil 22%).
74% respondeu que, no futuro, será "improvável" ou "muito improvável" vir a pagar por esses mesmos conteúdos. Estes são alguns dos dados revelados pelo estudo "Públicos e Consumos de Média", que analisou o consumo de notícias e as plataformas digitais em Portugal e em mais 10 países, entre os quais o Reino Unido, Espanha, Itália e Estados Unidos. Os resultados do trabalho, uma iniciativa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), foram revelados esta terça-feira na Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa.
Do universo dos inquiridos, dois terços são utilizadores de internet. E, desse segmento, 89% são consumidores de notícias. Os hábitos de consumo de notícias dos portugueses passam, sobretudo, pela consulta de conteúdos informativos nas redes sociais (69%), sendo o Facebook o social media de eleição (90%). As redes sociais são, assim, "uma das principais plataformas de acesso a notícias, surgindo, assim, atores que se posicionam como grandes agregadores de conteúdos noticiosos", conclui o estudo.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 3
"Matéria paga", em jargão jornalístico, é algo que parece conteúdo editorial -- isto é, notícias e opiniões publicadas tendo em vista o interesse do leitor -- mas que, na verdade, é conteúdo publicitário, isto é, notícias e opiniões que seriam publicadas de qualquer jeito, dane-se o interesse do leitor, porque alguém está pagando para que aquilo saia. Pelo Brasil a fora, são incontáveis os jornais e revistas (e, agora na era da internet, blogs e quetais) que dependem de matéria paga para viver. Ela costuma aparecer em duas modalidades básicas. A mais humilde é a "contrapartida" ou "matéria de cortesia", usada para captar publicidade: o repórter vai, digamos, a um restaurante, fala com o dono, anota sua espantosa história de vida, os ingredientes maravilhosos que usa e receitas fantásticas que oferece. Escreve um texto laudatório que sai, coincidentemente, na página ao lado do anúncio (pago) do mesmo restaurante, com foto do salão, telefone e horário de funcionamento. A outra é a matéria paga em senso estrito: o cara paga, escreve-se o que ele quer e publica-se. Não se trata mais de uma contrapartida "cortês" ao anúncio: a matéria é o anúncio. A forma como essas estratégias são usadas varia de veículo para veículo. Há os que fazem matérias pagas meio que a contragosto, para fechar as contas, e as publicam misturadas a conteúdo editorial legítimo. Há as publicações que fazem "cortesias" porque é o que se espera delas nos mercados (muitas vezes pequenos, pobres, de mentalidade tacanha e hábitos provincianos) em que atuam. E há os que se especializam em veicular matérias pagas, só fazem isso, e seriam incapazes de reconhecer ou publicar uma notícia legítima, nem que fosse o pouso de um disco voador na Esplanada dos Ministérios ou o início da Terceira Guerra Mundial, se ela não viesse acompanhada de um cheque. Conheci alguns jornalistas que fizeram carreira nesse segundo tipo de publicação, e quando olho para eles imagino como alguns médicos devem se sentir quando se lembram de que mesmo os homeopatas de florais de Bach mais radicais também são, aos olhos da lei, colegas de profissão. Na grande imprensa, que costuma (ou costumava) aspirar a um grau de credibilidade, profissionalismo e seriedade maior que o dos jornais de província, matérias pagas, até algum tempo atrás, tendiam a ser tratadas como apenas mais um tipo de conteúdo publicitário: o cara pagou por uma caixa de tantos por tantos centímetros na página tal, ele pode pôr o que quiser ali. Se for um texto, que seja. Mas havia cuidados: tinha de ficar claro que aquele texto vinha do anunciante, não da redação. Porque o que a redação escreve é de interesse público; o que o anunciante escreve é de interesse do anunciante. Oferecer uma coisa e entregar outra é fraude contra o consumidor.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Com base na leitura do texto motivador seguinte e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A permanência da cultura da transgressão na sociedade brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto Damatta compara a postura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração e espanto nos brasileiros, acostumado a violar e a ver violada as próprias instituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada.
Roberto Damatta prossegue explicando que, diferente das norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade social da Índia.
Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma realidade opressora, o brasileiro deverá utilizar recursos que vençam a dureza da formalidade, se quiser obter o que muitas vezes será necessário à sua mera sobrevivência. Diante de uma autoridade, utilizará termos emocionais. Tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância. Apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa.
Nos Estados Unidos, as leis não admitem permissividade alguma, e possuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-se que, lá, ou “pode”, ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: a exceção a ser aberta em nome da cordialidade não constitui pretexto para que novas exceções sejam abertas. O jeitinho jamais gera formalidade, e esta jamais sairá ferida após o uso do jeitinho.
(Disponível em: http://www.simonsen.br/semipresencial/pdf_real/real_leitura_comp_ii.pdf. Acesso em 25 mar. 2019)
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, seguindo norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema “O desarmamento da população é uma solução para lidar com a violência na sociedade brasileira?”
Texto I
Estatuto do Desarmamento: novos projetos de lei buscam alterar o acesso a armas de fogo
Armas são produtos perigosos e dependem de regras para serem vendidas. A Lei do Desarmamento (10.826/03) traz normas que regulamentam a produção, a comercialização e o uso de armas de fogo. Em 2005, o Brasil realizou um plebiscito sobre a continuidade da venda de armas no país. Os brasileiros rejeitaram a alteração na lei. Como resultado, continuam em vigor as normas do Estatuto.
O Estatuto do Desarmamento voltou a ser discutido após o site do Senado Federal abrir uma consulta pública sobre o Projeto de Decreto Legislativo 175/17, que propõe a revogação do Estatuto. A consulta no site gerou grande repercussão nas redes sociais e deve permanecer aberta enquanto a proposta tramitar na Casa. O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aguardando a avaliação.
O projeto do senador Wilder Morais (PP-GO) busca tornar menos rígida a legislação sobre o assunto. Ele propõe a realização de um plebiscito, junto com as eleições gerais do ano que vem, para que a população se manifeste sobre a liberação do porte de armas de fogo para cidadãos residentes em áreas rurais e a revogação do Estatuto do Desarmamento e sua substituição por um instrumento normativo que assegure o porte desse tipo de arma a qualquer pessoa que preencha os requisitos estipulados em lei.
Disponível em: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/estatuto-do-desarmamento--novos-projetos-de-lei-buscam-alterar-o-acesso-a-armas-de-fogo.htm. Acesso em: 1º abr. 2018.
Texto II
Porte de arma: estatísticas põem em dúvida eficácia do Estatuto do Desarmamento
Afinal, o Estatuto do Desarmamento reduziu ou não o número de assassinatos por arma de fogo? Os especialistas não se entendem na interpretação dos dados.
No primeiro ano de vigência, em 2004, o Estatuto do Desarmamento reduziu o número de assassinatos por arma de fogo no Brasil de pouco mais de 20 para 19 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. A lei que restringe a venda e o porte de armas no país e que pode ser revogada por um projeto de lei em tramitação na Câmara interrompeu uma estatística com tendência de alta de quase 7% a cada ano. Além disso, os casos de mortes por acidente e suicídios com armas de fogo caiu pela metade.
Os dados são do Mapa da Violência, pesquisa divulgada em 2014 com apoio da Unesco. Daniel Cerqueira, diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, resume o efeito do estatuto sobre o índice de mortes: "O Estatuto do Desarmamento, se não fosse ele, e se a gente, se a trajetória dos homicídios seguisse a que vinha antes do Estatuto do Desarmamento, a gente teria tido a mais 121 mil homicídios no Brasil. Então, o estatuto, ele foi uma lei que poupou vidas." O pesquisador analisou o que aconteceu com o índice de violência nas regiões que mais conseguiram tirar armas das ruas, uma das exigências do Estatuto do Desarmamento. Ele comparou com aqueles onde a quantidade de armas de fogo na mão da população permaneceu o mesmo. A conclusão é que os lugares onde mais armas foram apreendidas apresentaram taxas de homicídio até oito vezes menores.
A procuradora da República Luciana Loureiro apresenta outro estudo a respeito dos efeitos do Estatuto: "Outro estudo, feito pelo professor Manuel Pinho de Melo, da PUC-Rio, mostra que o Estatuto do Desarmamento, de fato, ajudou a poupar vidas no estado de São Paulo. A cada 18 armas apreendidas, ele constatou que uma vida foi poupada, então, um homicídio deixou de ocorrer. "Mas o índice de mortes por arma de fogo não teve queda uniforme depois que o Estatuto entrou em vigor, o que acabou reforçando argumentos de quem defende o uso de armas como um direito de o cidadão se defender da violência.
Disponível em: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/REPORTAGEM-ESPECIAL/493968-PORTE-DE-ARMA-ESTATISTICAS-POEM-EM-DUVIDA-EFICACIA-DO-ESTATUTO-DO-DESARMAMENTO-BLOCO-2.html. Acesso em: 1º abr. 2018.
Texto III
O porte de armas aumenta ou diminui a violência?
O viés da confirmação (a tendência de valorizar e interpretar fatos e estatísticas de modo que confirmem a própria opinião) está atuando com toda a força nas discussões sobre mudanças no Estatuto do Desarmamento. Quem defende ou se opõe à medida, que facilitará a compra e o porte de armas, usa dados dos mais diversos sobre armas de fogo e violência. O complicado é que há uma dose de verdade mesmo nas afirmações mais divergentes. Pode-se afirmar, por exemplo, que países entre os mais pacíficos do mundo baniram armas para uso pessoal. É o caso do Japão, onde a taxa de homicídios é de 0,3 por 100 mil habitantes. (No Brasil, há oito armas a cada cem habitantes, e a taxa de homicídios é de 20 por 100 mil).
Mas a afirmação contrária também é possível. Alemanha, Suécia e Áustria têm mais 30 armas de fogo por cem habitantes – e taxas baixíssimas de homicídio. Honduras, o país mais violento do mundo, tem proporcionalmente muito menos armas (seis a cada cem habitantes). Armar a população resulta em mais violência em um país? O economista Daniel Cerqueira, como mostrou a VEJA desta semana, concluiu que cada ponto percentual de aumento do número de armas de fogo resulta num crescimento de 2% do número de vítimas.
Já Benê Barbosa, autor de Mentiram para mim sobre o desarmamento, mostra números opostos e igualmente convincentes. A violência despencou nos Estados Unidos na última década, enquanto a venda de armas de fogo subiu. No Brasil, os estados mais violentos são justamente os que possuem menos armas legalizadas. É possível ainda que as armas de fogo tenham um efeito ambivalente – aumentem e ao mesmo tempo diminuam a violência. O maior porte de armas talvez faça crescer os casos de homicídio e suicídio, mas reduza a taxa de furto, latrocínio e violência contra a mulher.
Nessa dança de estatísticas, cada um acredita no que quiser. Eu fico em cima do muro. O total de armas legalizadas não me parece um fator relevante para aumentar ou diminuir a violência em um país. O que determina a criminalidade é o império da lei.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/o-porte-de-armas-aumenta-ou-diminui-a-violencia. Acesso em: 1º abr. 2018.
(Unesp 2015 - adaptada)
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema Como intensificar o combate ao racismo no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para promover a defesa de seu ponto de vista.
Texto I:
O Brasil era o último país do mundo ocidental a eliminar a escravidão! Para a maioria dos parlamentares, que se tinham empenhado pela abolição, a questão estava encerrada. Os ex-escravos foram abandonados à sua própria sorte. Caberia a eles, daí por diante, converter sua emancipação em realidade. Se a lei lhes garantia o status jurídico de homens livres, ela não lhes fornecia meios para tornar sua liberdade efetiva. A igualdade jurídica não era suficiente para eliminar as enormes distâncias sociais e os preconceitos que mais de trezentos anos de cativeiro haviam criado. A Lei Áurea abolia a escravidão, mas não seu legado. Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A abolição foi apenas o primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser uma conquista, se bem que de efeito limitado.
COSTA, Emília Viotti da. A abolição, 2008.
Texto II:
O Instituto Ethos, em parceria com outras entidades, divulgou um estudo sobre a participação do negro nas 500 maiores empresas do país. E lamentou, com os jornais, o fato de que 27% delas não souberam responder quantos negros havia em cada nível funcional. Esse dado foi divulgado como indício de que, no Brasil, existe racismo. Um paradoxo. Quase um terço das empresas demonstra a entidades seriíssimas que “cor” ou “raça” não são filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razão, as empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas são acusadas por aquilo que as absolve. Tempos perigosos, em que pessoas, com ótimas intenções, não percebem que talvez estejam jogando no lixo o nosso maior patrimônio: a ausência de ódio racial.
Há toda uma gama de historiadores sérios, dedicados e igualmente bem-intencionados, que estudam a escravidão e se deparam com esta mesma constatação: nossa riqueza é esta, a tolerância. Nada escamoteiam: bem documentados, mostram os horrores da escravidão, mas atestam que, não a cor, mas a condição econômica é que explica a manutenção de um indivíduo na pobreza. [...]. Hoje, se a maior parte dos pobres é de negros, isso não se deve à cor da pele. Com uma melhor distribuição de renda, a condição do negro vai melhorar acentuadamente. Porque, aqui, cor não é uma questão
KAMEL, Ali. “Não somos racistas”. www.oglobo.com.br, 09.12.2003.
Texto III
Qualquer estudo sobre o racismo no Brasil deve começar por notar que, aqui, o racismo é um tabu. De fato, os brasileiros imaginam que vivem numa sociedade onde não há discriminação racial. Essa é uma fonte de orgulho nacional, e serve, no nosso confronto e comparação com outras nações, como prova inconteste de nosso status de povo civilizado.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil, 1999. Adaptado.
Texto IV
Na ausência de uma política discriminatória oficial, estamos envoltos no país de uma “boa consciência”, que nega o preconceito ou o reconhece como mais brando. Afirma-se de modo genérico e sem questionamento uma certa harmonia racial e joga-se para o plano pessoal os possíveis conflitos. Essa é sem dúvida uma maneira problemática de lidar com o tema: ora ele se torna inexistente, ora aparece na roupa de alguém outro.
É só dessa maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em 1988, em São Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98% dos mesmos entrevistados disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim, preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos sobre o grau de relação com aqueles que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com frequência parentes próximos, namorados e amigos íntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário, 2012. Adaptado.
(Unesp 2015 - adaptada)
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema Como intensificar o combate ao racismo no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para promover a defesa de seu ponto de vista.
Texto I:
O Brasil era o último país do mundo ocidental a eliminar a escravidão! Para a maioria dos parlamentares, que se tinham empenhado pela abolição, a questão estava encerrada. Os ex-escravos foram abandonados à sua própria sorte. Caberia a eles, daí por diante, converter sua emancipação em realidade. Se a lei lhes garantia o status jurídico de homens livres, ela não lhes fornecia meios para tornar sua liberdade efetiva. A igualdade jurídica não era suficiente para eliminar as enormes distâncias sociais e os preconceitos que mais de trezentos anos de cativeiro haviam criado. A Lei Áurea abolia a escravidão, mas não seu legado. Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A abolição foi apenas o primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser uma conquista, se bem que de efeito limitado.
COSTA, Emília Viotti da. A abolição, 2008.
Texto II:
O Instituto Ethos, em parceria com outras entidades, divulgou um estudo sobre a participação do negro nas 500 maiores empresas do país. E lamentou, com os jornais, o fato de que 27% delas não souberam responder quantos negros havia em cada nível funcional. Esse dado foi divulgado como indício de que, no Brasil, existe racismo. Um paradoxo. Quase um terço das empresas demonstra a entidades seriíssimas que “cor” ou “raça” não são filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razão, as empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas são acusadas por aquilo que as absolve. Tempos perigosos, em que pessoas, com ótimas intenções, não percebem que talvez estejam jogando no lixo o nosso maior patrimônio: a ausência de ódio racial.
Há toda uma gama de historiadores sérios, dedicados e igualmente bem-intencionados, que estudam a escravidão e se deparam com esta mesma constatação: nossa riqueza é esta, a tolerância. Nada escamoteiam: bem documentados, mostram os horrores da escravidão, mas atestam que, não a cor, mas a condição econômica é que explica a manutenção de um indivíduo na pobreza. [...]. Hoje, se a maior parte dos pobres é de negros, isso não se deve à cor da pele. Com uma melhor distribuição de renda, a condição do negro vai melhorar acentuadamente. Porque, aqui, cor não é uma questão
KAMEL, Ali. “Não somos racistas”. www.oglobo.com.br, 09.12.2003.
Texto III
Qualquer estudo sobre o racismo no Brasil deve começar por notar que, aqui, o racismo é um tabu. De fato, os brasileiros imaginam que vivem numa sociedade onde não há discriminação racial. Essa é uma fonte de orgulho nacional, e serve, no nosso confronto e comparação com outras nações, como prova inconteste de nosso status de povo civilizado.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil, 1999. Adaptado.
Texto IV
Na ausência de uma política discriminatória oficial, estamos envoltos no país de uma “boa consciência”, que nega o preconceito ou o reconhece como mais brando. Afirma-se de modo genérico e sem questionamento uma certa harmonia racial e joga-se para o plano pessoal os possíveis conflitos. Essa é sem dúvida uma maneira problemática de lidar com o tema: ora ele se torna inexistente, ora aparece na roupa de alguém outro.
É só dessa maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em 1988, em São Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98% dos mesmos entrevistados disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim, preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos sobre o grau de relação com aqueles que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com frequência parentes próximos, namorados e amigos íntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário, 2012. Adaptado.
Com base na leitura dos textos motivadores abaixo e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa, com no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, sobre o seguinte tema: A obesidade como problema de saúde no Brasil atual, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coesa e coerente, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou um pesquisa que revela que quase metade da população brasileira está acima do peso. Segundo o estudo, 42,7% da população estava acima do peso no ano de 2006. Em 2011, esse número passou para 48,5%. O levantamento é da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), e os dados foram coletados em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
De acordo com a Dra. Rosana Radominski, presidente do Departamento de Obesidade da SBEM, os novos resultados não são novidade, se comparados com os de 2010. “O dado agravante é o aumento de mais de 0,5% do excesso de peso e da obesidade em um ano. Isso é alarmante, se formos extrapolar os dados para os próximos dez anos”, alerta a especialista.
O estudo também revelou que o sobrepeso é maior entre os homens. 52,6% deles está acima do peso ideal. Entre as mulheres, esse valor é de 44,7%. A pesquisa também diz que o excesso de peso nos homens começa na juventude: na idade de 18 a 24 anos, 29,4% já estão acima do peso; entre 25 e 34 anos são 55%; e entre 34 e 65 anos esse número sobe para 63%.
Já entre as mulheres, 25,4% apresentam sobrepeso entre 18 e 24 anos; 39,9% entre 25 e 34 anos; e, entre 45 e 54 anos, o valor mais que dobra, se comparando com a juventude, passando para 55,9%. De acordo com Dra. Rosana, as mulheres por natureza têm maior adiposidade e menor massa muscular do que os homens e estas alterações são hormônio - dependente (estrogênios x testosterona). Já os homens têm maior tendência à adiposidade visceral (gordura abdominal), mesmo quando em sobrepeso. “Isto é tão ou mais preocupante que o aumento de peso nas mulheres, já que é fato a relação da obesidade visceral e doenças cardiovasculares, diabetes, dislipidemias e alta mortalidade”, alerta a médica. A especialista ainda cita dos prejuízos que esse aumento pode representar para saúde de um modo geral e para a qualidade de vida da população. “No Brasil não existem dados concretos publicados sobre os custos diretos e indiretos relacionados à obesidade e suas complicações, mas tomando como exemplo o que acontece em países como os Estados Unidos, estes custos que já são altíssimos, e tendem a ficar ainda maiores”, explica.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 2
O aumento da prevalência da obesidade causa muita discussão, principalmente pelo fato desse aumento ter ocorrido na sua maioria devido a mudanças ambientais, como fatores físicos e sociais, do que mudanças biológicas.
Um dos potenciais responsáveis por isso é o fato das pessoas estarem comendo mais fora de casa e, particularmente em redes fast-food, as quais apresentam na sua maioria alimentos mais calóricos, como hambúrguer e batata frita.
Esses alimentos costumam ter uma alta densidade calórica proveniente principalmente de carboidratos refinados e gordura saturada, além da alta quantidade de sódio e a baixa quantidade de fibras, vitaminas e minerais, contribuindo para a disseminação da obesidade. Estudos apontam que trabalhar fora de casa e ter crianças aumenta a frequência em restaurantes fast-food, principalmente se este estiver localizado perto da residência.
Os pesquisadores ressaltam que apesar do fato de uma maior frequência em fast-food contribuir para o aumento da obesidade, não é o fator principal. O sedentarismo e um menor consumo de alimentos ricos em nutrientes como frutas, verduras, legumes e cerais são os principais promotores dessa doença.
JEFFERY, R.W. et al. Are fast food restaurants an environmental risk factor for obesity?, International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v.3, n.2, 2006.
Texto 3
A obesidade é considerada hoje em dia uma doença crônica, que provoca ou acelera o desenvolvimento de muitas doenças e pode causar a morte precoce, portanto deve ser tratada. Geralmente é definida como a condição de pesar 20% ou mais acima do seu peso ideal.
O tratamento básico da obesidade apoia-se na modificação do comportamento alimentar e na prática de atividades físicas.
Mas é sempre bom lembrar que os efeitos benéficos da atividade física acontecem somente para quem se exercita com certa regularidade. Por isto é importantíssimo realizar atividades físicas pelo menos cinco vezes na semana.
Sabendo-se do alto número de pessoas obesas numa sociedade, é imprescindível um maior estímulo para a prática de atividades físicas. Esta atividade deve então ser individualizada e respeitar as características físicas e clínicas de cada um, considerando suas individualidades.
O objetivo é eliminar peso. Os exercícios físicos associados à alimentação adequada devem tornar-se permanentes neste programa de redução de peso e estilo de vida saudável.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, em 30 linhas, na norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema Perspectivas de igualdade entre mulheres e homens no mundo do trabalho, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
O aumento representativo do número de mulheres inseridas no mercado de trabalho, em 2016, é notável, inclusive com a conquista de cargos de chefias e outros até então ocupados quase que exclusivamente por homens. É o caso, por exemplo, das gerentes de banco, engenheiras e motoristas.
As mulheres já são 44% da população economicamente ativa do Brasil, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Em uma década, milhões de brasileiras ingressaram no mercado de trabalho. Seu poder crescente terá um impacto cada vez maior no desenvolvimento do país.
É de fácil constatação a importância da Constituição Federal de 1988 para esse quadro atual, por ter conferido à mulher igualdade em relação aos homens, impedindo, com isso, diferenças entre gêneros. Da mesma maneira, também a CLT é, sem dúvida, essencial para o ordenamento jurídico e para a mulher, regulamentando o trabalho feminino, possibilitando benefícios e resguardando-a em seu ambiente de labor.
A evolução da mulher no mercado de trabalho. Disponível em: . Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado.
Texto 2
Se você tem 21 anos de idade em 2016, suas chances de ver a igualdade de gênero no mercado de trabalho em todo o mundo são pequenas. Segundo a previsão do Fórum Econômico Mundial, será preciso esperar até 2095 para que isso aconteça, caso o ritmo das transformações continue o mesmo.
Estatísticas mostram que a desigualdade de gênero – da qual a diferença salarial faz parte – tem diminuído na última década. No entanto, esta diminuição tem sido lenta e irregular. O Brasil está na posição 124, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários por gênero. Entre os 22 países das Américas nesse ranking, aparece em 21º lugar.
Segundo o relatório Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: transformações nas economias para realizar os direitos, publicado pela ONU em 2015, a diferença entre a remuneração de homens e mulheres diminuiu de 38% em 1995 para 29% em 2007. Mesmo assim, de acordo com a pesquisa Estatísticas de Gênero 2014, do IBGE, a renda média das brasileiras corresponde a cerca de 68% da renda média dos homens.
Você provavelmente não estará viva para ver igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Disponível em: . Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado.
Com base na leitura do texto motivador seguinte e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A permanência da cultura da transgressão na sociedade brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto Damatta compara a postura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração e espanto nos brasileiros, acostumado a violar e a ver violada as próprias instituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada.
Roberto Damatta prossegue explicando que, diferente das norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade social da Índia.
Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma realidade opressora, o brasileiro deverá utilizar recursos que vençam a dureza da formalidade, se quiser obter o que muitas vezes será necessário à sua mera sobrevivência. Diante de uma autoridade, utilizará termos emocionais. Tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância. Apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa.
Nos Estados Unidos, as leis não admitem permissividade alguma, e possuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-se que, lá, ou “pode”, ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: a exceção a ser aberta em nome da cordialidade não constitui pretexto para que novas exceções sejam abertas. O jeitinho jamais gera formalidade, e esta jamais sairá ferida após o uso do jeitinho.
(Disponível em: http://www.simonsen.br/semipresencial/pdf_real/real_leitura_comp_ii.pdf. Acesso em 25 mar. 2019)
Leia o infográfico a seguir, sobre o uso das redes sociais pelas empresas brasileiras:
Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2018.
A partir dos dados expostos no infográfico, escreva um parágrafo argumentativo sobre “O uso das mídias sociais feito pelas empresas brasileiras: vantagens e desvantagens”.
(Foto: Lucas Landau)
Essa fotografia foi tirada nas primeiras horas do ano de 2018, durante a queima tradicional de fogos na praia de Copacabana, e gerou variadas interpretações nas redes sociais. Sua tarefa é escrever uma crônica, que tenha como base esse acontecimento. Escreva-a a partir do ponto de vista de uma pessoa que estava na areia da praia, durante a queima de fogos, ou seja, utilize foco narrativo em primeira pessoa. Seu texto deve ser em prosa e ter entre 15 e 20 linhas. Não se esqueça de dar um título, explorar o contexto e as demais pessoas da foto em sua produção.
Texto I:
(Cemitério do convento coberto de neve (Klosterfriedhof im Schnee) – 1817/1819)
Texto II:
(Entrada do cemitério (Friedhofseingang) - Gemäldegalerie, Dresden – 1824/1826)
Os textos I e II apresentam fotos de dois importantes quadros do pintor Casper David Friedrich (1744-1840). Importante para o Romantismo alemão, suas obras apresentavam um caráter sombrio, preferencialmente ligado à morte e a cores e tons mais relacionados à noite, ao frio, ao nevoeiro. Toda essa elaboração de quadros recebeu influência direta das produções artísticas do século XVIII.
A partir das duas imagens e suas considerações sobre elas, elabore uma narrativa de terror, entre 15 a 25 linhas, na qual você utilize um dos cenários apresentados como o cenário de seu texto. Faça uma cuidadosa descrição, sabendo que é por meio dela que se pode gerar o suspense e a atenção do leitor. Não se esqueça de utilizar adjetivos que auxiliem para a intensificação das cenas e dos espaços narrados. Dê um título intrigante ao seu texto. Boa sorte!
Torta de limão
Aprenda a fazer esta deliciosa receita
Descubra como fazer torta de limão simples com nossa receita de torta de limão. Todo mundo vai adorar!
Ingredientes
Massa
• 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
• 4 colheres (sopa) de manteiga
• 1/2 lata de creme de leite
• 1 colher (chá) de fermento em pó
Recheio
• 1 lata de leite condensado
• 6 colheres (sopa) de suco de limão
• 1/2 lata de creme de leite
• 1 colher (sopa) de raspas da casca de limão
Merengue
• 3 claras
• 1/2 xícara (chá) de açúcar
Massa
Em um recipiente, peneire a farinha de trigo, faça uma cova no centro e coloque a manteiga, o creme de leite e o fermento em pó. Misture-os com as pontas dos dedos, até que a massa solte completamente das mãos. Deixe descansar por cerca de 30 minutos. Abra a massa, forre uma forma de fundo removível (22 cm de diâmetro), fure o fundo com um garfo e asse em forno médio/alto (200°C) por cerca de 20 minutos.
Recheio
Em uma tigela, misture bem o leite condensado com o suco de limão. Incorpore o creme de leite e as raspas de limão.
Merengue Em uma panela, misture as claras e o açúcar e leve ao fogo baixo, mexendo vigorosamente sem parar, por cerca de 3 minutos. Tire a panela do fogo por alguns instantes a cada minuto, continuando a mexer, para não cozinhar. Retire do fogo e, em uma batedeira, bata por cerca de 5 minutos ou até dobrar de volume. Desligue a batedeira, recheie a torta com o creme de limão, cubra-a com a cobertura. Devolva a torta ao forno por cerca de 10 minutos, para dourar o merengue. Sirva gelada.
Congelamento
Se desejar, congele a torta sem a cobertura de merengue. Conserve por até 3 meses no freezer ou duplex. Para descongelar, deixe a torta por cerca de 3 horas na geladeira. Cubra com o merengue e leve ao forno baixo (150°C), preaquecido, por cerca de 15 minutos. Sirva.
Dica
Viu como é simples essa receita de torta de limão? Coloque raspas de limão em sua sobremesa e veja como ficará incrível!
Adaptado de: https://www.nestle.com.br/moca/receita/bolos-e-tortas/torta-de-limao.aspx
Receitas são importantes formas de se passar cultura. Há famílias que possuem livros de receitas de décadas atrás, em que se escrevem dicas da tataravó e se firmam vínculos e lembranças. Para além disso, por se tratar de um gênero textual, há uma rigorosa sequência e formatação gramatical, o modo injuntivo dita o passo a passo e nos ajuda a chegar ao resultado final. Sua tarefa neste pH será deliciosa! Você terá de escrever uma receita de algum prato típico de sua família, seguindo as etapas: ingredientes, modo de preparo e dicas. Utilize a ajuda dos seus familiares para isso e compartilhe entre seus amigos a felicidade que uma boa comida nos traz.
PROPOSTA 1
Texto 1:
Os congestionamentos de trânsito nas grandes cidades são uma das principais causas da perda de tempo e do desperdício de combustível, além de piorar a poluição do ar e aumentar o estresse dos condutores. Para lidar com o deslocamento de grandes massas de população, a solução será priorizar o transporte público e aplicar tecnologias de informação e comunicação (TICs).
Texto 2:
Em janeiro deste ano, a companhia chinesa EHang anunciou o modelo EHang 184 como o primeiro drone do mundo capaz de transportar uma pessoa e uma bagagem pequena. Ou seja: se antes estes dispositivos serviam para filmagens, monitoramento de áreas de preservação ambiental ou mesmo para o delivery de encomendas, parece que em pouco tempo também começarão a transformar o mercado da aviação civil.
Disponível em: . Acesso: 25 ago. de 2017. [Fragmento adaptado].
Texto 3:
Em Dubai, em julho, iniciaram os testes dos primeiros táxi-drones-voadores-sem-motorista do País. Não serão os primeiros do mundo, já que um teste anterior foi feito em Nevada, nos EUA. Mas como tudo em Dubai, esses novos drones são mais sofisticados, e pretende-se colocá-los, de fato, em operação real o quanto antes
Disponível em: . Acesso: 25 ago. de 2017. [Fragmento adaptado].
Considere os textos motivadores da PROPOSTA 1 de redação, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre inovações tecnológicas aplicadas à mobilidade urbana.
PROPOSTA 2
Texto 1:
Mais do que apenas um momento ruim da economia, o Brasil está sendo afetado por uma congruência de indicadores negativos, que incluem alto desemprego. O indivíduo desempregado percebe a realidade que se alterou e inicia um processo de abandono das referências, dando início à existência de um ciclo que vai do choque, passando pela depressão e podendo conduzir ou não à adaptação. Assim, a pessoa desempregada vive um processo de perda e culpa.
Texto 2:
A perda de emprego não está apenas associada a uma quebra significativa no rendimento, mas relaciona-se também com a perda de todos os benefícios tipicamente ligados ao mundo do trabalho. Em sujeitos desempregados verifica-se a perda de estatuto social, redução de contatos com pessoas que não pertencem à família e falta de objetivos de vida. Está patente na psicologia social e na economia que o desemprego é uma experiência prejudicial para o bem estar individual.
Disponível em: . Acesso: 25 de ago. de 2017. [Fragmento adaptado].
Considere os textos motivadores da PROPOSTA 2 de redação, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o desemprego e a consequente perda de qualidade de vida.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, na norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema Caminhos para o desenvolvimento da ciência no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender seu ponto de vista.
Texto 1
Ciência brasileira, últimos suspiros?
Há 30 anos, uma semente de soja plantada no solo do Mato Grosso, se germinasse, não floresceria. Neste ano, o Estado produzirá 30 milhões de toneladas da oleaginosa.
Na década de 1940, a produtividade média do plantio de soja no Brasil era de 700 kg por hectare; hoje, é de 3.000 kg/h, e há produtores que já conseguem extrair 8.000 kg/h.
Milagre? Não, ciência e tecnologia. Pesquisadores da Embrapa e de nossas universidades conseguiram fazer a soja, originária de regiões de clima temperado, produzir em abundância em regiões de baixas latitudes e clima quente. O Brasil é vice-líder na produção, com 108 milhões de toneladas.
No mar, não foi diferente. A Petrobras ultrapassou a camada pré-sal e descobriu petróleo em profundidades jamais alcançadas. Vidência? Não, ciência e tecnologia.
Cientistas e engenheiros do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), somados a colegas de universidades brasileiras, são os primeiros artífices do sucesso da empresa em águas superprofundas e, portanto, protagonistas da autossuficiência brasileira no setor.
Na década de 1940, o então tenente-coronel Casimiro Montenegro Filho dava os primeiros passos para a construção da indústria aeronáutica no país. O Brasil nem sequer fabricava bicicletas, mas já começava a esboçar a Embraer, hoje terceira maior fabricante de aviões do planeta. Premonição? Não, ciência e tecnologia.
As raízes da Embraer estão no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), duas instituições baseadas no conhecimento idealizadas por Montenegro há mais de 70 anos.
Histórias de sucesso como essas não se repetirão em nosso país: os recentes cortes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações terão como consequência o desmonte dessas atividades no país.
O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, piorou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.
Os cortes anunciados pelo governo federal em 30 de março estabelecem o orçamento do ministério neste ano em R$ 3,275 bilhões para custeio e investimentos. Esse valor representa uma volta a 2005, quando o orçamento executado foi de R$ 3,249 bilhões.
A diferença é que nesses 11 anos nosso sistema de ciência e tecnologia cresceu exponencialmente. Em 2006 publicamos 33.498 artigos em periódicos científicos indexados; em 2015, foram 61.122, o que fez o Brasil subir duas posições no ranking mundial de produção científica, alcançando o 13º lugar.
Em 2006, nossos cursos de doutorado tinham 46.572 alunos e titularam 9.366 deles. Em 2015, foi o dobro: 102.365 e 18.625, respectivamente. Os programas de pós-graduação passaram de 2.266 para 3.828. Os grupos de pesquisa, em 2006, eram 21.024 e abrigavam 90.320 pessoas. Em 2016, passamos para 37.460 e 199.566, respectivamente.
Essa evolução foi sustentada por um orçamento crescente. Em valores corrigidos pelo IPCA até 2016, o orçamento praticado no ano de 2005 foi de R$ 6,467 bilhões. O orçamento atual do ministério, após os cortes, corresponde a cerca de 50% desse valor, com o agravante de que agora estão inclusas as despesas do extinto Ministério das Comunicações.
Como pesquisa e desenvolvimento não se fazem com milagres, clarividências ou premonições, mas sim com investimentos constantes, a ciência brasileira caminha para a ruína.
Teremos um país talvez com um ajuste fiscal perfeito, mas com um atraso econômico e social digno de uma república de bananas – exatamente o contrário dos países com economia moderna, baseada em ciência e tecnologia, como EUA, Alemanha, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e China.
HELENA NADER, professora titular de biologia molecular da Unifesp, é presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
LUIZ DAVIDOVICH, professor titular do Instituto de Física da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, é presidente da Academia Brasileira de Ciências.
Ciência brasileira, últimos suspiros. . Acesso em: 12 maio 2018.
Texto 2
Ciência Sem Fronteiras chega ao fim por falta de dinheiro
Está faltando dinheiro para dois programas na área de educação. O Ciência Sem Fronteiras, que levou quase cem mil universitários para estudar fora do país, acabou. (...)
A explicação é que não tem dinheiro. No caso do Ciência Sem Fronteiras, tem mais. O governo diz que o programa deixou dívidas. Os beneficiados aproveitaram a experiência no exterior, mas sem deixar resultados que repercutissem nas universidades no Brasil. (...)
O Ciência Sem Fronteiras, no formato original, acabou mesmo. Os últimos bolsistas foram selecionados em 2014 e ainda tem estudante fora do país recebendo a bolsa. Mas não haverá novas seleções para alunos de ensino superior. (...)
O Ministério da Educação diz que o Ciência Sem Fronteiras deixou dívidas elevadas e que uma avaliação feita no ano passado mostrou que o custo para manter os bolsistas lá fora era muito alto. Em 2015, o governo investiu R$ 3,7 bilhões no programa, o mesmo valor usado na merenda escolar de 39 milhões de alunos.
O presidente da Capes, agência ligada ao Ministério da Educação que seleciona e distribui a maioria das bolsas bancadas pelo governo federal, diz que o intercâmbio para a pós- graduação está mantido.
Este ano, serão 5,1 mil bolsas para doutorado, pós-doutorado e professores visitantes no exterior.
Ele explica que 70% das bolsas do Ciência Sem Fronteiras foram para alunos da graduação, o que certamente foi enriquecedor para os alunos, mas, segundo ele, nem tanto para o país.
“A volta desses meninos não impactou a prática de ensino de nossas universidades e, com isso, não foi multiplicada para melhorar o ensino em geral da graduação no Brasil nas áreas que tinham sido selecionadas”, disse o presidente da Capes, Abílio Baeta.
Ciência sem Fronteiras chega ao fim por falta de dinheiro. Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2018.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, na norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema Caminhos para o desenvolvimento da ciência no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender seu ponto de vista.
Texto 1
Ciência brasileira, últimos suspiros?
Há 30 anos, uma semente de soja plantada no solo do Mato Grosso, se germinasse, não floresceria. Neste ano, o Estado produzirá 30 milhões de toneladas da oleaginosa.
Na década de 1940, a produtividade média do plantio de soja no Brasil era de 700 kg por hectare; hoje, é de 3.000 kg/h, e há produtores que já conseguem extrair 8.000 kg/h.
Milagre? Não, ciência e tecnologia. Pesquisadores da Embrapa e de nossas universidades conseguiram fazer a soja, originária de regiões de clima temperado, produzir em abundância em regiões de baixas latitudes e clima quente. O Brasil é vice-líder na produção, com 108 milhões de toneladas.
No mar, não foi diferente. A Petrobras ultrapassou a camada pré-sal e descobriu petróleo em profundidades jamais alcançadas. Vidência? Não, ciência e tecnologia.
Cientistas e engenheiros do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), somados a colegas de universidades brasileiras, são os primeiros artífices do sucesso da empresa em águas superprofundas e, portanto, protagonistas da autossuficiência brasileira no setor.
Na década de 1940, o então tenente-coronel Casimiro Montenegro Filho dava os primeiros passos para a construção da indústria aeronáutica no país. O Brasil nem sequer fabricava bicicletas, mas já começava a esboçar a Embraer, hoje terceira maior fabricante de aviões do planeta. Premonição? Não, ciência e tecnologia.
As raízes da Embraer estão no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), duas instituições baseadas no conhecimento idealizadas por Montenegro há mais de 70 anos.
Histórias de sucesso como essas não se repetirão em nosso país: os recentes cortes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações terão como consequência o desmonte dessas atividades no país.
O aperto do cinto orçamentário começou em 2014, aumentou em 2015 e se agravou em 2016. Em 2017, piorou ainda mais: nossa ciência será tratada a pão e água.
Os cortes anunciados pelo governo federal em 30 de março estabelecem o orçamento do ministério neste ano em R$ 3,275 bilhões para custeio e investimentos. Esse valor representa uma volta a 2005, quando o orçamento executado foi de R$ 3,249 bilhões.
A diferença é que nesses 11 anos nosso sistema de ciência e tecnologia cresceu exponencialmente. Em 2006 publicamos 33.498 artigos em periódicos científicos indexados; em 2015, foram 61.122, o que fez o Brasil subir duas posições no ranking mundial de produção científica, alcançando o 13º lugar.
Em 2006, nossos cursos de doutorado tinham 46.572 alunos e titularam 9.366 deles. Em 2015, foi o dobro: 102.365 e 18.625, respectivamente. Os programas de pós-graduação passaram de 2.266 para 3.828. Os grupos de pesquisa, em 2006, eram 21.024 e abrigavam 90.320 pessoas. Em 2016, passamos para 37.460 e 199.566, respectivamente.
Essa evolução foi sustentada por um orçamento crescente. Em valores corrigidos pelo IPCA até 2016, o orçamento praticado no ano de 2005 foi de R$ 6,467 bilhões. O orçamento atual do ministério, após os cortes, corresponde a cerca de 50% desse valor, com o agravante de que agora estão inclusas as despesas do extinto Ministério das Comunicações.
Como pesquisa e desenvolvimento não se fazem com milagres, clarividências ou premonições, mas sim com investimentos constantes, a ciência brasileira caminha para a ruína.
Teremos um país talvez com um ajuste fiscal perfeito, mas com um atraso econômico e social digno de uma república de bananas – exatamente o contrário dos países com economia moderna, baseada em ciência e tecnologia, como EUA, Alemanha, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e China.
HELENA NADER, professora titular de biologia molecular da Unifesp, é presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
LUIZ DAVIDOVICH, professor titular do Instituto de Física da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, é presidente da Academia Brasileira de Ciências.
Ciência brasileira, últimos suspiros. . Acesso em: 12 maio 2018.
Texto 2
Ciência Sem Fronteiras chega ao fim por falta de dinheiro
Está faltando dinheiro para dois programas na área de educação. O Ciência Sem Fronteiras, que levou quase cem mil universitários para estudar fora do país, acabou. (...)
A explicação é que não tem dinheiro. No caso do Ciência Sem Fronteiras, tem mais. O governo diz que o programa deixou dívidas. Os beneficiados aproveitaram a experiência no exterior, mas sem deixar resultados que repercutissem nas universidades no Brasil. (...)
O Ciência Sem Fronteiras, no formato original, acabou mesmo. Os últimos bolsistas foram selecionados em 2014 e ainda tem estudante fora do país recebendo a bolsa. Mas não haverá novas seleções para alunos de ensino superior. (...)
O Ministério da Educação diz que o Ciência Sem Fronteiras deixou dívidas elevadas e que uma avaliação feita no ano passado mostrou que o custo para manter os bolsistas lá fora era muito alto. Em 2015, o governo investiu R$ 3,7 bilhões no programa, o mesmo valor usado na merenda escolar de 39 milhões de alunos.
O presidente da Capes, agência ligada ao Ministério da Educação que seleciona e distribui a maioria das bolsas bancadas pelo governo federal, diz que o intercâmbio para a pós- graduação está mantido.
Este ano, serão 5,1 mil bolsas para doutorado, pós-doutorado e professores visitantes no exterior.
Ele explica que 70% das bolsas do Ciência Sem Fronteiras foram para alunos da graduação, o que certamente foi enriquecedor para os alunos, mas, segundo ele, nem tanto para o país.
“A volta desses meninos não impactou a prática de ensino de nossas universidades e, com isso, não foi multiplicada para melhorar o ensino em geral da graduação no Brasil nas áreas que tinham sido selecionadas”, disse o presidente da Capes, Abílio Baeta.
Ciência sem Fronteiras chega ao fim por falta de dinheiro. Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2018.
Com base nos textos apresentados, redija um uma redação apresentando seus argumentos sobre o tema “Vício em tecnologia: como usar a internet com responsabilidade?”
Texto I
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/-5lH04Fh9t8I/VZl1Zo2HSTI/AAAAAAAAAAM/4ZFWkA_CMAE/s1600/vicio%2Bem%2Bcomputador.jpg. Acesso em: 25 mar. 2019.
Texto II
No Brasil, 95% dos jovens internautas se consideram viciados em tecnologia
Uma pesquisa nacional revelou que 95% dos brasileiros com idades entre 15 e 33 anos se consideram viciados em tecnologia. Conforme informou o estudo, há um certo padrão no comportamento destes participantes: 95% declarou possuir conta no Facebook, enquanto o Twitter obteve percentual de 72%. Indo além dos limites das redes sociais, a comunicação via Skype é travada por 74% dos avaliados.
Outra ferramenta de bastante presente na rotina dos entrevistados é o aplicativo WhatsApp, que obteve percentual de 63%. O mesmo valor é atribuído à utilização e visitação de blogs, indicando que esta modalidade de página online ainda é bastante presente no cotidiano dos jovens.
O Instagram é o favorito daqueles que gostam de publicar e apreciar fotos: 59% dos entrevistados afirmaram utilizar o aplicativo. Já os jogos online são usados como uma alternativa de diversão para 56% dos entrevistados.
Disponível em: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/08/no-brasil-95-dos-jovens-internautas-se-consideram-viciados-em-tecnologia.html. Acesso em: 25 mar. 2019.
Texto III
O psiquiatra Richard Graham, 48, lidera desde março de 2010 um serviço de atendimento no hospital Capio Nightingale, em Londres, voltado a jovens viciados em tecnologia. A instituição particular tem diferentes tipos de tratamentos para aqueles que não conseguem se desconectar – entre eles, uma internação em que o paciente passa cerca de um mês vivendo no local, sem acesso a computadores.
Graham afirma que esse tipo de vício pode levar até à morte (o médico cita o caso de um britânico que morreu vítima de um coágulo em sua perna depois de tanto jogar no computador). A dependência, de acordo com o psiquiatra, é agravada pelas redes sociais, onde há uma pressão do grupo para que o usuário esteja sempre online.
“O excesso de tecnologia esgota o cérebro da mesma forma como acontece com a depressão e como acontece com o uso de anfetaminas, por exemplo, que dão muita empolgação para depois deprimir”, explicou.
O preço cobrado pelo hospital de Londres varia de acordo com o tipo de tratamento. Graham não divulga valores, mas compara: pode chegar a muitos milhares de libras esterlinas por semana, um montante parecido àquele gasto na internação de dependentes químicos. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas tem um programa gratuito para tratamento de viciados em internet baseado em acompanhamento psicológico e psiquiátrico do paciente. A alternativa, no entanto, não conta com internações.
Disponível em: https://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/11/07/excesso-de-tecnologia-esgota-o-cerebro-como-a-depressao-diz-psiquiatra-especializado-em-vicio-na-web.jhtm. Acesso em: 25 mar. 2019.
Texto IV
Disponível em: https://i1.wp.com/fobicos.com.br/wp-content/uploads/2015/07/20150710-vicio-celular2.png?fit=800%2C461. Acesso em: 25 mar. 2019.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, em 30 linhas, na norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema O direito do cidadão à privacidade, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender seu ponto de vista.
Texto 1
Encriptação e acesso judicial
A questão ético-moral levantada pela companhia [Apple] é no sentido de que, uma vez compelida a escrever um código desses, nada impediria o governo de solicitar outros para ligar o microfone do aparelho e ativar a câmera em atenção à necessidade de vigilância; ou acessar o GPS localizador do usuário diretamente; ou obter dados privados sobre saúde, finanças, negócios, etc.; ou que novas empresas do ramo fossem constrangidas a criar os mesmos mecanismos; ou, ainda mais grave: não se poderia refrear criminosos e hackers de aproveitarem estes recursos. (…)
A solução da disputa interessa a mais de um bilhão de pessoas que arquivam em seus aparelhos informações de valor como senhas bancárias, dados de carteiras digitais, códigos de acesso às suas residências; ou confiam tais informações ou outras igualmente comprometedoras a conversas privadas ou a aplicativos. Os hackers, terroristas e criminosos se beneficiariam da quebra de segurança pela impossibilidade lógica de que uma backdoor só fosse usada pelas autoridades legitimadas. (…)
O presidente Barack Obama participou, há poucos dias atrás, da South by Southwest (SXSW) festival, onde se manifestou a respeito da questão da encriptação de dados. Após exaltar a importância da privacidade e da criptografia (especialmente nos sistemas governamentais, como o controle aéreo de tráfico), Obama disse:
“Se é possível tecnologicamente fazer um aparelho impenetrável ou sistema no qual a encriptação seja tão forte que não haja chave, não há qualquer porta, então como nós apreendemos um pornógrafo infantil, como nós solucionamos ou interrompemos uma conspiração terrorista?”
CHACON, Eduarda. Encriptação e acesso judicial. Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2018.
Texto 2
Privacidade no WhatsApp
O WhatsApp anunciou na quarta-feira 19 que passaria a criptografar as mensagens dos seus 600 milhões de usuários para evitar que as conversas fossem espionadas. A criptografia já foi ativada para a plataforma Android e logo deve chegar aos outros sistemas móveis. O criador do WhatsApp, Jan Koum, disse que seu compromisso com a privacidade do usuário vem da sua juventude, na Ucrânia, então ainda na União Soviética.
“Cresci na URSS durante os anos 80. Uma das minhas memórias mais fortes é de uma frase que eu sempre ouvia minha mãe dizer ao telefone: ‘Essa não é uma conversa para o telefone, depois te digo em pessoa’. O fato de não podermos falar livremente, sem temer que nossas comunicações fossem interceptadas pelo KGB, fez parte da nossa decisão de emigrar para os Estados Unidos quando eu era adolescente”, disse Koum. (...)
A robustez da criptografia pode suscitar desconfianças, como a do governo britânico, que disse que aplicativos como o WhatsApp e serviços como o Twitter ajudam grupos extremistas a se organizarem e a angariar novos membros. Koum descarta a crítica. “Ninguém deve ter o direito de espionar, sob o risco de criarmos Estados totalitários.”
MENDONÇA, Felipe Marra. Privacidade no WhatsApp. Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2018.
Texto 3
WhatsApp foi bloqueado no Brasil por 72 horas por determinação judicial
“Obrigar o WhatsApp a manter o conteúdo de mensagens e gravações seria o mesmo que obrigar as telefônicas a manter conversas gravadas o tempo todo. É inviável operacionalmente e, ao mesmo tempo, pode violar o direito de privacidade. Por outro lado, o Marco Civil da Internet obriga a guardar o relatório das entradas e momentos das conversas. Talvez a solução seja o meio termo”, afirma Alexandre Zavaglia Coelho, diretor executivo do IDP São Paulo e especialista em tecnologia e inovação.”
WhatsApp foi bloqueado no Brasil por 72 horas. Disponível em: . Acesso em: 4 maio 2016.
Texto 4
Por que Estados Unidos e Apple estão em guerra sobre o desbloqueio de um celular?
Trata-se simplesmente de uma disputa para recuperar informações de um Iphone usado pelo atirador ou, de forma mais ampla, de uma luta que afeta os direitos de privacidade dos cidadãos que utilizam o principal produto da Apple? Estamos falando de lucros ou de patriotismo? (...)
“O governo pode argumentar que seu uso seria limitado a esse caso, mas não há nenhum modo de garantir esse controle”, disse Cook [CEO da Apple, Tim Cook], e acrescentou: “Em última análise, tememos que esse pedido possa prejudicar as liberdades em geral e a liberdade que nosso governo deve proteger”.
Por que EUA e Apple estão em guerra sobre o desbloqueio de um celular. Disponível em: .
Com base nos textos apresentados, redija um uma redação apresentando seus argumentos sobre o tema “Vício em tecnologia: como usar a internet com responsabilidade?”
Texto I
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/-5lH04Fh9t8I/VZl1Zo2HSTI/AAAAAAAAAAM/4ZFWkA_CMAE/s1600/vicio%2Bem%2Bcomputador.jpg. Acesso em: 25 mar. 2019.
Texto II
No Brasil, 95% dos jovens internautas se consideram viciados em tecnologia
Uma pesquisa nacional revelou que 95% dos brasileiros com idades entre 15 e 33 anos se consideram viciados em tecnologia. Conforme informou o estudo, há um certo padrão no comportamento destes participantes: 95% declarou possuir conta no Facebook, enquanto o Twitter obteve percentual de 72%. Indo além dos limites das redes sociais, a comunicação via Skype é travada por 74% dos avaliados.
Outra ferramenta de bastante presente na rotina dos entrevistados é o aplicativo WhatsApp, que obteve percentual de 63%. O mesmo valor é atribuído à utilização e visitação de blogs, indicando que esta modalidade de página online ainda é bastante presente no cotidiano dos jovens.
O Instagram é o favorito daqueles que gostam de publicar e apreciar fotos: 59% dos entrevistados afirmaram utilizar o aplicativo. Já os jogos online são usados como uma alternativa de diversão para 56% dos entrevistados.
Disponível em: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/08/no-brasil-95-dos-jovens-internautas-se-consideram-viciados-em-tecnologia.html. Acesso em: 25 mar. 2019.
Texto III
O psiquiatra Richard Graham, 48, lidera desde março de 2010 um serviço de atendimento no hospital Capio Nightingale, em Londres, voltado a jovens viciados em tecnologia. A instituição particular tem diferentes tipos de tratamentos para aqueles que não conseguem se desconectar – entre eles, uma internação em que o paciente passa cerca de um mês vivendo no local, sem acesso a computadores.
Graham afirma que esse tipo de vício pode levar até à morte (o médico cita o caso de um britânico que morreu vítima de um coágulo em sua perna depois de tanto jogar no computador). A dependência, de acordo com o psiquiatra, é agravada pelas redes sociais, onde há uma pressão do grupo para que o usuário esteja sempre online.
“O excesso de tecnologia esgota o cérebro da mesma forma como acontece com a depressão e como acontece com o uso de anfetaminas, por exemplo, que dão muita empolgação para depois deprimir”, explicou.
O preço cobrado pelo hospital de Londres varia de acordo com o tipo de tratamento. Graham não divulga valores, mas compara: pode chegar a muitos milhares de libras esterlinas por semana, um montante parecido àquele gasto na internação de dependentes químicos. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas tem um programa gratuito para tratamento de viciados em internet baseado em acompanhamento psicológico e psiquiátrico do paciente. A alternativa, no entanto, não conta com internações.
Disponível em: https://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/11/07/excesso-de-tecnologia-esgota-o-cerebro-como-a-depressao-diz-psiquiatra-especializado-em-vicio-na-web.jhtm. Acesso em: 25 mar. 2019.
Texto IV
Disponível em: https://i1.wp.com/fobicos.com.br/wp-content/uploads/2015/07/20150710-vicio-celular2.png?fit=800%2C461. Acesso em: 25 mar. 2019.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema “Os desafios da mobilidade urbana no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Levantamento mostra quais são as cidades com os piores engarrafamentos do Brasil e do mundo
Rio de Janeiro lidera o ranking de engarrafamento. Em média, leva-se 43% mais tempo de viagem por causa de seu trânsito caótico.
Ninguém gosta de ficar parado no trânsito. Perde um tempão, fica naquele anda e para, e ainda tem que ouvir os outros motoristas achando que vão resolver o engarrafamento com a buzina. Segundo uma pesquisa feita pela empresa TomTom (aquela dos navegadores GPS), um morador do Rio de Janeiro gasta, em média, 47% mais tempo de viagem por ficar preso em um congestionamento.
O ranking conta com 200 cidades e mostra o quanto o trânsito pesado aumenta o tempo de viagem, dividido no tempo em média, e nos horários de pico durante a manhã e o fim da tarde. A pior cidade do mundo é a Cidade do México, onde o congestionamento de manhã e de tarde quase que dobra o tempo de viagem. Mesmo fora do horário de pico, as ruas são tão cheias que leva-se 59% a mais para chegar em algum lugar.
A pior cidade brasileira é o Rio de Janeiro, onde o engarrafamento faz levar 66% mais tempo durante a manhã e 79% mais no fim da tarde. A média durante todo o dia é de 47%. É a quarta cidade mais congestionada do mundo, perdendo para Bangcoc (Tailândia) e Istanbul (Turquia). Mesmo com essa posição, o TomTom diz que o trânsito caiu 4% em relação a 2015 na média geral (embora não seja fácil perceber isso).
Na segunda colocação do país está Salvador, com 43% de média, a mesma que Recife, a terceira colocada. A diferença é que Salvador tem 67% de média durante a manhã e 74% no fim da tarde, enquanto a capital de Pernambuco tem 72% e 75%, respectivamente – só que a posição no ranking é pela média geral. Fortaleza aparece logo na quarta posição, com 33% de média.
Para a surpresa de muitos paulistanos, São Paulo é apenas a quinta cidade mais congestionada, apesar da fama de seus engarrafamentos. A média gasta no trânsito é de 29% do tempo de viagem. No horário de pico de manhã, é de 40%, enquanto no fim do dia é de 50%. Completam o ranking Belo Horizonte (27%), Porto Alegre (22%), Brasília (19%) e Curitiba (18%). Se você mora em uma delas, seria uma boa ter um carro automático.
Disponível em: http://carros.ig.com.br/2016-07-08/engarrafamento-piores-cidades-brasil.html.
TEXTO II
Razões para apoiar a implantação de ciclovias
Construir ciclovias e reduzir limites de velocidade significa preservar vidas, pois a bicicleta é frágil frente ao tamanho e velocidade dos demais veículos nas ruas. Queremos uma cidade onde idosos e crianças possam ocupar as ruas sem medo. Ciclovias promovem ocupação do espaço público, tornando-o espaço de convivência e não apenas de passagem. Espaços ociosos, pouco frequentados e abandonados pelo poder público e pelos cidadãos têm maior índice de criminalidade. Por isso, investir na bicicleta aumenta a segurança pública. Ciclovias são boas para o comércio, pois ciclistas são clientes potenciais que passam em baixa velocidade e não exigem grandes áreas de estacionamento, podendo facilmente parar em frente a uma vitrine, entrar numa loja, conhecer um serviço. Comerciantes da região do Largo 13 de Maio, em Santo Amaro – que têm suas lojas dentro da área onde houve restrição da circulação de automóveis desde 2013 – tiveram aumento nas vendas com mais pessoas circulando a pé, em velocidade similar a de uma bicicleta a passeio. No entorno da Ciclofaixa de Lazer, onde 100 mil pessoas circulam a cada domingo, comerciantes mais conectados com as tendências de mercado souberam aproveitar o fluxo de clientes potenciais e estão lucrando com isso. Em Nova York, depois que a Times Square teve a circulação de carros restringida, registrou-se um aumento de 50% no valor dos imóveis e na receita do comércio. Há demanda pelo uso da bicicleta em São Paulo. Pesquisa de Mobilidade da Região Metropolitana, realizada pelo Metrô em 2012, registrou 333 mil viagens diárias em bicicleta durante os dias úteis, mesmo com a infraestrutura ainda reduzida, deficiente e desconectada. Vale ressaltar que esse número já representava, dois anos atrás, mais do que o dobro das viagens de táxi, contabilizadas em 158 mil/dia. Grande parcela da população só adotará a bicicleta em seus deslocamentos a partir da proteção oferecida por áreas segregadas. Na pesquisa sobre Mobilidade Urbana realizada pela Rede Nossa São Paulo e Instituto Ibope, em 2012, entre as pessoas que afirmaram não utilizar nunca a bicicleta, 63% afirmaram que passariam a usar havendo melhores condições. Dentre essas pessoas, 27% traduziram essa falta de segurança expressamente em necessidade de ciclovias. A mesma pesquisa apontou que uma em cada quatro pessoas entrevistadas usava a bicicleta “de vez em quando”. Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse número saltava para 47%. A quantidade de pessoas que utilizava a bicicleta “todos os dias” ou “quase todos os dias” também é bem maior do que se imagina: 7%. Somados, os ciclistas habituais e eventuais representavam, em 2012, 32% da amostra, praticamente um terço da população entrevistada e o dobro da parcela de pessoas que usava frequente ou eventualmente a moto (16%). O uso da bicicleta é benéfico à saúde dos cidadãos, pois o simples fato de usar a bicicleta como transporte os afasta do sedentarismo e de todos os problemas de saúde deles decorrentes. A atividade física regular previne doenças cardíacas e AVCs, hipertensão, ajuda a controlar o diabetes, aumenta a resistência aeróbica, reduz a obesidade, ativa a musculatura de todo o corpo, diminui a incidência de doenças crônicas, faz bem para a saúde do idoso e aumenta a expectativa de vida. O uso da bicicleta melhora a qualidade de vida de quem a utiliza, não só pelo ganho em saúde mas também pela diminuição do stress, melhorando os relacionamentos interpessoais e humanizando o trânsito e a cidade. As ciclovias proporcionam uma retomada do uso das ruas pelas crianças, sendo uma opção de lazer que resgata uma faceta da infância há muito esquecida nas regiões mais urbanizadas da cidade. Já temos crianças utilizando as ciclovias junto a seus pais e, conforme sua aceitação, abrangência e conectividade aumentarem, esse fenômeno tende a crescer, com o potencial de permitir que pedalem sozinhas até a escola. Quem opta pela bicicleta economiza tempo, sobretudo nos horários de pico, quando a velocidade média dos automóveis chega a meros 6,9 km/h em alguns casos – a mesma de alguém caminhando com pressa. Os Desafios Intermodais realizados desde 2006 na cidade comprovam que a bicicleta é bem mais rápida que o carro nesses horários – em um deles, chegou antes até mesmo do helicóptero, que necessita aguardar autorização para decolagem e tráfego. A bicicleta traz economia para o cidadão, pois os custos com compra, utilização e manutenção são muito menores que o do automóvel, representando redução de gastos até para quem a utiliza em substituição ao transporte público. Além de ser um fator importante para as camadas sociais mais baixas, o valor economizado pode ter destino em consumo, aquecendo comércio e serviços. A bicicleta é um veículo silencioso e sua adoção em maior escala trará uma diminuição da poluição sonora da cidade. A construção de vias para bicicletas tem um custo muito menor que a de vias para veículos motorizados. Quanto mais cidadãos as adotarem, menor será o gasto com criação e manutenção do viário a longo prazo, economizando o dinheiro da cidade. O incentivo e a garantia de uso seguro da bicicleta democratizam o deslocamento. Todos os cidadãos são importantes para uma cidade, não apenas os que se deslocam em automóveis e essa mensagem é passada claramente com a construção de ciclovias. Ciclovias atuam no sentido de reduzir os congestionamentos e a lotação dos transportes públicos, ao passo que cada vez mais pessoas troquem suas opções de deslocamento pelas bicicletas, ainda que eventualmente.Disponível em: http://vadebike.org/2014/08/por-que-apoiar-ciclovias/ (adaptado).
Texto III
Qual meio de transporte você mais usa para se locomover em sua cidade
Disponível em: http://especiais.ne10.uol.com.br/vocemais20/013-mobilidade-urbana.html
Com base na leitura dos textos motivadores abaixo e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa, com no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, sobre o seguinte tema: A questão da doação de órgãos no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coesa e coerente, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Cresce doação de órgãos no Brasil, mas rejeição de famílias ainda é alta - com levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) divulgado nesta segunda-feira (23). Foram 7.898 órgãos doados no ano passado, 3% a mais que em 2013. A taxa de doadores também subiu de 13,5 por milhão de pessoas para 14,2 por milhão, no entanto, ficou abaixo da meta proposta pela associação para 2014, que era de 15 por milhão. Além disso, o índice está longe da alcançar o objetivo de 20 doadores por milhão pessoas até 2017.
Para se ter ideia, na Espanha, considerado o país que mais registra transplantes, a taxa é de 37 por milhão. De acordo com Lucio Pacheco, presidente da ABTO, a má distribuição das equipes que realizam transplantes pelo Brasil pode ser uma das respostas para esta dificuldade.
Segundo o Ministério da Saúde, que coordena o Sistema Brasileiro de Transplantes, há mais de mil equipes preparadas para realizar cirurgias distribuídas pelo Brasil e 400 unidades prontas para atuarem nessa área. Mas para Pacheco, há uma concentração desse tipo de mão de obra no Sul e Sudeste e quase nenhum ou nenhum no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Enquanto em São Paulo há 20 equipes para realizar cirurgias de fígado, o que é muito, em Minas Gerais há apenas 3. Em outros estados mais longes, não há”, explica.
Rejeição das famílias . Outro problema que dificulta a realização dos transplantes é a falta de autorização da família para a cirurgia. Medida pela chamada "taxa de negativa familiar", o índice em 2014 ficou em 46%, apenas 1% menor que em 2013. Em alguns estados, o percentual de famílias que não aceitam que um parente doe seus órgãos é ainda maior. Em Goiás, por exemplo, o valor salta para 82%. Em Sergipe, para 78% e no Acre 73%. “O brasileiro é muito mais solidário que isso. Não sabemos ao certo o que provoca esse alto índice, se é a falta de preparo das pessoas na abordagem das famílias logo após a constatação da morte [cerebral ou não] ou se é a desconfiança do serviço público de saúde”, explica. Pacheco complementa que é preciso reverter tal situação com mais campanhas educacionais, que mostrem à população o que é a doação de órgãos, explique a morte cerebral e tire dúvidas relacionadas ao sistema de transplantes. “É importante entender a doação de órgãos como um papel da sociedade civil. Hoje você pode não estar precisando, mas no futuro, você pode ir para a fila de espera”, conclui.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 2
Legislação
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo. Art. 2o A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médico- cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do Sistema Único de Saúde.
CAPÍTULO II - DA DISPOSIÇÃO POST MORTEM DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE TRANSPLANTE.
Art. 3o A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
§ 3o Será admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação e atestação da morte encefálica.
Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. (Redação dada pela Lei no 10.211, de 23.3.2001)
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 3
Para americana antropóloga e especialista, tráfico de pessoas para obter órgãos é crime protegido
Folha - Quem são as principais vítimas do tráfico de órgãos hoje?
Nancy Scheper-Hughes - Comunidades pobres, em geral, como as de agricultores e de favelas. São pessoas em situação muito vulnerável, que precisam desesperadamente de dinheiro. Em alguns lugares, como no Sul da Ásia, nas Filipinas e em favelas da América Central, a obrigação de vender um rim para salvar a família é passada de pai para mulher, depois para os filhos mais velhos e até para crianças. Os corpos dessas pessoas passam a ser como "bancos". Todos os anos, 15 mil rins são vendidos no mercado negro, segundo a ONU.
Quais são as consequências para as vítimas do tráfico?
A longo prazo, há perda do bem-estar físico e mental. Como muitos dos vendedores de rins trabalham usando sua força física – carregando coisas, mexendo na terra etc. –, eles acabam perdendo seus empregos. Também sofrem estigma social e sentem que vão morrer cedo. É uma mistura de culpa, vergonha, medo e desinformação. Muitas das pessoas que recebem um rim mencionam que o dia da cirurgia é aquele em que elas renasceram. Já vendedores de rim em Bangladesh se referem ao dia da nefrectomia como "o dia em que eu morri", ligando-a a uma morte econômica, psicológica, espiritual e social.
Há alguma especificidade no tráfico de órgãos no Brasil?
Toda pessoa que vende seu rim precisa de dinheiro, claro, mas os homens brasileiros que entrevistei, em Pernambuco, diziam que também queriam viajar e conhecer o mundo, no caso, a África do Sul, onde aconteciam as cirurgias. Alguns também diziam que queriam ir em um safári.
Como o Estado pode prevenir o tráfico de órgãos?
Punindo os cirurgiões envolvidos no processo. Até agora, apenas os traficantes estão indo para a prisão. Muitos médicos e hospitais dizem que foram enganados, mas muitas vezes eles consentem com o que está acontecendo. Os cirurgiões são responsáveis, por lei, de saber de onde está vindo o órgão que eles estão transplantando: se ele é saudável, se ele tem procedência legal etc. A responsabilidade final é do cirurgião. Afinal, quem está segurando o bisturi?
O que leva pessoas de alto nível financeiro, como médicos, a participarem desse tipo de esquema?
Cirurgiões gostam de fazer transplantes. É a profissão deles, e uma profissão muito bonita. Muitas vezes, eles ficam frustrados em não conseguir os órgãos que precisam. Eles são levados pelo amor que tem pelo trabalho, mas também pela cobiça, tem muito dinheiro envolvido nessas transações. Alguns veem a si mesmos como "acima da lei".
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, em 30 linhas, na norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema O direito do cidadão à privacidade, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender seu ponto de vista.
Texto 1
Encriptação e acesso judicial
A questão ético-moral levantada pela companhia [Apple] é no sentido de que, uma vez compelida a escrever um código desses, nada impediria o governo de solicitar outros para ligar o microfone do aparelho e ativar a câmera em atenção à necessidade de vigilância; ou acessar o GPS localizador do usuário diretamente; ou obter dados privados sobre saúde, finanças, negócios, etc.; ou que novas empresas do ramo fossem constrangidas a criar os mesmos mecanismos; ou, ainda mais grave: não se poderia refrear criminosos e hackers de aproveitarem estes recursos. (…)
A solução da disputa interessa a mais de um bilhão de pessoas que arquivam em seus aparelhos informações de valor como senhas bancárias, dados de carteiras digitais, códigos de acesso às suas residências; ou confiam tais informações ou outras igualmente comprometedoras a conversas privadas ou a aplicativos. Os hackers, terroristas e criminosos se beneficiariam da quebra de segurança pela impossibilidade lógica de que uma backdoor só fosse usada pelas autoridades legitimadas. (…)
O presidente Barack Obama participou, há poucos dias atrás, da South by Southwest (SXSW) festival, onde se manifestou a respeito da questão da encriptação de dados. Após exaltar a importância da privacidade e da criptografia (especialmente nos sistemas governamentais, como o controle aéreo de tráfico), Obama disse:
“Se é possível tecnologicamente fazer um aparelho impenetrável ou sistema no qual a encriptação seja tão forte que não haja chave, não há qualquer porta, então como nós apreendemos um pornógrafo infantil, como nós solucionamos ou interrompemos uma conspiração terrorista?”
CHACON, Eduarda. Encriptação e acesso judicial. Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2018.
Texto 2
Privacidade no WhatsApp
O WhatsApp anunciou na quarta-feira 19 que passaria a criptografar as mensagens dos seus 600 milhões de usuários para evitar que as conversas fossem espionadas. A criptografia já foi ativada para a plataforma Android e logo deve chegar aos outros sistemas móveis. O criador do WhatsApp, Jan Koum, disse que seu compromisso com a privacidade do usuário vem da sua juventude, na Ucrânia, então ainda na União Soviética.
“Cresci na URSS durante os anos 80. Uma das minhas memórias mais fortes é de uma frase que eu sempre ouvia minha mãe dizer ao telefone: ‘Essa não é uma conversa para o telefone, depois te digo em pessoa’. O fato de não podermos falar livremente, sem temer que nossas comunicações fossem interceptadas pelo KGB, fez parte da nossa decisão de emigrar para os Estados Unidos quando eu era adolescente”, disse Koum. (...)
A robustez da criptografia pode suscitar desconfianças, como a do governo britânico, que disse que aplicativos como o WhatsApp e serviços como o Twitter ajudam grupos extremistas a se organizarem e a angariar novos membros. Koum descarta a crítica. “Ninguém deve ter o direito de espionar, sob o risco de criarmos Estados totalitários.”
MENDONÇA, Felipe Marra. Privacidade no WhatsApp. Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2018.
Texto 3
WhatsApp foi bloqueado no Brasil por 72 horas por determinação judicial
“Obrigar o WhatsApp a manter o conteúdo de mensagens e gravações seria o mesmo que obrigar as telefônicas a manter conversas gravadas o tempo todo. É inviável operacionalmente e, ao mesmo tempo, pode violar o direito de privacidade. Por outro lado, o Marco Civil da Internet obriga a guardar o relatório das entradas e momentos das conversas. Talvez a solução seja o meio termo”, afirma Alexandre Zavaglia Coelho, diretor executivo do IDP São Paulo e especialista em tecnologia e inovação.”
WhatsApp foi bloqueado no Brasil por 72 horas. Disponível em: . Acesso em: 4 maio 2016.
Texto 4
Por que Estados Unidos e Apple estão em guerra sobre o desbloqueio de um celular?
Trata-se simplesmente de uma disputa para recuperar informações de um Iphone usado pelo atirador ou, de forma mais ampla, de uma luta que afeta os direitos de privacidade dos cidadãos que utilizam o principal produto da Apple? Estamos falando de lucros ou de patriotismo? (...)
“O governo pode argumentar que seu uso seria limitado a esse caso, mas não há nenhum modo de garantir esse controle”, disse Cook [CEO da Apple, Tim Cook], e acrescentou: “Em última análise, tememos que esse pedido possa prejudicar as liberdades em geral e a liberdade que nosso governo deve proteger”.
Por que EUA e Apple estão em guerra sobre o desbloqueio de um celular. Disponível em: .
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, de 25 a 30 linhas e em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema “Os desafios da mobilidade urbana no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Levantamento mostra quais são as cidades com os piores engarrafamentos do Brasil e do mundo
Rio de Janeiro lidera o ranking de engarrafamento. Em média, leva-se 43% mais tempo de viagem por causa de seu trânsito caótico.
Ninguém gosta de ficar parado no trânsito. Perde um tempão, fica naquele anda e para, e ainda tem que ouvir os outros motoristas achando que vão resolver o engarrafamento com a buzina. Segundo uma pesquisa feita pela empresa TomTom (aquela dos navegadores GPS), um morador do Rio de Janeiro gasta, em média, 47% mais tempo de viagem por ficar preso em um congestionamento.
O ranking conta com 200 cidades e mostra o quanto o trânsito pesado aumenta o tempo de viagem, dividido no tempo em média, e nos horários de pico durante a manhã e o fim da tarde. A pior cidade do mundo é a Cidade do México, onde o congestionamento de manhã e de tarde quase que dobra o tempo de viagem. Mesmo fora do horário de pico, as ruas são tão cheias que leva-se 59% a mais para chegar em algum lugar.
A pior cidade brasileira é o Rio de Janeiro, onde o engarrafamento faz levar 66% mais tempo durante a manhã e 79% mais no fim da tarde. A média durante todo o dia é de 47%. É a quarta cidade mais congestionada do mundo, perdendo para Bangcoc (Tailândia) e Istanbul (Turquia). Mesmo com essa posição, o TomTom diz que o trânsito caiu 4% em relação a 2015 na média geral (embora não seja fácil perceber isso).
Na segunda colocação do país está Salvador, com 43% de média, a mesma que Recife, a terceira colocada. A diferença é que Salvador tem 67% de média durante a manhã e 74% no fim da tarde, enquanto a capital de Pernambuco tem 72% e 75%, respectivamente – só que a posição no ranking é pela média geral. Fortaleza aparece logo na quarta posição, com 33% de média.
Para a surpresa de muitos paulistanos, São Paulo é apenas a quinta cidade mais congestionada, apesar da fama de seus engarrafamentos. A média gasta no trânsito é de 29% do tempo de viagem. No horário de pico de manhã, é de 40%, enquanto no fim do dia é de 50%. Completam o ranking Belo Horizonte (27%), Porto Alegre (22%), Brasília (19%) e Curitiba (18%). Se você mora em uma delas, seria uma boa ter um carro automático.
Disponível em: http://carros.ig.com.br/2016-07-08/engarrafamento-piores-cidades-brasil.html.
TEXTO II
Razões para apoiar a implantação de ciclovias
Construir ciclovias e reduzir limites de velocidade significa preservar vidas, pois a bicicleta é frágil frente ao tamanho e velocidade dos demais veículos nas ruas. Queremos uma cidade onde idosos e crianças possam ocupar as ruas sem medo. Ciclovias promovem ocupação do espaço público, tornando-o espaço de convivência e não apenas de passagem. Espaços ociosos, pouco frequentados e abandonados pelo poder público e pelos cidadãos têm maior índice de criminalidade. Por isso, investir na bicicleta aumenta a segurança pública. Ciclovias são boas para o comércio, pois ciclistas são clientes potenciais que passam em baixa velocidade e não exigem grandes áreas de estacionamento, podendo facilmente parar em frente a uma vitrine, entrar numa loja, conhecer um serviço. Comerciantes da região do Largo 13 de Maio, em Santo Amaro – que têm suas lojas dentro da área onde houve restrição da circulação de automóveis desde 2013 – tiveram aumento nas vendas com mais pessoas circulando a pé, em velocidade similar a de uma bicicleta a passeio. No entorno da Ciclofaixa de Lazer, onde 100 mil pessoas circulam a cada domingo, comerciantes mais conectados com as tendências de mercado souberam aproveitar o fluxo de clientes potenciais e estão lucrando com isso. Em Nova York, depois que a Times Square teve a circulação de carros restringida, registrou-se um aumento de 50% no valor dos imóveis e na receita do comércio. Há demanda pelo uso da bicicleta em São Paulo. Pesquisa de Mobilidade da Região Metropolitana, realizada pelo Metrô em 2012, registrou 333 mil viagens diárias em bicicleta durante os dias úteis, mesmo com a infraestrutura ainda reduzida, deficiente e desconectada. Vale ressaltar que esse número já representava, dois anos atrás, mais do que o dobro das viagens de táxi, contabilizadas em 158 mil/dia. Grande parcela da população só adotará a bicicleta em seus deslocamentos a partir da proteção oferecida por áreas segregadas. Na pesquisa sobre Mobilidade Urbana realizada pela Rede Nossa São Paulo e Instituto Ibope, em 2012, entre as pessoas que afirmaram não utilizar nunca a bicicleta, 63% afirmaram que passariam a usar havendo melhores condições. Dentre essas pessoas, 27% traduziram essa falta de segurança expressamente em necessidade de ciclovias. A mesma pesquisa apontou que uma em cada quatro pessoas entrevistadas usava a bicicleta “de vez em quando”. Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse número saltava para 47%. A quantidade de pessoas que utilizava a bicicleta “todos os dias” ou “quase todos os dias” também é bem maior do que se imagina: 7%. Somados, os ciclistas habituais e eventuais representavam, em 2012, 32% da amostra, praticamente um terço da população entrevistada e o dobro da parcela de pessoas que usava frequente ou eventualmente a moto (16%). O uso da bicicleta é benéfico à saúde dos cidadãos, pois o simples fato de usar a bicicleta como transporte os afasta do sedentarismo e de todos os problemas de saúde deles decorrentes. A atividade física regular previne doenças cardíacas e AVCs, hipertensão, ajuda a controlar o diabetes, aumenta a resistência aeróbica, reduz a obesidade, ativa a musculatura de todo o corpo, diminui a incidência de doenças crônicas, faz bem para a saúde do idoso e aumenta a expectativa de vida. O uso da bicicleta melhora a qualidade de vida de quem a utiliza, não só pelo ganho em saúde mas também pela diminuição do stress, melhorando os relacionamentos interpessoais e humanizando o trânsito e a cidade. As ciclovias proporcionam uma retomada do uso das ruas pelas crianças, sendo uma opção de lazer que resgata uma faceta da infância há muito esquecida nas regiões mais urbanizadas da cidade. Já temos crianças utilizando as ciclovias junto a seus pais e, conforme sua aceitação, abrangência e conectividade aumentarem, esse fenômeno tende a crescer, com o potencial de permitir que pedalem sozinhas até a escola. Quem opta pela bicicleta economiza tempo, sobretudo nos horários de pico, quando a velocidade média dos automóveis chega a meros 6,9 km/h em alguns casos – a mesma de alguém caminhando com pressa. Os Desafios Intermodais realizados desde 2006 na cidade comprovam que a bicicleta é bem mais rápida que o carro nesses horários – em um deles, chegou antes até mesmo do helicóptero, que necessita aguardar autorização para decolagem e tráfego. A bicicleta traz economia para o cidadão, pois os custos com compra, utilização e manutenção são muito menores que o do automóvel, representando redução de gastos até para quem a utiliza em substituição ao transporte público. Além de ser um fator importante para as camadas sociais mais baixas, o valor economizado pode ter destino em consumo, aquecendo comércio e serviços. A bicicleta é um veículo silencioso e sua adoção em maior escala trará uma diminuição da poluição sonora da cidade. A construção de vias para bicicletas tem um custo muito menor que a de vias para veículos motorizados. Quanto mais cidadãos as adotarem, menor será o gasto com criação e manutenção do viário a longo prazo, economizando o dinheiro da cidade. O incentivo e a garantia de uso seguro da bicicleta democratizam o deslocamento. Todos os cidadãos são importantes para uma cidade, não apenas os que se deslocam em automóveis e essa mensagem é passada claramente com a construção de ciclovias. Ciclovias atuam no sentido de reduzir os congestionamentos e a lotação dos transportes públicos, ao passo que cada vez mais pessoas troquem suas opções de deslocamento pelas bicicletas, ainda que eventualmente.Disponível em: http://vadebike.org/2014/08/por-que-apoiar-ciclovias/ (adaptado).
Texto III
Qual meio de transporte você mais usa para se locomover em sua cidade
Disponível em: http://especiais.ne10.uol.com.br/vocemais20/013-mobilidade-urbana.html
Com base na leitura do texto motivador seguinte e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A permanência da cultura da transgressão na sociedade brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto Damatta compara a postura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração e espanto nos brasileiros, acostumado a violar e a ver violada as próprias instituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada.
Roberto Damatta prossegue explicando que, diferente das norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade social da Índia.
Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma realidade opressora, o brasileiro deverá utilizar recursos que vençam a dureza da formalidade, se quiser obter o que muitas vezes será necessário à sua mera sobrevivência. Diante de uma autoridade, utilizará termos emocionais. Tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância. Apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa.
Nos Estados Unidos, as leis não admitem permissividade alguma, e possuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-se que, lá, ou “pode”, ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: a exceção a ser aberta em nome da cordialidade não constitui pretexto para que novas exceções sejam abertas. O jeitinho jamais gera formalidade, e esta jamais sairá ferida após o uso do jeitinho.
(Disponível em: http://www.simonsen.br/semipresencial/pdf_real/real_leitura_comp_ii.pdf. Acesso em 25 mar. 2019)
Aprendemos em sala de aula que os mitos surgiram como forma de representar, simbolicamente, a origem de seres, das coisas e fenômenos naturais. Sua tarefa será escrever uma narrativa de 15 a 20 linhas sobre a origem mítica de um objeto muito utilizado e adorado pelos indivíduos contemporâneos:
Construa explicações simbólicas para o surgimento do celular, considerando: Como surgiu? Por que surgiu? Quem o trouxe para os humanos? Houve alguma maldição, alguma punição para aquele que o criou? Ou alguma recompensa? Quais deuses ou entidades divinas estavam envolvidos na criação do aparelho?... Não se esqueça de pensar em um título bem criativo!
Texto I
LE BRUN, Charles. Alexandre, o Grande. Disponível em: https://cdn.britannica.com/95/121095-050-760E35A0.jpg. Acesso em: 11 mar. 2019.
Texto II
Ele nasceu no mês do leão, sua mãe uma bacante E o rei, seu pai, um conquistador tão valente Que o príncipe adolescente pensou que já nada restaria Pra, se ele chegasse a rei, conquistar por si só. Mas muito cedo ele se revelou um menino extraordinário: O corpo de bronze, os olhos cor de chuva e os cabelos cor de sol.
Alexandre, De Olímpia e Felipe o menino nasceu, mas ele aprendeu Que seu pai foi um raio que veio do céu
Ele escolheu seu cavalo por parecer indomável E pôs-lhe o nome Bucéfalo ao dominá-lo Para júbilo, espanto e escândalo do seu próprio pai Que contratou para seu preceptor um sábio de Estagira Cuja cabeça sustenta ainda hoje o Ocidente O nome Aristóteles - nome Aristóteles - se repetiria Desde esses tempos até nossos tempos e além. Ele ensinou o jovem Alexandre a sentir filosofia Pra que mais que forte e valente chegasse ele a ser sábio também.
Alexandre, De Olímpia e Felipe o menino nasceu, mas ele aprendeu Que seu pai foi um raio que veio do céu
Ainda criança ele surpreendeu importantes visitantes Vindos como embaixadores do Império da Pérsia Pois os recebeu, na ausência de Felipe, com gestos elegantes De que o rei, seu próprio pai, não seria capaz.
Em breve estaria ao lado de Felipe no campo de batalha E assinalaria seu nome na história entre os grandes generais.
(...)
(PARTIMPIM, Adriana. Alexandre. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/adriana-calcanhoto/alexandre.html. Acesso em 03/01/2018)
Sua tarefa será criar um pequeno poema épico com rimas, de até 5 estrofes (4 versos cada), sobre Alexandre, o Grande.
Como podemos perceber na letra da música acima, ele não foi um ser humano comum: de muitos feitos e bravuras foi feita sua vida. Construa em seu poema épico um novo acontecimento maravilhoso na vida de Alexandre: Qual era sua aventura? O que ele tinha de fazer? Quais eram seus obstáculos? Ele recebeu alguma ajuda divina?
Use sua imaginação e não se esqueça de elaborar um título criativo!
Disponível em: . Acesso em: 9 maio 2018.
A Semana de Arte Moderna, que em breve completará um século, foi um marco para a produção artística no Brasil, pois abrigou um número grande de pintores, escultores, músicos e poetas. A exposição à sua época recebeu certo status porque, afinal, houve presença da polícia; esse episódio contribuiu para que a Semana recebesse mais atenção, e não só de uma pequena elite cultural, como estava acontecendo até o momento.
A partir da imagem acima, que é o catálogo da exposição, construa um texto que tenha entre 10 e 15 linhas, voltado para o público da época – isto é, jovens na década de 1920 –, em que se divulgue o evento em um jornal da cidade. Atribua um título convidativo, e preste atenção ao público-alvo e à intencionalidade do texto. Use a imaginação e descreva, do modo que quiser, o que ocorrerá durante a Semana.
Com base na leitura dos textos motivadores abaixo e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa, com no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, sobre o seguinte tema: A questão da doação de órgãos no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coesa e coerente, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Cresce doação de órgãos no Brasil, mas rejeição de famílias ainda é alta - com levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) divulgado nesta segunda-feira (23). Foram 7.898 órgãos doados no ano passado, 3% a mais que em 2013. A taxa de doadores também subiu de 13,5 por milhão de pessoas para 14,2 por milhão, no entanto, ficou abaixo da meta proposta pela associação para 2014, que era de 15 por milhão. Além disso, o índice está longe da alcançar o objetivo de 20 doadores por milhão pessoas até 2017.
Para se ter ideia, na Espanha, considerado o país que mais registra transplantes, a taxa é de 37 por milhão. De acordo com Lucio Pacheco, presidente da ABTO, a má distribuição das equipes que realizam transplantes pelo Brasil pode ser uma das respostas para esta dificuldade.
Segundo o Ministério da Saúde, que coordena o Sistema Brasileiro de Transplantes, há mais de mil equipes preparadas para realizar cirurgias distribuídas pelo Brasil e 400 unidades prontas para atuarem nessa área. Mas para Pacheco, há uma concentração desse tipo de mão de obra no Sul e Sudeste e quase nenhum ou nenhum no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Enquanto em São Paulo há 20 equipes para realizar cirurgias de fígado, o que é muito, em Minas Gerais há apenas 3. Em outros estados mais longes, não há”, explica.
Rejeição das famílias . Outro problema que dificulta a realização dos transplantes é a falta de autorização da família para a cirurgia. Medida pela chamada "taxa de negativa familiar", o índice em 2014 ficou em 46%, apenas 1% menor que em 2013. Em alguns estados, o percentual de famílias que não aceitam que um parente doe seus órgãos é ainda maior. Em Goiás, por exemplo, o valor salta para 82%. Em Sergipe, para 78% e no Acre 73%. “O brasileiro é muito mais solidário que isso. Não sabemos ao certo o que provoca esse alto índice, se é a falta de preparo das pessoas na abordagem das famílias logo após a constatação da morte [cerebral ou não] ou se é a desconfiança do serviço público de saúde”, explica. Pacheco complementa que é preciso reverter tal situação com mais campanhas educacionais, que mostrem à população o que é a doação de órgãos, explique a morte cerebral e tire dúvidas relacionadas ao sistema de transplantes. “É importante entender a doação de órgãos como um papel da sociedade civil. Hoje você pode não estar precisando, mas no futuro, você pode ir para a fila de espera”, conclui.
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 2
Legislação
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo. Art. 2o A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médico- cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do Sistema Único de Saúde.
CAPÍTULO II - DA DISPOSIÇÃO POST MORTEM DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE TRANSPLANTE.
Art. 3o A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
§ 3o Será admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação e atestação da morte encefálica.
Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. (Redação dada pela Lei no 10.211, de 23.3.2001)
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
Texto 3
Para americana antropóloga e especialista, tráfico de pessoas para obter órgãos é crime protegido
Folha - Quem são as principais vítimas do tráfico de órgãos hoje?
Nancy Scheper-Hughes - Comunidades pobres, em geral, como as de agricultores e de favelas. São pessoas em situação muito vulnerável, que precisam desesperadamente de dinheiro. Em alguns lugares, como no Sul da Ásia, nas Filipinas e em favelas da América Central, a obrigação de vender um rim para salvar a família é passada de pai para mulher, depois para os filhos mais velhos e até para crianças. Os corpos dessas pessoas passam a ser como "bancos". Todos os anos, 15 mil rins são vendidos no mercado negro, segundo a ONU.
Quais são as consequências para as vítimas do tráfico?
A longo prazo, há perda do bem-estar físico e mental. Como muitos dos vendedores de rins trabalham usando sua força física – carregando coisas, mexendo na terra etc. –, eles acabam perdendo seus empregos. Também sofrem estigma social e sentem que vão morrer cedo. É uma mistura de culpa, vergonha, medo e desinformação. Muitas das pessoas que recebem um rim mencionam que o dia da cirurgia é aquele em que elas renasceram. Já vendedores de rim em Bangladesh se referem ao dia da nefrectomia como "o dia em que eu morri", ligando-a a uma morte econômica, psicológica, espiritual e social.
Há alguma especificidade no tráfico de órgãos no Brasil?
Toda pessoa que vende seu rim precisa de dinheiro, claro, mas os homens brasileiros que entrevistei, em Pernambuco, diziam que também queriam viajar e conhecer o mundo, no caso, a África do Sul, onde aconteciam as cirurgias. Alguns também diziam que queriam ir em um safári.
Como o Estado pode prevenir o tráfico de órgãos?
Punindo os cirurgiões envolvidos no processo. Até agora, apenas os traficantes estão indo para a prisão. Muitos médicos e hospitais dizem que foram enganados, mas muitas vezes eles consentem com o que está acontecendo. Os cirurgiões são responsáveis, por lei, de saber de onde está vindo o órgão que eles estão transplantando: se ele é saudável, se ele tem procedência legal etc. A responsabilidade final é do cirurgião. Afinal, quem está segurando o bisturi?
O que leva pessoas de alto nível financeiro, como médicos, a participarem desse tipo de esquema?
Cirurgiões gostam de fazer transplantes. É a profissão deles, e uma profissão muito bonita. Muitas vezes, eles ficam frustrados em não conseguir os órgãos que precisam. Eles são levados pelo amor que tem pelo trabalho, mas também pela cobiça, tem muito dinheiro envolvido nessas transações. Alguns veem a si mesmos como "acima da lei".
Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2018.
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