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A Demonstre que, se escolhermos três números inteiros positivos quaisquer, sempre existirão dois deles cuja diferença é um número múltiplo de 2.
B Considere um triângulo equilátero de área cm2. Demonstre que, se tomarmos 5 pontos no interior do triângulo, sempre ocorrerá que ao menos dois desses pontos estarão a uma distância entre eles menor que 1cm.
a) Ao escolhermos três inteiros positivos quaisquer temos quatro configurações possíveis:
1 – Todos pares 2 – Todo ímpares 3 – Dois pares e um ímpar 4 – Dois ímpares e um par.
Dado que a diferença entre dois números de mesma paridade (ou seja, ou são ambos pares, ou são ambos ímpares), sempre é par, em qualquer uma das configurações haverá pelo menos dois números de mesma paridade. Logo, haverá sempre dois números cuja diferença é par, isto é, múltiplo de 2.
C.Q.D.
b) Sendo x, em cm, a medida do lado desse triângulo equilátero, do enunciado temos que , ou seja, x = 2.
Considere a figura abaixo, em que ABC representa um triângulo equilátero de lado com medida 2 cm e M, N e P são os pontos médios de seus lados:
Como N, N e P são pontos médios, os lados dos triângulos equiláteros AMN, BMP, CPN e MNP medem 1 cm. Observe que, escolhidos dois pontos no interior do triângulo equilátero AMN, a distância entre esses pontos certamente será um número menor do que 1 (pois o lado do triângulo AMN mede 1 cm); o mesmo raciocínio pode ser aplicado ao se escolher pontos no interior dos triângulos BMP, CPN ou MNP. Assim, para que a distância entre dois pontos no interior do triângulo equilátero ABC seja maior do que 1 cm, devemos tomar dois pontos no interior de dois triângulos distintos, escolhidos dentre AMN, BMP, CPN e MNP. Mas como existem somente 4 triângulos (AMN, BMP, CPN e MNP), é impossível tomar 5 pontos em 4 triângulos distintos, escolhidos dentre AMN, BMP, CPN e MNP; ou seja, necessariamente, 2 desses 5 pontos estarão no interior de um mesmo triângulo (AMN, BMP, CPN ou MNP) e, portanto, dois pontos estarão a uma distância entre eles menor que 1 cm.
C.Q.D.
Levando em consideração que o texto busca caracterizar dois tipos de personagens encontradas nas obras de ficção, responda em português:
a) Como o texto caracteriza a personagem estática?
b) O que torna atraente a personagem dinâmica?
a) A personagem estática é caracterizada como imutável frente a conflitos e novos ambientes. Sua personalidade é naturalmente atraente, não tendo que mudar para cativar os leitores. Ela é ideal para personagens heroicas, carismáticas e excêntricas.
b) O que torna a personagem dinâmica atraente são os seus defeitos e suas transformações.
Dados genéticos podem ser utilizados para estudar populações de uma espécie no ambiente natural. Por exemplo, amostras de DNA podem ser coletadas para identificar espécies, estimar tamanhos populacionais ou identificar indivíduos. Um pesquisador coletou duas amostras de fezes em uma localidade na índia e sequenciou parte do gene Gapdh dos DNAs extraídos a partir delas. Como resultado, foram obtidas as sequências abaixo (apenas uma das fitas do DNA é mostrada).
Amostra 1 5' ACAGGATCCAATAACCCCGCAGGAATGGTG 3' Amostra 2 5' ACAGGATCCAATAACCCCTCACGAATGGTG 3'
As sequências da mesma região do gene Gapdh nos genomas do tigre de Bengala (Panthera tigris) e do leopardo (Panthera pardus) são:
Panthera tigris 5' ACAGGATCCAATAACCCCGCAGGAATGGTG 3' Panthera pardus 5' ACAGGATCTAACAACCCCGCAGGAATAGTA 3'
a) De posse desses dados, responda: as amostras de fezes 1 e 2 pertencem, com maior probabilidade, a tigres de Bengala ou a leopardos? As amostras 1 e 2 pertencem ao mesmo indivíduo ou a dois indivíduos diferentes? Justifique sua resposta.
b) Um crítico argumentou que o trabalho do pesquisador não era válido, pois as sequências do gene nuclear Gapdh foram obtidas a partir de amostras de fezes. Segundo o critico, material genético nuclear de felinos só poderia ser extraído com qualidade a partir de hemácias (eritrócitos) coletadas dos animais. Quem tem razão, o pesquisador ou o crítico? Justifique.
(Fonte: J. Bhagavatula e L. Singh. BMC Genetics. Londres, v. 7, p. 48. out. 2006.)
a) Considerando o DNA do felino contido nas fezes, a amostra 1 pertence a um tigre de bengala, pois a sequência do gene Gapdh é idêntica à encontrada na amostra. A amostra de fezes 2 deve pertencer também a um tigre de bengala, pois apresenta apenas dois nucleotídeos diferentes em relação à sequência do gene Gapdh, enquanto, em comparação à sequência desse gene em leopardo, a diferença é de seis nucleotídeos. As amostras 1 e 2 pertencem a indivíduos diferentes, pois as sequências do gene não são idênticas, diferindo em dois nucleotídeos.
b) O pesquisador deve ter razão, pois o crítico argumenta de forma equivocada que o material genético nuclear deveria ser extraído justamente de uma célula (hemácia ou eritrócito) que não apresenta núcleo.
Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama:
“Não saia casa 3 outubro abraços”.
O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem.
Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha, mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o “pois não” melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira: “como é?”, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha. Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1 , disse que achava pouco cem mil unidades, em tal emergência, e arrematou: “Dia 4 nós conversamos.” Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância. Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste advertiu: “Passe de largo”; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos cantos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima.
Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: “Desculpe, é engano”, ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz.
Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. “Deve ser engano.” “Não é não, o chefe está à espera.” “Tão cedinho? Precisa ser hoje mesmo? Amanhã eu vou.” “É hoje e é já.” “Impossível.” Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. “O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo” – disse-lhe o chefe. – “Que sabe a respeito do troço?” “Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje.” “Vai estourar?” “Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil?” “Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado. Quer ver? Eu tiro.” “Não, mas e aquela frase em código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano?” “Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho.” “Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para vencer?” “São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido.” “E os cálculos que o senhor fazia diante do palácio?” Emudeceu. “Diga, vamos!” “Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui no bolso.” “O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe?” “Ah, então é por isso que o telegrama custou tanto a chegar?” “Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa.” “Mas, doutor…” Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: “O senhor entende conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro!”
Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa.
(70 historinhas, 2016.)
1arma virumque cano: “canto as armas e o varão” (palavras iniciais da epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias).
De acordo com a crônica, o filho recebeu o telegrama do pai no dia
4 de outubro.
29 de setembro.
2 de outubro.
28 de setembro.
3 de outubro.
A partir de trechos como "Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo [...]" e "O pai avisara a tempo", é possível deduzir que o telegrama do pai, que avisava o filho de que não deveria sair de casa em 3 de outubro, havia chegado a tempo. De acordo com o tempo de trânsito informado pelo narrador, de cinco dias (segundo parágrafo), deduz-se que, enviado às sete da manhã de 28 de setembro, chegou a 2 de outubro.
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e do senso comum."
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível em https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 28/05/2018.)
Assinale o excerto que confirma os dois textos anteriores.
Excertos adaptados de: Marisa Lajolo, A formação do leitor no Brasil. São Paulo: Ática, 1996, p. 28. Antonio Candido, Vários escritos. São Paulo: Duas cidades, 2004, p.187. Gilberto Gil, Discurso no lançamento do Ano Ibero-Americano da Leitura, 2004. Fernando Pessoa, Páginas íntimas e de Auto-Interpretação. São Paulo: Ática, 1966, p. 23.
A leitura é, fundamentalmente, processo político. Aqueles que formam leitores – professores, bibliotecários – desempenham um papel político. (Marisa Lajolo)
Pelo que sabemos, quando há um esforço real de igualitarização, há aumento sensível do hábito de leitura, e portanto difusão crescente das obras. (Antonio Candido)
Ler é abrir janelas, construir pontes que ligam o que somos com o que tantos outros imaginaram, pensaram, escreveram; ler é fazer-nos expandidos. (Gilberto Gil)
A leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, por que não sonhar os meus próprios sonhos? (Fernando Pessoa).
Ambos os textos se referem à expansão provocada por bons livros no leitor - "abrir a cabeça" e "quebrar o mar de gelo do bom senso e do senso comum". As ideias de "ferir" e "trespassar", assim como o uso de "um machado" (de Assis), remetem à abertura de janelas para o que outros escreveram, como indica a alternativa correta.
Leia o soneto de Luís Vaz de Camões para responder à questão.
Erros meus, má fortuna1, amor ardente em minha perdição se conjuraram; os erros e a fortuna sobejaram2, que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente a grande dor das cousas, que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos; dei causa que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse que fartasse3 este meu duro gênio4 de vinganças!
(Sonetos de Camões, 2011.)
1fortuna: sorte, destino. 2sobejar: sobrar, exceder o necessário. 3fartar: saciar. 4gênio: espírito que, segundo os antigos, determinava o destino dos seres humanos.
No poema, o eu lírico afirma que
seus erros e sua má sorte colaboraram para destruir os prazeres que o amor lhe ofertou.
três fatores tornaram sua vida triste, mas que o amor sozinho já bastaria para sua ruína.
o amor que sentia sobreviveu, apesar dos problemas causados por seus erros e sua má sorte.
sua desmedida amorosa foi o elemento que causou seus erros e sua má sorte.
uma lei de compensações equilibrou sua má sorte e seus erros com a presença do amor.
Alternativa B Os versos da primeira estrofe afirmam textualmente o que está exposto na alternativa B: erros, amor e má sorte se conjuraram, ou seja, aliaram-se, para levá-lo à perdição, mas os erros e a fortuna sobejaram, ou seja, foram muito além do necessário, pois somente o amor já teria sido o bastante para sua derrocada.
Examine a tira do cartunista André Dahmer.
Colabora para o efeito de humor da tira o fato de
Deus falhar no teste proposto por Terêncio.
Terêncio colocar a onisciência de Deus em questão.
Terêncio colocar a existência de Deus em questão.
Deus não entender a questão proposta por Terêncio.
Terêncio não entender a resposta de Deus.
O personagem não duvida da existência de Deus, pois se dirige explicitamente à divindade. No entanto, ao fazer uma pergunta cuja resposta ele mesmo sabe, Terêncio coloca em xeque a onisciência divina.
A experimentação é parte essencial do método científico, e muitas vezes podemos fazer medidas de grandezas físicas usando instrumentos extremamente simples.
a) Usando o relógio e a régua graduada em centímetros da figura abaixo, determine o módulo da velocidade que a extremidade do ponteiro dos segundos (o mais fino) possui no seu movimento circular uniforme.
b) Para o seu funcionamento, o relógio usa uma pilha que, quando nova, tem a capacidade de fornecer uma carga q=2,4Ah=8,64x103 C . Observa-se que o relógio funciona durante 400 dias até que a pilha fique completamente descarregada. Qual é a corrente elétrica média fornecida pela pilha?
a) Usando a régua da figura para medirmos o raio do movimento circular do ponteiro, temos:
b)
A comunidade do Orkut “Eu tenho medo do Mesmo” foi criada em função do aviso bastante conhecido dos usuários de elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”.
a) Explique o que torna possível o jogo de palavras “Mesmo, o maníaco dos elevadores” usado pelos membros dessa comunidade.
b) Reescreva o aviso de forma que essa leitura não seja mais possível.
a) Espera-se que o candidato compreenda que o jogo de palavras que dá nome à comunidade do Orkut se deve ao fato de 'mesmo' ter sido utilizado equivocadamente no aviso como substituto de ‘elevador’, equivalendo, portanto, a um substantivo. Nesse efeito de substantivação, ‘o mesmo’, que deveria remeter a elevador, por substituição, acaba funcionando como um outro substantivo na brincadeira da comunidade, associado a uma pessoa (‘o Mesmo’). Como o aviso adverte que se deve verificar se 'o mesmo' encontra-se parado no andar, a brincadeira o interpreta como uma referência ao “maníaco dos elevadores”.
b) Na reescrita do aviso, basta repetir a palavra ‘elevador’, ou substituí-la por 'ele' ou ‘este’. São possíveis também paráfrases que evitem a repetição. Em todos os casos, 'mesmo' não deverá constar.
A maioria dos homens que mantêm o cabelo escurecido artificialmente utiliza uma loção conhecida como tintura progressiva. Os familiares, no entanto, têm reclamado do cheiro de ovo podre nas toalhas, porque essa tintura progressiva contém enxofre em sua formulação. Esse cosmético faz uso do acetato de chumbo como ingrediente ativo. O íon chumbo, Pb2+, ao se combinar com o íon sulfeto, S2-, liberado pelas proteínas do cabelo ou pelo enxofre elementar (S8) presente na tintura, irá formar o sulfeto de chumbo, que escurece o cabelo. A legislação brasileira permite uma concentração máxima de chumbo igual a 0,6 gramas por 100 mL de solução.
a) Escreva a equação química da reação de formação da substância que promove o escurecimento dos cabelos, como foi descrito no texto.
b) Calcule a massa, em gramas (duas casas decimais), de Pb(C2H3O2)2.3H2O, utilizada na preparação de 100 mL da tintura progressiva usada, sabendo-se que o Pb2+ está na concentração máxima permitida pela legislação.
Dados de massas molares em g mol-1: Pb=207, C2H3O2=59 e H2O=18.
a) Pb2+(aq) + S2-(aq) → PbS(s)
b) Pb → Pb(C2H3O2)2 . 3H2O
207 g → 379 g 0,6 g → m m = 1,10 g
Seriam necessários 1,10 gramas de Pb(C2H3O2)2 . 3H2O na preparação de 100 mL da tintura progressiva.
Esses artifícios de montagem, mixagem e scratching dão ao rap uma variedade de formas de apropriação que parecem tão volúveis e imaginativas quanto as das artes maiores – como, digamos, as exemplificadas na “Mona Lisa de bigode” de Duchamp e nas múltiplas reduplicações de imagens comerciais pré-fabricadas de Andy Warhol. O rap também apresenta uma variedade de conteúdos. Não apenas utiliza trechos de canções populares, como também absorve ecleticamente elementos da música clássica, de apresentações de TV, de jingles de publicidade e da música eletrônica de videogames. Ele se apropria até mesmo de conteúdos não musicais, como reportagens de jornais na TV e fragmentos de discursos de Malcom X e Martin Luther King.
(Richard Shusterman, Vivendo a arte. São Paulo: Editora 34, 1998, p.149.)
A emergência e a consolidação do rap como linguagem artística foram cercadas de polêmicas de natureza ética, política e cultural. Com base no excerto acima e no quadro de Marcel Duchamp, assinale a alternativa correta.
Os elementos poéticos do rap não podem ser comparados aos procedimentos das artes maiores, pois sua preocupação é mais política do que artística.
A incorporação das referências culturais nas canções dos Racionais Mc’s é comparável ao gesto de Marcel Duchamp ao pintar um bigode na Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Ambos são apropriações imaginativas e críticas.
O modernismo de Marcel Duchamp, os quadros do pintor norte-americano Andy Wahrol e as canções de rap não têm valor artístico, pois expressam a degradação e o ecletismo de uma sociedade de massas.
O rap dos Racionais Mc’s e as artes modernas não fazem distinção entre a cultura erudita e a de massa, misturam os seus elementos e produzem obras destituídas de crítica social.
Os procedimentos de apropriação cultural feitos pelo rap podem ser associados aos ready-mades dadaístas, como o apresentado na obra de Marcel Duchamp. Trata-se da utilização de obras e de referências culturais fora de seus contextos, atribuindo-lhes novos significados, ou amplificando seus significados originais. No álbum Sobrevivendo no Inferno, é possível notar a apropriação de diversas referências musicais, como nos samples de batidas rítmicas e de arranjos de outras músicas. A introdução de “Rapaz comum” apresenta um trecho de narração de um jogo de futebol. Outras relações intertextuais são realizadas, como, por exemplo, a regravação da canção “Jorge de Capadócia”, de autoria do músico Jorge Benjor, e a referência à canção “Apenas um rapaz latino-americano”, de Belchior, no trecho “Eu sou apenas um rapaz latino-americano / Apoiado por mais de cinquenta mil manos”, do rap “Capítulo 4, versículo 3”.
Duas mulheres suecas estão carregando o útero de suas mães. Segundo os médicos responsáveis, esses são os primeiros transplantes de útero de mãe para filha. As cirurgias não tiveram complicações, mas os médicos só vão considerar o procedimento bem-sucedido se as mulheres conseguirem engravidar. Hormônios foram usados para estimular os ovários, que elas já tinham, para “amadurecer” os óvulos. Os cientistas vão fertilizar os óvulos com espermatozoides no laboratório e congelar os embriões que, depois de um tempo, serão transferidos para os úteros das pacientes se elas estiverem em boas condições de saúde.
(“Suecas recebem útero de suas próprias mães”. Folha de S.Paulo, 19.09.2012. Adaptado.)
a) Uma mulher menstrua desde que não tenha problemas hormonais ou no útero. Qual tecido uterino é eliminado durante a menstruação? O que acontece com a musculatura uterina quando ocorrem as cólicas?
b) Cite o hormônio que estimula os ovários a “amadurecer” os óvulos. Por que o transplante de órgãos, neste caso, o útero, entre mãe e filha, muitas vezes apresenta maior viabilidade que o transplante entre mulheres não aparentadas?
a) O tecido eliminado é o endométrio. Durante as cólicas, ocorre a contração da musculatura uterina.
b) O hormônio que auxilia no “amadurecimento” dos óvulos é o hormônio folículo estimulante (FSH). Devido à maior semelhança genética, normalmente há uma maior compatibilidade antigênica entre indivíduos aparentados. Com isso, há uma menor chance de rejeição e, consequentemente, uma maior viabilidade no transplante de órgãos.
A média aritmética das notas de cinco provas de estatística é 6,4. Retirando-se a prova com a menor nota, a nova média aritmética sobe para 7,0. Agora, retirando-se a prova com a maior nota, a nova média aritmética das três provas remanescentes abaixa para 6,5. Se a moda das notas das cinco provas é 6,0, então, necessariamente, a nota de uma das cinco provas é
6,8.
7,2.
7,4.
7,5.
8,0
Para responder a questão, examine a tirinha do cartunista André Dahmer.
Depreende-se da fala do personagem no primeiro quadrinho que
certas guerras são produzidas apenas por aberrações.
todas as aberrações são produzidas pela guerra.
certas aberrações acabam por produzir guerras.
todas as guerras são produzidas por aberrações.
certas aberrações são produzidas apenas pela guerra.
Na fala “Aberrações que só a guerra produz”, a ausência de artigo antes de aberrações indica que algumas aberrações são produzidas somente pela guerra. Assim, a única paráfrase correta dessa fala é a que está na alternativa A.
“Lygia é uma escritora que trabalha com mistérios e pequenas revelações. Porém não se entenda errado: sua escrita não é religiosa, nem mística. Se há religiosidade, é no modo como ela escava a banalidade em busca de seu miolo. Se há misticismo, ele se esconde em sua inclinação para valorizar as zonas subterrâneas da existência.”
(José Castello, “Lygia na penumbra” in Seminário dos Ratos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 170.)
“Etimologicamente, o grego alegoria significa ‘dizer o outro’, dizer alguma coisa diferente do sentido literal. Regra geral, a alegoria reporta-se a uma história ou a uma situação que joga com sentidos duplos e figurados, sem limites textuais (pode ocorrer num simples poema como num romance inteiro), pelo que também tem afinidades com a parábola e a fábula.”
(Adaptado de Carlos Ceia, E-dicionário de termos literários. Disponível em https://edftl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/alegoria. Acessado em 18/08/2021.)
a) No conto “Seminário dos ratos”, há um fato banal que se torna extraordinário no percurso narrativo. Descreva esse fato e apresente dois elementos do enredo que colaboram para a construção do conflito narrado.
b) Há, no conto de Lygia Fagundes Telles, a elaboração de uma alegoria. Identifique qual é o elemento central dessa alegoria e explique seu sentido, considerando o período em que o conto foi publicado.
a) O fato banal que é o centro do enredo do conto de Lygia Fagundes Telles é a realização do seminário mencionado no título. Trata-se da reunião de uma cúpula governamental para resolver um problema público: O VII Seminário dos roedores. A periodicidade do evento, sugerido pela numeração, é mais um indicativo de sua banalidade. Aos poucos, ao longo do enredo, há a incidência de ruídos suspeitos, seguidos de leves tremores de terra até que o prédio é completamente tomado por ratos que terminam por devorar tudo. Um acontecimento a se destacar é a narração do cozinheiro sobre um rato que assume aspectos humanos. O chefe das relações públicas consegue sobreviver à devastação escondido numa geladeira e vê, à distância, quando consegue fugir, as ruínas iluminadas do casarão em que estava, onde, desta vez, os ratos estavam em conferência.
b) O conto de Lygia foi publicado em 1977, no contexto da Ditadura Militar (1964-1985). A restrição da liberdade de expressão imposta pelo regime obrigou artistas a desenvolverem alternativas que permitissem discutir aspectos da realidade político-social brasileira sem terem suas obras proibidas pelos censores. O conto fantástico ou alegórico passou a ocupar espaço significativo na produção literária em prosa nesse período. A principal alegoria é a figura do rato, animal associado diretamente à ideia de sujeira e de doença. Nas narrativas bíblicas, os ratos aparecem como criaturas temíveis e impuras e, na Antiguidade greco-romana, associados a avareza, ganância e roubo exatamente por conseguirem invadir armazéns de grãos e roubar comida. Pela facilidade e rapidez nos momentos de fuga, o comportamento do rato também é associado à covardia. A questão é que os ratos, neste conto, são associados tanto aos animais invasores quanto àqueles que exerciam as funções de governo até aquele momento e cujo comportamento se revela ganancioso e covarde. Assim, pode-se dizer que Lygia critica a situação política do período, caracterizando o governo como corrupto e ineficiente, sem acreditar em qualquer possibilidade de renovação promissora.
Examine a propaganda.
a) Considerando o contexto da propaganda, existe alguma relação de sentido entre a imagem estilizada dos dedos e as palavras “digital” e “diferença”? Explique.
b) Sem alterar o modo verbal, reescreva o trecho “Venha para a biometria. Cadastre suas digitais.”, passando os verbos para a primeira pessoa do plural e fazendo as modificações necessárias.
A ideia de que a demanda de especiarias resultava da necessidade de disfarçar o gosto da carne e do peixe putrefatos é um dos grandes mitos da história da alimentação. Na Europa medieval, os alimentos frescos eram mais frescos que os atuais, pois provinham da produção local. Os alimentos em conserva mantinham-se em salga, curtição, dessecação ou gordura, assim como hoje em dia são enlatados, refrigerados, liofilizados ou embalados a vácuo. De qualquer forma, os aspectos determinantes do papel desempenhado pelas especiarias na gastronomia eram o gosto e a cultura. A cozinha muito temperada com especiarias era objeto de desejo por ser cara e por "condimentar a posição social dos ricos e as aspirações de quem ambicionava sê-lo. Além disso, a moda gastronômica predominante na baixa Idade Média europeia imitava as receitas árabes, que exigiam sabores doces e ingredientes fragrantes: leite de amêndoa, extratos de flores aromáticas e outras iguarias orientais.
(Adaptado de Felipe Armesto-Femández, 1492: o ano em que o mundo começou. São Paulo: Companhia das Letras. 2017, p.27).
A partir do texto acima e de seus conhecimentos históricos:
a) defina o que são as especiarias e explique seu significado social na Europa medieval.
b) explique como era feito o comércio de especiarias na baixa Idade Média.
a) Especiarias são produtos considerados "especiais" e com alto valor no mercado, pois se trata de temperos e comidas exóticas. Que provinham de lugares distantes da Europa, como a Índia. A posse e o uso das especiarias significavam status e poder na Europa Medieval.
b) As especiarias chegavam à Europa por vias terrestres e marítimas. Depois de percorrerem longos caminhos na Ásia Central até o Mediterrâneo, eram distribuídas nos grandes centros europeus e nas feiras do interior. A busca constante desses produtos foi um dos fatores que impulsionaram as Grandes Navegações.
Estrangeirismos são palavras e expressões de outras línguas usadas correntemente em nosso cotidiano. Sobre o emprego de palavras estrangeiras no português, o linguista Sírio Possenti comenta:
Tomamos alguns verbos do inglês e os adaptamos a nosso sistema verbal exclusivamente segundo regras do português. Se adotarmos start, logo teremos estartar (e todas as suas flexões), pois nossa língua não tem sílabas iniciais como st-, que imediatamente se tornam est-. A forma nunca será startar, nem ostartar ou ustartar, nem estarter ou estartir, nem printer ou printir, nem atacher ou atachir etc., etc., etc.
(Adaptado de Sírio Possenti, “A questão dos estrangeirismos”, em Carlos Alberto Faraco, Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001, p. 173-174.)
As alternativas abaixo reproduzem trechos de um fórum de discussão na Internet sobre um jogo eletrônico. Nessa discussão, um jogador queixa-se por não ter conseguido se conectar a uma partida e ter perdido pontos. Escolha a alternativa que contém um exemplo do processo de adaptação de verbos do inglês para o sistema verbal do português, como descreve Sírio Possenti.
(Adaptado de http://forums.br.leagueoflegends.com/board/showthread.php?t=187120. Acessado em 15/07/2017.)
Glossário:
Bug: falha devido ao mau funcionamento em um programa de informática. Computar: contar, incluir. Dar load: carregar. Lolking: site da Internet sobre o jogo Ranked: partida que dá pontos ao jogador Server: servidor; em informática, é um programa ou um computador que fornece serviços a uma rede de computadores. Upar: subir de nível, recarregar.
“Aconteceu logo na manhã deste domingo, quando iniciei uma ranked.”
“Ela não deu load e pensei que era um bug no site.”
“Entrei no lolking para ver se a partida estava sendo computada.”
“Nem upei meu personagem de tanto problema no server.”
A forma verbal "upei", contida na alternativa, corresponde fielmente ao processo descrito por Possenti: foi tomada do inglês "up" e adaptada ao nosso sistema verbal, dando origem ao verbo "upar".
. Quando se pretende transformar a espécie X na espécie Y, ambas devem ser unidas por fertilização e, em seguida, os híbridos resultantes devem ser fertilizados com o pólen de Y. Depois, das várias proles resultantes, seriam selecionadas aquelas que apresentassem maior semelhança com Y, que novamente seriam fertilizadas com pólen de Y, e assim sucessivamente até que, finalmente, Y se mantivesse constante nas gerações seguintes. Por este processo, a espécie X teria sido transformada na espécie Y.
(Adaptado de http://media.wix.com/ugd/b703be_02adaf2adad94fc08b146c5ab0e4b924.pdf. Acessado em 12/12/2016.)
O trecho acima, adaptado da tradução do artigo de Gregor Mendel, ilustra o interesse de Mendel na transformação de espécies.
a) O processo descrito por Mendel está relacionado com que prática amplamente usada na agricultura? Quais as vantagens da utilização desse processo na agricultura?
b) Considerando que a espécie X tenha as características “A” e “B”, que a espécie Y tenha as características “a” e “b” e que os alelos “A” e “B” são dominantes, a partir do cruzamento de X com Y, em quantas gerações todos os descendentes resultantes teriam apenas as características ab? Quais seriam os genótipos formados em cada uma das gerações?
a) Está relacionado com o melhoramento genético, a partir de cruzamentos direcionados. As vantagens são a seleção de características específicas e a obtenção de linhagens mais uniformes.
b) Todos os descendentes terão as características ab a partir da terceira geração. Do enunciado, tem-se que X tem genótipo AABB e Y, aabb. Na primeira geração filial, todos os descendentes terão genótipo AaBb. Na segunda, poderão ter os genótipos AaBb, Aabb, aaBb e aabb. Na terceira geração, todos serão aabb.
Examine a tirinha.
a) De que maneira o terceiro quadrinho contribui para a construção do humor da tirinha?
b) A que contexto se relaciona o último enunciado da tirinha? Justifique
a) No terceiro quadrinho da tira, propõe-se uma nova interpretação para o vocábulo “protocolo” e, com isso, ocorre uma quebra de expectativa que produz comicidade. Nos dois primeiros quadros, o predomínio da escuridão e a repetição exaustiva do mesmo vocábulo vinculam “protocolo” a um falatório improdutivo, limitado a questões burocráticas, “protocolares”. No terceiro quadrinho, satirizando o caráter inócuo do discurso burocrático, atribui-se ao mesmo vocábulo um valor meramente onomatopaico, explorando a proximidade sonora entre o termo e o som produzido pelo trote dos animais (em português, nomeado pela onomatopeia “pocotó”). Essa associação inusitada confere a crítica à burocracia um efeito humorístico.
b) O último enunciado da tira se refere aos diálogos de atendimento telefônico ao cliente (como os serviços de telemarketing ou os SACs). A referência a teclar um número (“tecle 2”) como condição para ouvir novamente uma mensagem estabelece essa menção a tal contexto.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem, imploram Mais duras penas Cadenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas Quando eles embarcam, soldados Elas tecem longos bordados Mil quarentenas E quando eles voltam sedentos Querem arrancar violentos Carícias plenas Obscenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas Quando eles se entopem de vinho Costumam buscar o carinho De outras falenas Mas no fim da noite, aos pedaços Quase sempre voltam pros braços De suas pequenas Helenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas Elas não têm gosto ou vontade Nem defeito nem qualidade Têm medo apenas Não têm sonhos, só têm presságios O seu homem, mares, naufrágios Lindas sirenas Morenas [...]
(Chico Buarque, letra e música, 1989.)
a) Cite duas referências míticas presentes na canção.
b) Identifique duas características da condição da mulher na Atenas antiga, citando o trecho da canção que as menciona.
a) A canção como um todo caracteriza os “Homens de Atenas” como guerreiros e navegantes, arquétipos centrais da mitologia e poesia épica e heroica grega, presentes em obras como a Ilíada e a Odisseia, atribuídas a Homero. Dentre as possíveis referências míticas especificamente contidas na canção, destacam-se aquelas dos versos: “Quando eles embarcam soldados / Elas tecem longos bordados / Mil quarentenas” que aludem a longa espera de Penélope por Ulisses, na Odisseia. “O seu homem, mares, naufrágios/ Lindas sirenas” que remete as criaturas míticas também conhecidas como sereias, responsáveis por enfeitiçar navegantes e provocar o afundamento de navios. Também presentes na Odisseia “De suas pequenas / Helenas” este era o nome da principal personagem feminina da Ilíada e pivô da Guerra de Troia.
b) Em relação a condição da mulher na Atenas Antiga, os versos da canção que melhor a caracterizam são: “Vivem pros seus maridos (...)”, “Quando fustigadas não choram / se ajoelham, pedem, imploram / Mais duras penas, “Sofrem pros seus maridos (...)”, “Elas não tem gosto ou vontade (...)”. Esses versos ressaltam a submissão das mulheres à autoridade de seus maridos, típica da estrutura social patriarcal da Grécia Antiga. “Elas tecem longos bordado / mil quarentenas” ressalta a realização de trabalhos domésticos e a reclusão em que viviam as mulheres gregas da Antiguidade Ateniense, excluídas das questões e espaços públicos. “Despem-se pros maridos (...)”, “Querem arrancar violentos / caricias plenas (...)” e “Geram pros seus maridos / os novos filhos de Atenas” explicita-se, além da violência sexual à que estariam submetidas, seu papel de progenitoras, muito valorizado na Grécia Antiga. Por fim, os versos “Não têm sonhos, só tem presságios”. é uma possível referência ao papel desempenhado por algumas mulheres gregas da Antiguidade como sacerdotisas e profetisas.
O olho é o senhor da astronomia, autor da cosmografia, conselheiro e corretor de todas as artes humanas (...). É o príncipe das matemáticas; suas disciplinas são intimamente certas; determinou as altitudes e dimensões das estrelas; descobriu os elementos e seus níveis; permitiu o anúncio de acontecimentos futuros, graças ao curso dos astros; engendrou a arquitetura, a perspectiva, a divina pintura (...). O engenho humano lhe deve a descoberta do fogo, que oferece ao olhar o que as trevas haviam roubado.
Leonardo da Vinci, Tratado da pintura.
Considere as afirmações abaixo:
O excerto de Leonardo da Vinci é um exemplo do humanismo renascentista que valoriza o racionalismo como instrumento de investigação dos fenômenos naturais e a aplicação da perspectiva em suas representações pictóricas. Num olho humano com visão perfeita, o cristalino focaliza exatamente sobre a retina um feixe de luz vindo de um objeto. Quando o cristalino está em sua forma mais alongada, é possível focalizar o feixe de luz vindo de um objeto distante. Quando o cristalino encontra-se em sua forma mais arredondada, é possível a focalização de objetos cada vez mais próximos do olho, até uma distância mínima. Um dos problemas de visão humana é a miopia. No olho míope, a imagem de um objeto distante forma- se depois da retina. Para corrigir tal defeito, utiliza- se uma lente divergente.Está correto o que se afirma em
I, apenas.
I e II, apenas.
I e III, apenas.
II e III, apenas.
I, II e III.
A afirmação I está correta. De fato, o homem renascentista vive um momento em que o crivo racional e a observação empírica do mundo suplantam a espiritualidade arraigada e o perfi l dogmático do período medieval. Leonardo Da Vinci fez uso da perspectiva e das medidas perfeitas em seus trabalhos com a pintura, e seus desenhos e esboços revelam, nitidamente, a preocupação com o ideal de proporção, de que é exemplar o Homem Vitruviano. Além disso, ao analisarmos o projeto das viagens marítimas, é possível perceber o desenvolvimento e a criação de instrumentos de orientação voltados ao domínio do homem sobre a natureza. A afi rmação II também está correta, porque a imagem de um objeto formada pelo sistema óptico do olho, que inclui o cristalino, é formada sobre a retina. À medida que o objeto é aproximado, o cristalino vai fi cando mais arredondado, aumentando a vergência dos sistema óptico, fenômeno chamado de acomodação do cristalino. Já a afi rmação III está incorreta, pois, no olho míope, o sistema óptico é excessivamente convergente. Assim, a imagem de um objeto distante forma-se antes da retina (entre o cristalino e a retina).
Numa entrevista à Revista n°163, um astrofísico brasileiro conta que propôs, em um artigo científico, que uma estrela bastante velha e fria (6.000 K), da constelação de Centauro, tem um núcleo quase totalmente cristalizado. Esse núcleo seria constituído principalmente de carbono e a estrela estaria a caminho de se transformar em uma estrela de diamante, com a cristalização do carbono.
a) O pesquisador relata ter identificado mais 42 estrelas com as mesmas características e afirma: Enquanto não termina o processo de cristalização do núcleo, as estrelas de diamante permanecem com a temperatura constante. No que diz respeito à temperatura, independentemente de seu valor absoluto, ele complementa essa afirmação fazendo uma analogia entre o processo que ocorre na estrela e a solidificação da água na Terra. Com base no conhecimento científico, você concorda com a analogia feita pelo pesquisador? Justifique.
b) Ao final da reportagem afirma-se que: No diamante da estrela, apenas 0,01 Å separa os núcleos dos átomos do elemento que o compõem. Considerando-se que o raio atômico do carbono no diamante da Terra é de 0,77 Å, quanto valeria a relação numérica entre os volumes atômicos do carbono (Terra/estrela)? Mostre seu raciocínio.
a) Sim, a analogia está correta. Por se tratar de mudança de estado físico, a temperatura do sistema água permanece constante durante o processo de solidificação, assim como ocorre no caso das estrelas de diamante, conforme afirma o texto..
b) Como o átomo é considerado uma esfera, o seu volume é dado por V= 4/3 π r3. Aplicando-se a equação aos dois átomos, tem-se:
VT= 4/3 π rT3 e VE= 4/3 π rE3. Assim, VT / VE = (rT/rE)3.
O raio do átomo na estrela é rE = (0,01/2) Å = 0,005 Å, enquanto que na Terra é rT = 0,77 Å(dado).
Aplicando-se a equação, tem-se: VT / VE = (rT/rE)3 = (0,77/0,005)3 = 3.652.264 = 3,65 x 106.
É interessante notar que o Brasil “padece” de quase todas as “patologias” institucionais identificadas como fatores responsáveis pela elevação do custo de governar: tem um sistema presidencialista; é uma federação; possui regras eleitorais que combinam um sistema de lista aberta com representação proporcional; tem um sistema multipartidário com partidos políticos considerados débeis na arena eleitoral; e tem sido governado por uma ampla coalizão no Congresso.
(Adaptado de Carlos Pereira e Bernardo Mueller, “Comportamento estratégico em presidencialismo de coalizão: as relações entre o Executivo e Legislativo na elaboração do orçamento brasileiro”. Dados – Revista de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, 2002, v. 45, n. 2, p. 2.)
a) O Congresso Nacional no Brasil é formado pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados, exercendo as funções de legislar e fiscalizar. Qual a diferença básica, no sistema bicameral, entre o Senado Federal e a Câmara de Deputados?
b) Qual a diferença entre Estado e governo?
a) O sistema bicameral adotado pelo Brasil prevê a manifestação das duas Casas na elaboração das normas jurídicas. As duas podem elaborar leis, com preponderância da casa iniciadora: se uma matéria tem início na Câmara dos Deputados, o Senado fará a sua revisão, e vice-versa, à exceção de matérias privativas de cada órgão. Cabe às duas Casas fiscalizar o poder Executivo. A Câmara dos Deputados é representante do povo brasileiro, sendo que a representação é feita por proporção da população (os Estados menos populosos têm no mínimo oito deputados e os Estados mais populosos têm no máximo 70 deputados). A Câmara dos Deputados é a Casa em que tem início o trâmite da maioria das proposições legislativas (projetos de leis) e é ela que fiscaliza o emprego dos recursos arrecadados pelos Poderes da União. O Senado representa os Estados (UFs) brasileiros, sendo que cada unidade da federação elege três senadores, em um total de 81 senadores no país. O Senado Federal tem algumas atribuições específicas, em especial na área de controle e do endividamento dos entes federados e de concessão de créditos da União. Tem também a prerrogativa de julgar altas autoridades da República (presidente, magistrados, etc.). Na prática, tem uma função revisora, com poder de veto das matérias apreciadas pela Câmara, efetivando o aprimoramento das leis. Além disso, controla o poder Executivo, tendo iniciativa de lei em matéria financeira, com predomínio de deliberações de interesse nacional ao invés de regional ou estadual.
b) O Estado é uma estrutura político-organizacional formada por um poder político soberano, um povo, um território e um governo. O governo é o núcleo decisório do Estado, encarregado da gestão pública. Enquanto o Estado é permanente, o governo é transitório nas democracias.
Doenças graves como o botulismo, a lepra, a meningite, o tétano e a febre maculosa são causadas por bactérias. As bactérias, no entanto, podem ser úteis em tecnologias que empregam a manipulação de DNA, funcionando como verdadeiras “fábricas” de medicamentos como a insulina.
a) Explique como a bactéria pode ser utilizada para a produção de medicamentos.
b) O botulismo e o tétano decorrem da ação de toxinas produzidas por bactérias que são adquiridas de diferentes formas pelos seres humanos. Como pode ocorrer a contaminação por essas bactérias?
a) Segmentos de DNA com informação para produzir determinado polipeptídeo (medicamento) podem ser inseridos no plasmídio de bactérias, constituindo um DNA recombinante. Essas bactérias passam, então, por várias divisões celulares, aumentando a quantidade de material genético com informação para sintetizar determinado fármaco. Esse segmento de DNA começa a transcrever, produzindo RNAm para sintetizar o polipeptídeo.
b) O botulismo é contraído ao se ingerir enlatados mal conservados, salsichas, bolinhos de carne, camarão contaminados. O tétano é contraído quando se tem ferimentos profundos na pele, que entrem em contato com terra ou com objeto contaminado com esporos da bactéria.
Examine o cartum de Christopher Weyant, publicado em sua conta no Instagram em 16.08.2018.
O recurso expressivo que contribui de maneira decisiva para a compreensão do cartum é
a ironia.
o eufemismo.
a antítese.
a hipérbole.
o paradoxo.
No cartum, o rei diz ao jornalista que está preso: “Se eu não acreditasse em uma imprensa livre, estaria dando a você essa entrevista?”. Isso demonstra uma ironia, figura por meio da qual se diz o contrário do que se quer dar a entender, ou seja, uso de palavra ou frase de sentido diverso ou oposto ao que deveria ser empregado.
este livro
Meu filho. Não é automatismo. Juro. É jazz do coração. É prosa que dá prêmio. Um tea for two total, tilintar de verdade que você seduz, charmeur volante, pela pista, a toda. Enfie a carapuça. E cante. Puro açúcar branco e blue.
(Ana Cristina César, A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 29.)
a) No poema “este livro” usa-se um recurso poético chamado aliteração. Explique o que é aliteração e identifique um exemplo de aliteração presente nesse texto poético.
b) O poema propõe uma definição do próprio livro e inclui algumas “instruções” para o provável leitor. Identifique dois verbos que instruem o leitor e explique a frase “Não é automatismo”, com base no conjunto do poema.
a) Aliteração é a repetição expressiva de fonemas consonantais. Esse recurso pode ser exemplificado no poema por meio das expressões “prosa que dá prêmio”, “tea for two total, tilintar”, “pela pista”, “branco e blue”.
b) O uso do modo imperativo nos verbos “enfie” e “cante” indica que os termos buscam instruir sobre como os poemas devem ser interpretados, destacando a intensidade da relação dos leitores com a obra. Já a frase “Não é automatismo” demonstra o caráter de elaboração artística do texto. Por mais que o caráter prosaico do poema possa parecer simplista, ele se liga a formas de expressão sofisticadas como o jazz ou “prosa que dá prêmio”.
Um número natural é chamado de aclivado se cada um de seus dígitos for menor do que o dígito que o precede, da direita para a esquerda. Por exemplo, 752 é um número aclivado.
a) De 10 a 100, quantos números aclivados existem? E de 100 a 1000?
b) A sequência (1, 3, 6, 10, 15, 21, ...) é chamada de progressão aritmética de segunda ordem, porque a diferença das diferenças entre termos consecutivos da sequência é constante. Determine o centésimo termo dessa sequência.
Examine o cartum de David Sipress, publicado no Instagram por CartoonStock, em 13.06.2021.
Depreende-se da fala do médico que seu paciente é
arrogante.
dissimulado.
monótono.
distraído.
pedante.
No cartum, o médico diz "Eu posso curar o seu problema nas costas, mas há o risco de você ficar sem nada para falar.”
Em 1866, o médico Otto Edward Henry Wucherer (1820-1873), nascido em Portugal e formado na Alemanha, descobriu numerosas microfilárias do parasito hoje conhecido como Wuchereria bancrofti em pacientes com hematúria e quilúria na Bahia, nordeste do Brasil. O parasito é amplamente distribuído na África subsaariana e, até recentemente, encontrado também em focos urbanos no Brasil, especialmente na costa do Nordeste. O tratamento da doença causada pelo W. bancrofti geralmente é feito com alguns anti-helmínticos e, também, com alguns antibióticos.
(Marcelo Urbano Ferreira. Parasitologia contemporânea, 2021. Adaptado.)
a) Qual é o hospedeiro definitivo do W. bancrofti? Na natureza, qual a principal forma de transmissão da doença causada pelo W. bancrofti aos seres humanos?
b) Os antibióticos têm a função de eliminar alguns microrganismos endossimbióticos presentes no W. bancrofti. Cite o tipo de interação ecológica interespecífica que há entre esse parasito e os tais microrganismos endossimbióticos. Por que o uso de antibióticos auxilia no tratamento da parasitose causada pelo W. bancrofti?
a) O hospedeiro definitivo é o homem. A principal forma de transmissão dessa doença é através da picada do mosquito do gênero Culex.
b) A relação ecológica entre Wuchereria e os microrganismos endossimbióticos é de mutualismo. Como os antibióticos eliminam esses microrganismos, o parasito não consegue sobreviver, pois depende dessa associação interespecífica.
Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas