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Proposta de Redação 01 - Redação - pH 14

Texto I

Morte do leiteiro

Há pouco leite no país, é preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, é preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro.

Então o moço que é leiteiro de madrugada com sua lata sai correndo e distribuindo leite bom para gente ruim. Sua lata, suas garrafas e seus sapatos de borracha vão dizendo aos homens no sono que alguém acordou cedinho e veio do último subúrbio trazer o leite mais frio e mais alvo da melhor vaca para todos criarem força na luta brava da cidade.

Na mão a garrafa branca não tem tempo de dizer as coisas que lhe atribuo nem o moço leiteiro ignaro. morador na Rua Namur, empregado no entreposto Com 21 anos de idade, sabe lá o que seja impulso de humana compreensão. E já que tem pressa, o corpo vai deixando à beira das casas uma apenas mercadoria.

E como a porta dos fundos também escondesse gente que aspira ao pouco de leite disponível em nosso tempo, avancemos por esse beco, peguemos o corredor, depositemos o litro… Sem fazer barulho, é claro, que barulho nada resolve.

Meu leiteiro tão sutil de passo maneiro e leve, antes desliza que marcha. É certo que algum rumor sempre se faz: passo errado, vaso de flor no caminho, cão latindo por princípio, ou um gato quizilento. E há sempre um senhor que acorda, resmunga e torna a dormir.

Mas este entrou em pânico (ladrões infestam o bairro), não quis saber de mais nada. O revólver da gaveta saltou para sua mão. Ladrão? se pega com tiro. Os tiros na madrugada liquidaram meu leiteiro. Se era noivo, se era virgem, se era alegre, se era bom, não sei, é tarde para saber.

Mas o homem perdeu o sono de todo, e foge pra rua. Meu Deus, matei um inocente. Bala que mata gatuno também serve pra furtar a vida de nosso irmão. Quem quiser que chame médico, polícia não bota a mão neste filho de meu pai. Está salva a propriedade. A noite geral prossegue, a manhã custa a chegar, mas o leiteiro estatelado, ao relento, perdeu a pressa que tinha.

Da garrafa estilhaçada. no ladrilho já sereno escorre uma coisa espessa que é leite, sangue… não sei Por entre objetos confusos, mal redimidos da noite, duas cores se procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando um terceiro tom a que chamamos aurora.

ANDRADE, Carlos Drummond de. A morte do leiteiro. In: Nova reunião – 23 livros de poesia. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009. V. 1. p. 203-206.

Texto II

Funcionário de lava a jato é morto ao buscar carro de cliente, em Goiânia

Segundo a polícia, ele levava o veículo para lavar no estabelecimento. Familiares acreditam que Dioniton Santos, 30, foi assassinado por engano.

O funcionário de um lava a jato, Dioniton Pereira dos Santos, de 30 anos, foi morto a tiros na quinta-feira (9) quando dirigia o carro de um cliente em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, a vítima tinha acabado de buscar o veículo na casa do proprietário e o levava para o estabelecimento para ser lavado. A família acredita que ele foi morto por engano.

Segundo um familiar de Dioniton, que não quis se identificar, disse que ele trabalhava há 15 anos no local. “Muito trabalhador, muito honesto. Era só do serviço para casa. Com certeza foi enganado. Meu filho não mexia com nada de errado não. Eu quero justiça. Quero que os bandidos que fizeram isso com ele tenham que ser punidos. Eles não podem ficar soltos”, disse.

O crime aconteceu no fim da tarde de quinta-feira no Setor Cidade Jardim, na região sudoeste da capital. Dioniton estava a poucos metros do lava a jato quando teve o carro alvejado. No local do crime, os peritos encontraram cápsulas de pistola. A vítima tinha um filho de dois anos e não tinha nenhuma passagem pela polícia.

Duas horas depois do homicídio, os policiais encontraram um carro que pode ter sido usado pelos autores do crime. De acordo com o perito criminal Ricardo Matos, no veículo foram encontradas cápsulas do mesmo calibre das presentes no local do crime.

“Encontramos aqui no veículo cinco cápsulas, lá na cena do crime havia mais, o que indica um número compatível com carregador de pistola semiautomática”, disse.

De acordo com a Polícia Civil, o proprietário do carro que Dioniton dirigia tinha passagens por tráfico de drogas e era foragido da justiça por ameaça.

Disponível em: http://g1.globo.com/goias/noticia/2017/02/funcionario-de-lava-jato-e-morto-ao-buscar-carro-de-cliente-em-goiania.html

 

Os textos I e II apresentam duas situações em que um mesmo tema está presente: a questão da ineficiência da aplicação de violência como reação à violência. No entanto, os dois são distintos com relação à forma: o primeiro é um poema, gênero de caráter subjetivo, enquanto o segundo é uma notícia, gênero de caráter objetivo.

Você aprendeu que a linguagem objetiva é característica básica da notícia. Neste pH, sua tarefa será produzir uma notícia a partir de um dos seguintes textos:

Proposta de texto I

Erro de português

Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português.

ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.

Proposta de texto II

A novidade veio dar à praia Na qualidade rara de sereia Metade o busto D'uma deusa maia Metade um grande Rabo de baleia...

A novidade era o máximo Do paradoxo Estendido na areia Alguns a desejar Seus beijos de deusa Outros a desejar Seu rabo pra ceia...

Oh! Mundo tão desigual Tudo é tão desigual Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô! Oh! De um lado esse carnaval De outro a fome total Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!...

Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô! Ah! Aaaah! Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô! Ah! Aaaah!

E a novidade que seria um sonho O milagre risonho da sereia Virava um pesadelo tão medonho Ali naquela praia Ali na areia...

A novidade era a guerra Entre o feliz poeta E o esfomeado Estraçalhando Uma sereia bonita Despedaçando o sonho Pra cada lado...

Oh! Mundo tão desigual Tudo é tão desigual Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô! Oh! De um lado esse carnaval De outro a fome total Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!...

GIL, Gilberto. A novidade. Disponível em: . Acesso em: 26/04/2018.

Orientações:

Leia os textos com atenção e procure extrair deles o máximo de informações possível para sua notícia. Em cada proposta há um acontecimento central – seja ele a chegada dos portugueses ao Brasil ou a aparição de uma sereia na praia – e toda a problemática gerada a partir dele.

Crie as informações que achar necessárias para a construção do seu texto.

Produza manchete, subtítulo, lide, olho e desenvolvimento, levando em consideração a fórmula da pirâmide invertida.

Coloque trechos de entrevistas, se desejar.

Escreva entre 15 e 20 linhas.

Atente à objetividade da linguagem jornalística.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 06

Texto I

Lá no fundo está a morte, mas não tenha medo. Segure o relógio com uma mão, pegue com dois dedos o pino da corda, puxe-o suavemente. Agora se abre outro prazo, as árvores soltam suas folhas, os barcos correm regata, o tempo como um leque vai se enchendo de si mesmo e dele brotam o ar, as brisas da terra, a sombra de uma mulher, o perfume do pão.

Que mais quer, que mais quer? Amarre-o depressa a seu pulso, deixe-o bater em liberdade, imite-o anelante. O medo enferruja as âncoras, cada coisa que pôde ser alcançada e foi esquecida começa a corroer as veias do relógio, gangrenando o frio sangue de seus pequenos rubis. E lá no fundo está a morte se não corremos, e chegamos antes e compreendemos que já não tem importância.

(CORTÁZAR, Julio. Instruções para dar corda no relógio. In: ______. Histórias de cronópios e famas. Tradução de Gloria Rodríguez. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009)

 

No texto acima, o escritor argentino Julio Cortázar elabora, de forma criativa e conotativa, instruções para uso de um objeto pouco comum atualmente: um relógio de corda.

Com base nisso, sua tarefa será criar uma pequena narrativa, de 10 a 15 linhas, em que você, assim como Cortázar, dê instruções para usar um objeto de hoje em dia às gerações futuras, que já não saberão como usá-lo.

Procure abusar de sua criatividade utilizando linguagem conotativa/figurada, e não se esqueça de atribuir um título bem interessante ao seu texto.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 04

Leia o infográfico a seguir, sobre o uso das redes sociais pelas empresas brasileiras:

Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2018.

A partir dos dados expostos no infográfico, escreva um parágrafo argumentativo sobre “O uso das mídias sociais feito pelas empresas brasileiras: vantagens e desvantagens”.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 01

Texto I

Doença faz mulher não ter medo de nada

Ela tem um problema em uma região-chave do cérebro para esse sentimento

Cientistas americanos detectaram em uma mulher uma rara doença cerebral que faz com que ela não tema nada – nem uma serpente que se aproxima de seus filhos ou uma faca em seu pescoço. A mulher não experimenta a sensação de medo porque tem destruída a parte de seu cérebro em que os cientistas dizem que esse sentimento é gerado.  Nas últimas duas décadas, os cientistas acompanharam a mulher, identificada como SM, em busca de dados sobre a paciente, que podem fornecer pistas para o tratamento do estresse pós-traumático, particularmente em soldados que retornam da guerra. Justin Feinstein, líder de um estudo sobre SM, diz que "é bastante surpreendente que ela ainda esteja viva".  A natureza do medo é a sobrevivência, e a amígdala cerebral nos ajuda a evitar as situações, as pessoas ou os objetos que colocam nossa vida em perigo. Ao perder sua amígdala, SM perdeu também a sua capacidade de detectar e evitar o perigo.  Em lugar de medo, SM, cuja rara condição é conhecida como doença de Urbach-Wiethe, mostra um sentimento de curiosidade. Para estudar suas reações, os pesquisadores a levaram a uma loja de animais exóticos cheia de aranhas e cobras, animais que ela diz odiar e que tenta evitar.  Mas, ao chegar ao local onde estavam as cobras, SM ficou fascinada com os animais. Consultada sobre se queria segurar uma cobra, ela respondeu que sim e brincou com uma durante três minutos.  Os cientistas ressaltaram que a mulher "nunca foi condenada por um delito, mas que foi vítima de vários".  Feinstein disse que espera que a experiência de SM possa ajudar a tratar pessoas com estresse pós-traumático, um problema comum entre soldados que retornaram do Iraque e do Afeganistão. 

“Suas vidas estão marcadas pelo medo, muitas vezes são incapazes inclusive de sair de casa devido à sempre presente sensação de perigo. Se entendermos como o cérebro processa o medo, talvez algum dia sejamos capazes de conceber tratamentos voltados para áreas selecionadas do cérebro que permitem que o medo se apodere de nossas vidas.”

Disponível em: .

Texto II

A mulher sem medo

Moacyr Scliar

Cientistas americanos estudam o caso de uma mulher portadora de uma rara condição, em resultado da qual ela não tem medo de nada.

Ele não sabia o que o esperava quando, levado mais pela curiosidade do que pela paixão, começou a namorar a mulher sem medo. Na verdade havia aí também um elemento interesseiro; tinha um projeto secreto, que era o de escrever um livro chamado "A Vida com a Mulher sem Medo", uma obra que, imaginava, poderia fazer enorme sucesso, trazendo-lhe fama e fortuna. Mas ele não tinha a menor ideia do que viria a acontecer.

Dominador, o homem queria ser o rei da casa. Suas ordens deveriam ser rigorosamente obedecidas pela mulher. Mas como impor sua vontade? Como muitos ele recorria a ameaças: quero o café servido às nove horas da manhã, senão... E aí vinham as advertências: senão eu grito com você, senão eu bato em você, senão eu deixo você sem comida.

Acontece que a mulher simplesmente não tomava conhecimento disso; ao contrário, ria às gargalhadas. Não temia gritos, não temia tapas, não temia qualquer tipo de castigo. E até dizia, gentil: "Bem que eu queria ficar assustada com suas ameaças, como prova de consideração e de afeto, mas você vê, não consigo."   Aquilo, além de humilhá-lo profundamente, deixava-o completamente perturbado. Meter medo na mulher transformou-se para ele em questão de honra. Tinha de vê-la pálida, trêmula, gritando por socorro. Como fazê-lo? Pensou muito a respeito e chegou a uma conclusão: para amedrontá-la, só barata ou rato. Resolveu optar pela barata, por uma questão de facilidade: perto de onde moravam, havia um velho depósito abandonado, cheio de baratas. Foi até lá e conseguiu quatro exemplares, que guardou num vidro de boca larga. 

Voltou para casa e ficou esperando que a mulher chegasse, quando então soltaria as baratas. Já antegozava a cena: ela, sem dúvida, subiria numa cadeira, gritando histericamente. E ele enfim se sentiria o vencedor.   Foi neste momento que o rato apareceu. Coisa surpreendente, porque ali não havia ratos, sobretudo um roedor como aquele, enorme, ameaçador, o Rei dos Ratos.

Quando a mulher finalmente retornou, encontrou-o de pé sobre uma cadeira, agarrado ao vidro com as baratas, gritando histericamente. Fazendo jus à fama, ela não demonstrou o menor temor; ao contrário, ria às gargalhadas. Foi buscar uma vassoura, caçou o rato pela sala, conseguiu encurralá-lo e liquidou-o sem maiores problemas. Feito que ajudou o homem, ainda trêmulo, a descer da cadeira. E aí viu que ele segurava o vidro com as quatro baratas. O que deixou-a assombrada: o que pretendia ele fazer com os pobres insetos? Ou aquilo era um novo tipo de perversão?

Àquela altura ele já nem sabia o que dizer. Confessar que se tratava do derradeiro truque para assustá-la seria um vexame, mesmo porque, como ele agora constatava, ela não tinha medo de baratas, assim como não tivera medo do rato. O jeito era aceitar a situação. E admitir que viver com uma mulher sem medo era uma coisa no mínimo amedrontadora.

Folha de S.Paulo, 17/1/2011

Disponível em: .

Proposta:

Sabe-se que a crônica apresenta um olhar particular e subjetivo do narrador em relação a um determinado fato do cotidiano. A capacidade do autor de ressignificar os temas e de utilizar a linguagem de forma expressiva é o que determina a qualidade da crônica. Neste pH, sua tarefa será produzir uma crônica narrativa a partir do seguinte trecho de matéria jornalística:

Como apps de dieta e exercícios evoluíram para te ajudar a emagrecer Aplicativos fitness vão cada vez mais além dos contadores de passos e de calorias.

O mês de janeiro é uma das épocas do ano em que as pessoas mais baixam aplicativos fitness, com sugestões de como levar uma vida mais saudável, fazer exercícios físicos e perder peso. Mas sempre bate a dúvida: será mesmo que esse tipo de tecnologia é capaz de nos manter motivados o suficiente para não abandonarmos a dieta ou a ginástica? Pesquisa feita pela empresa de consultoria ComRes, no Reino Unido, indicou que 65% das pessoas fazem resoluções, mas apenas 12% conseguem executá-las com sucesso.

As promessas mais citadas pelos mais de 2 mil entrevistados nessa pesquisa de 2015 foram: fazer mais atividades físicas, emagrecer e ter uma alimentação mais saudável. Essas, contudo, parecem ser resoluções de muita gente não só no Reino Unido, em especial depois de possíveis exageros etílicos e gastronômicos nas comemorações natalinas.

Mas há quem tenha conseguido cumpri-las com ajuda de diferentes tipos de aplicativos.

Aposta em dinheiro

A australiana Sarah, de 34 anos, queria perder peso e, no ano passado, adotou uma rotina de exercícios com a ajuda de um aplicativo pouco convencional, que lhe fazia ganhar ou perder dinheiro a depender de quanto emagrecia.

Ela engordou depois de descobrir um câncer de mama e de enfrentar três cirurgias, que a forçaram a abandonar por um tempo as atividades físicas. "Estava voltando a me exercitar, fazendo caminhada e tentando perder o peso que ganhei por ter ficado sedentária", conta.

Sarah inicialmente programou oito semanas de atividades e passou a contar cada passo que dava com um pedômetro e a monitorar as calorias que ingeria todos os dias. Ela usava o aplicativo também para tentar manter a motivação. Escolheu um que a permitia apostar se alcançaria as próprias metas. Se conseguisse, ganhava em dinheiro o valor que apostou. [...]

Disponível em: .

- Seu texto deve ter entre 7 e 20 linhas;

- Use a criatividade.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 18

O que acontece no cérebro quando divagamos?

O que é a pesquisa?

Passamos boa parte de nosso tempo divagando mentalmente. Quando não estamos concentrados em uma atividade específica, como ler um texto ou realizar um cálculo matemático, tendemos a divagar. Somos craques em “viajar na maionese”. O que acontece no cérebro durante esse período de atividade mental livre? Pesquisadores brasileiros buscaram responder a essa pergunta usando a técnica de ressonância magnética funcional (fMRI), que permite observar a atividade do cérebro em tempo real enquanto participantes voluntários realizam tarefas pré-determinadas.

Sabemos, por experiência própria, que lembranças de eventos que ocorreram em nossas vidas (memórias autobiográficas) surgem inesperadamente durante momentos de divagação. Mas, até agora, havia sido difícil mostrar quais partes do cérebro estão envolvidas especificamente nessas lembranças autobiográficas.

A equipe de pesquisadores liderada pelo neurologista Jorge Moll, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro, mostrou que a recordação dessas memórias autobiográficas aumenta a atividade de um subconjunto de áreas cerebrais que normalmente estão envolvidas em divagações. O resultado sugere que passamos parte do tempo de nossas divagações nos lembrando de acontecimentos pessoais.

Como é feita a pesquisa?

Sempre que participantes de experimentos de fMRI ficam sem fazer nada (isto é, quando se pede a eles para ficarem em repouso, “não pensando em nada” e sem dormir), determinadas áreas do cérebro são ativadas. Essas áreas formam uma rede, chamada de “rede de modo padrão”, e envolvem regiões localizadas no meio do cérebro, tanto na parte da frente quanto na parte de trás. A ideia dos pesquisadores era comparar essa atividade cerebral, obtida durante o “repouso”, com aquela observada quando os participantes estão se lembrando de acontecimentos sociais ou afetivos de suas vidas.

Antes de entrarem no escâner, os participantes escolheram, junto com os pesquisadores, uma série de palavras capazes de desencadear lembranças autobiográficas que envolvessem outras pessoas. Por exemplo, quando vissem a palavra “mãe”, apresentada em uma tela visível de dentro do escâner, o participante deveria se recordar de um acontecimento positivo envolvendo sua mãe. Além de recordações positivas, os participantes também foram instruídos a pensarem em lembranças negativas ou lembranças com pouca força afetiva (neutras). Quando o participante visse uma palavra na tela, sua tarefa era lembrar o acontecimento autobiográfico associado àquela palavra. No entanto, quando lesse a palavra “repouso”, sua tarefa consistia em ficar cerca de dois minutos sem pensar em nada em particular.

Na segunda análise, os pesquisadores buscaram áreas de ativação diferentes entre as duas tarefas (recordação vs. repouso). Eles identificaram um subconjunto de áreas mais ativas durante a tarefa de recordação do que durante a tarefa de divagação. Foram ativados o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado posterior. Essa ativação diferenciada, no entanto, só foi observada para memórias com forte carga emocional (positiva ou negativa). Memórias com baixa carga emocional não mostraram diferenças de atividade cerebral em relação à condição de repouso.

Por fim, na terceira análise, os pesquisadores mostraram que as atividades no córtex pré-frontal medial e no córtex cingulado posterior, áreas mais ativadas durante as recordações autobiográficas, estavam conectadas funcionalmente. Isso acontece quando as atividades cerebrais nessas duas áreas estão correlacionadas. Por exemplo, quanto maior era a atividade no córtex pré-frontal medial, maior era a atividade no córtex cingulado posterior; quanto menor era a atividade em uma área, menor era a atividade em outra área. É como se as duas regiões estivessem conversando.

Qual a importância da pesquisa?

Mesmo quando estamos aparentemente sem fazer nada, nosso cérebro continua trabalhando. Algumas áreas do cérebro são ativadas durante esses períodos de devaneios, quando estamos pensando sobre nós mesmos, imaginando coisas ou recordando acontecimentos de nossas vidas.

Embora os cientistas já soubessem da existência da “rede de modo padrão”, eles ainda não sabiam quais partes dela contribuíam para os diferentes tipos de atividades características dos devaneios. O estudo da equipe de Jorge Moll mostrou que uma sub-rede, formada pelo córtex medial pré-frontal, córtex cingulado posterior e pré-cúneo, é ativada especificamente durante a recordação de memórias autobiográficas, de maneira particular quando essas memórias possuem alta carga emocional.

Enquanto áreas mais dorsais (parte de cima do cérebro) da “rede de modo padrão” estão ligadas a memórias autobiográficas emocionais, como mostrado no estudo, outras áreas mais ventrais (parte de baixo do cérebro) podem estar associadas a autoavaliações, planos sobre o futuro e outros tipos de pensamentos característicos dos devaneios.

Os resultados ajudam a entender melhor o que se passa na cabeça das pessoas durante períodos de atividade mental livre. Além disso, tais conclusões também abrem novas possibilidades de investigação de algumas doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Em todas essas doenças, a “rede de modo padrão” está envolvida. Dessa forma, entender melhor essa rede significa entender melhor essas doenças.

Disponível em: Acesso em 29 mar. 2019

Proposta de redação:

Os textos de divulgação científica sempre são construídos relatando as novidades e as descobertas realizadas por pesquisadores engajados em criarem tecnologia e/ou novos conhecimentos. O texto-base acima apresenta, de maneira minuciosa, o resultado de uma pesquisa feita em 2014 que, curiosamente, afirmou que não há um momento em que o cérebro esteja em completo “repouso”.

Após a leitura cuidadosa do texto, sua missão será escrever um texto entre 15 e 25 linhas no qual você divulgue uma "descoberta científica" que tenha impacto direto na vida dos adolescentes. Pense bem: o que poderia ser descoberto que mudaria seu cotidiano? Use sua imaginação, é claro, mas não deixe de seguir a estrutura textual requerida por esse gênero (com uma linguagem impessoal, apresentando argumentos de autoridade, mesmo que sejam fictícios, para endossarem sua "descoberta"). Atribua um título e subtítulos ao seu texto, similares aos do texto-base.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 21

Série ‘Invasão de Privacidade’ aborda exposição pela internet e rede social

A série “Invasão de Privacidade”, produzida pela TV TEM Itapetininga (SP), aborda a exposição da vida íntima atualmente. A primeira reportagem, exibida nesta segunda-feira (29), destaca a internet. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 85 milhões de pessoas estão conectadas à rede mundial e para acessar as redes sociais e se cadastrar em provedores de e-mails, é preciso passar dados pessoais a algum desconhecido.

A criação da World Wide Web, termo em inglês que significa grande rede mundial, definir a navegação online completa 26 anos em 2015. Desde que surgiu, uma revolução. Hoje em dia o mundo está na palma da mão através dos smartphones espalhados entre pessoas de várias classes sociais. Entre os milhares de aplicativos há aqueles que lembram até quando tomar água e outros detalhes básicos do dia a dia.

Segundo pesquisa feita pelo Ibope, de 2013 para 2014, o número de pessoas que acessam a internet pelo celular no Brasil aumentou 65%. Desses, 94% disseram que utilizam as redes sociais. São nas redes que a privacidade, enfim, é abandonada por completo. Um exemplo é a blogueira Taciele Alcolea, que partindo de um vídeo onde mostrava o próprio quarto conseguiu estabilidade financeira com o blog.

"Quando eu comecei, a galera queria saber sobre mim, o que uso, gosto. Esse é o diferencial de você trabalhar com a internet. É passar informações, ensinar coisas legais, mas você também dividir sua vida. Como um reality. Elas (leitoras) acompanham desde o meu casamento, a minha mudança para São Paulo, tour pelo apartamento, tour pela casa, viagens, cada passo da minha viagem. Então é assim, a minha vida é uma revista aberta", afirma Taciele.

Compartilhamento de dados

As facilidades da rede mundial expõem a diversos riscos invisíveis e silenciosos. O especialista em segurança na internet Paulo Pagliusi lembra que é preciso conhecer os perigos e ficar atento. "Hoje quando você posta algo na internet, numa rede social, a coisa ganha vulto, ganha proporção, que você não sabe mais onde vai parar. Não tem mais a marcha ré. É possível que você se veja tendo lançado informações sensíveis sem querer e em algum momento essas informações podem ser usadas por um ‘cyberatacante’."

“Quando uma pessoa visita ‘meu’ site e esse site registra num cookie essas informações, quando eu volto a anunciar aquele mesmo produto para essa pessoa, essa estratégia é chamada de retargeting. Ou seja, targeting é quando você tá mirando num usuário. Então você mirou naquele usuário e trouxe ele pra sua loja. Ele viu, mas não comprou. Então vou mirar de novo nele, porque ele já meu indicativos de que ele quer aquele produto", explica.

No caso das redes sociais e dos sites de busca, todo conteúdo publicado fica retido na nuvem e pode ser utilizado para diversos fins, pré-estabelecidos pelos termos de uso. "Os termos de uso regulamentam a relação entre um provedor de serviços e o seu usuário. Então, seria muito imprudente que um a empresa na internet passasse a funcionar sem nenhum tipo de regulamentação”, conta Mônica Steffen Guise Rosina, coordenadora de ensino em inovação digital da Fundação Getúlio Vargas (FGV). [...]

O preço de viver conectado pode ser alto e o bom senso seja o caminho pra evitar que a vida online invada a off-line, opina Mônica Steffen Guise Rosina [...]. “Precisa encontrar um equilíbrio entre proteger a privacidade do cidadão, mas ainda assim viabilizar modelos de negócios que garantem o acesso das pessoas de forma geral a esses produtos e serviços. Se todos os serviços forem pagos, eu vou ter uma grande parcela da população que vai deixar de acessá-los. Por outro lado, eu também preciso resguardar algum tipo de privacidade. O grande desafio está em encontrar esse equilíbrio”, conclui.

Disponível em: . Acesso em: 8 ago. 2018. (Adaptado).

Redija um texto dissertativo, de 15 a 20 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema “Como equilibrar a privacidade com a vida nas redes sociais?”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 21

Texto I

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: — Em que espelho ficou perdida a minha face?

Retrato [Cecília Meireles] – Aeroplanos da Birmânia. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/aulusmm/2020/03/25/retrato-cecilia-meireles/. Acesso em: 18 de julho de 2024.

Texto II

 

Composto por dezesseis versos, o poema retrato evidencia com grande pesar e melancolia a passagem do tempo ora refletida do espelho para o corpo ora refletida do espelho para alma. O eu lírico se depara com as transformações do rosto, dos olhos, dos lábios, das mãos e constata com tristeza que já não é mais possível entender tamanha mudança ou ao menos saber em que época as transformações aconteceram.

O processo de adjetivação acentua a carga das mudanças como calmo, triste, vazios, amargo, frias e mortas; pois na segunda estrofe o eu lírico deixa claro que não tinha esta aparência, que aos poucos vai se mostrando indefinida e ao mesmo tempo certa. Tomado pela fragilidade ao término do poema, o eu confessional se questiona no último verso como uma tentativa de reversão ou retomada do passado, em busca de uma face que se perdeu no espelho do tempo.

Disponível em: Língua Portuguesa – Retrato – Cecília Meireles – Conexão Escola SME (goiania.go.gov.br). Acesso em: 18 de julho de 2024.

Inspirando-se nas imagens poéticas do Texto I, escreva um poema retrato, ou seja, um poema em que o eu-lírico reflita sobre seu reflexo, utilizando ao menos 3 figuras de linguagem diferentes.

Atenção: Seu poema deve conter pelo menos uma figura de linguagem de som, de pensamento e de palavra.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 20

Laços de Família

A mulher e a mãe acomodaram-se finalmente no táxi que as levaria à Estação. A mãe contava e recontava as duas malas tentando convencer-se de que ambas estavam no carro. A filha, com seus olhos escuros, a que um ligeiro estrabismo dava um contínuo brilho de zombaria e frieza assistia.

— Não esqueci de nada? perguntava pela terceira vez a mãe.

— Não, não, não esqueceu de nada, respondia a filha divertida, com paciência.

Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre sua mãe e seu marido, na hora da despedida. Durante as duas semanas da visita da velha, os dois mal se haviam suportado; os bons-dias e as boas-tardes soavam a cada momento com uma delicadeza cautelosa que a fazia querer rir. Mas eis que na hora da despedida, antes de entrarem no táxi, a mãe se transformara em sogra exemplar e o marido se tornara o bom genro. “Perdoe alguma palavra mal dita”, dissera a velha senhora, e Catarina, com alguma alegria, vira Antônio não saber o que fazer das malas nas mãos, a gaguejar – perturbado em ser o bom genro. “Se eu rio, eles pensam que estou louca”, pensara Catarina franzindo as sobrancelhas.

LISPECTOR, Clarice. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2018. (Adaptado).

Sabendo que o conto é uma narrativa curta e que apresenta complicação, clímax, resolução do conflito e desfecho, escreva uma continuação para o texto de Clarice Lispector, de 15 a 30 linhas, contando o que poderia ter acontecido após a despedida da mãe e do marido de Catarina. Depois, leia a sua produção para o professor e os colegas.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 16

Grafiteiro daltônico ganha fama internacional retratando moradores de rua no Recife

Jeff Alan é morador do Barro, na Zona Oeste do Recife. Em seu projeto 'Olhar para dentro' ele retrata pessoas anônimas da cidade.​

Já imaginou perceber que as cores na verdade não são da forma que se enxerga? Jefferson Alan, artista de 29 anos, passou por esse processo há três anos, quando descobriu que era daltônico. No entanto, a descoberta da condição não impediu que o artista reinventasse o seu trabalho e ganhasse fama internacional.

"Já cheguei a apresentar uma cor que eu chamei de rosa e não era rosa. Foi aí que isso foi me incomodando, me incomodando e eu descobri que eu sou daltônico", conta o jovem, que assina suas obras como Jeff Alan.

Morador do bairro do Barro, na Zona Oeste do Recife, Jefferson é estudante de arquitetura e filho de uma manicure e de um mecânico. O artista encontrou nas paredes das periferias as telas para sua grafitagem. Com a pandemia da Covid-19, ele teve medo de não poder mais expressar sua arte.

Sem poder sair na rua, Jefferson decidiu criar um novo projeto. "Olhei para dentro, para as pessoas que estão ao redor, meus ancestrais e tudo isso me inspira muito. Foi o que eu sempre quis fazer, o que eu sempre almejei com a minha arte. Ter esse reconhecimento fazendo imagens de pessoas negras contando essas histórias de superação, de luta, de conquistas... É algo muito mágico".

Usando a sua marca registrada, que são traços firmes e sobrepostos, Jefferson criou imagens de pessoas anônimas, moradores de ruas, em homenagem à resistência e solidariedade. "Ilustrar aquela pessoa em uma parede, em um papel, eleva a autoestima dela. Muitas delas perderam a esperança da vida e a gente, com arte, resgata isso. E isso é muito gratificante", afirma.

Assim nasceu o projeto que deu visibilidade à realidade que o jovem queria retratar. As imagens dos seus trabalhos começaram a circular nas redes sociais. Com o sucesso, o artista foi convidado para ilustrar o cenário do programa "Encontro com Fátima Bernardes", da TV Globo.

"Dessa série atual eu consegui vender algumas obras para o México, França, Estados Unidos e vários estados aqui do Brasil".

E mesmo com todas as vendas, Jefferson não se esqueceu do que o inspirou para começar o projeto e trocou 30 trabalhos por cestas básicas, para distribuir entre os moradores de rua do Recife.

"Eu vi que o mínimo que eu tenho é uma grande riqueza. Tem gente que não tem nada e tem um sorriso no rosto. Tem gente que tem tanto e não tem um sorriso, sabe? É muito rico eu, com minha arte, estar resgatando vidas, estar alimentando muita gente", completou.

Disponível em: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/08/25/grafiteiro-daltonico-ganha-fama-internacional-retratandomoradores-de-rua-no-recife.ghtml. Acesso em: 25 ago. 2020. (Adaptado)

Inspirando-se na notícia sobre o jovem artista Jeff Alan, redija um texto dentro das normas desse gênero que verse sobre algum acontecimento artístico (música, cinema, artes visuais etc.) recente voltado ao público jovem, em um modelo para ser apresentado em um site. Se possível, selecione imagens que ilustrem e dialoguem com o seu texto, que deve conter no máximo 30 linhas. Boa redação!

Proposta de Redação 01 - Redação - pH - 17 - FGB

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Caminhos para alcançar uma sociedade brasileira sustentável, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I

O que é desenvolvimento sustentável?

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/. Acesso em: 15 ago. 2022.

Texto II

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.

Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 15 ago. 2022.

Texto III

Há microplásticos em todos os cantos da Terra

Série de novas pesquisas apresenta indicativos sobre os pontos e formas de dispersão dos microplásticos.

[...]

Enquanto a maioria das pesquisas iniciais se concentra em plásticos maiores encontrados nas praias e naqueles que flutuam na superfície da água, fragmentos plásticos menos visíveis e mais onipresentes se alastraram por quase todos os cantos da Terra, desde as mais profundas fossas marítimas até as montanhas alpinas mais altas. Alguns microplásticos são tão pequenos que compõem a poeira soprada ao redor do planeta no alto na atmosfera. [...]

O termo “microplásticos” refere-se a partículas plásticas que medem menos de cinco milímetros. [...] Em 2015, o total anual de resíduos plásticos despejados nos oceanos das regiões costeiras do mundo foi estimado em uma média de 8,8 milhões de toneladas. No mês passado, em um novo relatório divulgado pela ONG Pew Charitable Trusts and Systemiq, formadora de ideias ambientais com sede em Londres, os cientistas concluíram que cerca de 11% desse total despejado nos mares — em torno de 1,4 milhão de toneladas — possui quatro principais fontes de microplásticos: pneus, esferas de produção, produtos têxteis e microesferas.

[...]

“Temos subestimado bastante a quantidade de microplásticos no mundo porque utilizamos métodos tradicionais de amostragem”, afirma Matthew Cole, ecologista marinho de Plymouth [...]. “Com redes suficientemente pequenas, é possível revelar um mapa oculto e invisível dentro dos oceanos. E o mapa é apenas da superfície. Esses cálculos globais não consideram tudo o que afunda.”

[...]

Infelizmente, esses locais também são importantes habitats de esponjas, corais de águas frias e ascídias ou seringas-do-mar, especialmente vulneráveis aos microplásticos porque são organismos filtradores.

A superfície terrestre também não foi poupada

Os pesquisadores também estão coletando microplásticos na água doce e no solo, ao mesmo tempo em que identificam possíveis pontos de entrada na cadeia alimentar. [...] PARKER, L. Há microplásticos em todos os cantos da Terra.

Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2020/08/plastico-poluicao-oceano-meio-ambiente-microplasticos-terra-planeta. Acesso em: 15 ago. 2022.

Texto IV

A relação intrínseca do saneamento básico com o desenvolvimento sustentável [...] para que haja a escalada de uma sociedade sem detrimento das demais gerações, é necessário que haja um prévio planejamento, com administração correta de recursos. Nesse contexto inserem-se as políticas de implementação de saneamento básico, aqui abordado em seu conceito amplo, englobando da captação e fornecimento de água potável ao tratamento e destinação final adequada de resíduos urbanos. Dados retirados do Instituto Trata Brasil (2019) informam que, até 2016, cerca de 35 milhões de pessoas no Brasil não tinham acesso à água tratada no Brasil, e por volta de 100 milhões não possuíam serviço de esgotamento em suas residências. A falta de acesso aos serviços de saneamento básico, além de ensejar uma série de doenças, gera um aumento de gastos com a saúde pública no tratamento dessas mazelas. Segundo o Ministério da Saúde (2006), a majoração desses gastos é de tamanha escala que a cada R$ 1,00 investido em saneamento, se pouparia R$ 4,00 no tratamento de doenças, o que gera um empecilho ao desenvolvimento, sobretudo em localidades onde o acesso a esses serviços públicos não é tão abrangente, como é o caso da região Norte.

OLIVEIRA, C. R. M. et al. Saneamento básico e a relação intrínseca com o desenvolvimento sustentável: um desafio frente à desigualdade socioeconômica na Região Norte do Brasil. Meio Ambiente, Brasil, v. 3., n. 3, 2021, p. 68.

 

 

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 15

Pular corda

Se pudesse o menino pularia

corda

com a linha do horizonte,

se deitaria sobre a curvatura

da Terra

para sempre e sempre

saudar o sol,

encheria os bolsos

de terra e girassóis.

Mas chove uma chuva

fina

e o menino vai até a cozinha

fritar ideias

MURRAY, Roseana. Disponível em . Acesso em 24 mai. 2024.

O poema de Roseana Murray fala da criatividade na infância. O garoto descrito no poema mistura sua imaginação com brincadeiras, como se quisesse se entreter enquanto uma chuva fina caía.

Imagine, então, uma história para esse garoto e construa uma pequena narrativa, com narrador onisciente, em que:

a) no início, o menino, entediado por causa da chuva, imagine uma brincadeira diferente para passar o tempo;

b) no desenvolvimento, uma criatura mágica aparece para o menino e realiza sua vontade, levando-o para um lugar diferente onde ele pudesse brincar;

c) no desfecho, o garoto volte ao lugar onde estava e expresse seus sentimentos sobre a aventura que viveu.

Ao terminar sua produção de texto, confira se sua narrativa obedece às expectativas a seguir.

•             O narrador é onisciente e está em 3ª pessoa?

•             Há organização em parágrafos?

•             A história contém todas as partes necessárias (introdução, desenvolvimento e conclusão)?

•             Usou-se pontuação adequada?

•             Todas as tarefas (a, b, c) da proposta foram seguidas?

•             Há um título para a história?

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 24

Ao mar

Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava tudo inundado! Joel vestiu-se rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tábua e pôs-se a remar. Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...

O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de gávea Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros: Krishna, o faquir que ficou cento e dez dias comendo cascas de ovo; Mac-Dougal, o inglês que escalou o Itatiaia com uma das mãos amarradas às costas; Fred, que foi lançado num barril ao golfo do México e recolhido um ano depois na ilha da Pintada. Moma, irmão de sangue de um chefe comanche; Demócrito que dançava charleston sobre fios de alta tensão...

— A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela manhã, alimentava-se de peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a contemplar as ilhas. Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas águas, distante do céu. Certa vez – uma tempestade! Durou sete horas. Mas não o venceu, não o venceu!

E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?

Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário de bordo. Um dia, disse em voz alta: "Mar, animal rumorejante!" Achou bonita esta frase; até anotou no diário. Depois, nunca mais falou.

À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escuros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?

— Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.

Joel viajava ao largo; perto da África.

SCLIAR, Moacyr. Melhores contos. Seleção de Regina Zilbermann. São Paulo: Global, 2003. p. 105/106.

Esse conto de Moacyr Scliar se passa em grande parte na imaginação do protagonista Joel, o que fica claro no final do trecho em que a mãe o chama para almoçar.

Imagine a cena que se sucede, em que Joel vai almoçar com a mãe e conta suas aventuras. 

Descreva as possíveis reações da mãe e do menino, dando expressividade aos personagens. 

Escreva na forma de um texto teatral de 20 a 30 linhas. Adicione rubricas e diálogos, respeitando as características do gênero dramático.

Seja criativo e boa redação!! 

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 12

Leia a reportagem do portal G1 de notícias:

Piso da quadra chega a 69ºC em partida de Djokovic no Aberto da Austrália

Sérvio Novak Djokovic derrotou Gael Monfils após quase três horas de partida em Melbourne, no primeiro Grand Slam do ano, debaixo do sol de 40ºC; temperatura do piso da quadra chegou a 69ºC

O quarto dia do Aberto da Austrália marcou a chegada de um personagem importante no primeiro Grand Slam do ano: o calor. Depois de três dias com temperaturas mais amenas, o sol apareceu com força e os termômetros chegaram aos 40ºC. A temperatura da quadra chegou a 69ºC. Os que mais sofreram foram aqueles que jogaram por volta do meio dia no horário de Melbourne, caso da partida entre Novak Djokovic e Gael Monfils.

Hexacampeão do torneio, Djokovic venceu o francês Gael Monfils por 3 sets a 1, com parciais de 4/6, 6/3, 6/1 e 6/3, em 2h45 de jogo. Foi o 15º confronto entre os dois. Todos foram vencidos pelo sérvio, que agora enfrenta, na terceira rodada, o espanhol Albert Ramos Viñolas.

O que os organizadores chamam de temperatura de quadra é quantos graus marca o piso durante a partida. Algo parecido é feito na Fórmula 1, quando se mede quantos graus está o asfalto e, em alguns países, chega também aos 60ºC.

- Com certeza, corremos riscos. Honestamente, joguei dois sets sem ar apenas para agradar os juízes - disse o francês, exausto, após o jogo.

Djokovic também falou sobre a temperatura:

- Nosso esporte tornou-se uma indústria, como a maioria dos outros esportes globais. É mais comercial do que um esporte. Foi óbvio que nós dois sofremos na quadra hoje. Mas tem certos dias em que é preciso, como supervisor de torneio, reconhecer que precisa dar aos jogadores mais tempo de descanso antes de entrar em quadra. Entendo que há um fator dos ingressos e se você não jogar as pessoas ficarão insatisfeitas. Mas você deve levar em consideração diferentes aspectos antes de montar uma programação desse jeito - disse o ex-número 1 do ranking.

(https://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/quadra-chega-a-69c-de-temperatura-em-partida-de-djokovic-no-aberto-da-australia.ghtml)

Em suas aulas você aprendeu sobre a técnica da pirâmide invertida, recurso muito utilizado nos textos de caráter jornalístico e que se baseia na ideia de apresentar os fatos por ordem de importância, dos fatos mais fundamentais para os menos fundamentais.

Sua tarefa será produzir uma pequena matéria jornalística, considerando a técnica da pirâmide invertida, para a seguinte manchete:

Marido e mulher se reencontram após 10 anos

Seu texto deve conter entre 15 e 25 linhas;

Não se esqueça das características básicas do texto jornalístico (subtítulo, olho, lide, etc);

Use a imaginação para selecionar os eventos, considerando a fórmula da pirâmide invertida;

Se quiser, você pode colocar alguns trechos de entrevista com as personagens.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 08

No pH de Língua Portuguesa, lemos a carta aberta que Eliane Brum destinou à jovem Thauane a fim de demovê-la da apropriação cultural que, argumenta, existe no uso do turbante, símbolo das mulheres negras. Brum escreveu um artigo de opinião em forma de carta e seu texto foi publicado pelo jornal El País Brasil. Releia um trecho:

Eu compreendo que, para você, o turbante também significava abrigo. E talvez abrigo da dor. Mas você tem outras formas de encontrar abrigo para sua cabeça nua. Assim como eu tenho outros jeitos de me expressar através do que coloco na cabeça. As mulheres negras nos explicam que não. Que para elas o turbante é memória, é identidade e é pertencimento. É, portanto, vital. O que as mulheres negras nos dizem, Thauane, é que não querem que o turbante, que tão precioso é para elas, vire mera mercadoria na nossa cabeça. Então, Thauane, acho que eu e você precisamos escutá-las. E podemos não usar um turbante. Aliás, não usar um turbante é bem o mínimo que podemos fazer.

BRUM, ELIANE. De uma branca para outra. El País. Disponível em: . Acesso em: 2 jun. 2018.

E você? O que pensa sobre o tema da apropriação cultural? É uma forma de homenagear uma dada cultura ou de desrespeitá-la ao transformá-la em mercadoria? Escreva uma carta do leitor ao jornal El País Brasil, posicionando-se sobre o tema. Não se esqueça de que a carta deve ter elementos pré-textuais e uma saudação ao final.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 07

Leia os seguintes fragmentos de dois textos de divulgação científica:

Olhar "pidão" dos cachorros é resultado da evolução, diz estudo.

Um novo estudo revelou que o olhar "pidão" dos cachorros é resultado da evolução. Os especialistas avaliaram a espécie em comparação com os lobos e notaram que a anatomia facial dos cães mudou ao longo de milhares de anos especificamente para permitir que eles se comuniquem melhor com os seres humanos.

A equipe notou que os bichinhos de estimação têm um musculo que os permite mexer as "sobrancelhas". Sua movimentação desencadeia uma resposta estimulante nas pessoas porque faz com que os olhos dos cães pareçam maiores, mais infantis e também se assemelhem ao movimento que os humanos produzem quando estão tristes.

(...) Anteriormente Kaminski descobriu que os cachorros movem suas sobrancelhas significativamente mais quando estão sendo observados por humanos, o que é importante no vínculo entre humanos e cães, porque "pode provocar uma resposta cuidadosa dos seres humanos, mas também pode criar a ilusão de comunicação semelhante à humana".

O grupo de cientistas também descobriu que o músculo responsável pelo olhar "pidão" não existe nos lobos, que são os parentes evolutivos mais próximos dos cachorros domesticados. "Essa é uma diferença marcante para espécies separadas há apenas 33 mil anos e achamos que as mudanças musculares notavelmente rápidas podem estar diretamente ligadas à interação social melhorada dos cães com os humanos", relatou Anne Burrows, que também participou do estudo.

Disponível em: . Adaptado. Acesso em 25/03/2020.

Todos os cães do mundo evoluíram a partir de um único grupo de lobos, afirmam cientistas

Coordenado por Krishna Veeramah, da Universidade Stony Brook, nos EUA, o estudo contradiz a principal teoria sobre a evolução canina - a de que ela ocorreu de populações diferentes de lobos vivendo a milhares de quilômetros uma da outra. A nova hipótese tem como base o estudo do DNA dos ossos de três cachorros encontrados em sítios arqueológicos na Alemanha e na Irlanda, com idades variando entre 4,7 mil e 7 mil anos. Os animais antigos tinham ancestrais em comum com caninos modernos europeus. Analisando as taxas de mudança genética, os cientistas conseguiram estimar que a domesticação de lobos ocorreu entre 20 mil e 40 mil anos atrás.

Cientistas acreditam que os cachorros começaram a correr o mundo, possivelmente na companhia de humanos, há cerca de 20 mil anos. Há 7 mil anos, estavam dispersos pelo planeta, mas ainda não eram o que se pode chamar de animais de estimação.

Posteriormente, os animais passaram a ser criados para ajudar na caça e no pastoreio, um processo que ao longo do tempo criou centenas de raças modernas. O estudo, publicado na revista científica Nature Communications, sugere que raças encontradas em locais tão distintos quanto as Américas e as Ilhas do Pacífico derivam de cães europeus.

Pesquisas anteriores argumentaram que os primeiros cães domesticados surgiram em lados opostos da Eurásia há mais de 12 mil anos. Posteriormente, os cães orientais teriam migrado com humanos e se reproduzido com os ocidentais.

Disponível em: . Adaptado. Acesso em 25/03/2020.

A partir dos textos de divulgação científica acima, construa um roteiro de vlog de científico voltado para o público jovem e que trata, de maneira irreverente, sobre a evolução dos cães. Lembre-se que seu texto deve selecionar informações contidas nos textos de base e apresentá-las de maneira informal e adequando-se a linguagem desse suporte.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 02

(Unesp 2015 - adaptada)

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema Como intensificar o combate ao racismo no Brasil, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para promover a defesa de seu ponto de vista.

Texto I:

O Brasil era o último país do mundo ocidental a eliminar a escravidão! Para a maioria dos parlamentares, que se tinham empenhado pela abolição, a questão estava encerrada. Os ex-escravos foram abandonados à sua própria sorte. Caberia a eles, daí por diante, converter sua emancipação em realidade. Se a lei lhes garantia o status jurídico de homens livres, ela não lhes fornecia meios para tornar sua liberdade efetiva. A igualdade jurídica não era suficiente para eliminar as enormes distâncias sociais e os preconceitos que mais de trezentos anos de cativeiro haviam criado. A Lei Áurea abolia a escravidão, mas não seu legado. Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A abolição foi apenas o primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser uma conquista, se bem que de efeito limitado.

COSTA, Emília Viotti da. A abolição, 2008.

Texto II: 

O Instituto Ethos, em parceria com outras entidades, divulgou um estudo sobre a participação do negro nas 500 maiores empresas do país. E lamentou, com os jornais, o fato de que 27% delas não souberam responder quantos negros havia em cada nível funcional. Esse dado foi divulgado como indício de que, no Brasil, existe racismo. Um paradoxo. Quase um terço das empresas demonstra a entidades seriíssimas que “cor” ou “raça” não são filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razão, as empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas são acusadas por aquilo que as absolve. Tempos perigosos, em que pessoas, com ótimas intenções, não percebem que talvez estejam jogando no lixo o nosso maior patrimônio: a ausência de ódio racial.

Há toda uma gama de historiadores sérios, dedicados e igualmente bem-intencionados, que estudam a escravidão e se deparam com esta mesma constatação: nossa riqueza é esta, a tolerância. Nada escamoteiam: bem documentados, mostram os horrores da escravidão, mas atestam que, não a cor, mas a condição econômica é que explica a manutenção de um indivíduo na pobreza. [...]. Hoje, se a maior parte dos pobres é de negros, isso não se deve à cor da pele. Com uma melhor distribuição de renda, a condição do negro vai melhorar acentuadamente. Porque, aqui, cor não é uma questão

KAMEL, Ali. “Não somos racistas”. www.oglobo.com.br, 09.12.2003.

 

Texto III

Qualquer estudo sobre o racismo no Brasil deve começar por notar que, aqui, o racismo é um tabu. De fato, os brasileiros imaginam que vivem numa sociedade onde não há discriminação racial. Essa é uma fonte de orgulho nacional, e serve, no nosso confronto e comparação com outras nações, como prova inconteste de nosso status de povo civilizado.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil, 1999. Adaptado.

 

Texto IV

Na ausência de uma política discriminatória oficial, estamos envoltos no país de uma “boa consciência”, que nega o preconceito ou o reconhece como mais brando. Afirma-se de modo genérico e sem questionamento uma certa harmonia racial e joga-se para o plano pessoal os possíveis conflitos. Essa é sem dúvida uma maneira problemática de lidar com o tema: ora ele se torna inexistente, ora aparece na roupa de alguém outro.

É só dessa maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em 1988, em São Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98% dos mesmos entrevistados disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim, preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos sobre o grau de relação com aqueles que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com frequência parentes próximos, namorados e amigos íntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário, 2012. Adaptado.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 05

Texto I:

Você sabe quem é Pedro Malasartes?

Disponível em: . Acesso em: 7 maio 2018.

O nome dele pode ser escrito: Pedro Malasartes, Malazartes, ou das Malasartes. Ficou bem conhecido e se tornou um personagem tradicional da cultura portuguesa e, posteriormente, da cultura brasileira. Essa figura era um exemplo da esperteza, da inteligência, da criatividade, mas não se sentia nem um pouco culpado em usar a mentira e enganar as outras pessoas em proveito próprio.

De acordo com o pesquisador da cultura nacional Câmara Cascudo, "Pedro Malasartes é figura tradicional nos contos populares da Península Ibérica, como exemplo de burlão invencível, astucioso, cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos.

Disponível em: . Acesso em: 7 maio 2018.

Texto II:

Uma aventura de Pedro Malasartes

Pedro Malasartes, uma vez, arranjou um emprego de guardador de porcos. Mas ele vivia com raiva do patrão, que dava a ele pouca comida e pagava muito mal.

Um dia Pedro estava guardando os porcos perto de um lamaçal. Então passou por ali um homem que quis comprar os animais. Pedro Malasartes fingiu que era dono deles e vendeu os porcos todos, com a condição de ficar com seus rabos.

Assim que o homem foi embora, enterrou os rabos com a ponta de fora e começou a gritar pelo patrão:

— Patrão, patrão, os porcos se afundaram todos no lamaçal. Socorro! Patrão, patrão!

O patrão, ouvindo o berreiro, veio correndo. Quando viu os rabos na lama, pegou num dele e puxou, pensando que puxava um porco. Mas só saiu o rabo mesmo.

Então, Pedro Malasartes, muito desabusado, preveniu o patrão:

— Assim não, patrão, que o rabo não aguenta. Eles só saem daí se a gente arrancar com a pá.

— Pois vá buscar a pá, anda! Traga logo as duas.

Pedro Malasartes correu até a casa. Ele sabia que o patrão guardava duas bolsas de dinheiro bem escondidas. Então ele pediu à patroa as duas bolsas, dizendo que o patrão é que tinha mandado. A mulher ficou desconfiada. [...]

ROCHA, Ruth. Uma aventura de Pedro Malasartes. Adaptado.

Agora que você já conhece um pouco sobre essa figura tão popular e criativa que é Pedro Malasartes, sua tarefa será continuar a história presente no texto II, iniciando-a com uma fala de Malasartes em discurso direto. Lembre-se de como fazê-lo, empregando os travessões de maneira correta. Dê a seu texto um desfecho engraçado, que mostre como Malasartes conseguiu convencer seu patrão sobre o sumiço dos porcos.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 01

Texto:

A relação entre empresa e cliente pode deixar uma das partes insatisfeita. Quando isso ocorre por parte do cliente, ele pode escrever uma carta de reclamação para expressar os motivos de seu descontentamento. Imagine que você comprou um produto pela internet, mas foi realizada a entrega de um modelo diferente daquele que você havia solicitado.

Sua tarefa neste pH é elaborar uma carta de reclamação semelhante ao modelo apresentado. Seu texto deve ter aproximadamente 10 linhas e ser dividido em parágrafos. Procure descrever o produto que você comprou, o motivo de sua insatisfação e o que você espera que seja feito pela empresa para reparar seu erro.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 01

Aprendemos em sala de aula que os mitos surgiram como forma de representar, simbolicamente, a origem de seres, das coisas e fenômenos naturais. Sua tarefa será escrever uma narrativa de 15 a 20 linhas sobre a origem mítica de um objeto muito utilizado e adorado pelos indivíduos contemporâneos:

Construa explicações simbólicas para o surgimento do celular, considerando: Como surgiu? Por que surgiu? Quem o trouxe para os humanos? Houve alguma maldição, alguma punição para aquele que o criou? Ou alguma recompensa? Quais deuses ou entidades divinas estavam envolvidos na criação do aparelho?...  Não se esqueça de pensar em um título bem criativo!

Proposta de Redação 01 - Redação - pH Sigma - 08 - FGB

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa de até 30 linhas sobre o tema “Os problemas da homofobia na sociedade brasileira” apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

TEXTO I 

 Violência e dificuldade de punir homofobia são problemas apontados em seminário LGBTQIA+ 

 No segundo dia da 18ª edição do Seminário LGBTQIA+ do Congresso Nacional, os participantes apontaram nesta terça-feira (29) a violência em suas diferentes formas e a dificuldade de punir a homotransfobia como alguns dos problemas enfrentados por essa população – que inclui lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, "queer" (quem transita entre as noções de gênero), intersexo, assexuais e outras variações (representadas pelo +). 

O deputado David Miranda (Psol-RJ) ressaltou a dificuldade de se conseguir dados oficiais de violência contra LGBTQIA+. "Sabemos que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo", disse, observando, porém, que os números são coletados por entidades da sociedade civil. 

HAJE, Lara. Agência Câmara de Notícias. Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2021. 

 

TEXTO II 

A violência LGBTfóbica no Brasil 

Entende-se por LGBTfobia toda e qualquer conduta “homofóbica ou transfóbica, real ou suposta que envolva aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido em sua dimensão social”. Esse foi o enquadramento dado pelo Supremo Tribunal Federal (“STF”) com o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26/DF (“ADO nº 26/DF”), em que a LGBTfobia foi enquadrada como crime de racismo – nos moldes da Lei nº 7.716/89, até que seja promulgada Lei específica para criminalização desta conduta pelo Congresso Nacional. Além disso, o STF determinou que, em casos de homicídio doloso, a identificação de LGBTfobia deve ser considerada circunstância qualificadora do crime, por configurar motivo torpe. 

[...] 

A atuação da sociedade civil se mostra, portanto, fundamental na construção de redes capazes de registrar a LGBTfobia e endereçar esse tipo de violência no Brasil, evidenciando a necessidade de construção de políticas focalizadas capazes de endereçar o problema. 

Disponível em: . Acesso em: 11 nov. 2021. 

 

TEXTO III 

Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2021.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH - 21 - FGB

Texto I

Disponível em: . Acesso em: 23 ago. 2021.

Texto II

Disponível em: https://www.poder360.com.br/governo/brasil-passa-pela-maior-crise-hidrica-desde-1931- diz-bento-albuquerque/; Acessado em 23 ago. 2021.

Texto III

Com crise hídrica, geração de energia por termelétricas bate recorde e pesa na conta de luz​

BRASÍLIA — Em meio a uma forte crise hídrica no centro-sul do país, onde ficam algumas das principais hidrelétricas, o Brasil bateu ontem um recorde na geração de energia por termelétricas, que são mais caras e poluentes.

Na segunda-feira, o país produziu 17.137 megawatts médios (MWmed) de energia por termelétricas ao longo do dia. (...)

Nunca antes o país gerou tanta eletricidade a partir dessa fonte em sua História, de acordo com dados do Operador Nacional do Sisteecma Elétrico (ONS) compilados pelo GLOBO.

O custo mais alto é um dos principais motivos para a bandeira vermelha 2 ter entrado em vigor hoje, encarecendo as contas de luz.

Disponível em: https://oglobo.globo.com/economia/com-crise-hidrica-geracao-de-energia-por- termeletricas-bate-recorde-pesa-na-conta-de-luz-25043013. Acessado em 23 ago. 2021.

Texto IV

Entenda a crise hídrica que ameaça o fornecimento de energia no Brasil​

Com baixo volume de chuvas, reservatórios essenciais para geração de energia por hidrelétricas estão com os piores níveis em décadas. Especialistas explicam motivos

Com a chegada do período de estiagem na maior parte do país, os reservatórios de água que concentram algumas das principais hidrelétricas sofrem esvaziamento, o que torna a produção energética mais difícil e cara. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a escassez de chuvas no país para a geração de energia é a pior em 91 anos.

Alguns dos principais reservatórios para a produção energética do país, localizados no Centro-Oeste e no Sudeste, estão no pior nível em 22 anos. São eles: Marimbondo e Água Vermelha, em São Paulo e Minas Gerais, na bacia do rio Grande; Nova Ponte (MG); Itumbiara e São Simão, no rio Parnaíba, entre Goiás e Minas Gerais.

Marcelo Seluchi, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), explica sobre esse recorde de escassez. Ele afirma que o nível de chuvas vem diminuindo ano após ano e que outro grande problema que contribui para o baixo nível nos reservatórios é a falta de chuva, especificamente nas bacias dos rios.

“A vazão média dos rios mais importantes para gerar energia é a mais baixa em 91 anos. Esse dado não é sobre seca e, sim, sobre essa vazão. A bacia do Rio Paraná, por exemplo, está muito baixa, sendo uma das mais importantes para a geração de energia. Estamos em uma sequência de anos bem secos, estamos no oitavo ano consecutivo em que a estação chuvosa é muito abaixo da média”, comenta.

Segundo o meteorologista, a escassez de chuvas é causada, entre outros fatores, pela temperatura do oceano Atlântico, próximo ao Equador, no extremo norte – que, explica ele, foi desfavorável, prejudicando assim as chuvas no Nordeste. Ele pontuou que a maior parte do país que gera energia elétrica teve chuvas abaixo da média no último período chuvoso.

“Diferentemente de outras secas, essa não foi tão severa como a de 2014, porém foi generalizada. Estamos nessa situação porque tivemos muitos anos consecutivos com chuvas abaixo da média e, nos últimos oito anos, este foi o ano com menor volume de chuvas. O sistema hídrico do país está em uma situação complicada”, ressaltou.

Já Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma que houve, neste ano, fortes impactos do El Niño (fenômeno de aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial). “Tivemos esse fenômeno em 2016 e 2017, que criou um sistema de baixo volume de chuvas que ocorreu em praticamente todo o Brasil. E os últimos sete anos, conforme a Organização Meteorológica Mundial, estão sendo os mais quentes e menos chuvosos. Ou seja, há menos chuvas e aumento da temperatura”, detalha.

Energia mais cara

O aumento da conta de energia para os consumidores se deve também à dependência do Brasil das matrizes de energia hidrelétricas. Cerca de 63% dos recursos energéticos são provenientes dessas matrizes, além disso, a utilização de outras fontes de energia a curto prazo são opções mais caras, resultando em preços mais altos nas contas.

Isso porque, com a falta de água, é preciso concentrar a produção em usinas termelétricas para atender à demanda do país. Elas são mais caras e funcionam com base na queima de combustíveis. O Ministério de Minas e Energia estima que, este ano, o acionamento de termelétricas resultará em um custo de R$ 9 bilhões ao consumidor, que deverá ser repassado no ano que vem, com um aumento de 5% no total da tarifa de luz.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um relatório em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A crise hídrica e a crise energética: relações e efeitos, respeitando os requisitos que caracterizam esse gênero textual. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, as informações que devem constar em seu texto.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH - 20 - FGB

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Torcidas organizadas no Brasil: os limites entre e a competição e a violência”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I 

Torcida organizada ou torcida uniformizada é a designação da associação de torcedores de certa organização esportiva no Brasil. O caput do art. 2-A, da Lei 10.671/2003, Estatuto do Torcedor, revela o conceito legal das Torcidas Organizadas, vejamos:

Art. 2º-A. Considera-se torcida organizada, para os efeitos desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado ou existente de fato, que se organize para o fim de torcer e apoiar entidade de prática esportiva de qualquer natureza ou modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

FROTA, J. H. S. Torcidas organizadas? A realidade e o estatuto do torcedor. Parte II. Disponível em:  https://jhfrota.jusbrasil.com.br/artigos/249392908/torcidas-organizadas-a-realidade-e-o-estatuto-do-torcedor-parte-ii. Acesso em: 15 ago. 2022.

TEXTO II 

Violência entre torcidas: Problema assombra o futebol brasileiro desde a década de 90 

Para autoridade, falta de rigor na punição é o principal motivo de tantos casos de violência no esporte 

A briga entre torcidas no futebol brasileiro sempre foi um assunto bastante debatido. Principalmente após o surgimento e crescimento das torcidas organizadas, a rivalidade entre os clubes deixou de existir somente dentro de campo. Os anos 90 foram marcados por violentas brigas de torcidas organizadas no Estado de São Paulo. Em 1995, ocorreu um dos episódios de violência mais marcantes da história do Brasil. 

Palmeiras e São Paulo disputavam a final da Super Copa SP de Juniores no estádio do Pacaembu. Após o apito final, a Mancha Verde (torcida organizada do Palmeiras) entrou em campo para comemorar a vitória sobre o rival. Os integrantes da Independente (torcida organizada do São Paulo) também invadiram o gramado e as torcidas entraram em confronto. 

[...] A briga deixou mais de 100 feridos e um torcedor alviverde foi morto com pauladas na cabeça por um são-paulino, que foi condenado a 12 anos de prisão. 

Após a imprensa repercutir muito o caso, o Ministério Público solicitou a extinção de ambas as torcidas. Além disso, os membros das organizadas estavam proibidos de entrar nos estádios com os uniformes de cada organização, com as bandeiras e com seus instrumentos musicais. Porém, os fanáticos seguiam indo aos jogos sem o traje proibido e os confrontos continuaram acontecendo. 

[...] 

Depois da tragédia no Pacaembu, discutiu-se por quase 10 anos sobre as instituições de torcedores e como elas deveriam participar de um evento de futebol. Em 2003, foi criado o Estatuto do Torcedor para garantir direitos e deveres aos torcedores. Algumas das leis e proibições que vigoram hoje estão presentes no Estatuto desde sua criação. Os membros de torcidas organizadas, por exemplo, só podem entrar com seus uniformes, instrumentos musicais e faixas em uma parte do estádio. A entrada de bandeiras de mastro seguiu proibida por todo esse período. No entanto, na última semana, a Justiça autorizou seu retorno. 

[...] 

Em entrevista ao site da TV Cultura, o delegado César Antônio Borges Saad, da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva - (DRADE), do Dope, comenta sobre a continuação de confrontos entre torcidas mesmo com a medida de torcida única. 

“A violência realmente não encerrou. Essa violência agora ocorre em estações de metrô, em estações de trem e muitas vezes com mais de 20, 30 quilômetros de distância do estádio. A diferença é que a briga que antes aconteceria no entorno do estádio, se fossem duas torcidas, migrou para esses lugares longe das praças desportivas.”, afirma. 

O delegado reforça que a medida de torcida única transmite uma sensação de segurança aos torcedores “comuns” que frequentam o estádio. “Os dados que a Secretaria de Segurança tem é que com apenas uma torcida presente nos clássicos, houve a volta de crianças, idosos e famílias ao estádio.”. 

Até o mês de março de 2022, o Brasil contabilizava um caso de violência no futebol a cada quatro dias. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os casos de violência entre torcidas e entre torcida e jogadores “aumentou consideravelmente” após a volta do público aos estádios. 

Disponível em: cultura.uol.com.br/esporte/noticias/2022/08/01/3887_violencia-entre-torcidas-problema-assombra-o-futebol-brasileiro-desde-a-decada-de-90.html. Acesso em: 15 ago. 2022.

TEXTO III

Disponível em: www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/brasil-da-resposta-insuficiente-a-violencia-de-torcidas. Acesso em: 15 ago. 2022.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 20

Tecnologia e infância combinam?

A discussão não é necessariamente nova. Há tempos a relação entre crianças e tecnologia divide opiniões e concepções educativas de famílias e escolas. Mas, se antes a questão resumia-se a deixar os pequenos assistirem ou não à tevê ou às horas despendidas diante do computador, hoje – em tempos de novas tecnologias e dispositivos móveis – o debate ganha maior complexidade e escala. 

É consenso que celulares, tablets, consoles portáteis de games e outros eletrônicos têm adentrado o universo infantil cada vez mais cedo. Em muitos casos, inclusive, essa introdução conta com o apoio dos próprios pais e instituições de ensino. Não é raro encontrar escolas que, já no Ensino Infantil, ofertam atividades envolvendo tablets, apps e outros recursos virtuais com o intuito de auxiliar aprendizagens que vão desde brincadeiras explorando o conhecimento dos alunos sobre animais e cores até a alfabetização.

Em casa, o uso é ainda mais generalizado. O estudo americano Zero to Eight: Children’s Media Use in America, de 2013, revela que 38% das crianças com menos de 2 anos utilizavam gadgets, ante 10%, em 2011. Na faixa etária de 2 a 4 anos, o índice subiu de 39% para 80% nesse mesmo intervalo de tempo e, de 5 a 8 anos, de 52% para 83%.

Dados como estes têm suscitado a seguinte questão: o uso prematuro de tecnologia beneficia ou prejudica o desenvolvimento da criança? “Tudo depende do uso que pais e educadores fazem deles”, responde Andréa Jotta, psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologia e Informática (NPPI) da PUC-SP. “Óbvio que, se você oferecer aplicativos que estão de acordo com a faixa etária da criança, isso vai despertar o interesse dela e até aí tudo bem. Mas começa a ser ruim quando algo da rotina dela passa a ser vinculado ao uso da tecnologia. Por exemplo, a criança só almoça ou só dorme depois que vê uma historinha no tablet”, explica.

Nesse sentido, pais e educadores precisam ter em mente que crianças entre 3 e 4 anos de idade, por exemplo, precisam exercitar e desenvolver sua comunicação não verbal. “Nessa fase, a criança está desenvolvendo sua linguagem. Então, se ela passar um tempo muito extenso nessas atividades tecnológicas, poderá perder conceitos de comunicação e de sociabilização importantes”, adverte.

Principalmente nessa primeira infância, os ambientes virtuais devem ser introduzidos com a intenção de agregar aprendizados, mas nunca substituir as experiências concretas, empíricas. “Até os 3 anos de idade, a criança precisa muito do sensorial. Deve ser muito estimulada por meio do toque, cheiro, da interação olho a olho. O aprendizado nessa fase se dá muito dessa maneira. Ela tem de pegar a maçã na mão, ver se é dura ou se é mole, que cheiro tem. E o virtual não passa esse tipo de aprendizado”, aponta Farias.

Na escola, a preocupação deve ser a mesma. “A tecnologia é parte da rotina delas e isso é irreversível, não adianta nadar contra a maré. Eu não posso fazer uma dicotomia entre o que a criança vivencia lá fora e o que a escola apresenta. Essa dicotomia faz com que a criança se desmotive”, defende Quézia Bombonatto, psicopedagoga e diretora da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Para ela, o ponto-chave da questão é o equilíbrio. “Quando eu coloco o tablet, por exemplo, como a única ferramenta a orientar o processo de alfabetização, isso não é legal. É bom que ela tenha a oportunidade de manusear essa ferramenta, mas uma criança de 3 anos precisa de outros estímulos psicomotores. É preciso prepará-la para a escrita, para segurar um lápis, fazer um recorte e explorar o espaço do papel”.

Entre as recomendações dos especialistas, deve-se evitar o uso por mais de uma hora contínua. “Ficar três, quatro horas conectado direto é péssimo. No máximo, uma hora. Pode até ficar mais, se fizer o uso em mais de um turno”, aconselha Farias.

Outro aspecto que precisa ser considerado é o horário em que o dispositivo tecnológico é utilizado. Por exemplo, ficar no tablet antes de dormir causa estímulo visual excessivo, o que prejudica o sono. “Mas o mais importante é passar para as famílias e educadores que o tablet ou qualquer outro recurso tecnológico não são babá eletrônica. Ou seja, não pode cair naquela coisa de dar o aparelho quando precisam de silêncio”, aponta o neurologista.

PAIVA, Thais. Disponível em: . Acesso em: 7 ago. 2018. Adaptado.

A partir da leitura do texto-base e relacionando aos conhecimentos construídos ao longo do módulo, redija um texto dissertativo, de 15 a 20 linhas e em norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema “Até que ponto a tecnologia na infância pode ser um estímulo positivo?”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH - 16 - FGB

A partir da leitura dos textos motivadores e tendo em vista os conhecimentos prévios sobre o tema, redija um texto dissertativo-argumentativo, de acordo com a norma culta da língua portuguesa sobre “A precarização do trabalho no Brasil durante a pandemia”. Apresente, em seu texto, argumentos que comprovem ou que refutem o tema, por meio de fatos, opiniões, dados estatísticos e outras fontes consideradas pelas diversas áreas do conhecimento.  

TEXTO I 

A tragédia da pandemia no Brasil chegou aos limites do absurdo, com centenas de milhares de mortos, com o sistema de saúde em ritmo de colapso em várias partes do país, apesar de todos os esforços do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus profissionais de saúde. [...]  O saldo para o mundo do trabalho é conhecido: explosão do desemprego, precarização, informalidade e trabalho cada vez mais intermitente. Tudo isso, em uma sociedade já bastante desigual, produziu uma ambiência mais do que favorável para o avanço destrutivo do vírus. A fantasiosa visão de que na pandemia “estamos todos no mesmo barco” e de que ela é “democrática” em seus impactos, foi desmascarada rapidamente quando todos os números passaram a mostrar que a sua tragédia tem classe, raça, gênero e etnia. São os vulnerabilizados socialmente os mais atingidos. [...] É em meio a este quadro que avança rapidamente no Brasil (na América Latina e em escala global) a chamada uberização do trabalho, enfeixando práticas profundamente nefastas que estão transformando a paisagem de vida e trabalho. Isto porque se trata efetivamente de uma forma de mascaramento e transfiguração das relações assalariadas, que têm que assumir a aparência de não-trabalho. Expande-se, então, entre outras, a figura mistificada do “empreendedor/a”, “prestador/a de serviços”, que passa a ser o modus operandi das grandes corporações plataformizadas, cujo objetivo não é outro senão burlar e fraudar os direitos do trabalho e, desse modo, explorar quase ilimitadamente a força de trabalho sobrante, elevando exponencialmente seus lucros corporativos. 

Disponível em:  https://diplomatique.org.br/a-pandemia-da-uberizacao-e-a-revolta-dos-precarios/. Acesso em 09 nov. 2021.

Texto II  

Disponível em:  https://www.dmtemdebate.com.br/a-pandemia-da-uberizacao-e-a-revolta-dos-precarios/. Acesso em 09 nov. 2021.  

Texto III 

Disponível em:  http://www.ihu.unisinos.br/598769. Acesso em 09 nov. 2021. 

Texto IV 

Está na luta, no corre-corre, no dia-a-dia  Marmita é fria mas se precisa ir trabalhar  Essa rotina em toda firma começa às sete da manhã  Patrão reclama e manda embora quem atrasar 

Trabalhador  Trabalhador brasileiro  Dentista, frentista, polícia, bombeiro  Trabalhador brasileiro  Tem gari por aí que é formado engenheiro  Trabalhador brasileiro  Trabalhador 

Trabalhador 

E sem dinheiro vai dar um jeito  Vai pro serviço  É compromisso, vai ter problema se ele faltar  Salário é pouco não dá pra nada  Desempregado também não dá  E desse jeito a vida segue sem melhorar 

Trabalhador  Trabalhador brasileiro  Garçom, garçonete, jurista, pedreiro  Trabalhador brasileiro  Trabalha igual burro e não ganha dinheiro  Trabalhador brasileiro  Trabalhador 

Seu Jorge, “Trabalhador” 

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 17

Elabore um poema que explore uma ou mais das seguintes figuras de linguagem: aliteração, assonância ou onomatopeia. O objetivo é utilizar essas figuras de som para enriquecer o texto. O poema deve ter pelo menos 6 versos para que haja espaço suficiente para explorar os recursos escolhidos.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 15

 

‘Parasita’, um canto de amor ao cinema

Bong Joon-Hu dirige um filme que é comédia, tragédia grotesca, noir e história de terror. Não perca este filme, alheio a uma sutileza de prestígio, direto e quase lindamente literal

Não é minha intenção usurpar o posto de nenhum crítico de cinema do EL PAÍS. Deus me livre. No entanto, toda vez que encontro um tempo para o “lazer” –sempre escrevo e pronuncio entre aspas–, libertando-me de um cotidiano alienado, hiperconectado e medroso em relação ao trabalho, descubro excelentes filmes no escurinho dos cinemas. O que eu digo não nasce do deslumbramento de uma garota abduzida pelo desejo desmaterializador de aproximar o dedo da tela para desintegrá-lo em moléculas coloridas de luz ou, inversamente, para encarniçar imagens sempre fantasmagóricas. Estremeci com Parasita, filme que ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes e que foi eleito melhor filme na Mostra de Cinema de São Paulo, dirigido pelo coreano Bong Joon-Hu. Primeiro, por causa do vício hitchcockiano de me sentir desafiada por filmes que começam parecendo uma coisa e acabam sendo outra e outra e outra. Como em Psicose: começamos fugindo ao lado de uma bela delinquente e acabamos em um porão aterrorizante. Vejo Parasita e descubro pelo menos três ou quatro filmes que convergem em um que me interessa por causa de sua maneira de se conectar com Hitchcock, Losey, Chabrol, com o picaresco e a servidão de canino retorcido de Tom Jones, de Henry Fielding. Como eu gosto dos retratos dessa gente do serviço que, em vez de dedicar suas vidas aos patrões –os bonzinhos de Downton Abbey–, os suplantam e se banham em bolhas de sabão que não lhes tiram o cheiro de roupa fervida nem a rusticidade de seus modos. Como eu gosto daquelas criadas que furtam e vão aos programas de fofocas para revelar as intimidades daqueles que as exploram. A ardente quebra de confidencialidade, comprada com uns trocados, me excita. Bong Joon-Hu dirige um filme que é comédia, tragédia grotesca, noir, história de terror e da desiludida fosforerita, denuncia as relações de poder –familiares, sexuais, educacionais, trabalhistas– que definem a convivência na Coreia do Sul. Com A Vegetariana, o excelente romance de Han Kang, escritora também sul-coreana, entendemos até que ponto a fusão Ocidente-Oriente, através da roda-viva da globalização, acaba sendo grosseira e selvagem: uma simulação sempre destrutiva e paródica de famílias felizes à moda norte-americana. Simulações de ricas que se liberam comprando. Crianças com traumas de Illinois. Professores de inglês. Churrascos. Abaixo, no subsolo, a realidade dos percevejos e piolhos nos quais repousam as riquezas, o perigo de que detone um explosivo rancor de classe. A lógica do capitalismo enfrenta o espírito criativo e empreendedor dos patrões com a preguiça e as emanações etílicas de motoristas e empregadas domésticas. Os professores fazem parte do serviço e cada capricho se compra com dinheiro. Os de cima, estadosunidenizados mais do que ocidentalizados, não toleram os que de baixo “passem dos limites”. Para os de cima, os de baixo cheiram mal, por mais que precisem deles; os de baixo lutam entre si e sublimam sua * –as águas fecais entre as quais literalmente vivem– com a fantasia cômica de seus privilégios em relação ao grande monstro nortecoreano. E até aí posso ler. Não perca este filme, alheio a uma sutileza de prestígio, direto, quase lindamente literal e ao mesmo tempo um canto de amor ao cinema. Eu, que tento servir sem ser serva, me sinto infectada por esses parasitas. A infecção se relaciona com o mundo em que vivemos e com minha propensão a pegar piolhos no cinema quando era pequena.

Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/03/opinion/1572796043_676744.html. Acesso em: 18 ago. 2020. (Adaptado).

Você acabou de ler uma resenha crítica, que compõe o que chamamos de textos argumentativos. Tomando-o como referência, escreva um texto de até 30 linhas que argumente a favor de algum livro, filme, disco musical, peça de teatro ou obra de arte de que você goste. Não se esqueça de dar um título a seu texto. Boa escrita!

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 24

Texto I

Amor próprio

Praticar o amor-próprio e desenvolver este cuidado por si mesmo pode ser, para algumas pessoas, uma tarefa difícil e um exercício que exige prática diária. No entanto, os benefícios psicológicos de se valorizar e se respeitar são inegáveis, cruciais para que tenhamos equilíbrio e harmonia nas mais diferentes áreas da nossa vida, muitas vezes sendo necessária a ajuda de psicólogo.

O que é o amor-próprio?

O primeiro passo para entender o conceito de amor-próprio é ter em mente que este é um sentimento que, apesar de estar amplamente associado à autoestima, não costuma ser adquirido em uma tarde no salão de beleza ou comprando roupas novas. O amor-próprio independe de aparência, de beleza, e tem muito mais a ver com o modo como nos sentimos internamente em relação a nós mesmos e com a maneira como nos posicionamos perante o mundo.

O amor-próprio é um estado de apreço por si mesmo que provém de ações que nos ajudam a crescer psicológica, física e espiritualmente. O amor-próprio vem do amadurecimento e do autoconhecimento, que nos permitem identificar nossas forças e fraquezas, e aprender a lidar com elas. Ter amor-próprio é entender que nossos defeitos não nos inferiorizam. Todos temos falhas e estamos, a cada dia, fazendo o nosso melhor para crescer e evoluir.

Por que é importante ter amor-próprio

Praticar amor-próprio é entender que você é a pessoa mais importante da sua vida e assumir a responsabilidade pelo que acontece nela, sem culpar os outros e adquirindo cada vez mais autonomia. É algo que permite entender que a nossa felicidade está nas nossas próprias mãos e que, sendo seu bem mais precioso, não pode ser submetida ao controle dos outros.

O amor-próprio nos faz abrir mão de tudo aquilo que não nos faz bem e que não nos ajuda a crescer. Ao mostrar que somos suficientes, paramos de mendigar amor e acabamos com a carência excessiva.

O amor-próprio nos faz filtrar aquilo que não é do bem, descartar o que não soma e não aceitar menos do que merecemos. Praticar amor-próprio é praticar o autoconhecimento: nos ensina a aprender a lidar com nossas emoções nos momentos difíceis e saber como levantar o humor mesmo nos piores dias.

Quem se ama fica mais resistente a críticas que não são construtivas e aprende a amar mais os outros. Praticar o amor-próprio é adquirir autoconfiança e autoconhecimento, sabendo desapegar com mais facilidade de tudo que já não faz mais parte da nossa vida.

Fonte: Adaptado de BROTTO, Thaiana. Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2018.

Texto II

Fonte: ARAÚJO, Yohán. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2018.

A partir da leitura dos textos base e relacionando com os conhecimentos construídos ao longo do módulo, redija um texto dissertativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “A importância do amor próprio para o desenvolvimento pessoal”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

Observação: O limite de linhas da redação deverá ser de no mínimo 15 linhas e máximo de 25 linhas.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 18

O que acontece no cérebro quando divagamos?

O que é a pesquisa?

Passamos boa parte de nosso tempo divagando mentalmente. Quando não estamos concentrados em uma atividade específica, como ler um texto ou realizar um cálculo matemático, tendemos a divagar. Somos craques em “viajar na maionese”. O que acontece no cérebro durante esse período de atividade mental livre? Pesquisadores brasileiros buscaram responder a essa pergunta usando a técnica de ressonância magnética funcional (fMRI), que permite observar a atividade do cérebro em tempo real enquanto participantes voluntários realizam tarefas pré-determinadas.

Sabemos, por experiência própria, que lembranças de eventos que ocorreram em nossas vidas (memórias autobiográficas) surgem inesperadamente durante momentos de divagação. Mas, até agora, havia sido difícil mostrar quais partes do cérebro estão envolvidas especificamente nessas lembranças autobiográficas.

A equipe de pesquisadores liderada pelo neurologista Jorge Moll, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro, mostrou que a recordação dessas memórias autobiográficas aumenta a atividade de um subconjunto de áreas cerebrais que normalmente estão envolvidas em divagações. O resultado sugere que passamos parte do tempo de nossas divagações nos lembrando de acontecimentos pessoais.

Como é feita a pesquisa?

Sempre que participantes de experimentos de fMRI ficam sem fazer nada (isto é, quando se pede a eles para ficarem em repouso, “não pensando em nada” e sem dormir), determinadas áreas do cérebro são ativadas. Essas áreas formam uma rede, chamada de “rede de modo padrão”, e envolvem regiões localizadas no meio do cérebro, tanto na parte da frente quanto na parte de trás. A ideia dos pesquisadores era comparar essa atividade cerebral, obtida durante o “repouso”, com aquela observada quando os participantes estão se lembrando de acontecimentos sociais ou afetivos de suas vidas.

Antes de entrarem no escâner, os participantes escolheram, junto com os pesquisadores, uma série de palavras capazes de desencadear lembranças autobiográficas que envolvessem outras pessoas. Por exemplo, quando vissem a palavra “mãe”, apresentada em uma tela visível de dentro do escâner, o participante deveria se recordar de um acontecimento positivo envolvendo sua mãe. Além de recordações positivas, os participantes também foram instruídos a pensarem em lembranças negativas ou lembranças com pouca força afetiva (neutras). Quando o participante visse uma palavra na tela, sua tarefa era lembrar o acontecimento autobiográfico associado àquela palavra. No entanto, quando lesse a palavra “repouso”, sua tarefa consistia em ficar cerca de dois minutos sem pensar em nada em particular.

Na segunda análise, os pesquisadores buscaram áreas de ativação diferentes entre as duas tarefas (recordação vs. repouso). Eles identificaram um subconjunto de áreas mais ativas durante a tarefa de recordação do que durante a tarefa de divagação. Foram ativados o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado posterior. Essa ativação diferenciada, no entanto, só foi observada para memórias com forte carga emocional (positiva ou negativa). Memórias com baixa carga emocional não mostraram diferenças de atividade cerebral em relação à condição de repouso.

Por fim, na terceira análise, os pesquisadores mostraram que as atividades no córtex pré-frontal medial e no córtex cingulado posterior, áreas mais ativadas durante as recordações autobiográficas, estavam conectadas funcionalmente. Isso acontece quando as atividades cerebrais nessas duas áreas estão correlacionadas. Por exemplo, quanto maior era a atividade no córtex pré-frontal medial, maior era a atividade no córtex cingulado posterior; quanto menor era a atividade em uma área, menor era a atividade em outra área. É como se as duas regiões estivessem conversando.

Qual a importância da pesquisa?

Mesmo quando estamos aparentemente sem fazer nada, nosso cérebro continua trabalhando. Algumas áreas do cérebro são ativadas durante esses períodos de devaneios, quando estamos pensando sobre nós mesmos, imaginando coisas ou recordando acontecimentos de nossas vidas.

Embora os cientistas já soubessem da existência da “rede de modo padrão”, eles ainda não sabiam quais partes dela contribuíam para os diferentes tipos de atividades características dos devaneios. O estudo da equipe de Jorge Moll mostrou que uma sub-rede, formada pelo córtex medial pré-frontal, córtex cingulado posterior e pré-cúneo, é ativada especificamente durante a recordação de memórias autobiográficas, de maneira particular quando essas memórias possuem alta carga emocional.

Enquanto áreas mais dorsais (parte de cima do cérebro) da “rede de modo padrão” estão ligadas a memórias autobiográficas emocionais, como mostrado no estudo, outras áreas mais ventrais (parte de baixo do cérebro) podem estar associadas a autoavaliações, planos sobre o futuro e outros tipos de pensamentos característicos dos devaneios.

Os resultados ajudam a entender melhor o que se passa na cabeça das pessoas durante períodos de atividade mental livre. Além disso, tais conclusões também abrem novas possibilidades de investigação de algumas doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Em todas essas doenças, a “rede de modo padrão” está envolvida. Dessa forma, entender melhor essa rede significa entender melhor essas doenças.

Disponível em: Acesso em 29 mar. 2019

Proposta de redação:

Os textos de divulgação científica sempre são construídos relatando as novidades e as descobertas realizadas por pesquisadores engajados em criarem tecnologia e/ou novos conhecimentos. O texto-base acima apresenta, de maneira minuciosa, o resultado de uma pesquisa feita em 2014 que, curiosamente, afirmou que não há um momento em que o cérebro esteja em completo “repouso”.

Após a leitura cuidadosa do texto, sua missão será escrever um texto entre 15 e 25 linhas no qual você divulgue uma "descoberta científica" que tenha impacto direto na vida dos adolescentes. Pense bem: o que poderia ser descoberto que mudaria seu cotidiano? Use sua imaginação, é claro, mas não deixe de seguir a estrutura textual requerida por esse gênero (com uma linguagem impessoal, apresentando argumentos de autoridade, mesmo que sejam fictícios, para endossarem sua "descoberta"). Atribua um título e subtítulos ao seu texto, similares aos do texto-base.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 07

Leia um fragmento do artigo de opinião “Quando até cientistas precisam crer”, de Marcelo Gleiser, e escreva um artigo de opinião sobre a relação entre Religião e ciência e as consequências impostas por grupos radicais nas sociedades contemporâneas. Não se esqueça de expor sua opinião, defendendo sua tese por meio de argumentos bem fundamentados.

Quando até cientistas precisam crer

Ao discutirmos a complexa relação entre ciência e religião, com frequência nos deparamos com posições polarizadas: ou se afirma "acredito" ou se afirma "não acredito", com convicção semelhante em ambos os casos.

Com frequência ainda maior, se perguntarmos no que, exatamente, se acredita, ou de onde vem a necessidade individual da fé, nos deparamos com respostas vagas que incluem "tradição", "comunidade", "mortalidade", passando pelos que, de fato, têm sua fé examinada, questionada e reavaliada regularmente.

Nossas convicções mudam com a idade e entre elas muda, também, nossa relação com a fé.

Nessa polarização milenar, muita animosidade desnecessária vem da convicção infundada de que os que têm opinião diferente da nossa em relação à fé, ou os que acreditam de forma diferente, estão profundamente equivocados, ou são simplesmente tolos ou, pior, são infiéis que não merecem viver.

Deixando de lado a óbvia radicalização dos muçulmanos de organizações terroristas como Estado Islâmico ou Al Qaeda, um exemplo mais ameno, mas não menos sintomático do radicalismo entre ateus e cristãos, vem ocorrendo nos debates presidenciais americanos, nos quais os ateus são considerados os candidatos menos elegíveis. É impensável que se eleja um presidente ateu nos EUA.

GLEISER, Marcelo. Quando até cientistas precisam crer. Fronteiras do pensamento. Disponível em: . Acesso em: 18 maio 2018. Adaptado.

Proposta de Redação 01 - Redação - pH 08

MOONCALF (BEZERRO APAIXONADO)

Classificação M.M.: XX

O mooncalf (bezerro apaixonado) é um animal extremamente tímido que sai da toca apenas em noites de lua cheia. Tem o corpo liso e cinza-claro, olhos redondos e salientes no cocuruto da cabeça e quatro perninhas finas que terminam em enormes pés chatos. O bezerro apaixonado executa complicadas danças, apoiado nas patas traseiras, em áreas ermas banhadas de luar. Acredita-se que sejam um prelúdio ao acasalamento (e muitas vezes seus movimentos deixam intrincados desenhos geométricos nos campos de trigo para grande perplexidade dos trouxas).

Assistir ao bezerro apaixonado dançar ao luar é uma experiência fascinante e, muitas vezes, proveitosa, porque, se o seu excremento prateado for recolhido antes do sol nascer e espalhado sobre canteiros de ervas mágicas e de flores, as plantas crescerão rapidamente e se tornarão muito resistentes. Os bezerros apaixonados são encontrados no mundo inteiro.

ROWLING, J. K. Animais fantásticos e onde habitam. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.

No livro “Animais fantásticos e onde habitam”, a escritora britânica J. K. Rowling constrói uma espécie de catálogo das criaturas mágicas que vivem no mundo dos bruxos inventado por ela.

Como é possível perceber, a escritora fez grande uso de descrições da criatura para que nós, leitores, pudéssemos imaginá-lo melhor.

Sua tarefa será criar uma lenda, de 10 a 15 linhas, envolvendo o bezerro apaixonado, para explicar melhor os enormes sinais que eles deixam nas plantações. Lembre-se: a lenda deve ter o olhar do trouxa (humano não mágico), e não do bruxo!

Não se esqueça das características principais das lendas, sem confundi-las com as dos mitos.

Estes materiais são parte integrante das coleções da editora Saraiva. Eles poderão ser reproduzidos desde que o título das obras e suas respectivas autorias sejam sempre citadas