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Módulo Objetivo Questão 04 - FGV-SP 2024 .2 - Administração

Um instrumento hospitalar retirado da autoclave (forno de esterilização) tem sua temperatura T(t) no instante t modelada pela função T (t) = Tambiente + (T0– Tambiente)2–3t, onde a temperatura está em graus Celsius e o tempo está em horas. Nessa expressão, T0 é a temperatura do objeto no instante t = 0 e Tambiente é a temperatura do ambiente, assumida constante. Sabendo que Tambiente = 20 e que o produto foi retirado a 160°C da autoclave no instante t = 0, o tempo, em minutos, para o instrumento atingir 90°C é



( a )

12

( b )

18

( c )

10

( d )

15

( e )

20

Resposta:

Como ,  e , temos:

Questão 04 - UNESP 2017 2ª fase - 1º dia

Não apenas a ameaça de confronto nuclear, mas a realidade do conflito militar, formam uma parte básica do “lado sombrio” da modernidade no século atual. O século XX é o século da guerra, com um número de conflitos militares sérios envolvendo perdas substanciais de vidas consideravelmente mais alto do que em qualquer um dos dois séculos precedentes. No presente século, até agora, mais de 100 milhões de pessoas foram mortas em guerras, uma proporção mais alta da população do mundo do que no século XIX, mesmo considerando-se o crescimento geral da população.

(Anthony Giddens. As consequências da modernidade, 1991.)

As duas Grandes Guerras do século XX tiveram, em alguns aspectos, causas semelhantes. Cite dois fatores comuns que desencadearam tais guerras e cite duas razões de suas naturezas destruidoras.

Resposta:

Entre os vários fatores comuns que desencadearam tais guerras poderíamos citar o revanchismo oriundo de conflitos passados, o nacionalismo exacerbado, o militarismo associado a altos investimentos na indústria bélica e as disputas territoriais ligadas a interesses econômicos. Com relação às razões de suas naturezas destruidoras, podemos citar o desenvolvimento de novas tecnologias bélicas com alto poder de destruição; outro aspecto importante é a produção de armamentos em larga escala, típica de uma forma de guerra da era industrial. Por fim, vale lembrar o conceito de guerra total no sentido da mobilização de grande parte da população no esforço de guerra.

Questão 28 - UNESP 2018 2ª Fase - Dia 2

Examine a tiras do cartunista americano Bill Watterson (1958-            ).

a) Na tira 1. como o garoto Calvin interpreta o choro da mãe? Reescreva a última fala de Calvin, substituindo o verbo "antropomorfiza" por outro de sentido equivalente.

b) Na tira 2. a pergunta do tigre Haroldo poderia ser considerada uma resposta para a pergunta de Calvin? Justifique. 

Resposta:

a) Na tira 1, Calvin interpreta que o choro da mãe representa o sofrimento dela por estar "machucando" ("cortando") a cebola. Umas possibilidade de reescrita seria: "Deve ser difícil cozinhar se você humaniza as hortaliças".

b) Sim, a pergunta do tigre Haroldo pode ser considerada uma resposta à de Calvin. Ao questionar quanto tempo Calvin teria levado fazendo as contas, o tigre destaca uma perda de tempo ainda maior do que aquele que Calvin disse ter perdido tomando banho.

Questão 004 - FGV-SP 2013 Economia - 1ª fase - Prova 001 - Caderno 1

Na figura, ABCDEF é um hexágono regular de lado 1 dm, e Q é o centro da circunferência inscrita a ele. O perímetro do polígono AQCEF, em dm, é igual a



( a )

4 + 

( b )

4 + 

( c )

6

( d )

4 + 

( e )

2 (2 + )

Resposta:

Unindo o centro do hexágono regular a cada um de seus vértices, ele fica decomposto em seis triângulos equiláteros congruentes entre si. Assim, temos a figura, cotada em dm: 

Aplicando o teorema dos cossenos ao triângulo QEC, temos

O perímetro P do polígono AQCEF, em dm, é:

P = AQ + QC + CE + EF + FA

P = 1 + 1 +  + 1 + 1 ∴ P = 4 +

Resposta: B

Questão 02 - UNICAMP 2021 - 2ª Fase - 1º dia

Peroração, do latim perorātio, peroratiōnis, de perorāre, significa concluir, arrematar, acabar. Corresponde à parte final do sermão, caracterizada geralmente pela recapitulação, pela amplificação de uma ideia e pela comoção do auditório. Sua finalidade última é comover e mover os ouvintes, isto é, emocionar e mover o ânimo do público para a ação.

(Adaptado de Flávio Antônio Fernandes Reis, “Peroração”. Disponível em www.edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/peroracao. Acessado em 06/10/2020.)

“Mortos, mortos, desenganai estes vivos! Dizei-nos que pensamentos e que sentimentos foram os vossos, quando entrastes e saístes pelas portas da morte. (...) Entre essas duas portas se acha subitamente o homem no momento da morte, sem poder tornar atrás, nem parar, nem fugir, nem dilatar, senão entrar para onde não sabe, e para sempre. Oh que transe tão apertado! Oh que passo tão estreito! Oh que momento tão terrível!”

(Antonio Vieira, “Sermão de 1672”. Sermões de Quarta-feira de Cinza. A arte de morrer: São Paulo: Nova Alexandria,1994, p. 65.)

a) Identifique e explique as duas estratégias retóricas utilizadas por Vieira ao encaminhar-se para a conclusão do Sermão de 1672.

b) Com que sentimentos o pregador busca sensibilizar os ouvintes? Que ação procura estimular nos cristãos?

Resposta:

a) No trecho transcrito, Vieira se utiliza de alguns procedimentos retóricos, dos quais extrai efeitos importantes para a condução de seus argumentos. Logo no início, ele se utiliza da apóstrofe (“Mortos, mortos, desenganai estes vivos!”), fingindo recorrer a uma espécie de argumento de autoridade, ou seja, conclama os mortos a que transmitam suas experiências aos vivos. Em seguida, utiliza-se do paralelismo (“sem poder tornar atrás, nem parar, nem fugir, nem dilatar”), para, com a repetição, ampliar o impacto sobre o ouvinte, expondo o impasse em que este se encontraria, na situação pós-morte. Por fim, ainda uma vez se utiliza do paralelismo (“Oh que transe tão apertado! Oh que passo tão estreito! Oh que momento tão terrível!”), buscando antecipar o estado de espírito que tomaria conta do ouvinte quando este se encontrasse naquela situação. Pode-se ainda referir a alegoria, na representação do momento em que o homem é colocado entre a morte e a definição do caminho a seguir (céu / inferno, salvação / punição) como o espaço entre duas portas. Todas essas são estratégias bastante usuais na estética barroca. Com elas, o enunciador retoma e reforça o argumento central da pregação: o cristão deve viver desenganado da vida material e voltar-se para a vida eterna.

b) O pregador recorre ao terror para impactar os ouvintes e despertar neles o temor diante da morte. Para isso, coloca o homem entre duas portas: aquela que o traz da vida para a morte e aquela que o conduz da morte para a eternidade; para baixo, fica o que, em outro ponto do sermão, ele designa de “precipício que vai parar no Inferno”, isto é, a condenação. O enunciador chama a atenção dos ouvintes para as verdades transcendentes, que estão além da realidade material imediata e efêmera. Com isso, pretende estimular neles a disposição em seguir as ações salvacionistas preconizadas pelo Cristianismo: abdicar da vida material (pré-morte) e dedicar-se à salvação da alma (pós-morte).

Questão 04 - FGV-SP 2017 Administração - 2º semestre - Módulo objetivo

Uma empresa produz x toneladas mensais de um produto a um custo mensal dado (em milhares de reais) por C(x)=0,75x2 + 4x + 40.

A capacidade máxima de produção é de 20 toneladas por mês e toda a produção é vendida a um preço de 25 (milhares de reais) por tonelada. A quantidade em toneladas que deve ser produzida e vendida por mês para maximizar o lucro mensal é:



( a )

12

( b )

18

( c )

14

( d )

20

( e )

16 

Resposta:

A receita obtida com a venda é  e o lucro mensal . Assim, tem-se:

A partir da função L(x) obtida, pode-se construir o gráfico:

A quantidade de toneladas que deverá ser produzida e vendida para que o lucro mensal seja maximizado é:

Questão 04 - FGV-SP 2017 Administração - 2º semestre - Módulo discursivo

A Um tanque cilíndrico fechado contém 54π m3 de água e está cheio somente até metade da sua capacidade. Quando o tanque é colocado no chão, apoiado na sua base circular, a altura da água no tanque é igual a 6m. Quando o tanque é colocado no chão, apoiado no seu lado, qual é a altura, em metros, da superfície da água acima do chão?

B Usando massa de modelar, uma garota molda três esferas de raios, 1 cm, 2 cm e 4 cm. Em seguida, ela mistura as 3 esferas para construir uma única esfera. Qual é o raio dessa última esfera?

Resposta:

a) Dado que o volume de água no cilindro é  e a altura da água é 6 m, quando está apoiado na base circular, sendo R a medida do raio da base, tem-se:

Dado que o tanque está cheio até a metade, quando o tanque estiver apoiado sobre sua face lateral, a altura da água será a metade da altura total que, nesta posição, é a medida do diâmetro. Assim, a altura da água quando o tanque é colocado no chão, apoiado na sua superfície lateral, é igual à medida do raio, isto é, 3 m.

Resposta: 3 m.

b) Ao misturar as esferas, o volume da nova esfera é igual à soma dos volumes das esferas anteriores. Dessa forma, se R for a medida do raio da nova esfera, em cm, tem-se:

Resposta:  cm.

Questão 04 - UNICAMP 2018 2ª Fase - 2º dia - Matemática e Ciências Humanas

No dia seguinte ao decreto da Libertação, negros e negras deixaram apressadamente os lugares onde tinham vivido durante longo tempo nas humilhações da escravidão e, das fazendas e sítios, afluíram em direção às cidades próximas A maior parte desses novos cidadãos livres tinha pequenas economias. Ora, seu primeiro ato foi correr às lojas de calçados.

(Adaptado de Louis Albert Gaffre, Visions du Srésil. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1912, p. 205. Disponível em: https://archive.orgidetails/visionsdubrsi100gaff. Acessado em 01108/2017.) 

a) Considerando o depoimento citado, explique um significado social do uso do sapato na época. 

b) Nomeie duas estratégias de sobrevivência dos brancos pobres, mestiços e forros no período do pós-abolição. 

Resposta:

a) O uso de sapatos era um critério de distinção social, diferenciando escravos (costumeiramente descalços) de livres (calçados). Após a Abolição, os recém-libertos correram para apropriar-se dos sapatos, simbolizando a sua ascensão social.   b) Após a Abolição, e devido à ausência de projetos de inclusão social dos libertos, a condição de vida destes era bastante precária. Por isso, eles foram obrigados a procurar alternativas para a sua sobrevivência, tais como permanecer nas fazendas (aqueles mais velhos, que se submetiam às péssimas condições por não terem outra opção) ou, na maioria dos casos, migrar pra as cidades e se envolver em atividades comerciais ou portuárias. Outra alternativa foi a sua integração às Forças Armadas.

Questão 04 - UNIFESP 2018 1º Dia - Prova de Língua Portuguesa; Língua Inglesa e Redação

Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama:

“Não saia casa 3 outubro abraços”.

O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem.

Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha, mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o “pois não” melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira: “como é?”, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha. Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1 , disse que achava pouco cem mil unidades, em tal emergência, e arrematou: “Dia 4 nós conversamos.” Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância. Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste advertiu: “Passe de largo”; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos cantos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima.

Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: “Desculpe, é engano”, ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz.

Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. “Deve ser engano.” “Não é não, o chefe está à espera.” “Tão cedinho? Precisa ser hoje mesmo? Amanhã eu vou.” “É hoje e é já.” “Impossível.” Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. “O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo” – disse-lhe o chefe. – “Que sabe a respeito do troço?” “Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje.” “Vai estourar?” “Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil?” “Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado. Quer ver? Eu tiro.” “Não, mas e aquela frase em código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano?” “Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho.” “Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para vencer?” “São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido.” “E os cálculos que o senhor fazia diante do palácio?” Emudeceu. “Diga, vamos!” “Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui no bolso.” “O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe?” “Ah, então é por isso que o telegrama custou tanto a chegar?” “Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa.” “Mas, doutor…” Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: “O senhor entende conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro!”

Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa.

(70 historinhas, 2016.)

1arma virumque cano: “canto as armas e o varão” (palavras iniciais da epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias).

O chamado discurso indireto livre constitui uma construção em que a voz do personagem se mescla à voz do narrador. Verifica-se a ocorrência de discurso indireto livre em: 



( a )

“‘O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe?’” (5° parágrafo) 

( b )

“Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o ‘pois não’ melodioso de d. Anita, durante o dia.” (3° parágrafo) 

( c )

“Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: ‘Desculpe, é engano’, ou ficava mudo, sem desligar.” (4° parágrafo) 

( d )

“Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância.” (3° parágrafo) 

( e )

“E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem.” (2° parágrafo)​

Resposta:

O discurso indireto livre, por se incorporar à própria narrativa, não se encontra entre aspas e surge em meio ao próprio discurso do narrador, embora remeta a um pensamento da personagem, como ocorre em "e passado às sete da manhã, veja só".

Questão 04 - UNESP 2019 1ª fase

Leia o trecho do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos, e responda.

O caboclo mal-encarado que encontrei um dia em casa do Mendonça também se acabou em desgraça. Uma limpeza. Essa gente quase nunca morre direito. Uns são levados pela cobra, outros pela cachaça, outros matam-se.

Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo, o último teve angina e a mulher enforcou-se.

Para diminuir a mortalidade e aumentar a produção, proibi a aguardente.

Concluiu-se a construção da casa nova. Julgo que não preciso descrevê-la. As partes principais apareceram ou aparecerão; o resto é dispensável e apenas pode interessar aos arquitetos, homens que provavelmente não lerão isto. Ficou tudo confortável e bonito. Naturalmente deixei de dormir em rede. Comprei móveis e diversos objetos que entrei a utilizar com receio, outros que ainda hoje não utilizo, porque não sei para que servem.

Aqui existe um salto de cinco anos, e em cinco anos o mundo dá um bando de voltas.

Ninguém imaginará que, topando os obstáculos mencionados, eu haja procedido invariavelmente com segurança e percorrido, sem me deter, caminhos certos. Não senhor, não procedi nem percorri. Tive abatimentos, desejo de recuar; contornei dificuldades: muitas curvas. Acham que andei mal? A verdade é que nunca soube quais foram os meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas boas que me trouxeram prejuízo; fiz coisas ruins que deram lucro. E como sempre tive a intenção de possuir as terras de S. Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê-las.

Alcancei mais do que esperava, mercê de Deus. Vieram-me as rugas, já se vê, mas o crédito, que a princípio se esquivava, agarrou-se comigo, as taxas desceram. E os negócios desdobraram-se automaticamente. Automaticamente. Difícil? Nada! Se eles entram nos trilhos, rodam que é uma beleza. Se não entram, cruzem os braços. Mas se virem que estão de sorte, metam o pau: as tolices que praticarem viram sabedoria. Tenho visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca – e engolem tudo.

Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas seguintes.

Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações.

– Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça.

Como a justiça era cara, não foram à justiça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos Gama, que pandegavam no Recife, estudando Direito. Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz.

Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às chicanas de João Nogueira.

Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa Brito também publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem mil-réis.

(S. Bernardo, 1996.)

“Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo, o último teve angina e a mulher enforcou-se.” (2º parágrafo)

Os pronomes sublinhados referem-se, respectivamente, a 



( a )

.“alavanca”, “um”, “viúva e órfãos”. 

( b )

“pedra”, “um”, “meninos”. 

( c )

“pedra”, “alavanca”, “viúva e órfãos”. 

( d )

“alavanca”, “pedra”, “viúva e órfãos”. 

( e )

“alavanca”, “pedra”, “meninos”.

Resposta:

A identificação do referencial de pronomes em textos deve sempre levar em consideração o contexto em que ocorrem. Assim, são coerentes com o sentido dos trechos as seguintes paráfrases:

. A alavanca soltou a si mesma [alavanca] da pedra.

. [A alavanca] bateu no peito de um caboclo.

. Viúva e órfãos miúdos sumiram (segundo o texto, todos morrem de causas diversas).

Questão 04 - FUVEST 2019 1ª Fase - Prova V

A curva de temperatura do ar ilustrada na figura caracteriza um fenômeno meteorológico que é mais frequente no outono e no inverno. Em ambientes urbanos com elevado número de indústrias e poluição veicular, esse fenômeno pode ocasionar quadros de elevadas concentrações de poluentes, provocando problemas à saúde da população e danos à fauna e à flora.

O texto e a ilustração apresentados referem‐se



( a )

à camada de ozônio.

( b )

à inversão térmica.

( c )

ao efeito estufa natural.

( d )

à chuva ácida.

( e )

ao smog fotoquímico.

Resposta:

Em períodos mais frios do ano (outono e inverno), devido a fenômenos meteorológicos, a camada de ar mais frio fica mais próxima da superfície terrestre, invertendo sua posição com uma camada de ar mais quente (entre 5 e 7 Km de altura), o que caracteriza a inversão térmica.

Como o ar mais frio é mais denso que o ar quente, os poluentes têm menos chance de dispersarem, concentrando-se junto à superfície.

Questão 04 - FUVEST 2011 1a Fase - Prova V

Poema ZEN, Pedro Xisto, 1966. 

Diagrama referente ao poema ZEN. 

Observe as figuras acima e assinale a alternativa correta. 



( a )

O equilíbrio e a harmonia do poema ZEN são elementos típicos da produção poética brasileira da década de 1960. O perímetro do triângulo ABF, por exemplo, é igual ao perímetro do retângulo BCJI. 

( b )

O equilíbrio e a harmonia do poema ZEN podem ser observados tanto no conteúdo semântico da palavra por ele formada quanto na simetria de suas formas geométricas. Por exemplo, as áreas do triângulo ABF e do retângulo BCJI são iguais. 

( c )

O poema ZEN pode ser considerado concreto por apresentar proporções geométricas em sua composição. O perímetro do triângulo ABF, por exemplo, é igual ao perímetro do retângulo BCGF. 

( d )

O concretismo poético pode utilizar proporções geométricas em suas composições. No poema ZEN, por exemplo, a razão entre os perímetros do trapézio ADGF e do retângulo ADHE é menor que 7/10. 

( e )

Augusto dos Anjos e Manuel Bandeira são representantes do concretismo poético, que utiliza proporções geométricas em suas composições. No poema ZEN, por exemplo, a razão entre as áreas do triângulo DHG e do retângulo ADHE é 1/6. 

Resposta:

O poema “Zen”, de Pedro Xisto, publicado em 1966, liga-se ao movimento concretista, corrente da vanguarda poética brasileira desencadeada na década de 1950. A palavra “zen” significa, segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, “estado extático de iluminação pessoal, equivalente a um rompimento deliberado com o pensamento lógico, obtido por meio de práticas de meditação sobre o vazio ou reflexão a respeito de absurdos, paradoxos e enigmas insolúveis”. No texto de Pedro Xisto, a decodificação das linhas geométricas que formam a palavra “zen” exige esforço intelectual do leitor, pois elas constituem uma espécie de enigma visual cuja decifração levaria a um estado de iluminação, equilíbrio e surpresa. Matematicamente, o equilíbrio das formas justifica-se pelo fato de que o triângulo ABF é equivalente a metade do quadrado ABFE (I). O retângulo BCJI é equivalente a metade do quadrado BCJF (II). Os quadrados ABFE e BCGF são equivalentes (III). De (I), (II) e (III) conclui-se que as áreas do triângulo ABF e do retângulo BCJI são iguais.

Questão 04 - UNICAMP 2010 2ª fase - Matemática e Inglês

Laura decidiu usar sua bicicleta nova para subir uma rampa. As figuras abaixo ilustram a rampa que terá que ser vencida e a bicicleta de Laura.

a) Suponha que a rampa que Laura deve subir tenha ângulo de inclinação α, tal que . Suponha, também, que cada pedalada faça a bicicleta percorrer 3,15 m. Calcule a altura h (medida com relação ao ponto de partida) que será atingida por Laura após dar 100 pedaladas.

 

b) O quadro da bicicleta de Laura está destacado na figura à direita. Com base nos dados da figura, e sabendo que a mede 22 cm, calcule o comprimento b da barra que liga o eixo da roda ao eixo dos pedais.

 

Resposta:

Resposta Esperada

a) Se cada pedalada desloca a bicicleta em 3,15 m, as 100 pedaladas fazem-na percorrer 315 m. Essa distância corresponde ao comprimento da hipotenusa do triângulo retângulo que representa a rampa. A altura h desse triângulo é dada por 315sen(α).

Resposta: As 100 pedaladas farão Laura subir 31,5 m.

 

 

a') Se cada pedalada desloca a bicicleta em 3,15 m, as 100 pedaladas fazem-na percorrer 315 m. Essa distância corresponde ao comprimento da hipotenusa do triângulo retângulo que representa a rampa.

Resposta: As 100 pedaladas farão Laura subir 31,5 m.

 

b) A soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º. Assim, o terceiro ângulo do triângulo direito do quadro da bicicleta mede 180 – 24 – 77 = 79º. Somando esse valor ao ângulo de 26º, concluímos que o ângulo superior do triângulo esquerdo do quadro da bicicleta é igual a 180 – 26 – 79 = 75º. Assim, o outro ângulo desse triângulo mede 180 – 75 – 30 = 75º, de modo que o triângulo é isósceles. Nesse caso, o comprimento b é dado por a/[2.sen(15º)].

 

 

b’) A soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º. Assim, o terceiro ângulo do triângulo direito do quadro da bicicleta mede 180–24–77=79º. Somando esse valor ao ângulo de 26º, concluímos que o ângulo superior do triângulo esquerdo do quadro da bicicleta é igual a 180–26–79=75º. Assim, o outro ângulo desse triângulo mede 180–75–30=75º, de modo que o triângulo é isósceles.

 

 

b'') A soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º. Assim, o terceiro ângulo do triângulo direito do quadro da bicicleta mede 180 – 24 – 77 = 79º. Somando esse valor ao ângulo de 26º, concluímos que o ângulo superior do triângulo esquerdo do quadro da bicicleta é igual a 180 – 26 – 79 = 75º. Assim, o outro ângulo desse triângulo mede 180 – 75 – 30 = 75º, de modo que o triângulo é isósceles.

 

Questão 04 - UNICAMP 2010 2ª fase - Química e História

Milagre, Milagre... É a imagem de uma santa na vidraça! Muitos comentários desse tipo foram veiculados na imprensa em 2002. Diante de tantas hipóteses e superstições para explicar a observação, a Revista n°79 traz uma reportagem onde se conclui: Aos poucos, portanto, a ciência desvenda os enigmas da natureza e, nesse caso, ensina que a “Nossa Senhora das Vidraças” não é um fenômeno do além. É apenas fruto do acaso... 

 

a) Do ponto de vista da Química, o texto afirma, em palavras, que um dos estágios da corrosão do vidro, em presença de água, pode ser representado simplificadamente pelo esquema abaixo:

 

 

O que ocorre com o valor de pH da água (aumenta, diminui ou permanece constante) após um contato prolongado com o vidro? Justifique sua resposta.

 

b) Também se afirma no texto que se o vidro estiver exposto a um ambiente úmido e rico em CO2, um resíduo sólido pode se depositar em sua superfície. Dê o nome do resíduo e a equação química da reação de formação do depósito.

Resposta:

a) O pH da água aumenta, já que na reação que ocorre na corrosão do vidro o íon sódio (Na+) vai para a água enquanto o íon hidroxônio (H+) vai para o vidro. Com isso a concentração de OH- na água fica maior que a de H+, o que faz aumentar o seu pH. 

b) Com a umidade, o processo de corrosão citado no item a passa a ocorrer e o CO2 do ambiente dissolve-se na água, formando CO32- e/ou HCO3 -. No caso do carbonato, o sólido que se deposita na superfície do vidro é o carbonato de sódio (Na2CO3): 

CO2(g) + 2OH-(aq) + 2Na+(aq) → Na2CO3(s) + H2O(l) 

No caso do hidrogenocarbonato, o sólido que se deposita na superfície do vidro é o hidrogenocarbonato de sódio (NaHCO3):

CO2(g) + OH-(aq) + Na+(aq) → NaHCO3(s) 

Observação: Aceitou-se como resposta a indicação de ambos os sólidos ou apenas um deles. Também se aceitaram as denominações carbonato ácido de sódio e bicarbonato de sódio para o sólido NaHCO3.

Questão 04 - FGV-SP 2018 Economia - 2ª fase - Prova 004 - Caderno 2

Leia o texto para responder:

O roubo de cargas que impulsiona os dois complexos de favelas do Rio de Janeiro – Chapadão e Pedreira – não deixa de ter algo de loteria. Rouba-se muito e de tudo. Ficou para trás o tempo em que os aparelhos eletroeletrônicos eram o maná dos piratas do asfalto. De uns tempos para cá, tornaram-se muito atraentes produtos alimentícios, farmacêuticos, bebidas e cigarros, pela facilidade de distribuição que propiciam. Em questão de minutos, o material roubado pode ir parar em feiras, ambulantes, lojas, biroscas, mas não só. [...] Empresário do setor há 30 anos, Donizeti Pereira viu 15 carretas suas serem levadas para o Chapadão neste ano. Conseguiu reaver os caminhões e as cargas, que não interessavam aos bandidos: pneus e minérios de ferro e aço. Mesmo assim, ele estima um prejuízo de 20% do faturamento com gastos em segurança.

(Hudson Corrêa e Sérgio Garcia, O covil dos ladrões de carga. Época, 14.08.2017. Adaptado)

Considerando o emprego das classes de palavras,

a) classifique a palavra “se” nas frases seguintes, explicando o efeito de sentido desses usos: “Rouba-se muito e de tudo.” e “... tornaram-se muito atraentes produtos alimentícios, farmacêuticos, bebidas e cigarros...”.

b) justifique a diferença no emprego da palavra “que” nas passagens: “O roubo de cargas que impulsiona os dois complexos de favelas do Rio de Janeiro...” e “Conseguiu reaver os caminhões e as cargas, que não interessavam aos bandidos...”.

Questão 04 - UNESP 2018 2ª Fase - Dia 1

A Transamazônica inscrevia-se também nesse amálgama Geopolítica-Segurança Nacional. No caso da Amazônia, o projeto da corrente nacionalista de direita do Exército era o de povoar, mas as contingências do tempo e do capital não seguiam mais as fórmulas pombalinas. Assim, na impossibilidade de povoar com gente – seria necessária a migração de toda a população brasileira para chegar-se a taxas de densidade razoáveis no vasto território amazônico – optou-se pelo povoamento com interesses: a Zona Franca de Manaus configura-se como uma modalidade de povoamento por meio de interesses constituídos. A própria Transamazônica era uma estratégia mista de povoamento populacional e de interesses.

(Francisco de Oliveira. “A reconquista da Amazônia”. Novos Estudos Cebrap, março de 1994. Adaptado.)

a) Em que período da história brasileira foi proposto e iniciado o projeto de construção da rodovia Transamazônica? Qual semelhança o texto estabelece entre o projeto de construção da Transamazônica e a constituição da Zona Franca de Manaus?

b) Qual foi a justificativa dada pelo governo federal para a abertura da estrada? A que se refere a afirmação de que “A Transamazônica inscrevia-se também nesse amálgama Geopolítica-Segurança Nacional”?

Resposta:

a) Durante o Regime Militar. O texto afirma que se tratou de uma estratégia de povoamento da Amazônia por meio de "interesses constituídos", tanto na Zona Franca como na Transamazônica.

b) Uma das principais justificativas do governo para a construção da Transamazônica foi incentivar a integração econômica e estratégica da Amazônia. Consolidar a presença nacional na região era uma maneira de garantir o controle sobre o vasto território amazônico, que, na visão do governo, era objeto de cobiça de empresas e governos estrangeiros.

Questão 04 - UNESP 2018 1ª Fase

Leia o excerto do "Sermão do bom ladrão', de António Vieira (1608-1697), para responder ás questões de 02 08.

Navegava Alexandre [Magno] em uma poderosa ar-mada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau oficio; porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: "Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?'. Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com multo, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades, e interpretar as significações, a uns e outros, definiu com o mesmo nome: [..] Se o rei de Macedónia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.

Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de que um filósofo estoico se atrevesse a escrever uma tal sentença em Roma. reinando nela Neto; o que mais me admirou, e quase envergonhou, foi que os nossos orado-res evangélicos em tempo de príncipes católicos. ou para a emenda, ou para a cautela, não preguem a mesma dou-trina. Saibam estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que calam que com o que disserem; porque a confiança com que isto se diz é sinal que lhes não toca. e que se não podem ofender: e a cautela com que se cala é argumento de que se ofenderão, porque lhes pode tocar. [..] 

Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou alivia o seu pecado [...]. O ladrão que furta para comer não val nem leva ao Infeno os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais afta esfera [...]. Não são só ladrões, diz o santo [São Basílio Magno], os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, Já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. 

(Essencial. 2011.)

No segundo parágrafo, Antônio Vieira torna explícito seu descontentamento com:



( a )

o filósofo Sêneca. 

( b )

os príncipes católicos. 

( c )

o imperador Nero. 

( d )

a doutrina estoica. 

( e )

os oradores evangélicos. 

Resposta:

Em seu sermão, Vieira afirma que o filósofo Sêneca definiu como roubo tanto a pirataria quanto a conquista militar. O que provoca o espanto do autor é que a mesma “doutrina” não seja pregada por “nossos oradores evangélicos” diante de “príncipes católicos”.

Questão 004 - FGV-SP 2014 Economia - 1ª fase - Prova 001 - Caderno 1

O número natural representado por x possui todos os algarismos iguais a 2, e o número natural representado por y possui todos os algarismos iguais a 1. Sabe-se que x possui 2n algarismos, e que y possui n algarismos, com n sendo um inteiro positivo.

Nas condições dadas, a soma dos algarismos do resultado de x – y é igual a



( a )

4n–1.

( b )

n.

( c )

2n.

( d )

3n.

( e )

2n–1.

Resposta:

A soma dos algarismos de x – y é dada por 2 ⋅ n + 1 ⋅ n = 3n.

Resposta: D

Questão 004 - FGV-SP 2019 Economia - 1ª fase - Prova 001 - Caderno 1

Existem dois valores distintos para a média aritmética dos números reais representados por F, G e V, de maneira que a sequência (–3, F, G, V, –768) seja geométrica. A soma desses valores é igual a



( a )

52.

( b )

–32.

( c )

–48.

( d )

–52.

( e )

–84.

Questão 03 - UNICAMP 2011 1ª fase - Provas Q e Z

O vazamento de petróleo no Golfo do México, em abril de 2010, foi considerado o pior da história dos EUA. O vazamento causou o aparecimento de uma extensa mancha de óleo na superfície do oceano, ameaçando a fauna e a flora da região. Estima-se que o vazamento foi da ordem de 800 milhões de litros de petróleo em cerca de 100 dias.

Quando uma reserva submarina de petróleo é atingida por uma broca de perfuração, o petróleo tende a escoar para cima na tubulação como consequência da diferença de pressão, ΔP , entre a reserva e a superfície. Para uma reserva de petróleo que está a uma profundidade de 2000 m e dado g = 10 m/s2 , o menor valor de ΔP para que o petróleo de densidade ρ = 0,90 g/cm3 forme uma coluna que alcance a superfície é de



( a )

1,8×102 Pa.

( b )

1,8×107 Pa.

( c )

2,2×105 Pa.

( d )

2,2×102 Pa.

Resposta:

A diferença de pressão ΔP entre a pressão P2 (da reserva) e P1 (atmosférica), necessária para propelir o petróleo até a superfície, é:

Questão 04 - FUVEST 2017 2ª fase - 2º dia

Atualmente, é possível criar peças a partir do processo de impressão 3D. Esse processo consiste em depositar finos fios de polímero, uns sobre os outros, formando objetos tridimensionais de formas variadas. Um dos polímeros que pode ser utilizado tem a estrutura mostrada a seguir:

Na impressão de esferas maciças idênticas de 12,6 g, foram consumidos, para cada uma, 50 m desse polímero, na forma de fios cilíndricos de 0,4 mm de espessura.

Para uso em um rolamento, essas esferas foram tratadas com graxa. Após certo tempo, durante a inspeção do rolamento, as esferas foram extraídas e, para retirar a graxa, submetidas a procedimentos diferentes. Algumas dessas esferas foram colocadas em um frasco ao qual foi adicionada uma mistura de água e sabão (procedimento A), enquanto outras esferas foram colocadas em outro frasco, ao qual foi adicionado removedor, que é uma mistura de hidrocarbonetos líquidos (procedimento B).

a) Em cada um dos procedimentos, A e B, as esferas ficaram no fundo do frasco ou flutuaram? Explique sua resposta.

b) Em qual procedimento de limpeza, A ou B, pode ter ocorrido dano à superfície das esferas? Explique.

Resposta:

a) Cálculo do volume dos fios:

V = Ab · h = (π · r2) · ℓ = 3 · (0,2 · 10–3 m)2 · 50 m  V = 6 · 10–6 m3 = 6 cm3 

Cálculo da densidade das esferas:

Nos dois experimentos, as esferas ficaram no fundo do frasco, pois a densidade delas é maior que a densidade da água e sabão (experimento A) e do removedor (experimento B).  

b) Procedimento B, pois o removedor é formado por uma mistura de hidrocarbonetos líquidos (caráter apolar), que removem a graxa, também apolar, mais eficientemente. Além disso, o removedor pode dissolver parte do polímero, que também é hidrocarboneto (caráter apolar). A mistura de água e sabão apresenta um caráter apolar menor que o removedor, sendo menos eficiente na remoção da graxa e na dissolução do polímero.

 

Questão 04 - FUVEST 2018 2ª fase - 2º Dia

Em navios porta-aviões, é comum o uso de catapultas para lançar os aviões das curtas pistas de decolagem. Um dos possíveis mecanismos de funcionamento dessas catapultas utiliza vapor de água aquecido a 500 K para pressurizar um pistão cilíndrico de 60 cm de diâmetro e 3 m de comprimento, cujo êmbolo é ligado à aeronave.

Após a pressão do pistão atingir o valor necessário, o êmbolo é solto de sua posição inicial e o gás expande rapidamente até sua pressão se igualar à pressão atmosférica (1 atm). Nesse processo, o êmbolo é empurrado, e o comprimento do cilindro é expandido para 90 m, impulsionando a aeronave a ele acoplada. Esse processo dura menos de 2 segundos, permitindo que a temperatura seja considerada constante durante a expansão.

a) Calcule qual é a pressão inicial do vapor de água utilizado nesse lançamento.

b) Caso o vapor de água fosse substituído por igual massa de nitrogênio, nas mesmas condições, o lançamento seria bem sucedido? Justifique.

Resposta:

a)

b) Não, pois a substituição da mesma massa de água por nitrogênio provoca uma redução da pressão inicial do sistema, não atingido o valor de pressão necessária.

Questão 04 - FUVEST 2018 1ª fase - Prova V

Em uma tribo indígena de uma ilha tropical, o teste derradeiro de coragem de um jovem é deixar-se cair em um rio, do alto de um penhasco. Um desses jovens se soltou verticalmente, a partir do repouso, de uma altura de 45 m em relação à superfície da água. O tempo decorrido, em segundos, entre o instante em que o jovem iniciou sua queda e aquele em que um espectador, parado no alto do penhasco, ouviu o barulho do impacto do jovem na água é, aproximadamente,

Note e adote:

Considere o ar em repouso e ignore sua resistência.

Ignore as dimensões das pessoas envolvidas.

Velocidade do som no ar: 360 m/s.

Aceleração da gravidade: 10 m/s2



( a )

3,1

( b )

4,3

( c )

5,2

( d )

6,2

( e )

7,0

Resposta:

O intervalo de tempo (ΔtT) decorrido, em segundos, entre o instante em que o jovem iniciou sua queda e aquele em que um espectador, parado no alto do penhasco, ouviu o barulho do impacto do jovem na água, pode assim ser obtido:

Como a queda do jovem é um MUV:

Sendo o movimento do som no ar uniforme:

Substituindo os intervalos de tempo obtidos em (I), tem-se:

Questão 04 - UNIFESP 2019 1º Dia - Prova de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Redação

Leia o trecho inicial do conto “A doida”, de Carlos Drummond de Andrade, e responda.

A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la?

Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoados. Não explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios de gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para irmandades. E isso não comovia ninguém. A loucura parecia antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a lapidar1 a doida, isolada e agreste no seu jardim.

Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera.  

Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto (contava mais de sessenta anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavraram o corpo). Corria, com variantes, a história de que fora noiva de um fazendeiro, e o casamento uma festa estrondosa; mas na própria noite de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por que razão. O marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate--boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos, arrebentando-se. Os dois nunca mais se veriam. Já outros contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manhã o velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a morrer — mas nos racontos2 antigos abusava-se de veneno. De qualquer modo, as pessoas grandes não contavam a história direito, e os meninos deformavam o conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e acabou perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. Ninguém tinha ânimo de visitá-la. O padeiro mal jogava o pão na caixa de madeira, à entrada, e eclipsava-se. Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à noite, provisões e roupas, embora oficialmente a ruptura com a família se mantivesse inalterável. Às vezes uma preta velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua paciência educada no cativeiro, e lá ficava dois ou três meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E, afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida, jantar em casa da doida, passaram a ser, na cidade, expressões de castigo e símbolos de irrisão3.

Vinte anos de uma tal existência, e a legenda está feita. Quarenta, e não há mudá-la. O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das crianças. 

 E assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e lascavam uma pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso.

Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três tinham feito o mesmo, com relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis lamentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí — explicava-se ao forasteiro que porventura estranhasse a situação — toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem. Quando se tornam ferozes, são trancados no sótão; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E doido é quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. Não há remédio para loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem. 

(Contos de aprendiz, 2012)

1lapidar: apedrejar. 2raconto: relato, narrativa. 3irrizão: zombaria

De acordo com o segundo parágrafo, 



( a )

os garotos, ao descerem a rua, tinham como principal objetivo provocar a doida. 

( b )

as explicações dadas pelas mães para condenar as provocações à doida não comoviam os garotos. 

( c )

as provocações dos garotos à doida não comoviam ninguém. 

( d )

as mães, apesar de dizerem o contrário, consideravam as provocações dos seus filhos à doida uma mera brincadeira. 

( e )

as mães, por considerarem a doida responsável por sua loucura, não repreendiam seus filhos.

Resposta:

As mães dos garotos diziam que o ato de provocar a doida “era horroroso, poucos pecados seriam maiores”. Em seguida, o narrador afirma que “ isso não comovia ninguém”.

Questão 04 - FCMSCSP 2019 - Prova de conhecimentos específicos e redação

A figura representa um experimento em que o ramo de uma planta com flores e frutos teve suas folhas inseridas em um frasco transparente e selado. No interior do frasco, adicionou-se gás carbônico composto por isótopos pesados de oxigênio (18O) em concentração equivalente à do ar atmosférico. Todo o ramo permaneceu hidratado e sob intensidade luminosa acima do ponto de compensação fótico. Ao longo do ramo foi colocado um pulgão, que retirou substâncias de um vaso condutor da planta.

a) De qual vaso condutor da planta o pulgão retirou substâncias? Qual substância retirada pelo pulgão apresenta o isótopo pesado de oxigênio?

b) Qual a relação esperada entre a taxa de fotossíntese e a taxa de respiração celular neste ramo? Por que foi constatado que a maior parte dos isótopos pesados de oxigênio ficou estocada nas células das folhas?

Resposta:

a) O pulgão retirou substâncias do floema. As substâncias que apresentam o isótopo pesado oxigênio são os carboidratos (sacarose, glicose e outros açúcares).

b) Considerando que as folhas dos ramos estavam submetidas a uma intensidade luminosa acima do seu ponto de compensação, a taxa de fotossíntese superou a de respiração celular. Nas células das folhas existem vários locais de armazenamento de glicose e derivados, dentre eles, as células do parênquima clorofiliano. Portanto, nesses locais, espera-se que ocorra grande acúmulo de glicose e de amido no interior dessas células.

Questão 04 - UNESP 2019 2ª fase - 1º dia

a) Identifique e explique o que é o “sr. ATO cinco”.

b) Escolha dois dos quatro artigos do “pedido de divórcio” e justifique as afirmações neles apresentadas.

Resposta:

a) O "Sr. Ato 5" alude ao Ato Institucional número 5, outorgado em 13 de dezembro de 1968, no governo Costa e Silva. Foi o mais autoritário dos atos, prevendo a suspensão de direitos civis e políticos, tais como: efetuação de prisões sem acusação formal, diligências policiais em domicílio sem a necessidade de mandados judiciais, suspensão do habeas corpus para crimes de natureza política e o fortalecimento do poder presidencial que poderia, unilateralmente, fechar o congresso e decretar estado de sítio. É relevante ainda o fato de, quando da sua imposição, o referido ato não ter previsibilidade de vigência.

b) Entre os artigos do "pedido de divórcio", poderiam ser analisados: 1. O autoritarismo estrutural do ato, ironizado no texto como um casamento de 9 anos no "regime de exceção de bens", conforme"certidão inconstitucional". Segundo o autor, o ato desnuda o caráter ditatorial do regime por ferir preceitos essenciais da cidadania e das ações do Estado, previstos, inclusive, na constituição promulgada em regime de outorga, em 1967, pelo próprio regime militar; 2 e 3. O "divórcio" representa o rompimento definitivo com o autoritarismo inerente ao regime militar. Ao reclamar para a mãe ( Nação Brasileira) guarda dos filhos e requerer que o pai (AI-5) não visite os filhos sob quaisquer circunstâncias, o autor defende que o país só pode ser pleno se seus filhos gozarem de direitos com absoluta liberdade; 4. A recusa da "pensão alimentícia" traz implícita a ideia de que o regime autoritário é também responsável pela pobreza de seus filhos. Logo, a libertação civil e política deve ser acompanhada da emancipação econômica, dadas as notórias riquezas do território de proporções continentais.

Questão 04 - UNICAMP 2012 2ª fase - Ciências humanas; Artes e Inglês

Passar de Reino a Colônia É desar [derrota] É humilhação que sofrer jamais podia brasileiro de coração.

A quadrinha acima reflete o temor vivido no Brasil depois do retorno de D. João VI a Portugal em 1821. Apesar de seu filho Pedro ter ficado como regente, acirrou-se o antagonismo entre "brasileiros" e "portugueses" até que, em dezembro de 1821, as Cortes de Portugal determinaram o retorno do príncipe. Se ele acatasse, tudo poderia acontecer. Inclusive, dizia d. Leopoldina, "uma Confederação de Povos no sistema democrático como nos Estados Livres da América do Norte".

(Adaptado de Eduardo Schnoor,"Senhores do Brasil", Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 48. Rio de Janeiro, set. 2009, p. 36.)

a) Identifique os riscos temidos pelas elites do centro-sul do Brasil com o retorno de D. João VI a Lisboa e a pressão das Cortes para que D. Pedro I retornasse a Portugal.

b) Explique o que foi a Confederação do Equador.

Resposta:

a) As elites do centro-sul temiam: a recolonização do Brasil; a perda de vantagens políticas e econômicas obtidas com a chegada da família real portuguesa; a adoção de um modelo federalista inspirado nos EUA.

b) A Confederação do Equador foi um movimento separatista ocorrido no Nordeste, sob a liderança de Pernambuco, em reação à centralização política estabelecida pela Constituição de 1824. O movimento tinha inspiração federalista e foi fortemente reprimido por Pedro I.

 

Comentários

O texto mencionava a perda de privilégios das elites do centro-sul do Brasil com o retorno de D. João VI a Portugal, em 1821. A partir do enunciado, a questão exigia, no item a, a identificação dos principais temores das elites à época, como o retorno à condição colonial e a ameaça de disputas internas entre brasileiros e portugueses. No item b, de forma bastante direta, solicitava-se uma breve explicação sobre um dos processos separatistas da época, a Confederação do Equador. Embora o tema seja clássico, os vestibulandos tiveram dificuldades para contextualizar o processo da Confederação do Equador e minimamente indicar o local em que ocorreu e suas principais bandeiras, o que nos permite inferir que o tema esteja sendo preterido nas abordagens escolares.

Questão 04 - UNICAMP 2010 2ª fase - Física e Geografia

Em 2009 foram comemorados os 40 anos da primeira missão tripulada à Lua, a Missão Apollo 11, comandada pelo astronauta norte-americano Neil Armstrong. Além de ser considerado um dos feitos mais importantes da história recente, esta viagem trouxe grande desenvolvimento tecnológico. 

a) A Lua tem uma face oculta, erroneamente chamada de lado escuro, que nunca é vista da Terra. O período de rotação da Lua em torno de seu eixo é de cerca de 27 dias. Considere que a órbita da Lua em torno da Terra é circular, com raio igual a r = 3,8x108m. Lembrando que a Lua sempre apresenta a mesma face para um observador na Terra, calcule a sua velocidade orbital em torno da Terra. 

b) Um dos grandes problemas para enviar um foguete à Lua é a quantidade de energia cinética necessária para transpor o campo gravitacional da Terra, sendo que essa energia depende da massa total do foguete. Por este motivo, somente é enviado no foguete o que é realmente essencial. Calcule qual é a energia necessária para enviar um tripulante de massa m= 70 kg à Lua. Considere que a velocidade da massa no lançamento deve ser  para que ela chegue até a Lua, sendo g a aceleração da gravidade na superfície na Terra e R= 6,4x106 m o raio da Terra.

Resposta:

a)

b)

 

Questão 04 - UNICAMP 2012 2ª fase - Ciências da natureza

Os balões desempenham papel importante em pesquisas atmosféricas e sempre encantaram os espectadores. Bartolomeu de Gusmão, nascido em Santos em 1685, é considerado o inventor do aeróstato, balão empregado como aeronave. Em temperatura , a densidade do ar atmosférico vale  Quando o ar no interior de um balão é aquecido, sua densidade diminui, sendo que a pressão e o volume permanecem constantes. Com isso, o balão é acelerado para cima à medida que seu peso fica menor que o empuxo.

 

a) Um balão tripulado possui volume total  litros. Encontre o empuxo que atua no balão.

b) Qual será a temperatura do ar no interior do balão quando sua densidade for reduzida a ? Considere que o ar se comporta como um gás ideal e note que o número de moles de ar no interior do balão é proporcional à sua densidade.

Resposta:

a)

b)

Comentários Esta questão trata inicialmente do empuxo: a relação entre empuxo, volume, densidade do fluido deslocado (no caso o ar externo, frio) e aceleração da gravidade deve ser usada. Na segunda parte, a questão cobra a aplicação da equação de estado de um gás ideal (PV=nRT) na situação em que P e V ficam constantes. Entretanto, em vez do número de moles, é a densidade que é fornecida, e o próprio enunciado lembra ao candidato que estas quantias são diretamente proporcionais.

Questão 04 - UNESP 2021 - 2ª fase - Prova de Conhecimentos Específicos e Redação

7961253

Para responder a questão, leia a crônica de Machado de Assis, publicada em 19.05.1888.

Eu pertenço a uma família de profetas après coup1, post facto2, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa dos seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.

Neste jantar, a que os meus amigos deram o nome de banquete, em falta de outro melhor, reuni umas cinco pessoas, conquanto as notícias dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um aspecto simbólico.

No golpe do meio (coup du milieu3, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que, acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado.

Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio a abraçar-me os pés. Um dos meus amigos (creio que é ainda meu sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre assembleia que correspondesse ao ato que eu acabava de publicar, brindando ao primeiro dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo, e entreguei a carta ao molecote. Todos os lenços comovidos apanharam as lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e suponho que a óleo.

No dia seguinte, chamei Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:

— Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que…

— Oh! meu senhô! fico.

— … Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos…

— Artura não qué dizê nada, não, senhô…

— Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha.

— Eu vaio um galo, sim, senhô.

— Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete.

Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.

Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí para cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo; coisas todas que ele recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre.

O meu plano está feito; quero ser deputado, e, na circular que mandarei aos meus eleitores, direi que, antes, muito antes de abolição legal, já eu, em casa, na modéstia da família, libertava um escravo, ato que comoveu a toda a gente que dele teve notícia; que esse escravo tendo aprendido a ler, escrever e contar (simples suposição) é então professor de Filosofia no Rio das Cobras; que os homens puros, grandes e verdadeiramente políticos, não são os que obedecem à lei, mas os que se antecipam a ela, dizendo ao escravo: és livre, antes que o digam os poderes públicos, sempre retardatários, trôpegos e incapazes de restaurar a justiça na terra, para satisfação do céu.

(Machado de Assis. Crônicas escolhidas, 2013.)

1après coup: a posteriori. 2post facto: após o fato. 3coup du milieu: bebida, às vezes acompanhada de brindes, que se tomava no meio de um banquete.

“Neste jantar, a que os meus amigos deram o nome de banquete, em falta de outro melhor, reuni umas cinco pessoas, conquanto as notícias dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um aspecto simbólico.” (2º parágrafo)

No contexto em que se inserem, as orações sublinhadas expressam, respectivamente, ideia de



( a )

condição e comparação. 

( b )

condição e finalidade. 

( c )

consequência e comparação. 

( d )

concessão e finalidade. 

( e )

concessão e consequência.

Resposta:

As orações sublinhadas têm valor, respectivamente, de concessão e finalidade. No caso da primeira, introduzida pelo conector “conquanto”, seu valor concessivo fica mais claro quando o substituímos por expressões como “apesar” ou “embora” — todas, nesse contexto, exprimiriam uma relação de oposição entre o número de convidados (cinco) e o número simbólico dado nas notícias (trinta e três). A segunda oração, por sua vez, abre-se com a expressão “no intuito de”, que pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por “com a finalidade de”, “com o objetivo de”, “a fim de”. Indicariam, assim, que ao se ressaltar o “trinta e três” se pretendia enfatizar a ressonância religiosa, visto que, segundo a Bíblia, Jesus contava trinta e três anos ao ser crucificado.

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