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Questão 04 - FCMSCSP 2019 - Prova de conhecimentos gerais

Leia o soneto de Luís Vaz de Camões para responder à questão.

Erros meus, má fortuna1, amor ardente em minha perdição se conjuraram; os erros e a fortuna sobejaram2, que para mim bastava o amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente a grande dor das cousas, que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos; dei causa que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse que fartasse3 este meu duro gênio4 de vinganças!

(Sonetos de Camões, 2011.)

1fortuna: sorte, destino. 2sobejar: sobrar, exceder o necessário. 3fartar: saciar. 4gênio: espírito que, segundo os antigos, determinava o destino dos seres humanos.

Entre as características do poema, é própria do Classicismo



( a )

a metrificação dos versos em redondilhas maiores. 

( b )

a estruturação dos versos em forma de soneto.

( c )

a referência constante do eu lírico a elementos da natureza.

( d )

a exaltação do sentimento provocado pela ausência do ser amado.

( e )

a insistência em descrições subjetivas e tormentosas.

Resposta:

Alternativa B O uso do soneto é a característica do poema que é própria do Classicismo. Para chegar a essa conclusão, ajuda lembrar que, junto com outras formas fixas (tais como a sextina) e com os versos decassílabos, o soneto foi introduzido em Portugal justamente por um poeta classicista, chamado Sá de Miranda.

Questão 04 - UNIFESP 2019 2º Dia - Prova de Conhecimentos Específicos

Amamentação de bebê por mulher transgênero é registrada pela primeira vez em jornal científico

Técnica foi a mesma utilizada em mães que tiveram filho gestado por barriga de aluguel

Cientistas dos Estados Unidos conseguiram fazer com que uma mulher transgênero produzisse leite e amamentasse o filho, que foi gestado no útero de outra mulher. A mulher transgênero, que nasceu com corpo de homem, mas se identifica como mulher, não fez qualquer cirurgia para remoção de órgãos ou troca de sexo, mas passou por um tratamento hormonal que lhe permitiu a lactação.

A equipe médica disse que a mulher amamentou incessantemente durante seis semanas e que o bebê estava com níveis normais de desenvolvimento.

O caso é o primeiro a ser registrado em um jornal científico.

(https://emais.estadao.com.br, 15.02.2018. Adaptado.)

a) Cite um dos hormônios que promove o desenvolvimento das glândulas mamárias e responda, com justificativa, se a mulher transgênero teria a glândula que, no corpo feminino, normalmente o produz.

b) Cite o hormônio que estimula a produção e a secreção de leite e responda, com justificativa, se a mulher transgênero teria a glândula que, no corpo feminino, normalmente o produz.

Resposta:

a) Estrógeno ou progesterona. Estes hormônios são produzidos pelos ovários, glândulas presentes apenas no corpo feminino. A mulher transgênero, que nasceu com corpo de homem, não possui esta glândula. b) Prolactina . Este hormônio é produzido pela adeno-hipófise, uma glândula presente no corpo de homens e mulheres e que produz vários hormônios importantes.

Questão 04 - UNICAMP 2021 1ª Fase - Conhecimentos Gerais - Exatas e Tecnológicas / Humanas e Artes - E e G

No conto “O espelho”, de Machado de Assis, uma personagem assume a palavra e narra uma história. Assinale a alternativa que explicita sua interlocução com os cavalheiros presentes.



( a )

“Lembra-me de alguns rapazes que se davam comigo, e passaram a olhar-me de revés, durante algum tempo.”

( b )

“Ah! pérfidos! Mal podia eu suspeitar a intenção secreta dos malvados.”

( c )

“Imaginai um homem que, pouco a pouco, emerge de um letargo, abre os olhos sem ver, depois começa a ver.”

( d )

“O espelho estava naturalmente muito velho; mas viase-lhe ainda o ouro, comido em parte pelo tempo.”

(Machado de Assis, O espelho. Campinas: Editora da Unicamp, 2019.)

Resposta:

O conto O Espelho, de Machado de Assis, apresenta dois focos narrativos: um em terceira pessoa e outro em primeira. A utilização do verbo na forma imperativa ("Imaginai") explicita a interlocução assumida por Jacobina, que sugere que os cavaleiros imaginem o alferes no momento em que ele volta a vestir a farda e sua imagem reaparece no espelho.

Questão 04 - FGV-SP 2015 Administração - 1º semestre - Módulo objetivo - Prova Tipo A

No plano cartesiano, a reta que passa pelos pontos A(1, 2) e B(2, 4) intercepta a reta de equação x −3y = 1 no ponto P.

A soma das coordenadas de P é:



( a )

( b )

( c )

( d )

( e )

–1

Resposta:

O coeficiente angular da reta r, que passa por A e B, é dado por  Assim, uma equação de r é y – 2 = 2 · (x – 1), ou seja, y = 2x.

O ponto P pode ser obtido através do sistema:

Logo, x – 3 · 2x = 1 e, portanto,  Como y = 2x, temos  então, o ponto

Resposta: C

Questão 04 - UNICAMP 2017 2ª fase - 2º dia - Matemática e Ciências Humanas

A região destacada na figura abaixo, conhecida pelo acrônimo MATOPIBA, é formada por frações dos territórios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, por onde se expande a fronteira agrícola no Brasil. Reúne 337 municípios e representa aproximadamente 73 milhões de hectares. Existem na área cerca de 327 estabelecimentos agrícolas, 46 unidades de conservação, 35 terras indígenas e 778 assentamentos de reforma agrária.

(Adaptado de EMBRAPA https://www.embrapa.br. Acessado em 10/08/2016.)

a) A difusão do moderno circuito da produção agrícola reorganizou aceleradamente o espaço regional em questão e fez proliferar inúmeros conflitos territoriais. Mencione ao menos dois agentes que, em lados opostos, disputam um sentido para essas transformações territoriais (ou modernizações).

b) Indique o tipo de bioma e a cultura agrícola predominantes na região.

Resposta:

a) A forte expansão da agropecuária comercial na região do MATOPIBA, também conhecida como MAPITOBA, está diretamente associada ao avanço do desmatamento do Cerrado e ao aumento da concentração fundiária, conflitante com os interesses dos povos tradicionais que habitam a região há muito tempo, como as comunidades indígenas e quilombolas, cuja sobrevivência depende da manutenção de suas terras e da exploração sustentável do meio ambiente. Outro conflito de destaque na região está associado ao avanço da produção agrícola comercial sobre pequenos proprietários da agricultura familiar e de assentamentos de reforma agrária, que são expropriados de suas terras por serem menos competitivos, em razão da falta de recursos financeiros e tecnologias.

b) Predominam na região do MATOPIBA o bioma do Cerrado e a cultura agrícola da soja.

Questão 04 - FGV-SP 2012 Economia - 1ª fase - Prova 001 - Caderno 1

Cada um dos 7 círculos menores da figura a seguir tem raio 1 cm. Um círculo pequeno é concêntrico com o círculo grande, e tangencia os outros 6 círculos pequenos. Cada um desses 6 outros círculos pequenos tangencia o círculo grande e 3 círculos pequenos.

Na situação descrita, a área da região sombreada na figura, em cm², é igual a



( a )

π

( b )

( c )

( d )

( e )

Resposta:

A partir da fi gura, temos que o raio do círculo grande mede 3cm. A área S da região sombreada pode ser obtida subtraindo-se da área do círculo de raio 3cm as áreas dos sete círculos de raio 1cm. Logo:

S = π ⋅ 32 – 7 ⋅ π ⋅ 12  ∴  S = 2π

Resposta: C

Questão 04 - UNICAMP 2018 2ª Fase - 1º dia - Redação, Língua Portuguesa e Literatura

Leia abaixo dois excertos de Terra Sonâmbula, de Mia Couto.

“Muidinga não ganha convencimento. Olha a planície, tudo parece desmaiado. Naquele território, tão despido de brilho, ter razão é algo que já não dá vontade.” (...) “– Sabe, miúdo, o que vamos fazer? Você me vai ler mais desses escritos.  – Mas ler agora, com esse escuro?  – Acendes o fogo lá fora.  – Mas, com a chuva, a lenha toda se molhou.  – Então vamos acender o fogo dentro do machimbombo. Juntamos coisa de arder lá mesmo.  – Podemos, tio? Não há problema?  – Problema é deixar este escuro entrar na cabeça da gente. Não podemos dançar nem rir. Então vamos para dentro desses cadernos. Lá podemos cantar, divertir.” 

(Mia Couto, Terra Sonâmbula. Rio de Janeiro: Record, 1993, p.10 e 152.)

a) No primeiro excerto, descreve-se a relação da personagem com o espaço narrativo. Considerando o conjunto do romance, caracterize a identidade narrativa de Muidinga em relação a esse espaço e explique por que o território era “despido de brilho”.

b) No segundo excerto, o diálogo das duas personagens principais do romance aborda a questão da leitura e sua função para a situação existencial dos protagonistas. Explique o que seriam os “escritos” e “ cadernos” mencionados e por que neles os protagonistas poderiam “cantar e divertir”.

Resposta:

a) Muidinga representa Moçambique, país africano destruído após um longo processo de luta pela independência política seguido de uma guerra civil. O espaço em que se desenrola a história de Muidinga e a peregrinação em busca de sua identidade e de perspectivas de futuro ao lado de Tuahir é “despido de brilho”, desprovido de vida e de esperança, assim como o país, em seu processo de reconstrução pós-guerra e de busca pela compreensão de sua natureza essencial. Muidinga, que não tem notícias de seu passado e de suas origens, é, em suma, Moçambique desmemoriado na tentativa de descoberta de seus traços identitários fundamentais.

 

b) Os cadernos referidos no diálogo entre as personagens foram escritos por Kindzu e encontrados, no primeiro capítulo do romance, por Tuahir e Muidinga. Sua leitura perpassa toda a estrutura do livro, sendo intercalada com as andanças da criança e do velho na terra destroçada. A grande função da narrativa de Kindzu é possibilitar aos personagens um mergulho nas características da cultura local e, de certa maneira, um afastamento da escuridão predominante em sua realidade concreta. Assim, ao mesmo tempo que a leitura preenche a existência de ambos com alguma diversão em um universo lúdico, ela conduz Muidinga em direção a sua própria história, contribuindo para que o menino entenda que é um produto da interação violenta, alegorizada em um estupro cometido por um português colonizador (Romão Pinto), cuja vítima foi uma africana usurpada (Farida).

Questão 04 - UNIFESP 2018 2º Dia - Prova de Conhecimentos Específicos

No desenvolvimento dos mamíferos, três anexos embrionários (âmnio, alantoide e saco vitelínico) dão origem ao cordão umbilical, constituído por uma veia e duas artérias. No feto, a troca gasosa é feita na placenta: o sangue proveniente da placenta é transportado pela veia umbilical até o feto e bombeado, pelo coração, para cérebro e membros. Ao retornar ao coração, o sangue é bombeado para as artérias umbilicais, voltando para a placenta.

a) Âmnio, alantoide, saco vitelínico (ou vesícula vitelínica) e placenta são estruturas ligadas ao desenvolvimento embrionário e fetal. Qual dessas estruturas está presente em todos os grupos de vertebrados? Quais delas ocorrem em todos os grupos de vertebrados, exceto nos peixes e nos anfíbios?

b) Considerando o que foi descrito sobre circulação fetal e as funções da placenta, pode-se afirmar que a concentração de oxigênio (alta ou baixa) no sangue presente nas artérias umbilicais é semelhante àquela encontrada na maioria das artérias do corpo da mãe? Justifique sua resposta.

Resposta:

a) A estrutura presente em todos os vertebrados é o saco vitelínico. As estruturas que estão presentes em todos os vertebrados, exceto nos peixes e anfíbios, são o âmnio e alantoide.

b) Não. O sangue presente na maioria das artérias da mãe tem alta concentração de oxigênio (arterial) e o sangue presente na artéria umbilical tem baixa concentração de oxigênio (venoso).

Questão 04 - FGV-SP 2012 Economia - 2ª fase - Prova 004 - Caderno 2

Bem-aventurados os que não entendem nem querem entender de futebol, pois deles é o reino da tranquilidade.

Bem-aventurados os que, por não entenderem de futebol, não correm o risco de ver os jogos, pois não voltam com decepção ou enfarte.

Bem-aventurados os que não conseguem comprar televisão a tempo de acompanhar a Copa do Mundo, pois, assistindo pelo aparelho do vizinho, sofrem sem pagar 20 prestações pelo sofrimento.

Bem-aventurados os cegos, pois lhes é poupado torturar-se com o espetáculo direto ou televisionado da marcação apertada, que deixa sem ação os campeões, ou do lance imprevisível, que lhes destrói a invencibilidade.

Bem-aventurados os que nasceram, viveram e se foram antes de 1863, quando foram codificadas as leis do futebol, pois escaparam dos tormentos da torcida, inclusive dos ataques cardíacos impostos tanto pela derrota como pela vitória do time bem-amado.

(Carlos Drummond de Andrade. Sermão da planície (para não ser escutado). Em: Boca de Luar. Adaptado)

Observe as passagens.

I. Bem-aventurados os que nasceram, viveram e se foram antes de 1863, quando foram codificadas as leis do futebol...

II. Bem-aventurados os cegos, pois (porque / por que) lhes é poupado torturar-se…

III. … marcação apertada (cerrada / serrada) que deixa sem ação (paraliza / paralisa)…

IV. … ataques cardíacos impostos (infligidos / infringidos)…

a) Reescreva o seguinte trecho da passagem I – … quando foram codificadas as leis do futebol… – adotando outra construção de voz passiva para expressar essa mesma ideia.

b) Transcreva, respectivamente, os termos dos parênteses que substituem, com correção, as expressões destacadas nos trechos das passagens II, III e IV.

Resposta:

a) I. … quando se codificaram as leis do futebol…

Observação: O trecho proposto no enunciado está na voz passiva analítica; adotar outra construção de voz passiva implica transpô-lo para a voz passiva sintética.

b) II. Bem-aventurados os cegos, porque lhes é poupado torturar-se…

III. … marcação cerrada que paralisa

IV. ataques cardíacos infligidos…

Questão 04 - UNESP 2021 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos das Áreas de Exatas e Humanidades

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Para responder a questão, leia a crônica “A obra-prima”, de Lima Barreto, publicada na revista Careta em 25.09.1915.

Marco Aurélio de Jesus, dono de um grande talento e senhor de um sólido saber, resolveu certa vez escrever uma obra sobre filologia.

Seria, certo, a obra-prima ansiosamente esperada e que daria ao espírito inculto dos brasileiros as noções exatas da língua portuguesa. Trabalhou durante três anos, com esforço e sabiamente. Tinha preparado o seu livro que viria trazer à confusão, à dificuldade de hoje, o saber de amanhã. Era uma obra-prima pelas generalizações e pelos exemplos.

A quem dedicá-la? Como dedicá-la? E o prefácio?

E Marco Aurélio resolve meditar. Ao fim de igual tempo havia resolvido o difícil problema.

A obra seria, segundo o velho hábito, precedida de “duas palavras ao leitor” e levaria, como demonstração de sua submissão intelectual, uma dedicatória.

Mas “duas palavras”, quando seriam centenas as que escreveria? Não. E Marco Aurélio contou as “duas palavras” uma a uma. Eram duzentas e uma e, em um lance único, genial, destacou em relevo, ao alto da página “duzentas e uma palavras ao leitor”.

E a dedicatória? A dedicatória, como todas as dedicatórias, seria a “pálida homenagem” de seu talento ao espírito amigo que lhe ensinara a pensar…

Mas “pálida homenagem”… Professor, autor de um livro de filologia, cair na vulgaridade da expressão comum: “pálida homenagem”? Não. E pensou. E de sua grave meditação, de seu profundo pensamento, saiu a frase límpida, a grande frase que definia a sua ideia da expressão e, num gesto, sulcou o alto da página de oferta com a frase sublime: “lívida homenagem do autor”…

Está aí como um grande gramático faz uma obra-prima. Leiam-na e verão como a coisa é bela.

(Sátiras e outras subversões, 2016.)

Em “Professor, autor de um livro de filologia, cair na vulgaridade da expressão comum: ‘pálida homenagem’?” (8° parágrafo), o termo sublinhado está empregado na acepção de



( a )

“lançar-se rapidamente; atirar-se, jogar-se”, como em “ela caiu no colo da mãe”.

( b )

“incorrer em erro, falta; incidir”, como em “durante o depoimento, caiu em contradição”.

( c )

“deixar-se enganar, ser vítima de logro”, como em “ele caiu no conto do vigário”.

( d )

“criticar severamente; acusar”, como em “a imprensa caiu em cima dos corruptos”.

( e )

“entrar em determinado estado ou situação”, como em “durante o filme, caiu no sono”.

Resposta:

No texto, “cair na vulgaridade” significa cometer a falha de render-se a uma expressão trivial, incompatível com o que se espera de uma obra que traria “à dificuldade de hoje, o saber de amanhã”.

Questão 04 - UNIFESP 2021 - 1º Dia - Prova de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Redação

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Leia o conto de Carlos Drummond de Andrade para responder à questão.

O entendimento dos contos

— Agora você vai me contar uma história de amor — disse o rapaz à moça. — Quero ouvir uma história de amor em que entrem caravelas, pedras preciosas e satélites artificiais.

— Pois não — respondeu a moça, que acabara de concluir o mestrado de contador de histórias, e estava com a imaginação na ponta da língua. — Era uma vez um país onde só havia água, eram águas e mais águas, e o governo como tudo mais se fazia em embarcações atracadas ou em movimento, conforme o tempo. Osmundo mantinha uma grande indústria de barcos, mas não era feliz, porque Sertória, objeto dos seus sonhos, se recusava a casar com ele. Osmundo ofereceu-lhe um belo navio embandeirado, que ela recusou. Só aceitaria uma frota de dez caravelas, para si e para seus familiares.

Ora, ninguém sabia fazer caravelas, era um tipo de embarcação há muito fora de uso. Osmundo apresentou um mau produto, que Sertória não aceitou, enumerando os defeitos, a começar pelas velas latinas, que de latinas não tinham um centavo. Osmundo, desesperado, pensou em afogar-se, o que fez sem êxito, pois desceu no fundo das águas e lá encontrou um cofre cheio de esmeraldas, topázios, rubis, diamantes e o mais que você imagina. Voltou à tona para oferecê-lo à rígida Sertória, que virou o rosto. Nada a fazer, pensou Osmundo; vou transformar-me em satélite artificial. Mas os satélites artificiais ainda não tinham sido inventados. Continuou humilde satélite de Sertória, que ultimamente passeava de uma lancha para outra, levando-o preso a um cordão de seda, com a inscrição “Amor imortal”. Acabou.

— Mas que significa isso? — perguntou o moço, insatisfeito. — Não entendi nada.

— Nem eu — respondeu a moça —, mas os contos devem ser contados, e não entendidos; exatamente como a vida.

(Contos plausíveis, 2012.)

O título do conto antecipa seu caráter



( a )

melancólico. 

( b )

fantástico. 

( c )

ambíguo. 

( d )

satírico. 

( e )

metalinguístico.

Resposta:

 A função metalinguística da linguagem se manifesta quando a própria linguagem é posta em evidência. Desse modo, o título do conto, por remeter à própria compreensão dos contos, antecipa o caráter metalinguístico da narrativa.

Questão 04 - UNESP 2022 - 1ª Fase - Prova de Conhecimentos Gerais – Cursos das Áreas de Exatas e Humanidades

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Para responder à questão, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.

MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!

UMA VOZ (de fora): Senhor!

MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...

A VOZ: O burro?

MACÁRIO: A mala, burro!

A VOZ: A mala com o burro?

MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.

A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?

MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.

A VOZ: Um moço que parece estudante?

MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.

A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?

MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!

A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.

OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...

MACÁRIO: E minha mala?

A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...

MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)

O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?

MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...

O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...

MACÁRIO: Porém a raiva...

[...]

O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?

MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...

O DESCONHECIDO: Fumais?

MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!

O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.

[...]

MACÁRIO: E vós?

O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)

MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?

O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?

MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.

O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)

MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.

O DESCONHECIDO: E a poesia?

MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado1. Entendeis-me?

O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...

(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)

1azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).

“MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...

A VOZ: O burro?

MACÁRIO: A mala, burro!

A VOZ: A mala com o burro?

MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.”

Para produzir o efeito cômico desse diálogo, o autor lança mão do recurso expressivo denominado



( a )

antítese: a oposição, numa mesma expressão ou frase, de duas palavras ou de dois pensamentos de sentidos contrários.

( b )

eufemismo: o emprego de palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável.

( c )

hipérbole: a ênfase resultante do exagero na expressão ou na comunicação de uma ideia.

( d )

ambiguidade: a presença, num texto, de unidades linguísticas que podem significar coisas diferentes.

( e )

personificação: a atribuição de características humanas a seres inanimados ou irracionais.

Resposta:

O efeito cômico do trecho se fundamenta na ambiguidade do termo "burro" presente na segunda fala de Macário: "A mala, burro!". Aqui, seu interlocutor interpreta que deveria levar a mala e o animal em que ela estava; já Macário emprega o termo com o sentido de xingamento, uma vez que seu interlocutor não entendera o que deveria levar até ele.

Questão 04 - UNIFESP 2022 - 2º Dia - Prova de Conhecimentos Específicos

Determinada espécie vegetal apresenta dois pares de genes, dos quais o alelo A determina a formação de um fruto redondo e o alelo a determina um fruto alongado. Já o alelo B determina a cor vermelha do fruto e o alelo b determina a cor branca. Uma planta duplo-heterozigota foi cruzada com uma planta duplo-recessiva, o que resultou numa descendência de  de plantas com frutos redondos e vermelhos,  de plantas com frutos redondos e brancos,  de plantas com frutos alongados e vermelhos e  de plantas com frutos alongados e brancos.

a) Qual o genótipo da planta descendente que produziu frutos redondos e brancos? De acordo com os dados do texto, com qual lei de Mendel as proporções fenotípicas estão relacionadas?

b) Caso os dois alelos dominantes estivessem em um mesmo cromossomo e os alelos recessivos estivessem no cromossomo homólogo, e não ocorresse permutação, qual seria o resultado fenotípico esperado na descendência das plantas utilizadas no cruzamento? Caso tivesse ocorrido uma permutação, que resultados fenotípicos observados na descendência poderiam evidenciar tal fenômeno?

Resposta:

a) Aabb. 2ª Lei de Mendel.

b) Seria esperada uma proporção de plantas de ½ com frutos redondos e vermelhos e ½ com frutos alongados e brancos. Caso tivesse ocorrido permutação, também seriam encontradas plantas com frutos redondos e brancos e plantas com frutos alongados e vermelhos, que teriam sido formadas pela fecundação de gametas recombinantes.

Questão 04 - Albert Einstein 2023 - Vestibular de Verão - Graduação Medicina - Prova I

Para responder à questão, leia um trecho do prefácio “Um gênero tipicamente brasileiro”, do escritor Humberto Werneck, publicado na antologia Boa companhia: crônicas.

Fernando Sabino e Rubem Braga, por longos anos obrigados a desovar crônicas diárias, não se limitavam, nas horas de aperto, a requentar seus requintados escritos — chegaram a permutar, na moita, velhos recortes, na suposição de que os textos, de tão antigos, já se houvessem apagado da memória do leitor de jornal, recuperando assim a virgindade tipográfica. O troca-troca, contado por Fernando Sabino na crônica “O estranho ofício de escrever”, merece ser aqui reproduzido:

Éramos três condenados à crônica diária: Rubem no Diário de Notícias, Paulo no Diário Carioca e eu no O Jornal. Não raro um caso ou uma ideia, surgidos na mesa do bar, servia de tema para mais de um de nós. Às vezes para os três. Quando caiu um edifício no bairro Peixoto, por exemplo, três crônicas foram por coincidência publicadas no dia seguinte, intituladas respectivamente: “Mas não cai?”, “Vai cair” e “Caiu”.

Até que um dia, numa hora de aperto, Rubem perdeu a cerimônia:

— Será que você teria aí uma crônica pequenininha para me emprestar?

Procurei nos meus guardados e encontrei uma que talvez servisse: sobre um menino que me pediu um cruzeiro para tomar uma sopa, foi seguido por mim até uma miserável casa de pasto da Lapa: a sopa existia mesmo, e por aquele preço. Chamava-se “O preço da sopa”. Rubem deu uma melhorada na história, trocou “casa de pasto” por “restaurante”, elevou o preço para cinco cruzeiros, pôs o título mais simples de “A sopa”.

Tempos mais tarde chegou a minha vez — nada como se valer de um amigo nas horas difíceis:

— Uma crônica usada, de que você não precisa mais, qualquer uma serve.

— Vou ver o que posso fazer — prometeu ele.

Acabou me dando de volta a da sopa.

— Logo esta? — protestei.

— As outras estão muito gastas.

Sou pobre mas não sou soberbo. Ajeitei a crônica como pude, toquei-lhe uns remendos, atualizei o preço para dez cruzeiros e liquidei de vez com ela, sob o título: “Esta sopa vai acabar”.

Eternamente deleitável ou imediatamente deletável — depende menos do tema do que das artes do autor —, a crônica pode não ser um “gênero de primeira necessidade, a não ser talvez para os escritores que a praticam”, como sustentava Luís Martins — um dos recordistas brasileiros nesse ramo de escreveção. Um subgênero, há quem desdenhe. “Literatura em mangas de camisa”, diz-se em Portugal. Mas, para o crítico Wilson Martins, trata-se de uma “espécie literária” que de jornalístico “só tem o fato todo circunstancial de aparecer em periódicos.”

(Humberto Werneck (org.). Boa companhia: crônicas, 2005. Adaptado.)

Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:



( a )

“chegaram a permutar, na moita, velhos recortes” (1º parágrafo). 

( b )

“Quando caiu um edifício no bairro Peixoto” (2º parágrafo). 

( c )

“nada como se valer de um amigo nas horas difíceis” (6º parágrafo). 

( d )

“por longos anos obrigados a desovar crônicas diárias” (1º parágrafo). 

( e )

“o fato todo circunstancial de aparecer em periódicos” (13º parágrafo).

Resposta:

Dos termos destacados, apenas “desovar” está sendo usado no seu sentido figurado, isto é, ampliado ou conotativo. Segundo o dicionário Michaelis, no seu sentido mais estrito ou literal o termo significa “pôr ovos”. No caso do texto de Humberto Werneck, “desovar” quer dizer algo como “produzir em grandes quantidades” – uma ampliação semântica, portanto. As outras alternativas trazem termos cujo sentido é literal. “Permutar” significa “trocar”, exatamente como fazem Sabino e Braga. “Cair” tem o sentido de “vir abaixo”, o que de fato ocorre com o prédio no bairro Peixoto. “Aparecer” se refere a “vir a público”, “ser percebido”, o que se aplica literalmente à crônica e sua veiculação em periódicos. Já o verbo “valer”, na verdade “valer-se”, significa, em sua forma literal, “aproveitar”, “ter o auxílio de”, “receber ajuda ou socorro”, o que se observa no contexto.

Questão 04 - UNIFESP 2023 - 1º Dia - Prova de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Redação

Leia o poema de Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, também conhecida como Marquesa de Alorna, para responder à questão.

Retratar a tristeza em vão procura Quem na vida um só pesar não sente, Porque sempre vestígios de contente Hão-de apar’cer por baixo da pintura:

Porém eu, infeliz, que a desventura O mínimo prazer me não consente, Em dizendo o que sinto, a mim somente, Parece que compete esta figura.

Sinto o bárbaro efeito das mudanças, Dos prazeres o mais cruel pesar, Sinto do que perdi tristes lembranças;

Condenam-me a chorar, e a não chorar, Sinto a perda total das esperanças, E sinto-me morrer sem acabar.

(Marquesa de Alorna. Sonetos, 2007.)

Os sujeitos dos verbos “procura” e “sente” (ambos na 1ª estrofe) são, respectivamente, 



( a )

“Retratar a tristeza” e “Quem”. 

( b )

“Retratar a tristeza” e “um só pesar”. 

( c )

“em vão” e “um só pesar”. 

( d )

“Quem na vida um só pesar não sente” e “um só pesar”. 

( e )

“Quem na vida um só pesar não sente” e “Quem”.

Resposta:

Para fins de clareza, valeria a pena colocar os dois primeiros versos em ordem direta. Ficaria mais ou menos assim: Quem não sente um só pesar na vida procura em vão retratar a tristeza. Desse modo, parece claro que o verbo “procura” tem sua ação exercida por “quem na vida um só pesar não sente” – logo, todo esse segmento de frase cumpre a função de sujeito, pois é ele quem realiza a ação de buscar. Já o verbo “sente” apresenta como sujeito o pronome interrogativo “quem”. Pode-se confirmar isso observando que “sentir” requer no contexto um sujeito e um objeto direto, e, devido à compatibilidade de sentido, “um só pesar” só pode ser o objeto, aquilo que é sentido, enquanto ao “Quem” resta a função de sujeito – quem sente.

Questão 04 - UNICAMP 2019 1ª Fase - Prova Q e X

Alguns pesquisadores falam sobre a necessidade de um “letramento racial”, para “reeducar o indivíduo em uma perspectiva antirracista”, baseado em fundamentos como o reconhecimento de privilégios, do racismo como um problema social atual, não apenas legado histórico, e a capacidade de interpretar as práticas racializadas. Ouvir é sempre a primeira orientação dada por qualquer especialista ou ativista: uma escuta atenta, sincera e empática. Luciana Alves, educadora da Unifesp, afirma que "Uma das principais coisas é atenção à linguagem. A gente tem uma linguagem sexista, racista, homofóbica, que passa pelas piadas e pelo uso de termos que a gente já naturalizou. ‘A coisa tá preta’, ‘denegrir’, ‘serviço de preto’... Só o fato de você prestar atenção na linguagem já anuncia uma postura de reconstrução. Se o outro diz que tem uma carga negativa e ofensiva, acredite”.

(Adaptado de Gente branca: o que os brancos de um país racista podem fazer pela igualdade além de não serem racistas. UOL, 21/05/2018)

Segundo Luciana Alves, para combater o racismo e mudar de postura em relação a ele, é fundamental



( a )

ouvir com atenção os discursos e orientações de especialistas e ativistas. 

( b )

reconhecer expressões racistas existentes em práticas naturalizadas. 

( c )

passar por um “letramento racial” que dispense o legado histórico. 

( d )

prestar atenção às práticas históricas e às orientações da educadora.

Resposta:

O último período do texto, "Só o fato de você prestar atenção na linguagem já anuncia uma postura de reconstrução. Se o outro diz que tem uma carga negativa e ofensiva, acredite." demonstra que "a escuta atenta, sincera e simpática" é fundamental para combater o racismo e mudar de postura em relação ao problema, devido à "capacidade de interpretar práticas naturalizadas".

Questão 04 - UNICAMP 2021 1ª Fase - Conhecimentos Gerais - Biológicas e Saúde - Q e Z

O conto “O espelho”, de Machado de Assis, apresenta o esboço de uma teoria sobre a alma humana. A tese apresentada defende a existência de duas almas (interior e exterior), que completam o homem. Contudo, o narrador faz uma distinção entre as almas que mudam de natureza e estado e aquelas que são enérgicas. Escolha a alternativa que ilustra, no conto, a mutabilidade da alma exterior.



( a )

A liderança é a força sem a qual o poder político de Oliver Cromwell se extingue.

( b )

A patente é a marca de distinção, sem a qual Jacobina se extingue. 

( c )

Os versos de Luís de Camões são uma declaração de amor à pátria, pela qual o poeta se dispõe a morrer. 

( d )

As moedas de ouro são o valor visível sem o qual Shylock prefere morrer.

Resposta:

No conto O espelho, a mutabilidade da alma exterior é ilustrada por meio de um episódio ocorrido na juventude de Jacobina, quando ele viu seu reflexo deformado em um espelho. Tal fantasmagoria deveu-se ao seu apego às bajulações e distinções sociais motivadas pela patente de alferes que ele alcançara pouco tempo antes.

Questão 04 - FGV-SP 2015 Administração - 1º semestre - Módulo discursivo - Prova de Matemática Aplicada e Redação

A figura mostra o gráfico da função f(x) =2 x³ − x² −20x +28.

A Se julgar conveniente, utilize-o para resolver a inequação:

B Resolva a inequação: 2 x³ − x² −20x +28>28

Resposta:

Questão 04 - ENEM 2016 1° dia - Caderno 3 - Branco - 2ª Aplicação

Simples, saborosa e, acima de tudo, exótica. Se a culinária brasileira tem o tempero do estranhamento, esta verdade decorre de dois elementos: a dimensão do território e a infinidade de ingredientes. Percebe-se que o segredo da cozinha brasileira é a mistura com ingredientes e técnicas indígenas. É esse o elemento que a torna autêntica. 

POMBO. N. Cardápio Brasil. Nossa História. n. 29. mar. 2006 (adaptado). 

O processo de formação identitária descrito no texto está associado à



( a )

 imposição de rituais sagrados.

( b )

assimilação de tradições culturais.

( c )

tipificação de hábitos comunitários. 

( d )

hierarquização de conhecimentos tribais.

( e )

superação de diferenças etnorraciais. 

Resposta:

O texto apresenta um exemplo de um importante processo social em que se deu a construção da identidade nacional. Observa-se, assim, que parte das características distintivas da população brasileira está pautada na aceitação, ou melhor, na assimilação de hábitos, costumes e práticas integrantes da cultura do povo indígena como, por exemplo, a culinária.

Questão 04 - UNICAMP 2017 2ª fase - 3º dia - Ciências da natureza

A figura acima mostra duas reações perante os insetos mencionados, sob pontos de vistas diferentes.

a) Construa uma teia alimentar completa que inclua os organismos retratados na figura.

b) Considerando que insetos são, em geral, pobres em gorduras e açúcares, qual é a principal fonte de energia oriunda da ingestão de formigas? O que acontece com esse nutriente no estômago humano?

Resposta:

a)

b) As proteínas constituem a principal fonte de energia obtida a partir da ingestão das formigas. A digestão das proteínas inicia-se no estômago humano, com a ação da pepsina, que hidrolisa a proteína em peptídeos menores.

Questão 04 - Albert Einstein 2017 Vestibular de Inverno - Graduação em Medicina

• A fenilcetonúria, também conhecida como PKU, é uma doença genética humana caracterizada pela incapacidade de metabolizar o aminoácido fenilalanina. Como consequência, há acúmulo de fenilalanina no organismo, o que interfere negativamente no desenvolvimento cerebral e provoca deficiência intelectual. É um tipo de distúrbio que afeta crianças de ambos os sexos, que, na maioria das vezes, nascem de pais normais. O diagnóstico, quando realizado precocemente pelo teste do pezinho, é útil para se estabelecer uma dieta planejada que previne a deficiência intelectual. Considerando essas informações, pode-se inferir que os fenilcetonúricos



( a )

são heterozigotos e devem seguir uma dieta com algumas restrições lipídicas. 

( b )

são homozigotos e devem seguir uma dieta com algumas restrições proteicas. 

( c )

podem ser heterozigotos ou homozigotos e sua dieta deve ser rica em proteínas. 

( d )

podem ser heterozigotos ou homozigotos e devem evitar proteínas e lipídios.

Resposta:

Dada a informação de que as crianças afetadas na maioria das vezes são filhas de pais normais, deduz-se que o problema é causado por um alelo recessivo de um gene que controla o metabolismo da fenilalanina, e que os fenilcetonúricos são indivíduos homozigotos para esse gene. Dado que a fenilalanina é um aminoácido, a dieta dos fenilcetonúricos deve contemplar algumas restrições à ingestão de proteínas.

Questão 04 - UNICAMP 2018 2ª Fase - 3º dia - Ciências da natureza

 Plantas têm papel crucial na ciclagem de carbono e de água no ambiente, captando e liberando o gás carbônico atmosférico e transferindo água do solo para o ar. Os gráficos abaixo representam padrões anuais de variação nas concentrações de vapor d'água do ar e de gás carbônico em regiões ocupadas por duas florestas tropicais distintas, A e B. 

As variações mostradas ocorrem como consequência da presença das florestas. A precipitação nas duas áreas ocorre no período quente do ano (setembro a abril). Além disso, a concentração de CO2 atmosférico seria de 380 ppm se não houvesse cobertura vegetal. 

a) Considerando que a transpiração tem relação direta com o consumo hídrico, qual das duas florestas tem maior dependência de disponibilidade de água? Considerando que a fotossíntese e a respiração determinam o padrão anual de variação de CO2, qual das duas florestas tem maior produção anual de biomassa? Justifique suas respostas. 

b) Em um cenário de redução no regime de chuvas, o que aconteceria com as concentrações de vapor d'água do ar e de CO2 nas regiões ocupadas pelas florestas? Justifique sua resposta. 

Resposta:

a) A floresta A é a que tem maior dependência de disponibilidade de água, uma vez que está situada em ambiente de elevada umidade relativa do ar.

A produção anual de biomassa é maior na floresta A, considerando que, em meses de elevada pluviosidade, ocorre maior absorção de CO2, utilizado na fotossíntese, o que resulta em maior produção de biomassa.

b) Em cenário de redução no regime de chuvas, haveria redução na concentração de vapor de água na atmosfera circundante.

Com a redução do regime de chuvas, os estômatos fechariam, o que reduziria a transpiração vegetal. Ao mesmo tempo, com estômatos fechados, diminuiria a captação de CO2, o que resultaria no aumento da concentração desse gás na atmosfera.

Questão 04 - FUVEST 2018 2ª fase - 1º Dia

Leia o texto.

Um tema frequente em culturas variadas é o do desafio à ordem divina, a apropriação do fogo pelos mortais. Nos mitos gregos, Prometeu é quem rouba o fogo dos deuses. Diz Vernant que Prometeu representa no Olimpo uma vozinha de contestação, espécie de movimento estudantil de maio de 1968. Zeus decide esconder dos homens o fogo, antes disponível para todos, mortais e imortais, na copa de certas árvores – os freixos – porque Prometeu tentara tapeá-lo numa repartição da carne de um touro entre deuses e homens.

Na mitologia dos Yanomami, o dono do fogo era o jacaré, que cuidadosamente o escondia dos outros, comendo taturanas assadas com sua mulher sapo, sem que ninguém soubesse. Ao resto do povo – animais que naquela época eram gente – eles só davam as taturanas cruas. O jacaré costumava esconder o fogo na boca. Os outros decidem fazer uma festa para fazê-lo rir e soltar as chamas. Todos fazem coisas engraçadas, mas o jacaré fica firme, no máximo dá um sorrisinho.

Betty Mindlin, O fogo e as chamas dos mitos. Revista Estudos Avançados. Adaptado.

a) O emprego do diminutivo nas palavras “vozinha” e “sorrisinho”, consideradas no contexto, produz o mesmo efeito de sentido nos dois casos? Justifique.

b) Reescreva o trecho “Os outros decidem fazer uma festa para fazê-lo rir (...). Todos fazem coisas engraçadas”, substituindo o verbo “fazer” por sinônimos adequados ao contexto em duas de suas três ocorrências.

Resposta:

a) Ainda que o sufixo indicador de diminutivo sempre leve à ideia de uma redução de determinada proporção, o "efeito de sentido" de cada ocorrência é diferente.

No primeiro caso, "vozinha" assume um sentido mais figurativo, conotando a atitude de "enfrentamento", de "oposição" de um único indivíduo (o que nos traz ainda o traço de quantidade) diante do estabelecido por um grupo ou entidade superior. Essa leitura pode ser confirmada pelo trecho "espécie de movimento estudantil de maio de 1968."

Na segunda ocorrência, "sorrisinho", o diminutivo assume valor mais próximo ao usual, indicando uma reação mais contida diante da que se pretendia provocar: "... mas o jacaré fica firme, no máximo dá um sorrisinho."

b) Algumas possibilidades de substituição do verbo "fazer" por sinônimos adequados ao contexto seriam:

Os outros decidem  uma festa para (...) Todos executam/ realizam/ praticam coisas engraçadas.

Questão 04 - UNICAMP 2018 1ª Fase - Prova Q e X

Numa entrevista ao jornal El País em 26 de agosto de 2016, o jornalista Caco Barcellos comenta uma afirmação sua anterior, feita em um congresso de jornalistas investigativos, de que novos profissionais não deveriam “atuar como porta-vozes de autoridades”.

“Tenho o maior encanto e admiração e respeito pelo jornalismo de opinião. O que critiquei lá é quando isso vai para a reportagem. Não acho legítimo. O repórter tem o dever de ser preciso. Pode ser até analítico, mas não emitir juízo. Na reportagem de rua, fico imbuído, inclusive, de melhor informar o meu colega de opinião. Se eu não fizer isso de modo preciso e correto, ele vai emitir um juízo errado sobre aquele universo que estou retratando. E não só ele, mas também o advogado, o sociólogo, o antropólogo e mais para frente o historiador (...) Por exemplo, essa matança que a polícia militar provoca no cotidiano das grandes cidades brasileiras – isso é muito mal reportado pela mídia no seu conjunto. Quem sabe, lá no futuro, o historiador não passe em branco por esse momento da história. Não vai poder dizer ‘olha, os negros pobres do estado mais rico da federação estão sendo eliminados com a frequência de três por dia, um a cada oito horas’. Se o repórter não fizer esse registro preciso e contundente, a cadeia toda pode falhar, a começar pelo jornalista de opinião.”

(“Caco Barcelos: ‘Erros históricos nascem da imprecisão jornalística’ ”. El País. 26/08/2016. Entrevista concedida a Camila Moraes. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/19/cultura/1468956578_924541.html. Acessado em 13/07/2017.)

De acordo com a posição defendida por Caco Barcellos com relação a seus leitores, uma reportagem exige do jornalista



( a )

conhecimento preciso do assunto, uma vez que seu objetivo é convencer o leitor a concordar com o que escreve para evitar que ele cometa erros. 

( b )

investigação e precisão no tratamento do assunto, porque ela vai servir de base a outros artigos, permitindo que o leitor tire suas próprias conclusões. 

( c )

investigação e precisão na abordagem dos fatos, já que ele também emite seu juízo sobre o assunto, conduzindo o leitor a aceitar a história que narra. 

( d )

conhecimento preciso dos fatos tratados, para que, no futuro, o leitor seja levado a crer que o repórter registrou sua opinião de forma equilibrada.

Resposta:

Para Caco Barcelos, uma reportagem exige "registro preciso e contundente", sem "emitir juízo". Isso é importante porque o repórter fornece subsídios para os jornalistas de opinião, advogados, antropólogos e historiadores expressarem suas visões de mundo. Assim, se o repórter é parcial demais, "a cadeia toda pode falhar", dificultando as conclusões autônomas dos leitores finais desses textos opinativos.

Questão 04 - FUVEST 2021 - 2ª Fase - 1º Dia

O texto a seguir é fragmento de um artigo de divulgação científica.

A preferência pela mão esquerda ou direita provavelmente é resultado de um processo complexo, que envolve fatores genéticos e ambientais. O novo estudo, fruto de uma colaboração internacional, é a maior  análise genética focada em canhotos da história: utilizou dados de 1,7 milhão de pessoas, extraídos de bancos como o UK Biobank e a empresa privada 23andMe. Comparando os genomas de destros, canhotos e ambidestros. Um "par de bases" é, grosso modo, uma letrinha do DNA (A, T, C ou o G). Cada gene contém as instruções para fabricar uma proteína. Uma mudança em uma única letrinha do gene é capaz de mudar a sequência de tijolinhos que constroem essa proteína, e, por tabela, sua função. Ou seja: o que os geneticistas encontraram foram 41 letrinhas de DNA que aparecem só em pessoas canhotas. Daí até saber o que exatamente essas letrinhas mudam é outra história.

B. Carbintto, "Estudo identifica 41 variações no genoma associadas a pessoas canhotas". Adaptado.

a) Retire do texto duas características linguísticas que permitem classificá-lo como artigo de divulgação científica.

b) Quais os sentidos, no texto, gerados pelo emprego do diminutivo nas palavra "letrinha(s)" e "tijolinhos"? Explique.

Resposta:

a) Do ponto de vista linguístico, há várias marcas que caracterizam o texto da questão como um “artigo de divulgação científica”. O candidato poderia citar o emprego da 3ª pessoa do singular – que cria o efeito de sentido de objetividade,  próprio da função referencial, predominante em tal gênero discursivo – e o uso de expressões típicas do discurso científico – os famosos “jargões”, como “análise genética” e  “genomas”.  Nota-se, também, a preocupação em facilitar a compreensão do tema pelo público leigo, reforçada pela utilização de expressões como “grosso modo” e “ou seja” ao longo do artigo, além de estruturas de frases simples, coordenadas, encadeando os raciocínios de forma a facilitar o entendimento do texto.

b) O emprego do diminutivo funciona como uma estratégia de “simplificação” da linguagem científica, a fim de proporcionar maior aproximação entre o enunciatário e o enunciado. O trecho “uma mudança em uma única letrinha do gene é capaz de mudar a sequência de tijolinhos” ilustra bem esta relação: o que parece ser algo muito simples do ponto de vista do leigo é uma mudança substancial do ponto de vista científico. Parte-se do pressuposto de que há uma falta de “intimidade” entre aquele que lê o artigo científico e a linguagem utilizada para desenvolver o tema. 

Questão 04 - UNIFESP 2021 - 2º Dia - Prova de Conhecimentos Específicos

O incêndio no Pantanal está devastando a fazenda São Francisco do Perigara, santuário que concentra 15% da população livre da espécie de arara-azul Anodorhynchus hyacinthinus, ameaçada de extinção. A propriedade já perdeu 70% dos cerca de 25 mil hectares, quase tudo vegetação nativa. O motivo da concentração de araras na fazenda era a associação entre esses animais, o acuri (Attalea phalerata, tipo de palmeira que produz frutos com polpa) e os bois. Antes das queimadas era comum ver as araras perto dos bois para se alimentar. O gado vai para a mata, come a polpa do acuri e deixa o fruto disperso no chão, que é comido pelas araras-azuis

O incêndio está provocando um impacto enorme sobre a flora e a fauna do Pantanal e poderá comprometer a fertilidade do solo, com prejuízo à produção agrícola local e à produção das plantas forrageiras que alimentam o gado.

(Folha de S.Paulo, 17.08.2020. Adaptado.)

a) Cite a relação ecológica que ocorre entre o gado e as araras-azuis. Na teia alimentar da qual essas espécies fazem parte, qual é o nível trófico ocupado pelas araras-azuis?

b) O fogo interrompe drasticamente quase todas as etapas do ciclo do nitrogênio e, consequentemente, reduz a produção agrícola. Explique como o fogo interrompe as etapas do ciclo do nitrogênio e qual a relação disso com a baixa produção agrícola.

Resposta:

a) A relação ecológica é o comensalismo. As araras são consumidores primários, ocupando o segundo nível trófico.

b) A elevação da temperatura, ocasionada pelo fogo, causa a morte das bactérias do solo que participam do ciclo do nitrogênio. Com isso, são interrompidos os processos de fixação do nitrogênio, nitrificação e desnitrificação. Com menor quantidade de compostos nitrogenados disponíveis, haverá a redução da síntese proteica e de ácidos nucleicos pelos vegetais, reduzindo a produção agrícola.

Questão 04 - UNESP 2022 - 2ª Fase

9143276

Leia o ensaio “Império reverso”, de Eduardo Giannetti, para responder a questão.

Império reverso — O filósofo grego Diógenes fez da autossuficiência e do controle das paixões os valores centrais de sua vida: um casaco, uma mochila e uma cisterna de argila no interior da qual pernoitava eram suas únicas posses. Intrigado com relatos sobre essa estranha figura, o imperador Alexandre Magno resolveu conferir de perto. Foi até ele e propôs: “Sou o homem mais poderoso do mundo, peça-me o que desejar e lhe atenderei.” Diógenes [...] não titubeou: “O senhor teria a delicadeza de afastar-se um pouco? Sua sombra está bloqueando o meu banho de sol.” O filósofo e o imperador são casos extremos, mas ambos ilustram a tese socrática de que, entre os mortais, o mais próximo dos deuses em felicidade é aquele que de menor número de coisas carece. Alexandre, ex-pupilo e depois mecenas de Aristóteles, aprendeu a lição. Quando um cortesão zombou do morador da cisterna por ter “desperdiçado” a oferta que lhe caíra do céu, o imperador rebateu: “Pois saiba então você que, se eu não fosse Alexandre, eu teria desejado ser Diógenes.” Os extremos se tocam. — “Querei só o que podeis”, pondera o padre Antônio Vieira, “e sereis omnipotentes.”

(Eduardo Giannetti. Trópicos utópicos, 2016.)

A resposta de Diógenes a Alexandre Magno pode ser caracterizada como 



( a )

audaciosa. 

( b )

subserviente. 

( c )

hipócrita. 

( d )

compassiva. 

( e )

incoerente.

Resposta:

A resposta de Diógenes a Alexandre – que, como imperador, poderia ter a expectativa de ser tratado de outra forma pelo filósofo, sobretudo porque ele se intitulava “o homem mais poderoso do mundo” – indica audácia, coragem, arrojo.

Questão 04 - UNIFESP 2022 - 1º Dia - Prova de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Redação

9176376

Para responder à questão, leia o trecho inicial de uma crônica de Machado de Assis, publicada originalmente em 17.07.1892.

Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, polêmicas, farto de ver como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais, farto de mim, de ti, de todos, de um tumulto sem vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios, e disse comigo:

— Eia, passemos em revista as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de barbeiro, casas para alugar, amas de leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas...

E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo. Quando voltou à tona, trazia entre os dedos esta pérola:

“Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de meios, deseja encontrar por esposo um homem de meia-idade, sério, instruído, e também com meios de vida, que esteja como ela cansado de viver só; resposta por carta ao escritório desta folha, com as iniciais M.R...., anunciando, a fim de ser procurada essa carta.”

Gentil viúva, eu não sou o homem que procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato, porque tu não és qualquer pessoa, tu vales alguma coisa mais que o comum das mulheres. Ai de quem está só! dizem as sagradas letras, mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio. Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo também não, porque o positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, longa e aborrecida experiência? Não queres amar; estás cansada de viver só.

E a cláusula de ser o esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra que tu não queres enganar, nem sacrificar ninguém. Ficam desde já excluídos os sonhadores, os que amem o mistério e procurem justamente esta ocasião de comprar um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há de ser um náufrago, à espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que também possua. E há de ser instruído, para encher com as coisas do espírito as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de Constantinopla.

Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tanto? O teu anúncio lembra a carta de certo capitão da guarda de Nero. Rico, interessante, aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como se havia de curar do tédio que sentia, e explicava-se por figura: “Não é a tempestade que me aflige, é o enjoo do mar”. Viúva minha, o que tu queres realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjoo. Vês que a travessia ainda é longa — porque a tua idade está entre trinta e dois e trinta e oito anos —, o mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível. Não te contentas com o remédio de Sêneca, que era justamente a solidão, “a vida retirada, em que a alma acha todo o seu sossego”. Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas queres menos um companheiro que uma companhia.

(Machado de Assis. Crônicas escolhidas, 2013.)

“e disse comigo:

— Eia, passemos em revista as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de barbeiro, casas para alugar, amas de leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas...” (1º e 2º parágrafos)

Nesse trecho, observa-se um diálogo interior do cronista. Se a fala do cronista fosse dirigida a um outro personagem, o termo sublinhado assumiria, na transposição do trecho para o discurso indireto, a forma:



( a )

.passe.

( b )

passasse.

( c )

passaria.

( d )

passou.

( e )

passara.

Resposta:

Para se atender ao que o enunciado pede, devem ser feita duas alterações:

1ª: a forma “passemos” está na 1ª pessoa do plural do imperativo afirmativo, ao ser transposta para o discurso indireto, esse tempo verbal assume a forma do pretérito imperfeito do subjuntivo;

2ª: a mudança do sujeito requerida, por sua vez, faz com que o plural tenha que ser substituído pelo singular.

Trecho original em discurso direto:

... e disse comigo:

— Eia, passemos em revista as procuras e ofertas...

Trecho modificado em discurso indireto:

... e disse-lhe que passasse em revista as procuras e ofertas...

Questão 04 - Albert Einstein 2023 - Vestibular de Verão - Graduação Medicina - Prova II

A escala Beaufort de velocidade do vento no mar, inventada em 1806, foi muito utilizada no passado. De acordo com ela, a relação entre a velocidade V do vento, em metros por segundo, e o número Beaufort, indicado por B, é dada pela fórmula V = 0,836 · B1,5.

a) Calcule V para B = 4. Em seguida, sabendo que 1 nó equivale a 1,852 km/h, escreva a fórmula da escala Beaufort para o caso em que V seja dado em nós.

b) A velocidade de 29,26 m/s do vento no mar pode causar tempestades em terra que provoquem destelhamentos e quedas de pequenas construções. Calcule o valor de B para essa velocidade do vento. Escreva sua resposta na forma B = , com n, m e p sendo números naturais.

Resposta:

a) Para B = 4, tem-se .

Dada uma velocidade V em m/s, esse número é equivalente a 3,6 · V km/h. Considerando uma quantidade N de nós que seja equivalente a 3,6 · V km/h, tem-se que N deve satisfazer a seguinte regra de três:

Assim, obtém-se 1,852N = 3,6V e, portanto, .

Substituindo na equação dada, vem que:

b) Substituindo, obtém-se:

Questão 04 - UNIFESP 2023 - 2º Dia - Prova de Conhecimentos Específicos

Leonardo da Vinci não se casou nem teve filhos. Ele teve 22 meios-irmãos. Os historiadores italianos Alessandro Vezzosi e Agnese Sabato encontraram 14 pessoas vivas que têm parentesco com da Vinci. O objetivo dos historiadores era encontrar parentes do sexo masculino que possuíam o mesmo cromossomo sexual. Esse cromossomo foi passado pelo pai aos filhos e permaneceu praticamente inalterado por 25 gerações. Em 2016, cientistas já haviam identificado 35 parentes vivos de Leonardo da Vinci, mas a maior parte deles estava vinculada à linhagem materna. Os pesquisadores pretendem reconstruir o genoma do artista e explorar as relações entre o genoma da família e algumas características de da Vinci, como o fato de ele ser canhoto.

(https://super.abril.com.br. Adaptado.)

a) Cite o cromossomo sexual que os pesquisadores pretendem identificar nos parentes do sexo masculino de Leonardo da Vinci. Qual a quantidade de cromossomos nucleares que compõem o genoma de Leonardo da Vinci?

b) Que material genético extranuclear deve ser utilizado para a análise de parentesco por meio da linhagem materna? Considere que a habilidade de escrever com a mão esquerda seja determinada por um par de alelos autossômicos recessivos e que os pais de Leonardo da Vinci eram destros. Caso os pais de Leonardo da Vinci viessem a ter mais dois descendentes, qual a probabilidade de eles gerarem uma menina canhota e outra menina destra?

Resposta:

a) Cromossomo Y. O genoma de Leonardo da Vinci apresentava 46 cromossomos nucleares.

b) O material genético extranuclear utilizado é o DNA mitocondrial. A partir da informação de que a habilidade de usar a mão esquerda seja uma característica recessiva (aa), os pais de da Vinci, destros, são heterozigotos (Aa). A probabilidade de nascer uma menina é 1/2, a probabilidade de formar uma criança canhota é ¼ e a probabilidade de o casal formar uma criança destra (A_) é 3/4. Desse modo, temos 1/2 x 1/4 x 1/2 x 3/4 = 3/64, admitindo-se que a ordem de nascimento não importa.

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