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“Era Noca, que vinha toda alterada.
─ Nossa Senhora! Quebrou-se o espelho grande do salão!
─ Quem foi que o quebrou? Perguntou Nina, para dizer alguma coisa.
─ Ninguém sabe. Veja só, que desgraça estará para acontecer! Espelho quebrado: morte ou ruína.
─ Morte! Se fosse a minha...”
(Júlia Lopes de Almeida, A Falência. Campinas: Editora da Unicamp, 2018, p. 257.)
O diálogo apresenta a reação das personagens femininas ao incidente doméstico com o objeto de decoração no palacete de Botafogo. Assinale a alternativa que justifica a fala final de Nina.
A destruição do espelho a leva a desejar a morte, pois sugere o alívio para a frustração amorosa.
A quebra do espelho lhe provoca o temor da morte, uma vez que antecipa a ruína financeira.
A destruição do espelho traz a certeza da morte, pois sinaliza o suicídio do ser amado.
A quebra do espelho a faz desejar a morte, pois sugere a catástrofe amorosa do casamento.
Em A Falência, Noca é a sobrinha de Camila Teodoro, tratada como serviçal pelo casal de proprietários da casa onde vive. Apaixonada pelo primo Mário, não é correspondida por ele. A frustração amorosa a leva a ter essa momentânea reação de conformismo diante da possibilidade de o evento aziago representar uma alusão à sua própria morte.
Divisão Internacional do Trabalho, século XX
a) Identifique e caracterize a regionalização socioeconômica representada no mapa.
b) Descreva, em linhas gerais, os fluxos produtivos entre os dois grupos indicados no mapa.
a) A regionalização proposta no mapa identifica os países com elevado desenvolvimento econômico, como os Estados Unidos, Japão e nações da Europa Ocidental, e países com economia subdesenvolvida ou em desenvolvimento, localizados, principalmente, na África, Ásia e América Latina.
b)Durante o século XX, os fluxos produtivos entre os países subdesenvolvidos – ou em desenvolvimento – e os países desenvolvidos economicamente sofreram alterações de acordo com a evolução econômica global. Nos dias atuais, pode-se constatar, de maneira geral, que o bloco desenvolvido fornece, principalmente, capital, informação, tecnologia e produtos industrializados (numa escala menor). Por sua vez, o bloco subdesenvolvido – ou em desenvolvimento – fornece produtos primários (matéria-prima e produtos agropecuários) e produtos industrializados, resultado da transferência de parte dos parques industriais (linhas de montagens) dos países desenvolvidos para os mesmos
Voltou à moda o velho “faça você mesmo” ou bricolagem. A ideia de que às vezes é melhor trabalhar com a mão na massa, engajando os cidadãos, se tornou uma metáfora para práticas pedagógicas, ações políticas, retórica empreendedora. Mas poucos usam, no Brasil, o termo que melhor representa essa potência criativa de que as pessoas são capazes: gambiarra. Palavra menos nobre, gambiarra existe, no Brasil e em outros países de língua portuguesa, quase sempre como um termo popular, dialetal ou depreciativo. Porque é um faça-você-mesmo rebelde que recombina peças já existentes, no interior de regras dadas, para inventar novas funções e afirmar novas regras. Escolhi cinco livros que mostram as gambiarras em ação, entre eles, A invenção do cotidiano: Artes de fazer, de Michel de Certeau. Nesse livro, o historiador e teólogo francês apresenta um estudo analítico e um elogio político da criatividade do “cidadão comum”. Ao traçar uma distinção entre estratégias (as regras do jogo formuladas pelos que têm o poder de estabelecer regras) e táticas (os gestos, ações, invenções dos subjugados, que tentam lidar com as regras, mas também achar um jeitinho de driblá-las), Certeau revela as gambiarras que fazem com que o cotidiano se invente e reinvente.
(Adaptado de Yurij Castelfranchi, Livros para imaginar, apreciar e fazer gambiarras. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/estante/favoritos/2019/5-livros-para-imaginar-apre ciar-e-fazer-gambiarras. Acessado em 10/08/2019.)
a) Explique por que a gambiarra é, ao mesmo tempo, indisciplinada e criativa.
b) Segundo Castelfranchi, como Michel de Certeau associa a ideia de gambiarra às ações políticas do cidadão comum? Responda com base em dois exemplos citados no texto.
a) Segundo o texto, a gambiarra é indisciplinada por ser um “faça-você-mesmo” rebelde, em que a pessoa parte de peças já existentes e as combina de uma nova maneira, rompendo as regras dadas para criar novas funções e, com isso, “afirmar novas regras”. Esse ato de rebeldia envolve também o exercício de criatividade, já que exige a criação de combinações novas a partir de elementos já dados.
b) Segundo Castelfranchi, Michel de Certeau promove um “elogio político” da criatividade do cidadão. Para isso, vale-se da distinção entre “estratégias” e “táticas”. Para ele, “estratégias” são as regras políticas estabelecidas por aqueles que exercem o poder; já as “táticas” são “gestos”, “ações” e “invenções” dos subjugados que, no ato mesmo de lidar com as regras, procuram evitá-las ou subvertê-las. Nesse sentido, as gambiarras na política seriam “táticas” com que os subjugados enfrentam as “estratégias”, reinventando seu cotidiano.
(...) eu sou um pobre relojoeiro que, cansado de ver que os relógios deste mundo não marcam a mesma hora, descri do ofício. (...) Um exemplo. O Partido Liberal, segundo li, estava encasacado e pronto para sair, com o relógio na mão, porque a hora pingava. Faltava-lhe só o chapéu, que seria o chapéu Dantas, ou o chapéu Saraiva (ambos da chapelaria Aristocrata); era só pô-lo na cabeça, e sair. Nisto passa o carro do paço com outra pessoa, e ele descobre que ou o seu relógio está adiantado, ou o de Sua Alteza é que se atrasara. Quem os porá de acordo?
(Machado de Assis, Bons dias. Introdução e notas John Gledson. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2008, p. 79.)
Com relação ao excerto da crônica de Machado de Assis, publicada em 05 de abril de 1888 na Gazeta de Notícias, é correto afirmar que a metáfora mecânica faz referência à passagem do tempo, aludindo à expectativa de mudança de
regime a partir de discordâncias políticas que levaram à eleição do governo imperial.
século, marcada pela perspectiva da chegada do meteorito de Bendegó na corte imperial.
mentalidade escravagista, com um pacto político para suspensão de costumes imperiais.
legislação, com a alternância entre partidos para a formação de um novo ministério do governo imperial.
A metáfora mecânica utilizada por Machado de Assis, em crônica publicada na Gazeta de Notícias, em 05 de abril de 1888, é uma referência à expectativa de mudança de legislação com relação à escravidão. Considerando a data da publicação anterior à assinatura da Lei Áurea e os constantes descompassos entre os partidos nesse processo, entende-se que apenas com a formação de um novo ministério do governo imperial é que seria possível a abolição da escravatura.
A imagem e o excerto abaixo foram extraídos do livro do artista plástico Mulambö.
Texto 1
Queria um pincel me deram uma vassoura
Pintura sobre vassoura, 2018. 0,30m x 1,40m
Texto 2
“Através da ideia de referências e tudo mais, penso na minha figura como força. Um corpo periférico sorrindo e criando é inspiração porque crescemos sem saber que é possível. (...)
No começo do meu trabalho, eu não tive referências de artistas negros, suburbanos ou qualquer outro tipo de coisa que dialogasse comigo. Nossas mãos são normalmente relacionadas a trabalhos braçais, subalternos e tudo mais, então eu sempre procurei mostrar meus braços fazendo os trabalhos. Não no sentido de valorizar o precário, romantizar o processo e blá blá blá, a ideia era justamente o contrário, sabe? Mostrar que para aquele trabalho acontecer tive que catar madeira na rua, porque não tinha dinheiro pra tela. (...).
Sou Mulambö e sou João.
Meu trabalho somos nós, mesmo que eu seja um só.”
(Fonte: Mulambö. Mulambö - o livro. Edição do autor, 2020, pp. 28-30.)
a) Qual o significado da expressão “blá blá blá”? Explique o sentido que essa escolha lexical assume nesse texto.
b) O texto 1 traz a reprodução da obra Queria um pincel me deram uma vassoura. Relacione a obra e seu título com a ideia de “escassez de referências” de que o artista fala no texto 2.
a) A expressão “blá blá blá” é uma maneira informal de se referir a uma conversa oca, sem conteúdo significativo, a um conjunto de expressões usadas para mascarar o vazio do pensamento. No contexto em que aparece, o termo indica que o artista não tem a intenção de recorrer a subterfúgios para produzir uma obra que, na aparência, seja rica, mas à qual falte substância. Ao usar a expressão, Mulambö revela que não pretende recorrer a estratagemas da mesma natureza de “valorizar o precário” ou de “romantizar o processo”, ou seja, que romantizam as dificuldades enfrentadas por ele, mas sim colocar em questão a exclusão que gera essas dificuldades.
b) A escassez de que Mulambö fala é a escassez de referências de artistas negros, da periferia, do subúrbio, cuja produção pudesse dialogar com a dele. Segundo o texto, isso se dá porque essas pessoas são frequentemente excluídas das atividades artísticas, restando-lhes desempenhar trabalhos braçais e subalternos. O título da obra “Queria um pincel me deram uma vassoura” inclui o artista no grupo de pessoas que, por conta dessa exclusão, apesar da vontade de se dedicar à arte (“Queria um pincel”) são instadas a realizar trabalhos braçais, por isso a expressão “me deram uma vassoura”. A obra, uma vassoura pintada de vermelho, demonstra que o artista não desiste de produzir arte, apesar da situação adversa. Ele resiste, produzindo arte com os elementos de que dispõe, e assim estampa no cerne de sua obra a exclusão a que se refere no texto 2.
A figura mostra a maquete do depósito a ser construído. A escala é 1 : 500, ou seja, 1cm, na representação, corresponde a 500 cm na realidade.
Qual será a capacidade, em metros cúbicos, do depósito?
Sendo a escala 1:500, temos:
Admitindo-se que o depósito é um prisma reto cuja base é equivalente a dois trapézios congruentes, a área da base é:
A capacidade do depósito é:
C = 90 ⋅ 36 = 3240
Resposta: 3240m3
Leia o texto para responder à questão.
Bom amigo, o fogo.
Cria calor, afasta os bichos, protege o sono e as mochilas de mantimento. Carne-de-sol, rapadura, farinha. Deita-se na rede, abraçado ao rifle, as alpercatas nos pés, as cartucheiras em torno do peito, o facão preso ao cinturão. E, mais uma vez pensando no serviço, diz muito baixo para si mesmo:
– Mãe, espera o resultado.
A mãe exigira a viagem, um mês ou mais na selva sem caminhos, ninguém para ouvir ou falar. Serviço arriscado e tão brabo que era para quem não tinha medo. Meter-se no povoado, no estradão para o vale do Ouro, arrancar os ossos do pai. Lá, na cova, o pai estava há mais de vinte anos. Ali, naquele lugar, entre as pastagens de gado e as plantações de cacau. Almadina se chamava o lugar que guardava a ossada do pai no barro duro.
Trinta anos ele tinha quando a desgraça acontecera. Agora, vinte anos depois, e ainda na manhã de ontem, a velha o chamara. E, logo o viu, sempre com os olhos parados, exclamou:
– Eu quero os ossos! Vá, Tonho Beré, calcule o terreno – e, percebendo a surpresa do filho, acrescentou: – Vamos ver se trazemos os ossos do seu pai!
– Por quê, mãe, e para quê?
– Estou velha, cada vez mais velha, não demoro a morrer. E, por isso, quero os ossos.
– Mas, para quê? – ele insistira.
Calou-se, a mãe, sem qualquer resposta. Fácil verificar que escondia as ideias no rosto cor de cobre. Não, não disse para que queria os ossos! Talvez para embrulhar eles com a própria pele, talvez.
A rede, o rifle entre os braços, os olhos abertos. A velha de tal modo ali está, dentro do seu olhar sem sono, que parece a própria Tari Januária em pessoa. Permanece assim, deitado e imóvel, vendo a velha como a via todos os dias.
(Adonias Filho, As velhas)
Considerando as passagens textuais,
a) com a presença do termo “mãe”:
I. Por quê, mãe, e para quê?
II. Calou-se, a mãe, sem qualquer resposta.
Explique o emprego das vírgulas que separam as expressões “mãe” e “a mãe” nas frases I e II, respectivamente.
b) com a presença do termo “velha”:
I. Agora, vinte anos depois, e ainda na manhã de ontem, a velha o chamara.
II. Estou velha, cada vez mais velha, não demoro a morrer.
III. Permanece assim, deitado e imóvel, vendo a velha como a via todos os dias.
Indique a classe de palavra e a função sintática do termo “velha” em cada uma das frases.
a) Em I, o termo mãe está isolado por vírgulas porque tem a função sintática de vocativo.
Em II, há duas explicações possíveis para o emprego das vírgulas. Pode-se tomar o termo a mãe como um aposto do pronome reflexivo se, caso em que as vírgulas são usuais. Outra possibilidade seria considerar que as vírgulas isolam o sujeito posposto ao verbo “calou-se”. Nesse caso as vírgulas colaborariam para produzir um efeito de oralidade similar ao de uma inserção entre parênteses por meio da qual o narrador, dando-se conta da possibilidade de dupla interpretação, explicita e reitera o sujeito para esclarecer o sentido da frase.
b) Em I, velha é substantivo e assume a função sintática de sujeito. Em II, é adjetivo, e faz o papel de predicativo do sujeito. Em III, é novamente substantivo, desta feita com a função de objeto direto.
Os órgãos sexuais externos do homem são o escroto, que contém os testículos, e o pênis. Já os órgãos internos são os ductos (epidídimo, deferentes e ejaculatórios) e as glândulas acessórias, importantes para produzir o sêmen.
a) Em um homem saudável, quais glândulas contribuem em maior parte para a produção do sêmen? Qual a importância de o sêmen ter pH acima de 7?
b) Por que os testículos devem ficar alojados no interior do escroto e fora da cavidade abdominal? Quais células dos testículos produzem a testosterona?
a) A maior parte do sêmen é produzida pelas vesículas seminais e pela próstata. O pH do sêmen é levemente básico para proteger os espermatozoides do pH ácido da uretra e da vagina.
b) A temperatura ótima para o funcionamento dos testículos é um pouco menor do que a temperatura corporal normal. Por essa razão, eles ficam fora da cavidade abdominal, revestidos pela pele, para facilitar a perda de calor. A testosterona é produzida pelas células intersticiais (células de Leydig) do testículo.
Para responder à questão, leia o trecho do conto “A menina, as aves e o sangue”, do escritor moçambicano Mia Couto (1955- ).
Aconteceu, certa vez, uma menina a quem o coração batia só de quando em enquantos. A mãe sabia que o sangue estava parado pelo roxo dos lábios, palidez nas unhas. Se o coração estancava por demasia de tempo a menina começava a esfriar e se cansava muito. A mãe, então, se afligia: roía o dedo e deixava a unha intacta. Até que o peito da filha voltava a dar sinal:
— Mãe, venha ouvir: está a bater!
A mãe acorria, debruçando a orelha sobre o peito estreito que soletrava pulsação. E pareciam, as duas, presenciando pingo de água em pleno deserto. Depois, o sangue dela voltava a calar, resina empurrando a arrastosa vida.
Até que, certa noite, a mulher ganhou para o susto. Foi quando ela escutou os pássaros. Sentou na cama: não eram só piares, chilreinações. Eram rumores de asas, brancos drapejos de plumas. A mãe se ergueu, pé descalço pelo corredor. Foi ao quarto da menina e joelhou-se junto ao leito. Sentiu a transpiração, reconheceu o seu próprio cheiro. Quando lhe ia tocar na fronte a menina despertou:
— Mãe, que bom, me acordou! Eu estava sonhar pássaros.
A mãe sortiu-se de medo, aconchegou o lençol como se protegesse a filha de uma maldição. Ao tocar no lençol uma pena se desprendeu e subiu, levinha, volteando pelo ar. A menina suspirou e a pluma, algodão em asa, de novo se ergueu, rodopiando por alturas do tecto. A mãe tentou apanhar a errante plumagem. Em vão, a pena saiu voando pela janela. A senhora ficou espreitando a noite, na ilusão de escutar a voz de um pássaro. Depois, retirou-se, adentrando-se na solidão do seu quarto. Dos pássaros selou-se o segredo, só entre as duas.[...]
Com o tempo, porém, cada vez menos o coração se fazia frequente. Quase deixou de dar sinais à vida. Até que essa imobilidade se prolongou por consecutivas demoras. A menina falecera? Não se vislumbravam sinais dessa derradeiragem. Pois ela seguia praticando vivências, brincando, sempre cansadinha, resfriorenta. Uma só diferença se contava. Já à noite a mãe não escutava os piares.
— Agora não sonha, filha?
— Ai mãe, está tão escuro no meu sonho!
Só então a mãe arrepiou decisão e foi à cidade:
— Doutor, lhe respeito a permissão: queria saber a saúde de minha única. É seu peito... nunca mais deu sinal.
O médico corrigiu os óculos como se entendesse rectificar a própria visão. Clareou a voz, para melhor se autorizar. E disse:
— Senhora, vou dizer: a sua menina já morreu.
— Morta, a minha menina? Mas, assim...?
— Esta é a sua maneira de estar morta.
A senhora escutou, mãos juntas, na educação do colo. Anuindo com o queixo, ia esbugolhando o médico. Todo seu corpo dizia sim, mas ela, dentro do seu centro, duvidava. Pode-se morrer assim com tanta leveza, que nem se nota a retirada da vida? E o médico, lhe amparando, já na porta:
— Não se entristonhe, a morte é o fim sem finalidade.
A mãe regressou à casa e encontrou a filha entoando danças, cantarolando canções que nem existem. Se chegou a ela, tocou-lhe como se a miúda inexistisse. A sua pele não desprendia calor.
— Então, minha querida não escutou nada?
Ela negou. A mãe percorreu o quarto, vasculhou recantos. Buscava uma pena, o sinal de um pássaro. Mas nada não encontrou. E assim, ficou sendo, então e adiante.
Cada vez mais fria, a moça brinca, se aquece na torreira do sol. Quando acorda, manhã alta, encontra flores que a mãe depositou ao pé da cama. Ao fim da tarde, as duas, mãe e filha, passeiam pela praça e os velhos descobrem a cabeça em sinal de respeito.
E o caso se vai seguindo, estória sem história. Uma única, silenciosa, sombra se instalou: de noite, a mãe deixou de dormir. Horas a fio a sua cabeça anda em serviço de escutar, a ver se regressam as vozearias das aves.
(Mia Couto. A menina sem palavra, 2013.)
A linguagem poética, o emprego de neologismos e as marcas de oralidade, que podem ser identificados no texto de Mia Couto, caracterizam também a prosa do seguinte escritor brasileiro:
Guimarães Rosa.
Graciliano Ramos.
Machado de Assis.
Euclides da Cunha.
Aluísio de Azevedo.
O escritor moçambicano Mia Couto nunca escondeu a influência que recebeu da literatura brasileira, notadamente do escritor mineiro Guimarães Rosa. A prosa poética de Rosa está evidenciada em narrativas como “Campo geral” ou “A terceira margem do rio”; o emprego de neologismos, presente em toda a sua escrita, é a marca forte do romance Grande sertão: veredas; por fim, as marcas de oralidade estão presentes em muitos de seus textos, como, por exemplo, “Meu tio o Iauaretê”.
Com estes quatro triângulos cujas medidas dos lados estão em centímetros, forma-se uma pirâmide triangular. Calcule:
A) A área total da superfície da pirâmide.
B) O volume da pirâmide.
A)
B) Note que M é o baricentro do triângulo ABC e portanto:
Se H é a altura da pirâmide, temos:
O volume da pirâmide é igual a :
Um funcionário da editora deveria entregar 4 pacotes de livros, indistinguíveis, para 4 livrarias diferentes. No entanto, o departamento de produção se esqueceu de colocar o nome das livrarias que deveriam receber os pacotes. Por isso ele decidiu distribui-los ao acaso entre as livrarias. Calcule a probabilidade de que
A todos os pacotes cheguem ao destino correto;
B três pacotes cheguem ao destino correto e o quarto, não;
C dois pacotes cheguem ao destino correto e os outros dois, não;
D um pacote chegue ao destino correto e os outros três, não;
E nenhum pacote chegue ao destino correto.
As possibilidades de distribuir 4 pacotes ao acaso é: 4! = 24.
A Os quatro pacotes chegam ao seu destino correto: 1/24.
B Três pacotes chegam ao seu destino. Se 3 pacotes chegam ao seu destino correto, o quarto necessariamente também. A probabilidade é igual a 0.
C Dois pacotes chegam ao seu destino correto: 6/24 = .
D Um pacote chega ao seu destino correto: 8/24 = 1/3.
E Nenhum pacote chega ao seu destino correto: 1 - (1/24) - 0 - (1/4) - (1/3) = 9/24 = 3/8.
Leia o texto para responder à questão.
Era em Roma. Uma noite a lua ia bela como vai ela no verão por aquele céu morno, o fresco das águas se exalava como um suspiro do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pela ponte de... As luzes se apagaram uma por uma nos palácios, as ruas se faziam ermas, e a lua de sonolenta se escondia no leito de nuvens. Uma sombra de mulher apareceu numa janela solitária e escura. Era uma forma branca. A face daquela mulher era como a de uma estátua pálida à lua. Pelas faces dela, como gotas de uma taça caída, rolavam fios de lágrimas.
Eu me encostei à aresta de um palácio. A visão desapareceu no escuro da janela... e daí um canto se derramava. Não era só uma voz melodiosa: havia naquele cantar um como choro de frenesi, um como gemer de insânia: aquela voz era sombria como a do vento à noite nos cemitérios, cantando a nênia1 das flores murchas da morte.
Depois o canto calou-se. A mulher apareceu na porta. Parecia espreitar se havia alguém nas ruas. Não viu ninguém — saiu. Eu segui-a.
A noite ia cada vez mais alta: a lua sumira-se no céu, e a chuva caía às gotas pesadas: apenas eu sentia nas faces caírem-me grossas lágrimas de água, como sobre um túmulo prantos de órfão.
(Álvares de Azevedo. Noite na Taverna, 2001.)
1 nênia: canção melancólica, elegia.
Explique qual o efeito de sentido que as reticências e o travessão conferem, respectivamente, aos enunciados: “Eu passeava a sós pela ponte de...” e “Não viu ninguém — saiu.”
Qual a função do termo “se” na organização dos seguintes enunciados: “Parecia espreitar se havia alguém nas ruas” e “a lua sumira-se no céu”?
a) Na primeira passagem, as reticências têm o objetivo de criar o efeito de realidade, com sugestão de que o narrador esteja escondendo o nome para evitar a identificação. No segundo trecho, o travessão é empregado para indicar supressão do conectivo.
Pontuação:
2 pontos → Duas explicações corretas.
1 ponto → Uma explicação correta.
b) “Parecia espreitar se havia alguém nas ruas.”: nesse período, a palavra “se” é empregada para juntar duas orações; “a lua sumira-se no céu”: o emprego do pronome realça a ação apresentada.
Pontuação:
2 pontos → Duas explicações corretas.
1 ponto → Uma explicação correta.
Considerado o contexto, a expressão “be worth” tem sentido de
prontidão.
esperteza.
valorização.
apelo.
experimento.
Considere a função y = f ( x ) = k·x 2 +b·x+4.
a) Para k = −1, determine o(s) valor(es) de b para os quais o gráfico de y = f ( x ) é simétrico com respeito ao eixo y. Para este(s) valor(es) de b, resolva f ( x ) = 0.
b) Agora, para k = 1 e b = −3 , determine a distância entre o vértice da parábola y = f ( x ) e a origem (0,0).
a) Como a parábola que é gráfico de uma função quadrática possui eixo de simetria vertical, com o vértice sendo a intersecção desse eixo com a parábola, para que esse eixo seja o eixo das ordenadas (eixo y), então a abscissa do vértice deve ser igual a 0:
b) Para k = 1 e b = –3, deve-se ter:
Assim, a distância d pedida é dada por
Com k = -1 e b = 0, tem-se a equação -x2 + 4 = 0, cujas raízes são 2 e -2.
Em uma espécie de planta os frutos podem ser amarelos, vermelhos ou pretos. Essas cores têm relação com a produção de pigmentos específicos na casca dos frutos, que é determinada pelos genes A e B, os quais segregam-se de forma independente. O esquema mostra a via biossintética regulada por esses dois genes que determinam as cores dos frutos.
a) Quantos tipos diferentes de gametas são produzidos por uma planta de genótipo aaBb? Qual o fenótipo dos frutos produzidos por essa planta?
b) Que tipo de epistasia ocorre entre os genes A e B? O cruzamento entre duas plantas di-híbridas produziu 2400 sementes, que foram plantadas e germinaram. Quantas dessas sementes espera-se que originem plantas que produzam frutos amarelos?
a) São produzidos 2 tipos de gametas (aB e ab). Os frutos dessa planta possuem fenótipo preto.
b) Epistasia dominante. Espera-se que 1.800 sementes originem plantas com frutos amarelos, pois a partir do cruzamento de duas plantas di-híbridas, espera-se que uma proporção de 12/16 da descendência apresente o alelo epistático A, responsável pela inibição do alelo a, e desta forma determinando o fenótipo amarelo.
“ O vento da vida, por mais que cresça, nunca pode chegar a ser bonança; o vento da fortuna pode chegar a ser tempestade, e tão grande tempestade, que se afogue nela o mesmo vento da vida.”
(Antônio Vieira, “Sermão de quarta-feira de cinza do ano de 1672”, em A Arte de Morrer. São Paulo: Nova Alexandria, 1994, p. 56.)
No sermão proferido na Igreja de Santo Antônio dos Portugueses, em Roma, Vieira recorre a uma metáfora para chamar a atenção dos fiéis sobre a morte. Assinale a alternativa que expressa a mensagem veiculada pela imagem do vento.
A vida dos fiéis é comparável à tranquilidade da brisa em alto-mar.
A fortuna dos fiéis é comparável à força das intempéries marítimas.
A fortuna dos fiéis é comparável à felicidade eterna.
A vida dos fiéis é comparável à ventura dos navegadores.
No fragmento do sermão de Vieira, as metáforas do “vento da vida” e “vento da fortuna” são a base da reflexão acerca dos perigos que a fortuna pode gerar para a vida dos fiéis. O texto associa as atribulações da existência material a tempestades que podem causar a morte.
Examine a capa da revista Superinteressante, publicada em julho de 2019.
a) Indique o duplo sentido presente na manchete de capa da revista, explicitando os elementos linguísticos utilizados.
b) Explique como a imagem e o texto se combinam na construção do sentido.
a) O duplo sentido presente na manchete de capa da revista é determinado pela paronomásia (semelhança sonora entre palavras ou expressões de sentidos diferentes). No caso, o substantivo “paranoia" – nome dado a um transtorno psiquiátrico – e a construção “para, noia” – ordenando-se que o transtorno cesse–, formada pelo verbo “parar" no imperativo e a expressão “noia" ( a forma popular de se referir a tal transtorno), são lidos exatamente da mesma forma.
b) O texto da capa apresenta a matéria como sendo um “guia” de como a psicologia e a psiquiatria estão se preparando para enfrentar distúrbios psicológicos dos pacientes. Assim, a imagem apresenta uma pessoa sentada em uma poltrona, como se estivesse se submetendo a uma sessão de terapia e, no lugar da cabeça dela, vemos a representação simbólica da paranoia/noia por meio de rabiscos, o que sugere uma desordem mental.
Para responder a questão, leia o trecho de uma carta enviada por Antônio Vieira ao rei D. João IV em 4 de abril de 1654.
No fim da carta de que V. M.1 me fez mercê me manda V. M. diga meu parecer sobre a conveniência de haver neste estado ou dois capitães-mores ou um só governador.
Eu, Senhor, razões políticas nunca as soube, e hoje as sei muito menos; mas por obedecer direi toscamente o que me parece.
Digo que menos mal será um ladrão que dois; e que mais dificultoso serão de achar dois homens de bem que um. Sendo propostos a Catão dois cidadãos romanos para o provimento de duas praças, respondeu que ambos lhe descontentavam: um porque nada tinha, outro porque nada lhe bastava. Tais são os dois capitães-mores em que se repartiu este governo: Baltasar de Sousa não tem nada, Inácio do Rego não lhe basta nada; e eu não sei qual é maior tentação, se a 1 , se a 2 . Tudo quanto há na capitania do Pará, tirando as terras, não vale 10 mil cruzados, como é notório, e desta terra há-de tirar Inácio do Rego mais de 100 mil cruzados em três anos, segundo se lhe vão logrando bem as indústrias.
Tudo isto sai do sangue e do suor dos tristes índios, aos quais trata como tão escravos seus, que nenhum tem liberdade nem para deixar de servir a ele nem para poder servir a outrem; o que, além da injustiça que se faz aos índios, é ocasião de padecerem muitas necessidades os portugueses e de perecerem os pobres. Em uma capitania destas confessei uma pobre mulher, das que vieram das Ilhas, a qual me disse com muitas lágrimas que, dos nove filhos que tivera, lhe morreram em três meses cinco filhos, de pura fome e desamparo; e, consolando-a eu pela morte de tantos filhos, respondeu-me: “Padre, não são esses os por que eu choro, senão pelos quatro que tenho vivos sem ter com que os sustentar, e peço a Deus todos os dias que me os leve também.”
São lastimosas as misérias que passa esta pobre gente das Ilhas, porque, como não têm com que agradecer, se algum índio se reparte não lhe chega a eles, senão aos poderosos; e é este um desamparo a que V. M. por piedade deverá mandar acudir.
Tornando aos índios do Pará, dos quais, como dizia, se serve quem ali governa como se foram seus escravos, e os traz quase todos ocupados em seus interesses, principalmente no dos tabacos, obriga-me a consciência a manifestar a V. M. os grandes pecados que por ocasião deste serviço se cometem.
(Sérgio Rodrigues (org.). Cartas brasileiras, 2017. Adaptado.)
1V. M.: Vossa Majestade.
Em um estudo publicado em 2005, o historiador Gustavo Acioli Lopes vale-se, no quadro da economia colonial, da expressão “primo pobre” para se referir ao produto derivado das lavouras mencionadas por Antônio Vieira em sua carta. No contexto histórico em que foi escrita a carta, o “primo rico” seria
o açúcar.
o pau-brasil.
o café.
o ouro.
o algodão.
No contexto da questão, “primo rico” remeteria ao principal produto da economia colonial, que, na época do padre Antônio Vieira (século XVII), era o açúcar. As outras alternativas mencionam produtos de momentos históricos posteriores (ouro, café) ou anteriores (pau-brasil), ou então produtos que não chegaram a se tornar o principal item da economia colonial brasileira (algodão).
a) Como as formas verbais “gostaria” e “acho” contribuem para a construção de sentido dos quadros 1 e 2?
b) Considerando o contexto da tirinha, como o enunciador se vê no último quadro?
a) As formas verbais “gostaria” e “acho” modalizam as orações seguintes, indicando a visão do enunciador sobre esse conteúdo. No primeiro caso, “gostaria” expressa uma vontade da personagem, a saber, ser vista pelos demais como uma mulher adequada aos padrões de beleza vigentes, “bela”. No segundo, “acho” indica sua impressão de ser reconhecida de forma contrária a seu desejo, ou seja, como uma mulher distante desses mesmos padrões.
b) No último quadro, o enunciador tem de si uma visão poética, marcada por leveza e liberdade, dissociada da noção de beleza e feiura convencionais. Além da imagem do passarinho solto, voando feliz em espirais, o verso de Quintana sugere, no contexto, uma independência (liberdade) do eu lírico em relação à opinião alheia sobre si. Não é mais a deleitosa visão que se desejaria que os outros tivessem, nem a indesejada que se supõe que eles tenham, nem a mais próxima da realidade e independente da visão do outro; é uma visão lírica de si mesmo, que não tem a ver com aparência física.
Para responder à questão, leia o trecho inicial de uma crônica de Machado de Assis, publicada originalmente em 17.07.1892.
Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, polêmicas, farto de ver como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais, farto de mim, de ti, de todos, de um tumulto sem vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios, e disse comigo:
— Eia, passemos em revista as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de barbeiro, casas para alugar, amas de leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas...
E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo. Quando voltou à tona, trazia entre os dedos esta pérola:
“Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de meios, deseja encontrar por esposo um homem de meia-idade, sério, instruído, e também com meios de vida, que esteja como ela cansado de viver só; resposta por carta ao escritório desta folha, com as iniciais M.R...., anunciando, a fim de ser procurada essa carta.”
Gentil viúva, eu não sou o homem que procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato, porque tu não és qualquer pessoa, tu vales alguma coisa mais que o comum das mulheres. Ai de quem está só! dizem as sagradas letras, mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio. Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo também não, porque o positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, longa e aborrecida experiência? Não queres amar; estás cansada de viver só.
E a cláusula de ser o esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra que tu não queres enganar, nem sacrificar ninguém. Ficam desde já excluídos os sonhadores, os que amem o mistério e procurem justamente esta ocasião de comprar um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há de ser um náufrago, à espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que também possua. E há de ser instruído, para encher com as coisas do espírito as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de Constantinopla.
Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tanto? O teu anúncio lembra a carta de certo capitão da guarda de Nero. Rico, interessante, aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como se havia de curar do tédio que sentia, e explicava-se por figura: “Não é a tempestade que me aflige, é o enjoo do mar”. Viúva minha, o que tu queres realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjoo. Vês que a travessia ainda é longa — porque a tua idade está entre trinta e dois e trinta e oito anos —, o mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível. Não te contentas com o remédio de Sêneca, que era justamente a solidão, “a vida retirada, em que a alma acha todo o seu sossego”. Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas queres menos um companheiro que uma companhia.
(Machado de Assis. Crônicas escolhidas, 2013.)
Em “perguntando-lhe como se havia de curar do tédio que sentia” (7º parágrafo), os termos sublinhados referem-se, respectivamente,
.a Sêneca e a Nero.
a Nero e ao capitão da guarda de Nero.
ao capitão da guarda de Nero e a Sêneca.
a Nero e a Sêneca.
a Sêneca e ao capitão da guarda de Nero.
No trecho, um capitão da guarda de Nero que sofre de tédio, escreve a Sêneca e lhe pergunta (ou seja, pergunta a Sêneca) como ele (o capitão) poderia se curar (ou seja, o capitão pretende curar a si mesmo, a si próprio, trata-se de um pronome reflexivo).
O zebrafish (Danio rerio), espécie de peixe ornamental de água doce originária da Ásia, é conhecido no Brasil como paulistinha. Uma versão transgênica desse peixe é dotada de genes de anêmonas e de medusas que o tornam fluorescente nas cores verde, vermelha, laranja e azul. Embora a importação do peixe paulistinha transgênico esteja proibida no Brasil desde 2008, ele pode ser encontrado em aquários particulares e, segundo um estudo recente, até em riachos nacionais. Pesquisadores encontraram mais de uma centena de exemplares desses peixes transgênicos em afluentes mineiros da bacia do rio Paraíba do Sul, cuja presença é preocupante pois pode afetar os peixes nativos. Na região mineira, os peixes paulistinhas transgênicos alimentam-se de insetos aquáticos e zooplâncton e não possuem predadores naturais.
(Meghie Rodrigues. Pesquisa Fapesp, abril 2022. Adaptado.)
a) Que efeito ecológico a alimentação dos peixes paulistinhas transgênicos causará sobre as populações de peixes nativos dos afluentes do rio Paraíba do Sul? Qual será o nível trófico ocupado por um peixe paulistinha transgênico que se alimente de insetos que ingeriram zooplânctons herbívoros?
b) Suponha que, para desenvolver um peixe paulistinha transgênico, os cientistas inseriram um DNA codificante em um zigoto que tenha se desenvolvido sem mutações. Por que o DNA codificante é o material prioritário para se produzir a fluorescência em um organismo transgênico? Qual a porcentagem de células somáticas nucleadas no corpo de um peixe paulistinha transgênico em que seria encontrado o DNA exógeno que gera a fluorescência?
a) A alimentação dos peixes paulistinhas transgênicos causará competição com os peixes nativos. Os paulistinhas transgênicos ocupam o quarto nível trófico e participam como consumidores terciários.
b) O DNA codificante é o responsável pela expressão da proteína responsável pela fluorescência. 100% das células somáticas nucleadas apresentarão o DNA que gera a fluorescência.
Leia o início do conto “Troca de datas”, de Machado de Assis, para responder à questão.
I
— Deixa-te de partes, Eusébio; vamos embora; isto não é bonito. Cirila...
— Já lhe disse o que tenho de dizer, tio João, respondeu Eusébio. Não estou disposto a tornar à vida de outro tempo. Deixem-me cá no meu canto. Cirila que fique...
— Mas, enfim, ela não te fez nada.
— Nem eu digo isso. Não me fez coisa nenhuma; mas... para que repeti-lo? Não posso aturá-la.
— Virgem Santíssima! Uma moça tão sossegada! Você não pode aturar uma moça, que é até boa demais?
— Pois, sim; eu é que sou mau; mas deixem-me.
Dizendo isto, Eusébio caminhou para a janela, e ficou olhando para fora. Dentro, o tio João, sentado, fazia circular o chapéu de Chile no joelho, fitando o chão com um ar aborrecido e irritado. Tinha vindo na véspera, e parece que com a certeza de voltar à fazenda levando o prófugo Eusébio. Nada tentou durante a noite, nem antes do almoço. Almoçaram; preparou-se para dar uma volta na cidade, e, antes de sair, meteu ombros ao negócio. Vã tentativa! Eusébio disse que não, e repetiu que não, à tarde, e no dia seguinte. O tio João chegou a ameaçá-lo com a presença de Cirila; mas a ameaça não surtiu melhor efeito, porque Eusébio declarou positivamente que, se tal sucedesse, então é que ele faria coisa pior. Não disse o que era, nem era fácil achar coisa pior do que o abandono da mulher, a não ser o suicídio ou o assassinato; mas vamos ver que nenhuma destas hipóteses era sequer imaginável. Não obstante, o tio João teve medo do pior, pela energia do sobrinho, e resignou-se a tornar à fazenda sem ele.
De noite, falaram mansamente da fazenda e de outros negócios de Piraí; falaram também da guerra, e da batalha de Curuzu, em que Eusébio entrara, e donde saíra sem ferimento, adoecendo dias depois. De manhã, despediram-se; Eusébio deu muitas lembranças para a mulher, mandou-lhe mesmo alguns presentes, trazidos de propósito de Buenos Aires, e não se falou mais na volta.
— Agora, até quando?
— Não sei; pretendo embarcar daqui a um mês ou três semanas, e depois, não sei; só quando a guerra acabar.
II
Há uma porção de coisas que estão patentes ou se deduzem do capítulo anterior. Eusébio abandonou a mulher, foi para a guerra do Paraguai, veio ao Rio de Janeiro, nos fins de 1866, doente, com licença. Volta para a campanha. Não odeia a mulher, tanto que lhe manda lembranças e presentes. O que se não pode deduzir tão claramente é que Eusébio é capitão de voluntários; é capitão, tendo ido tenente; portanto, subiu de posto, e, na conversa com o tio, prometeu voltar coronel.
(Contos: uma antologia, 1998.)
“— Já lhe disse o que tenho de dizer, [...], respondeu Eusébio.” (2° parágrafo)
Transposto para o discurso indireto, o trecho assume a seguinte redação:
Eusébio respondeu que já diria a ele o que tinha de dizer.
Eusébio respondeu: — Já tinha dito a você o que tinha de dizer.
Eusébio respondeu: — Já diria a você o que teria de dizer.
Eusébio respondeu que já tinha dito a ele o que tinha de dizer.
Eusébio respondeu que já teria dito a ele o que teria de dizer.
Transposto para o discurso indireto, o trecho assumiria a forma:
Eusébio respondeu que já tinha dito (dissera/havia dito) a ele o que tinha de dizer.
O verbo no pretérito perfeito vai para o pretérito mais-que-perfeito (dissera/tinha dito/havia dito) e o verbo no presente vai para o pretérito imperfeito do indicativo (tinha).
O texto apresenta a reprodução de uma postagem em Twitter do ilustrador e quadrinista Paulo Bruno. Considerando o texto e as duas imagens do tuíte, assinale a alternativa que melhor descreve o sentido de “interpretação” nesse contexto particular de uso.
A imaginação, em desenho, do ponto de vista da selfie que é tematizada na foto.
A adulteração, no desenho, do significado da foto pela mudança de perspectiva.
A cópia, em ilustração, de uma fotografia que mostra a produção de uma selfie.
A recriação, em fotografia, da ilustração que simula uma selfie em grupo..
A interpretação de Paulo Bruno consiste num desenho que, por meio da imaginação (já que ele não conheceu a selfie real) propõe uma possível versão da foto – adotando, obviamente, as características estilísticas de seus cartuns.
Para responder à questão, leia um trecho do prefácio “Um gênero tipicamente brasileiro”, do escritor Humberto Werneck, publicado na antologia Boa companhia: crônicas.
Fernando Sabino e Rubem Braga, por longos anos obrigados a desovar crônicas diárias, não se limitavam, nas horas de aperto, a requentar seus requintados escritos — chegaram a permutar, na moita, velhos recortes, na suposição de que os textos, de tão antigos, já se houvessem apagado da memória do leitor de jornal, recuperando assim a virgindade tipográfica. O troca-troca, contado por Fernando Sabino na crônica “O estranho ofício de escrever”, merece ser aqui reproduzido:
Éramos três condenados à crônica diária: Rubem no Diário de Notícias, Paulo no Diário Carioca e eu no O Jornal. Não raro um caso ou uma ideia, surgidos na mesa do bar, servia de tema para mais de um de nós. Às vezes para os três. Quando caiu um edifício no bairro Peixoto, por exemplo, três crônicas foram por coincidência publicadas no dia seguinte, intituladas respectivamente: “Mas não cai?”, “Vai cair” e “Caiu”.
Até que um dia, numa hora de aperto, Rubem perdeu a cerimônia:
— Será que você teria aí uma crônica pequenininha para me emprestar?
Procurei nos meus guardados e encontrei uma que talvez servisse: sobre um menino que me pediu um cruzeiro para tomar uma sopa, foi seguido por mim até uma miserável casa de pasto da Lapa: a sopa existia mesmo, e por aquele preço. Chamava-se “O preço da sopa”. Rubem deu uma melhorada na história, trocou “casa de pasto” por “restaurante”, elevou o preço para cinco cruzeiros, pôs o título mais simples de “A sopa”.
Tempos mais tarde chegou a minha vez — nada como se valer de um amigo nas horas difíceis:
— Uma crônica usada, de que você não precisa mais, qualquer uma serve.
— Vou ver o que posso fazer — prometeu ele.
Acabou me dando de volta a da sopa.
— Logo esta? — protestei.
— As outras estão muito gastas.
Sou pobre mas não sou soberbo. Ajeitei a crônica como pude, toquei-lhe uns remendos, atualizei o preço para dez cruzeiros e liquidei de vez com ela, sob o título: “Esta sopa vai acabar”.
Eternamente deleitável ou imediatamente deletável — depende menos do tema do que das artes do autor —, a crônica pode não ser um “gênero de primeira necessidade, a não ser talvez para os escritores que a praticam”, como sustentava Luís Martins — um dos recordistas brasileiros nesse ramo de escreveção. Um subgênero, há quem desdenhe. “Literatura em mangas de camisa”, diz-se em Portugal. Mas, para o crítico Wilson Martins, trata-se de uma “espécie literária” que de jornalístico “só tem o fato todo circunstancial de aparecer em periódicos.”
(Humberto Werneck (org.). Boa companhia: crônicas, 2005. Adaptado.)
“a crônica pode não ser um ‘gênero de primeira necessidade, a não ser talvez para os escritores que a praticam’” (13º parágrafo)
A expressão sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
nem.
mesmo.
inclusive.
salvo.
aliás.
A expressão “a não ser” tem valor de exclusão, sinônimo, no contexto, de “exceto” ou ”salvo”. “Nem” é uma expressão aditiva que indica negação. “Mesmo” – como conjunção - tem valor concessivo. “Inclusive” sugere inclusão e “Aliás”, adição.
O texto a seguir é um trecho da canção Pantanal, que foi tema de abertura da novela com o mesmo nome, exibida originalmente pela TV Manchete em 1990 e regravada pela TV Globo em 2022.
Lendas de raças, cidades perdidas nas selvas do coração do Brasil. Contam os índios de deuses que descem do espaço no coração do Brasil. Redescobrindo as Américas quinhentos anos depois, Lutar com unhas e dentes pra termos direito a um depois. Fim do milênio, resgate da vida, do sonho, do bem. A terra é tão verde e azul. Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão.
(Pantanal, letra de Marcus Viana, gravada pelo grupo Sagrado Coração da Terra na coletânea em LP Sagrado – Farol da Liberdade, lançada em 1991 pelo selo Sonhos e Sons.)
Nesse trecho da canção, podemos identificar
.repetição de advérbios que indicam as mesmas circunstâncias de tempo e de lugar, para produzir um efeito de redundância a respeito da luta pela terra.
indeterminação de sujeito com verbo na terceira pessoa do plural, para produzir um efeito de incerteza quanto ao papel das futuras gerações.
atribuição de características positivas por meio de substantivos que indicam cores, para produzir um efeito de otimismo na preservação da natureza.
encadeamento sucessivo de termos ligados por preposição, para produzir um efeito de continuidade temporal quanto à condição do planeta.
Um polinômio com coeficientes reais apresenta as seguintes características:
• Uma raiz é 2+3i, em que i é a unidade imaginária.
• O número é raiz de multiplicidade 2.
• −i é uma raiz, em que i é a unidade imaginária.
Podemos concluir que o menor grau que o polinômio pode ter é:
4
3
7
6
5
Examine a tirinha publicada pelo perfil “Safely Endangered Comics” no Instagram em 07.07.2023.
A tirinha permite caracterizar Derek como
confuso.
dissimulado.
subserviente.
distraído.
compassivo.
A leitura da informação verbal e não-verbal permite concluir que Derek é dissimulado, pois comeu os filhotes e se oferece para procurá-los.
A figura abaixo mostra uma pirâmide e um cubo, que compartilham uma aresta da base da pirâmide. A pirâmide tem altura medindo 1m; sua base, bem como os lados do cubo, são quadrados de lados medindo 1m.
a) Um sólido é formado pela união desses dois objetos. Qual é o seu volume?
b) Determine a distância do ponto A (vértice superior da pirâmide) até o ponto B (vértice “frontal” da base do cubo que não está na aresta em comum com a pirâmide).
a) O volume do sólido é dado pela soma dos volumes da pirâmide e do cubo. A pirâmide tem área da base igual a 12 = 1 m2 e altura 1 m, de modo que seu volume é , e o cubo tem aresta medindo 1 m, de modo que seu volume é 13 = 1 m3.
Assim, o volume do sólido formado é igual a .
b) O enunciado não descreve a pirâmide como regular, ou seja, não necessariamente o vértice A tem projeção ortogonal sobre o centro de sua base. Porém, se esse não for o fato, faltam informações para responder à pergunta proposta.
Dessa forma, admitindo que a pirâmide é regular, veja a figura a seguir, que exibe os segmentos e , sendo C o centro da base da pirâmide e, portanto, a projeção ortogonal do vértice A sobre essa base.
O segmento tem medida igual à altura da pirâmide, ou seja, 1 m. Para determinar a medida do segmento , veja a figura a seguir, que exibe as bases da pirâmide e do cubo e o ponto D, de modo que é o apótema da base da pirâmide e, portanto, D é ponto médio de uma das arestas da base.
Pelo teorema de Pitágoras, temos:
Na figura do enunciado, como o triângulo ACB é retângulo, temos:
O segmento mede ou .
Observação: o enunciado poderia ter sido escrito de forma mais clara e precisa. Além da falha já mencionada, é impreciso se referir às faces laterais de um cubo como “lados” do cubo.
Leia o texto para responder à questão.
“A Dinamarca vai devolver ao Brasil um manto tupinambá que está em Copenhague desde pelo menos 1699. A peça, considerada extremamente rara, será doada para o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, pelo Museu Nacional da Dinamarca. O manto é feito de penas vermelhas de guará. Artista, Glicéria Tupinambá está completando sua formação em antropologia no Museu Nacional e vem realizando um trabalho de encontro e pesquisa dos mantos e outros artefatos de seus ancestrais junto às instituições europeias. Em 2006, Glicéria estava trabalhando na composição de um novo manto tupinambá como forma de agradecimento a entidades sagradas, os Encantados, pelo processo de retomada do território indígena. Por meio de fotos, ela vinha tentando entender a técnica para fazer a trama dos mantos da mesma forma que era feita por seus antepassados. ‘Eu fui entendendo a questão do ponto, que é o ponto do jereré, que as mulheres tupinambá utilizam para fazer instrumentos de pesca. Só duas mulheres sabiam fazer esse ponto na aldeia, minha madrinha de 97 anos e minha prima de 78 anos. Mulheres detentoras de um saber que está quase extinto’, conta ela. O primeiro manto que Glicéria teve oportunidade de conhecer pessoalmente está — ainda — na França. ‘Eu quero ver o avesso’, disse ela à equipe do museu parisiense, em 2018. ‘O pessoal fica muito ligado na cor da pena, mas eu queria entender a malha, a técnica, ver o avesso’. Mas não só isso. Glicéria também queria escutar o manto. ‘O manto fala comigo. A gente tem uma relação ancestral’, explica ela. ‘Sei que para quem passou a vida inteira ouvindo que objetos não falam, eu pareço uma pessoa louca. Mas eu venho de um contexto de aldeia, e a gente entende que os objetos não são simplesmente objetos, ainda mais quando se tratam de vestimentas usadas no ambiente religioso’. Glicéria conta que, na ocasião, o manto mostrou a ela três imagens: ‘Uma quando ele estava dentro do território, eu via mulheres, crianças, as penas, a feitura. Outra imagem que ele me apresenta era ele dentro de uma embarcação, as pessoas na margem. Eu podia sentir a areia nos meus pés e ver a embarcação sumindo no fio do horizonte. E, depois, eu vejo esse manto saindo da embarcação e desaparecendo por uma viela escura’.”
Isabel Seta. Raríssimo manto tupinambá que está na Dinamarca será devolvido ao Brasil; peça vai ficar no Museu Nacional. 28/06/2023. Disponível em: https://g1.globo.com/.
a) Justifique o uso de "ainda" no trecho "O primeiro manto que Glicéria teve oportunidade de conhecer pessoalmente está — ainda — na França.". Reescreva a frase, substituindo apenas a palavra "ainda", sem prejuízo do sentido.
b) Explique o sentido do trecho "os objetos não são simplesmente objetos" no texto.
a) O emprego do “ainda” sugere no trecho que o manto deixará de estar na França em algum momento, para retornar ao Brasil. Trata-se de uma palavra que alimenta uma expectativa em relação ao futuro. Uma possibilidade de reescritura, sem prejuízo do sentido, seria: O primeiro manto que Glicéria teve oportunidade de conhecer pessoalmente está — até agora — na França.
Obs.: outras expressões poderiam substituir o advérbio “ainda”, sem prejuízo de sentido, tais como “por enquanto”, “até o momento”, ou “por ora”.
b) Para os tupinambás, o manto tem um significado que vai além do valor etnográfico. Não se trata de um mero objeto para ser exposto num museu, mas num artefato que dialoga com uma cultura ancestral e tem importante significado religioso. Assim, quando Glicéria Tupinambá afirma que “queria escutar o manto”, ela queria compreender os valores, as tradições, os significados, as imagens que o manto suscitava para ela, dentro do contexto da cultura tupinambá.
O vermelho escarlate que tinge o céu a cada voo chama atenção do observador mais desavisado. Com sua exuberante plumagem, os guarás (Eudocimus ruber) voltaram a Florianópolis. A revoada das aves não era vista havia mais de 200 anos, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina. Entre os possíveis motivos da volta dos guarás está a recuperação de mangues na ilha, onde essas aves podem se alimentar. A coloração dos guarás vem do pigmento dos crustáceos (carotenoides) característicos dos ecossistemas como o manguezal, estuários e rios, dos quais se alimenta.
(César Rosati. “Após 200 anos, guarás voltam a colorir céu de Florianópolis”. Folha de S. Paulo, 22.11.2019. Adaptado.)
a) Além do voo, cite duas outras adaptações das penas para as aves.
b) Suponha que um grupo de guarás deixe de se alimentar de crustáceos e passe a se alimentar de insetos sem carotenoides. Esse grupo terá alteração no fenótipo, no genótipo ou em ambos? Justifique sua resposta.
a) As penas auxiliam na manutenção da temperatura corpórea e possuem importante papel no processo de atração de parceiros sexuais.
b) Se um grupo de guarás deixar de se alimentar de crustáceos, haverá apenas alteração do fenótipo desses animais. Com a mudança ambiental (troca do alimento), o fenótipo será modificado devido à falta de carotenoides na dieta, sem alterar o genótipo.
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