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O elemento nitrogênio é encontrado na natureza na forma inorgânica. Todos os seres vivos necessitam desse elemento para sintetizar algumas moléculas orgânicas, que são imprescindíveis para a hereditariedade.
a) Qual a fórmula química da substância inorgânica nitrogenada encontrada no ar atmosférico? Qual grupo de substâncias orgânicas que atua na hereditariedade contém nitrogênio?
b) Suponha uma cadeia alimentar em que o ser humano consuma soja. Qual o número mínimo de seres vivos pelos quais o nitrogênio passou até chegar ao ser humano? Justifique sua resposta.
a) A fórmula é N2. É o grupo dos ácidos nucleicos, pois contém bases nitrogenadas.
b) O número mínimo é 2. O nitrogênio sofre fixação biológica pela ação de bactérias fixadoras no solo, que produzem amônia, a qual é absorvida pelas plantas de soja e utilizada na produção de compostos orgânicos como as proteínas, que, então, são consumidas pelo ser humano.
O dicionarista e historiador Nei Lopes, autor do Dicionário banto do Brasil, afirmou, em entrevista à Revista Fapesp:
Resolvi elaborar um dicionário para identificar os vocábulos da língua portuguesa com origem no universo dos povos bantos, denominação que engloba centenas de línguas e dialetos africanos. Palavras como babá, baia, banda, caçapa, cachimbo, dengo, farofa, fofoca e minhoca, por exemplo, têm origem provável ou comprovada em línguas bantas e o quimbundo pode ter sido o idioma que mais contribuiu à formação de nosso vocabulário. Ao constatar tal quantidade de palavras originárias de idiomas bantos que circulam pelo país, quis comprovar a importância dessas culturas para o contexto nacional. Assim, escrever dicionários, para mim, também é uma tarefa política. Percebi que dicionários funcionam como um meio didático eficaz para disseminar conhecimento. Os currículos costumam começar a abordagem sobre a África a partir da escravidão, partindo do princípio de que os nossos ancestrais foram todos escravos. Nos ensinamentos sobre o assunto, é preciso descolonizar o pensamento brasileiro, deixando evidente como os grandes centros europeus espoliaram o continente e que, hoje, a realidade africana é fruto dessas ações.
(Adaptado de Nei Lopes, O dicionário heterodoxo. Entrevista concedida a Cristina Queiroz. Revista Fapesp. Edição 275, jan. 2019. Disponível em http://revistapesquisa.fapesp.br/ 2019/01/10/nei-braz-lopes-o-dicionarista-heterodoxo/. Acessado em 23/08/2019.)
a) Explique, com base em dois argumentos presentes no texto, por que, para o autor, escrever dicionários é uma tarefa política.
b) Que crítica o autor faz aos currículos escolares e que abordagem propõe para o assunto?
a) Para o autor, escrever dicionários é uma tarefa política, porque, por meio dela, é possível comprovar a importância das culturas dos povos bantos para a formação da cultura brasileira. Para embasar sua afirmação, colaboram tanto a citação de palavras da língua portuguesa que têm origem em línguas bantas (tais como “babá”, “banda” e “caçapa”, entre outras) quanto a informação de que é muito provável que o quimbundo seja a língua banta que mais contribuiu para a formação de palavras do português.
b) O autor critica o fato de que os currículos costumam abordar o estudo da África a partir do tema da escravidão, partindo do pressuposto equivocado de que todos os ancestrais africanos foram escravos. Ele propõe uma abordagem que descolonize o pensamento, evidenciando que os grandes centros europeus se apossaram violentamente de muitas riquezas africanas e que a realidade atual desse continente é fruto de tais ações.
Leia o trecho do romance Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, e responda.
– Meu coração está apertado de ver tantas marcas no teu rosto, meu filho; essa é a colheita de quem abandona a casa por uma vida pródiga.
– A prodigalidade também existia em nossa casa.
– Como, meu filho?
– A prodigalidade sempre existiu em nossa mesa.
– Nossa mesa é comedida, é austera, não existe desperdício nela, salvo nos dias de festa.
– Mas comemos sempre com apetite.
– O apetite é permitido, não agrava nossa dignidade, desde que seja moderado.
– Mas comemos até que ele desapareça; é assim que cada um em casa sempre se levantou da mesa.
– É para satisfazer nosso apetite que a natureza é generosa, pondo seus frutos ao nosso alcance, desde que trabalhemos por merecê-los. Não fosse o apetite, não teríamos forças para buscar o alimento que torna possível a sobrevivência. O apetite é sagrado, meu filho.
– Eu não disse o contrário, acontece que muitos trabalham, gemem o tempo todo, esgotam suas forças, fazem tudo que é possível, mas não conseguem apaziguar a fome.
– Você diz coisas estranhas, meu filho.
(Lavoura arcaica, 2001.)
No trecho do romance, o filho
acusa o pai por tê-lo impedido de abandonar a casa.
é censurado pelo pai por ter partido em busca de uma vida pródiga.
discorda da opinião do pai de que o apetite é sagrado.
repreende o pai por ter sacralizado o apetite.
é repreendido pelo pai por não ter se empenhado o suficiente no trabalho.
O trecho do romance Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, retrata o diálogo entre pai e filho quando da volta do personagem considerado pródigo à casa paterna. A primeira fala transcrita explicita a crítica do pai ao fato de ter sido abandonado pelo herdeiro, que, segundo sua avaliação, abandonou a casa por uma vida pródiga.
Leia o trecho inicial do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, para responder à questão.
A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado.
Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto.
(Contos, 2012.)
“Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada.” (3º parágrafo)
No trecho, o procedimento da ironia, frequente em Machado de Assis, consiste em
afirmar algo improvável para revelar um aspecto do oposto do que se diz: afirma que “nem todos gostavam de apanhar”, quando sabemos que não é razoável que alguém goste de apanhar, e, assim, revela a crueldade do sistema escravista.
narrar diretamente e com crueza circunstâncias que costumam ser de difícil aceitação: afirma friamente que “sucedia ocasionalmente apanharem” e, assim, admite sem rodeios as perversões de uma sociedade escravista.
mudar de assunto a fim de encerrar um tópico proibido, devido a critérios morais, pela sociedade: refere-se rapidamente à escravidão, em “sucedia ocasionalmente apanharem”, e muda de assunto para não ter que discutir as imoralidades ligadas ao assunto.
negar um fato evidente como modo de tornar mais palatável ao leitor determinado aspecto da sociedade: afirma que “nem todos gostavam de apanhar”, negando assim a escravidão e criando uma imagem positiva da sociedade.
amenizar um fato extremo para esconder a realidade: afirma que “nem todos gostavam de apanhar” a fim de esconder que ninguém gostava de apanhar e, assim, tornar invisível a crueldade do sistema escravista.
Alternativa A A figura da ironia consiste justamente na contradição, em geral com intenção crítica, entre sentido implícito e explícito, isto é, afirma-se explicitamente algo que por qualquer razão soa absurdo, para deixar subentendido o contrário. Conforme a alternativa A comenta, isso ocorre no fragmento machadiano: afirma-se explicitamente que nem todos gostavam de apanhar para sugerir que os senhores aplicavam castigos físicos, conduta intolerável para qualquer ser humano, evidenciando a crueldade do sistema escravista.
A biotecnologia está presente em nosso dia a dia, contribuindo de forma significativa para a nossa qualidade de vida. Ao abastecer um automóvel com etanol, estamos fazendo uso de um produto da biotecnologia obtido com a fermentação de açúcares presentes no caldo extraído da cana-de-açúcar. Após a extração do caldo, uma quantidade significativa de carboidratos presentes na estrutura celular é perdida no bagaço da cana-de-açúcar. A produção de etanol de segunda geração a partir do bagaço seria uma forma de aumentar a oferta de energia renovável, promovendo uma matriz energética mais sustentável.
a) Cite um carboidrato presente na estrutura da parede celular da cana-de-açúcar que poderia ser hidrolisado para fornecer os açúcares para a obtenção de etanol. Por que a biomassa é considerada uma fonte renovável de energia?
b) Como os micro-organismos atuam na fermentação e se beneficiam desse processo?
a) Celulose. A biomassa de uma planta é obtida por meio da fotossíntese, processo que utiliza uma fonte renovável de energia — a luz.
b) Alguns micro-organismos, como as leveduras (fungos unicelulares), degradam a glicose, em condições anaeróbicas, produzindo etanol e gás carbônico. Nesse processo, eles obtêm energia para a manutenção de seu metabolismo.
Sabendo que x pertence ao segundo quadrante e que podemos afirmar que sen 2x + cos 2x é igual a:
0
Sendo , pela relação fundamental da trigonometria tem-se:
Como x é um ângulo do segundo quadrante, então, .
Assim,
O trecho abaixo corresponde à parte final do primeiro Sermão de Quarta-Feira de Cinza, pregado em 1672 pelo Padre Antonio Vieira.
“Em que cuidamos, e em que não cuidamos? Homens mortais, homens imortais, se todos os dias podemos morrer, se cada dia nos imos chegando mais à morte, e ela a nós; não se acabe com este dia a memória da morte. Resolução, resolução uma vez, que sem resolução nada se faz. E para que esta resolução dure, e não seja como outras, tomemos cada dia uma hora em que cuidemos bem naquela hora. De vinte e quatro horas que tem o dia, por que se não dará uma hora à triste alma? Esta é a melhor devoção e mais útil penitência, e mais agradável a Deus, que podeis fazer nesta Quaresma. (...) Torno a dizer para que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi? Quanto posso viver? Como é bem que viva? Memento homo.”
(Antonio Vieira, Sermões de Quarta-Feira de Cinza. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2016, p.102.)
a) Levando em conta o trecho acima e o propósito argumentativo do Sermão, explique por que, segundo Vieira, se deve preservar “a memória da morte”.
b) Considere as perguntas presentes no trecho acima e explique sua função para a mensagem final do Sermão.
a) Na celebração católica da Quarta-Feira de cinzas, o sacerdote deve espargir cinzas sobre a cabeça do fiel e dizer as seguintes palavras: “Lembra-te, homem, que és pó e em pó te reverterás”. A expressão “Lembra-te, homem”, é resgatada no final do trecho transcrito: Memento homo. A fala sacerdotal se baseia no versículo bíblico “quia pulvir es et in pulverem reverteris” (Gênesis, 3:19). No “Sermões da Quarta-Feira de Cinzas”, Vieira desenvolve a proposição segundo a qual o homem deve viver tendo a morte como perspectiva – razão pela qual deve sempre preservar a “memória da morte”, lembrando-se constantemente da condição de pó à qual retornará. Dessa forma, deve dedicar sua vida à preparação para a morte, o que significa o desligamento da matéria, em favor da purificação da alma.
b) O sermão é um gênero retórico, geralmente composto para ser falado, voltando-se, assim, para um interlocutor. Em seus sermões, Vieira desenvolvia reflexões sobre a vida humana, buscando, eventualmente, mudar o comportamento dos fiéis. No trecho, as perguntas cumprem uma função retórica, pois o emissor não espera obter respostas específicas para elas. Na verdade, elas contêm os passos do raciocínio que o sermonista desenvolve. Acompanhar essas perguntas e respondê-las intimamente significa apreender o ensinamento que está sendo transmitido e chegar à conclusão pretendida pelo autor. Essas perguntas propõem um mergulho do ouvinte em sua própria existência, para analisá-la de acordo com os termos propostos pelo eixo argumentativo que o texto “Sermões da Quarta-Feira de Cinzas” desenvolve, isto é: a necessidade de abandonar os excessos materiais para se dedicar à purificação espiritual.
No Brasil pós-ditadura, a disputa pela memória foi marcada pela publicação do projeto Brasil: Nunca Mais (BNM), em 1985. Pode-se dizer que se trata de um ato fundacional na construção da memória social sobre os crimes da ditadura, o qual favoreceu a constituição de uma consciência coletiva acerca da política repressiva do período e do status dos sobreviventes.
(Adaptado de Janaina de Almeida Teles, A constituição das memórias sobre a repressão da ditadura: o projeto Brasil:Nunca Mais e a abertura da vala de Perus. Anos 90, Porto Alegre, v. 19, n. 35, p. 265, jul. 2012).
a) Explique dois objetivos do projeto Brasil: Nunca Mais.
b) Por quais razões a autora considera o projeto Brasil Nunca Mais um ato fundacional?
a) Primeiramente, vale destacar o objetivo de construir uma memória social sobre os crimes cometidos pelo Estado brasileiro durante o regime militar recém-encerrado; trata-se de um ato de preservação da memória do período para que tais crimes não sejam esquecidos. Em segundo lugar, o projeto tem como objetivo ativar como um veículo de denúncia e clamor por justiça para que os responsáveis sejam investigados e punidos.
b) É um ato fundacional por simbolizar o restabelecimento dos direitos civis, sociais e políticos no regime democrático recém-fundado. Investigar e preservar a memória dos crimes cometidos pelo Estado durante o regime militar, deveria ser um dos pilares fundacionais da Nova República estabelecida em 1985.
Leia o texto.
A complicada arte de ver
Ela entrou, deitouse no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementares", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".
Rubem Alves, Folha de S.Paulo, 26/10/2004. Adaptado.
a) Segundo a concepção do autor, como a poesia pode ser entendida?
b) Reescreva o trecho “Agora, tudo o que vejo me causa espanto.”, substituindo o termo sublinhado por “Naquela época” e empregando a primeira pessoa do plural. Faça as adaptações necessárias.
a) Como se trata de um texto figurativo, a concepção de poesia não vem explícita no texto, mas deve ser depreendida como se depreende o tema por meio da observação das figuras.
Assim, pode-se inferir que a poesia é uma criação resultante de um modo de olhar que, por associação, acrescenta à realidade observada traços de sentido e sensações bem mais amplos do que os que são percebidos num olhar imediato. Essa distorção cria uma obra de arte para ser contemplada, uma imagem construída para gerar o prazer da admiração.
b) Com as alterações, o trecho ficaria: "Naquela época, tudo o que víamos nos causava espanto".
Uma cerca tem formato de um polígono regular de n lados, cada lado com comprimento l. A égua Estrela pasta amarrada à cerca por uma corda, também de comprimento l, no exterior da região delimitada pelo polígono. Calcule a área disponível para pasto supondo que:
a) a extremidade da corda presa à cerca está fixada num dos vértices do polígono;
b) a extremidade da corda pudesse deslizar livremente ao longo de todo o perímetro da cerca.
a) Considere a figura a seguir, que contém uma parte do polígono regular bem como a área disponível para pasto, hachurada:
Sendo ê a medida de um ângulo externo do polígono, tem-se e, assim, a área S pedida é dada pela área de um setor circular cujo raio mede l e o ângulo central
, ou seja:
b) Considere a figura a seguir, que contém uma parte do polígono A1A2A3...An:
No caso em que a extremidade da corda desliza sobre todo o perímetro do polígono, a área disponível para pasto é dada pela soma das áreas de n quadrados, todos com lados de medida ℓ e as áreas de n setores circulares congruentes, com raios de medida ℓ e ângulo central , ou seja, a área S pedida é dada por:
Considere o texto a seguir para responder à questão.
No Brasil, a educação a distância só estava autorizada para o ensino superior (de maneira completa ou até 40% dos cursos presenciais) e uma parte do ensino médio (até 30% da carga horária do período noturno e 20% do diurno). A legislação brasileira atual não permite que a educação infantil e o ensino fundamental sejam feitos por EAD. porém, diante da emergência de saúde pública e da situação atípica na educação, diversas flexibilizações foram adotadas para que os alunos pudessem dar prosseguimento às aula de maneira remota. Marcio Kowalsk, professor do curso de Rádio, TV e Internet da Metodista, calcula que entre 30% e 50% dos seus alunos têm dificuldade para acompanhar o curso. Quando está dando aula, por exemplo, diz que alguns estudantes ficam repetidamente caindo e entrando na chamada de vídeo. "Não são todos que podem ter aquele clichê do computador com a estante de livros bonita atrás", brinca.
I. Paz, "Desafios do ensino remoto na pandemia". Adaptado.
a) O que o professor quis dizer ao proferir a frase "Não são todos que podem ter aquele clichê do computador com a estante de livros bonita atrás"?
b) No período "Quando está dando aula, por exemplo, diz que alguns estudantes ficam repetidamente caindo e entrando na chamada de vídeo", explique o emprego da expressão sublinhada.
a) No contexto em que ocorre, a frase “Não são todos que podem ter aquele clichê do computador com a estante de livros bonita atrás” deve ser compreendida em sentido literal e em sentido metonímico. Do ponto de vista literal, a frase remete à ideia de que um comportamento frequente em transmissões via Internet durante o período de isolamento social – escolher como cenário de fundo uma estante de livros ou biblioteca – é privilégio de uns poucos, que contam com tais espaços em suas residências. Do ponto de vista metonímico, a mesma frase remete à desigualdade social do país, que se manifesta também no acesso à Internet. No fragmento, a referência a um ambiente valorizado socialmente está vinculada à declaração de que “alguns estudantes ficam repetidamente caindo e entrando na chamada de vídeo”. Desse modo, a frase sugere que a dificuldade de conexão de alguns é reflexo da desigualdade social do país.
b) A expressão “por exemplo” é utilizada para relacionar coesivamente a frase em que ocorre e a anterior. Após mencionar-se que, segundo o professor entrevistado, “30% a 50% dos seus alunos têm dificuldade para acompanhar o curso”, o conector em questão indica que os problemas de conexão exemplificam os entraves enfrentados pelos estudantes. Assim, a expressão “por exemplo”, ao introduzir um caso concreto, contribui com a construção do argumento de que a aprendizagem foi prejudicada durante as aulas remotas.
Os mapas mostram uma parte do município de São Paulo. O mapa I refere-se à população vacinada contra Sars-Cov-2; o mapa II refere-se à taxa de mortalidade por COVID-19; e o mapa III refere-se ao Índice de Desenvolvimento Humano. Tons mais claros indicam valores menores e tons mais escuros, valores maiores.
A partir desses dados, é correto afirmar que
a efetividade da campanha de vacinação coincide com as áreas de maior IDH.
a virulência das variantes de Sars-Cov-2 é menor em áreas de menor IDH.
as vacinas em áreas de menor IDH demandam maior tempo para a resposta imunológica do indivíduo.
a taxa de mortalidade varia porque a população no centro do município é maior e mais agregada.
a prevalência das variantes de Sars-Cov-2 é maior em áreas de maior IDH.
A observação dos mapas de parte do município de São Paulo indica que os bairros com maior IDH, localizados próximos ao centro expandido da capital paulista, possuem índices mais elevados de imunização com 2 doses da vacina de COVID-19, o que resulta em menores índices de mortalidade pela referida doença. Por outro lado, em bairros periféricos, o avanço da imunização é inferior ao dos bairros centrais, o que tende a resultar em maiores índices de mortalidade por COVID-19.
Considere os seguintes materiais líquidos: etanol anidro, etanol hidratado a 70% em massa e salmoura concentrada sem corpo de fundo.
a) Cite, entre os materiais líquidos apresentados, qual é considerado uma substância pura. Qual desses materiais líquidos pode ter seus componentes separados por destilação simples?
b) Três tiras idênticas de papel absorvente foram igualmente embebidas com esses materiais líquidos, um em cada tira, e todos à mesma temperatura. Em seguida, essas tiras foram expostas ao ar até a secagem completa. Qual tira deve ter sido a última a secar completamente? Justifique sua resposta, considerando as diferenças entre pressões de vapor dos líquidos.
a) O único material líquido constituído por um único tipo de moléculas sendo considerado uma substância pura é o etanol anidro, constituído somente por moléculas de etanol (C2H6O). A destilação simples é utilizada para separar componentes de misturas homogêneas (sólido e líquido). Dentre as apresentadas, os componentes da salmoura podem ser separados por destilação simples.
b) A última tira a secar completamente será a da solução de salmoura, por apresentar a menor pressão de vapor.
Leia o início do conto “Troca de datas”, de Machado de Assis, para responder à questão.
I
— Deixa-te de partes, Eusébio; vamos embora; isto não é bonito. Cirila...
— Já lhe disse o que tenho de dizer, tio João, respondeu Eusébio. Não estou disposto a tornar à vida de outro tempo. Deixem-me cá no meu canto. Cirila que fique...
— Mas, enfim, ela não te fez nada.
— Nem eu digo isso. Não me fez coisa nenhuma; mas... para que repeti-lo? Não posso aturá-la.
— Virgem Santíssima! Uma moça tão sossegada! Você não pode aturar uma moça, que é até boa demais?
— Pois, sim; eu é que sou mau; mas deixem-me.
Dizendo isto, Eusébio caminhou para a janela, e ficou olhando para fora. Dentro, o tio João, sentado, fazia circular o chapéu de Chile no joelho, fitando o chão com um ar aborrecido e irritado. Tinha vindo na véspera, e parece que com a certeza de voltar à fazenda levando o prófugo Eusébio. Nada tentou durante a noite, nem antes do almoço. Almoçaram; preparou-se para dar uma volta na cidade, e, antes de sair, meteu ombros ao negócio. Vã tentativa! Eusébio disse que não, e repetiu que não, à tarde, e no dia seguinte. O tio João chegou a ameaçá-lo com a presença de Cirila; mas a ameaça não surtiu melhor efeito, porque Eusébio declarou positivamente que, se tal sucedesse, então é que ele faria coisa pior. Não disse o que era, nem era fácil achar coisa pior do que o abandono da mulher, a não ser o suicídio ou o assassinato; mas vamos ver que nenhuma destas hipóteses era sequer imaginável. Não obstante, o tio João teve medo do pior, pela energia do sobrinho, e resignou-se a tornar à fazenda sem ele.
De noite, falaram mansamente da fazenda e de outros negócios de Piraí; falaram também da guerra, e da batalha de Curuzu, em que Eusébio entrara, e donde saíra sem ferimento, adoecendo dias depois. De manhã, despediram-se; Eusébio deu muitas lembranças para a mulher, mandou-lhe mesmo alguns presentes, trazidos de propósito de Buenos Aires, e não se falou mais na volta.
— Agora, até quando?
— Não sei; pretendo embarcar daqui a um mês ou três semanas, e depois, não sei; só quando a guerra acabar.
II
Há uma porção de coisas que estão patentes ou se deduzem do capítulo anterior. Eusébio abandonou a mulher, foi para a guerra do Paraguai, veio ao Rio de Janeiro, nos fins de 1866, doente, com licença. Volta para a campanha. Não odeia a mulher, tanto que lhe manda lembranças e presentes. O que se não pode deduzir tão claramente é que Eusébio é capitão de voluntários; é capitão, tendo ido tenente; portanto, subiu de posto, e, na conversa com o tio, prometeu voltar coronel.
(Contos: uma antologia, 1998.)
Expressão expletiva é aquela que, embora seja desnecessária ao sentido da frase, é empregada como realce ou ênfase. Verifica-se uma expressão expletiva no seguinte trecho:
“Nem eu digo isso” (4° parágrafo).
“eu é que sou mau” (6° parágrafo).
“ela não te fez nada” (3° parágrafo).
“a ameaça não surtiu melhor efeito” (7° parágrafo).
“Não disse o que era” (7° parágrafo).
Em “eu é que sou mau” ocorre uma clivagem, que consiste na inserção da expressão “é que” com a finalidade de realçar uma ideia. Com efeito, é possível excluir essa expressão sem que se perca a informação transmitida na frase (eu sou mau), o que ajuda a confirmar seu caráter expletivo.
Para responder à questão, leia um trecho do prefácio “O recado da mata”, do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, para o livro A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert.
A queda do céu é um acontecimento científico incontestável, que levará, suspeito, alguns anos para ser devidamente assimilado pela comunidade antropológica. Mas espero que todos os seus leitores saibam identificar de imediato o acontecimento político e espiritual muito mais amplo, e de muito grave significação, que ele representa. Chegou a hora, em suma; temos a obrigação de levar absolutamente a sério o que dizem os índios pela voz de Davi Kopenawa — os índios e todos os demais povos “menores” do planeta, as minorias extranacionais que ainda resistem à total dissolução pelo liquidificador modernizante do Ocidente. Para os brasileiros, como para as outras nacionalidades do Novo Mundo criadas às custas do genocídio americano e da escravidão africana, tal obrigação se impõe com força redobrada. Pois passamos tempo demais com o espírito voltado para nós mesmos, embrutecidos pelos mesmos velhos sonhos de cobiça e conquista e império vindos nas caravelas, com a cabeça cada vez mais “cheia de esquecimento”, imersa em um tenebroso vazio existencial, só de raro em raro iluminado, ao longo de nossa pouco gloriosa história, por lampejos de lucidez política e poética. Davi Kopenawa ajuda-nos a pôr no devido lugar as famosas “ideias fora do lugar”, porque o seu é um discurso sobre o lugar, e porque seu enunciador sabe qual é, onde é, o que é o seu lugar. Hora, então, de nos confrontarmos com as ideias desse lugar que tomamos a ferro e a fogo dos indígenas, e declaramos “nosso” sem o menor pudor [...].
(A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, 2015.)
O autor recorre à elipse de um substantivo no trecho:
“Pois passamos tempo demais com o espírito voltado para nós mesmos”.
“porque o seu é um discurso sobre o lugar”.
“temos a obrigação de levar absolutamente a sério o que dizem os índios”.
“tal obrigação se impõe com força redobrada”.
“Hora, então, de nos confrontarmos com as ideias desse lugar”.
Na expressão “porque o seu é um discurso sobre o lugar”, há elipse do substantivo “discurso”.
No contexto, “porque o seu (discurso) é um discurso sobre o lugar”.
To me, science is one way of connecting with the mystery of existence. And if you think of it that way, the mystery of existence is something that we have wondered about ever since people began asking questions about who we are and where we come from. So while those questions are now part of scientific research, they are much, much older than science. I’m talking about science as part of a much grander and older sort of questioning about who we are in the big picture of the universe. To me, as a theoretical physicist and also someone who spends time out in the mountains, this sort of questioning offers a deeply spiritual connection with the world, through my mind and through my body. Einstein would have said the same thing, I think, with his cosmic religious feeling.
Marcelo Gleiser, March 20, 2019.
(Adaptado de https://www.scientificamerican.com/article/atheism-is-inconsistent-with-the-scien tific-method-prizewinning-physicist-says/?redirect=1. Acessado em 15/05/2019.)
Qual das frases abaixo mais se aproxima das palavras de Gleiser reproduzidas acima?
“O bom da ciência é que ela é verdadeira, quer se acredite nela ou não.” (Neil deGrasse Tyson)
“Ciência é a única religião da humanidade.” (Arthur Clarke)
“Ciência é a chave do nosso futuro.” (Bill Nye)
“Ciência não é apenas compatível com espiritualidade; é uma profunda fonte de espiritualidade.” (Carl Sagan)
Encontra-se, principalmente, no início do texto: “To me, science is one way of connecting with the mystery of existence.”
A figura mostra os componentes do néfron e os possíveis trajetos das substâncias que percorrem esta estrutura.
a) Como é denominado o processo fisiológico indicado pela seta de número 1? Cite uma substância orgânica encontrada, em diferentes concentrações, no sangue que circula pela arteríola aferente e no sangue que circula pela arteríola eferente.
b) Qual a importância da elevada concentração de solutos do plasma sanguíneo que percorre os vasos que passam sobre a alça de Henle? Qual o efeito do hormônio aldosterona sobre o túbulo distal e o ducto coletor?
a) O processo 1 é denominado filtração glomerular. Poderiam ter sido citadas como exemplo a glicose, aminoácidos e a ureia.
b) A maior concentração do plasma promove a reabsorção de água, por osmose. A aldosterona aumenta a reabsorção de Na+ e secreção de K+ no túbulo distal e nos ductos coletores.
Leia o texto.
Tio Ben cravou pouco antes de falecer: “grandes poderes nunca vêm sozinhos”. E não há responsabilidade maior do que tirar a vida de alguém. Isso, no entanto, não significa que super-heróis tenham a ficha completamente limpa. Na verdade, uma olhada mais atenta nos filmes sobre os personagens confirma uma teoria não tão inocente – a grande maioria deles é homicida.
Foi pensando nisso que um usuário do Reddit, identificado como T0M95, resolveu planilhar os assassinatos que acontecem nos filmes da Marvel. Nos 20 longas, que saíram nos últimos 10 anos, foram 65 mortes – e 20 delas deixaram sangue nas mãos dos mocinhos
Vale dizer que o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à história: só entraram na planilha vítimas que tinham, pelo menos, nome antes de baterem as botas. Nada de figurantes ou bonecos criados em computação gráfica só para dar volume a uma tragédia. Ficaram de fora, por exemplo, as centenas que morreram durante a batalha de Wakanda, em “Vingadores: Guerra Infinita”, ou a cena de “Guardiões da Galáxia” que se consagrou como o maior massacre da história do cinema.
https://super.abril.com.br/cultura/quantosassassinatoscadaheroievilaodamarvelcometeunoscinemas. Adaptado.
a) Qual o sentido das palavras “cravou” e “planilhar” destacadas no texto e qual o efeito que elas produzem?
b) Substitua os dois-pontos do trecho “Vale dizer que o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à história: só entraram na planilha vítimas que tinham, pelo menos, nome antes de baterem as botas” por uma conjunção e indique qual a relação de sentido estabelecida por ela
a) No contexto, o verbo “cravar” significa expressar um pensamento de maneira precisa, em uma formulação sintética e impactante. “Planilhar” significa organizar dados em uma planilha de cálculos, sistematizar dados para a realização de levantamentos estatísticos. O uso do neologismo “planilhar” e do verbo “cravar” em acepção recentemente criada confere ao texto um tom informal, aproximando-o do universo dos leitores.
b) “Vale dizer que o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à história, pois (porque/ já que/ visto que/ uma vez que) só entraram na planilha vítimas que tinham, pelo menos, nome antes de baterem as botas.” A conjunção estabelece relação de sentido de explicação.
A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la?
Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoados. Não explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios de gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para irmandades. E isso não comovia ninguém. A loucura parecia antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a lapidar' a doida, isolada e agreste no seu jardim.
Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera.
Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto (contava mais de sessenta anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavraram o corpo). Corria, com variantes, a história de que fora noiva de um fazendeiro, e o casamento uma festa estrondosa; mas na própria noite de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por que razão. O marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate--boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos, arrebentando-se. Os dois nunca mais se veriam. Já outros contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manhã o velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a morrer — mas nos racontos2 antigos abusava-se de veneno. De qualquer modo, as pessoas grandes não contavam a história direito, e os meninos deformavam o conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e acabou perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. Ninguém tinha ânimo de visitá-la. O padeiro mal jogava o pão na caixa de madeira, à entrada, e eclipsava-se. Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à noite, provisões e roupas, embora oficialmente a ruptura com a família se mantivesse inalterável. Às vezes uma preta velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua paciência educada no cativeiro, e lá ficava dois ou três meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E, afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida, jantar em casa da doida, passaram a ser, na cidade, expressões de castigo e símbolos de irrisão3.
Vinte anos de uma tal existência, e a legenda está feita. Quarenta, e não há mudá-la. O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das crianças.
E assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e lascavam uma pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso.
Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três tinham feito o mesmo, com relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis lamentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí — explicava-se ao forasteiro que porventura estranhasse a situação — toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem. Quando se tornam ferozes, são trancados no sótão; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E doido é quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. Não há remédio para loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem.
(Contos de aprendiz, 2012)
1lapidar: apedrejar. 2raconto: relato, narrativa. 3irrizão: zombaria
No trecho "Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoados" (2° parágrafo), em respeito à norma-padrão, esta-ria correto o uso da preposição "a" em lugar de "com" se a expressão sublinhada fosse substituída por
fazemos jus.
recebemos.
somos merecedores.
estamos satisfeitos.
nos orgulhamos.
Das expressões apresentadas nas alternativas, a única que rege a preposição “a” é “fazemos jus”. A forma verbal “recebemos” não pede preposição; “estamos satisfeitos” exige o “com”; “somos merecedores” e “nos orgulhamos” regem a preposição “de”.
Que relações deverão existir entre os números reais m, n, l e k para que os sistemas de equações
sejam equivalentes, isto é, sejam possíveis e tenham as mesmas soluções?
Do segundo sistema de equações:
Somando-se (I) e (II), tem-se 2x + y + z = m + n. A partir de (III), tem-se que esse sistema só terá solução se m + n = l.
Do segundo sistema de equações:
Multiplicando a equação (I) por 2 e subtraindo dela a equação (II), tem-se . A partir de (IV), tem-se que esse sistema só terá solução se 2m - n = k.
Com m + n = l e 2m – n = k, tem-se que os valores de x, y e z que satisfazem (I) e (II), também satisfazem as equações (III) e (IV), tornando todos os sistemas dados, equivalentes.
Resposta: Basta que l = m + n e k = .2m – n.
Observação: O enunciado da questão define sistemas equivalentes de forma errada. A definição correta é:
“Dois sistemas lineares são equivalentes se e somente se os dois sistemas têm o mesmo conjunto solução”. Este conjunto pode ser vazio. Neste caso, os dois sistemas não admitem nenhuma solução, isto é, são impossíveis.
Uma caminhonete, de massa 2.000 kg, bateu na traseira de um sedã, de massa 1.000 kg, que estava parado no semáforo, em uma rua horizontal. Após o impacto, os dois veículos deslizaram como um único bloco. Para a perícia, o motorista da caminhonete alegou que estava a menos de 20 km/h quando o acidente ocorreu. A perícia constatou, analisando as marcas de frenagem, que a caminhonete arrastou o sedã, em linha reta, por uma distância de 10 m. Com este dado e estimando que o coeficiente de atrito cinético entre os pneus dos veículos e o asfalto, no local do acidente, era 0,5, a perícia concluiu que a velocidade real da caminhonete, em km/h, no momento da colisão era, aproximadamente
Note e adote:
Aceleração da gravidade: 10 m/s2 .
Desconsidere a massa dos motoristas e a resistência do ar.
10
15
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48
54
As forças aplicadas no conjunto caminhonete (C) e sedã (S), após a colisão, são
Como a normal equilibra o peso:
R=A
Utilizando o princípio fundamental da dinâmica:
Sendo e :
Dessa maneira, a velocidade do conjunto logo após a colisão pode ser obtida por meio da equação de Torricelli:
Sendo , e :
Agora, para se obter a velocidade com que a caminhonete colidiu com o sedã, basta lembrar que a colisão, que é inelástica, é um sistema isolado
:
Sendo e :
O heredograma abaixo representa o padrão de herança, em uma única família, de uma doença genética humana. Os indivíduos doentes são representados em preto, enquanto os indivíduos não doentes são indicados em branco. Nessa família, a doença é causada por apenas um loco gênico, localizado em um dos dois tipos de cromossomos sexuais. No conjunto dos indivíduos da família, esse loco apresenta dois alelos, A1 e A2.
a) O loco gênico envolvido nessa doença está no cromossomo X ou no cromossomo Y? Considerando que um dos alelos é dominante, o alelo que promove o aparecimento da doença nos indivíduos afetados (alelo A1) é dominante ou recessivo em relação ao alelo A2 ? Explique como você chegou às suas conclusões.
b) Pesquisas recentes analisaram as alterações causadas nos neurtinios de indivíduos doentes pelo alelo A1. Nessas pesquisas, fibroblastos coletados da pele de pessoas afetadas foram utilizados para produzir células-tronco pluripotentes (iPSC). As iPSC foram então utilizadas para gerar neurónios. Por que células-tronco podem originar neurônios? Por que não seria adequado aos pesquisadores estudar os efeitos neuronais do alelo A1 diretamente nos fibroblastos coletados da pele dos indivíduos afetados?
(Inspirado em Maria C. N. Marchetto e outros, A modal tor neural development and treatrnent of Rett Syndrome using human induced pluripotent siem cells. Cell. Cambridge, v. 143, p. 527-539. nov. 2010. Pesquisa realizada pela equipe do brasileiro Alysson Muotri. ex-aluno da UNICAMP e atualmente professor da Universidade da Califórnia. San Diego. EUA.)
a) O loco gênico está localizado no cromossomo X. O alelo que promove o aparecimento da doença nos indivíduos afetados (A1) é dominante. Isso pode ser comprovado, pois os homens sempre enviam o cromossomo X para as suas filhas e, segundo o heredograma, todos os pais doentes (XA1Y) transmitiram o cromossomo XA1 para todas as filhas (XA1X–), que também são afetadas pela doença.
b) Células-tronco são células indiferenciadas capazes de se diferenciar em outras células através da expressão diferencial de seus genes. Não seria adequado estudar os efeitos do alelo A1 nos fibroblastos, pois o gene de interesse não estaria em atividade e, portanto, não seria expresso.
Considere as seguintes propriedades dos materiais: massa, volume, dureza, densidade, cor, transparência, permeabilidade, temperatura de fusão e condutividade elétrica.
a) Quais dessas propriedades são consideradas propriedades gerais dos materiais? Justifique sua resposta.
b) Quais dessas propriedades devem, necessariamente, ser levadas em consideração para a escolha de um material a ser utilizado na confecção de panelas?
a) Em relação às propriedades apresentadas, massa e volume são consideradas como gerais, uma vez que são apresentadas por todo e qualquer tipo de material, não dependendo de nenhuma especificidade quanto a eles.
b) As propriedades que necessariamente devem ser levadas em consideração para a escolha de um material para a confecção de panelas são a temperatura de fusão, a permeabilidade e a dureza, uma vez que estão relacionadas à resistência térmica e à mecânica dos materiais e a retenção do material a ser cozinhado.
Em relação ao post adaptado da página do Facebook “Caneta Desmanipuladora”, é correto afirmar que a “desmanipulação” (substituição de “já” por “só” e acréscimo de “até agora”) explicita a tentativa do jornal de levar o leitor a pensar que
ainda falta muito a ser pago pela mineradora e há atrasos no pagamento.
a Samarco teria pago uma grande parte do que devia e o prazo provavelmente está sendo cumprido.
a Samarco já quitou o que devia , conforme valor homologado na justiça.
a mineradora não deveria arcar sozinha com a despesa da tragédia de Mariana.
A afirmação de que a tragédia de Mariana "já custou R$ 655 milhões" sugere que a mineradora Samarco teria pago uma parcela significativa do que deve, agindo, assim, com rapidez a fim de sanar os problemas causados pelo desastre ambiental. O comentário postado em rede social explicita essa ideia: "Olhando assim (...) parece (...) que a mineradora já contribui bastante com a sua parte, certo? Só que não."
Examine a anedota publicada pela comunidade “The Language Nerds” em sua conta no Facebook em 22.01.2020.
A anedota sugere que
o segundo homem tomou, por engano, a bebida do primeiro.
o funcionário do bar serviu a mesma bebida para os dois homens.
o primeiro homem envenenou o segundo.
o segundo homem pretendia envenenar o primeiro.
o segundo homem ingeriu um líquido tóxico em lugar de água.
Quando o segundo homem diz: “...H2O, too”, é possível entender H2O2 – que é a fórmula do peróxido de hidrogênio, explica-se, portanto, ser um líquido tóxico.
O som de 2 (two) e too é bastante semelhante.
Para responder à questão, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!
UMA VOZ (de fora): Senhor!
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.
A VOZ: Um moço que parece estudante?
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...
MACÁRIO: E minha mala?
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO: Porém a raiva...
[...]
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO: Fumais?
MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.
[...]
MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)
MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO: E a poesia?
MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado1. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...
(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
1azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).
“Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem.”
Em relação à oração que o sucede, o trecho sublinhado expressa noção de
tempo.
comparação.
concessão.
causa.
condição.
A primeira oração é introduzida pela conjunção "Enquanto", marca linguística de que se estabeleceu uma noção de tempo entre ela e a oração posterior.
Para responder à questão, leia o trecho inicial de uma crônica de Machado de Assis, publicada originalmente em 17.07.1892.
Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, polêmicas, farto de ver como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais, farto de mim, de ti, de todos, de um tumulto sem vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios, e disse comigo:
— Eia, passemos em revista as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de barbeiro, casas para alugar, amas de leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas...
E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo. Quando voltou à tona, trazia entre os dedos esta pérola:
“Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de meios, deseja encontrar por esposo um homem de meia-idade, sério, instruído, e também com meios de vida, que esteja como ela cansado de viver só; resposta por carta ao escritório desta folha, com as iniciais M.R...., anunciando, a fim de ser procurada essa carta.”
Gentil viúva, eu não sou o homem que procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato, porque tu não és qualquer pessoa, tu vales alguma coisa mais que o comum das mulheres. Ai de quem está só! dizem as sagradas letras, mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio. Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo também não, porque o positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, longa e aborrecida experiência? Não queres amar; estás cansada de viver só.
E a cláusula de ser o esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra que tu não queres enganar, nem sacrificar ninguém. Ficam desde já excluídos os sonhadores, os que amem o mistério e procurem justamente esta ocasião de comprar um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há de ser um náufrago, à espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que também possua. E há de ser instruído, para encher com as coisas do espírito as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de Constantinopla.
Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tanto? O teu anúncio lembra a carta de certo capitão da guarda de Nero. Rico, interessante, aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como se havia de curar do tédio que sentia, e explicava-se por figura: “Não é a tempestade que me aflige, é o enjoo do mar”. Viúva minha, o que tu queres realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjoo. Vês que a travessia ainda é longa — porque a tua idade está entre trinta e dois e trinta e oito anos —, o mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível. Não te contentas com o remédio de Sêneca, que era justamente a solidão, “a vida retirada, em que a alma acha todo o seu sossego”. Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas queres menos um companheiro que uma companhia.
(Machado de Assis. Crônicas escolhidas, 2013.)
O prefixo “in-” que compõe a palavra “indefinível” (7º parágrafo) tem o mesmo sentido do prefixo da palavra.
contramão.
interconectado.
metafísico.
anormal.
transnacional.
O prefixo “in-” tem em “indefinível” o valor de negação: “não definível”.
O mesmo ocorre com o prefixo “a-” em “anormal”: “não normal”.
Leia o poema “Ausência”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder a questão.
Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.
(Corpo, 2015.)
Depreende-se do poema que
a ausência, uma vez incorporada, torna-se parte constitutiva do eu lírico.
a ausência, convertida em falta, passa a suprir uma carência do eu lírico.
a falta e a ausência, convertidas em instâncias internas, aliviam a solidão do eu lírico.
a falta e a ausência, uma vez personificadas, tornam-se companheiras do eu lírico.
a falta, uma vez convertida em ausência, passa a ser verbalizada pelo eu lírico.
O poema de Carlos Drummond de Andrade retrata a oposição entre as ideias de “ausência” e “falta”. Apesar de nos dicionários esses vocábulos serem registrados como sinônimos, para o eu lírico, há uma clara oposição entre as ideias. Tendo confundido, ausência e falta, “por muito tempo” – e dizendo-se “ignorante” por isso –, o poeta passa a diferençar os termos, e afirma: “Não há falta na ausência”. A partir dessa percepção, o eu lírico passa a aceitar a solidão presente na ausência, em sua completude, como se nota em “a ausência, essa ausência assimilada / ninguém a rouba mais de mim.”, de modo que, uma vez incorporada, torna-se parte constitutiva do eu lírico.
Leia o poema de Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, também conhecida como Marquesa de Alorna, para responder à questão.
Retratar a tristeza em vão procura Quem na vida um só pesar não sente, Porque sempre vestígios de contente Hão-de apar’cer por baixo da pintura:
Porém eu, infeliz, que a desventura O mínimo prazer me não consente, Em dizendo o que sinto, a mim somente, Parece que compete esta figura.
Sinto o bárbaro efeito das mudanças, Dos prazeres o mais cruel pesar, Sinto do que perdi tristes lembranças;
Condenam-me a chorar, e a não chorar, Sinto a perda total das esperanças, E sinto-me morrer sem acabar.
(Marquesa de Alorna. Sonetos, 2007.)
O eu lírico recorre a um enunciado paradoxal no seguinte verso:
“Sinto o bárbaro efeito das mudanças,” (3ª estrofe)
“Dos prazeres o mais cruel pesar,” (3ª estrofe)
“O mínimo prazer me não consente,” (2ª estrofe)
“Quem na vida um só pesar não sente,” (1ª estrofe)
“Sinto do que perdi tristes lembranças;” (3ª estrofe)
O paradoxo apresenta-se com a aproximação de termos contrários como “prazeres” e “cruel pesar” que, uma vez associados, criam um efeito paradoxal, sugerindo extrair dos prazeres um pesar cruel.
Um anfiteatro tem 12 fileiras de cadeiras. Na 1ª fileira há 10 lugares, na 2ª há 12, na 3ª há 14 e assim por diante (isto é, cada fileira, a partir da segunda, tem duas cadeiras a mais que a da frente).
O número total de cadeiras é
250
252
254
256
258
O número de cadeiras em cada fileira é dado por uma PA em que o primeiro termo é 10 e a razão é 2. Assim, o número de cadeiras da 12ª fileira é
10 + 2 ⋅ (12 – 1) = 32.
Assim, o número de cadeiras do teatro é dado pela soma dos 12 elementos da PA (10, 12, …, 32), ou seja,
Resposta: B
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