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Em certa região do litoral paulista, o preço do metro quadrado de terreno é R$ 400,00. O Sr. Joaquim possui um terreno retangular com 78 metros de perímetro, sendo que a diferença entre a medida do lado maior e a do menor é 22 metros. O valor do terreno do Sr. Joaquim é:
R$ 102 600,00
R$ 103 700,00
R$ 104 800,00
R$ 105 900,00
R$ 107 000,00
Do enunciado, podemos montar a seguinte figura:
Sendo α>β, temos o sistema:
(S) . Resolvendo o sistema, temos:
Daí, o preço do terreno será:
(30,5) ⋅ (8,5) ⋅ 400 = 103700,00
Resposta: B
Em certo mês, o Departamento de Estradas registrou a velocidade do trânsito em uma rodovia. A partir dos dados, é possível estimar que, por exemplo, entre 12:00 horas e 18:00 horas em um dia de semana normal, a velocidade registrada em um posto de pedágio é dada pela função f(x) = 2x3 − 15x2 + 24x + 41 km/h, sendo x o número de horas após o meio-dia . Assim, por exemplo, f(0) expressa a velocidade ao meio-dia.
O gráfico de f(x) está representado abaixo.
A) Quais são a velocidade máxima e a velocidade mínima registradas entre 12:00 horas e 18:00 horas?
B) O número complexo é uma raiz da equação 2x3 − 15x2 + 24x + 41 = 0. Quais são as outras duas raízes?
A) Observe os valores da função:
f(0)= 41; 41 km/k
f(1) = 2 – 15 + 24 + 41 = 52; 52 km/h
f(4) = 128 – 240 + 96 + 41 = 25: 25 km/k
f(6) = 432 – 540 + 144 + 41 = 77; 77 km/h
A velocidade máxima é 77 km/h, às 18:00 horas.
A velocidade mínima é 25 km/h, às 16:00 horas.
B) Outra raiz da equação é o número complexo conjugado
Soma =
Produto =
O polinômio 2x3 −15x2 +24x + 41 é divisível por 2x2 −17x + 41 e o quociente é x +1
As raízes da equação são
A Demonstre que a soma está entre
B Se x e y são dois números reais positivos tais que x<y e x y =100 , é correto afirmar que x
A
B Como x<y e x é positivo, temos que: x 2 < x y → x 2<100.
Como x < y e y é positivo, temos: x y<y 2 →100<y 2.
Portanto: x 2
Mas por que não falar dos que julgam que, em virtude dos perdões e das indulgências, não têm nenhuma dívida para com a divindade? (...) sem recear erro de cálculo, medem os espaços, os séculos, os anos, os meses, os dias – assim também, com essa espécie de falazes remissões medem eles as horas do purgatório.
(...)
Persuadidos dos perdões e das indulgências, ao negociante, ao militar, ao juiz, basta atirarem a uma bandeja uma pequena moeda, para ficarem tão limpos e tão puros dos seus numerosos roubos como quando saíram da pia batismal.
Erasmo de Roterdã, Elogio da Loucura. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 66-67. Coleção Os Pensadores.
A Aponte as diferenças entre a Reforma Protestante e a Contrarreforma Católica no século XVI.
B Identifique e explique uma característica comum à Reforma Protestante e à Contrarreforma católica no século XVI.
C Do ponto de vista das monarquias europeias, explique o contexto de rivalidades na primeira metade do século XVI.
A Elementos de contestação presentes na Reforma:
• Autoridade do Papa;
• Hierarquia eclesiástica;
• A corrupção do clero;
• Relação direta entre os fiéis e Deus;
• Questionamento de dogmas religiosos católicos (culto aos santos; sacramentos; infalibilidade do papa; indulgências; uso do latim nas cerimônias religiosas).
B Poderiam ser apontadas:
• Resposta à crise religiosa do século XVI porém iniciada desde a Idade Média Central (séculos XI-XIII).
• Mesma base doutrinal: cristianismo monoteísta
• Intolerância e perseguições, de modo a configurar duas Europas religiosas: uma católica e outra protestante, ambas com o apoio dos seus monarcas, cujas rivalidades desencadearam várias guerras na Europa entre 1550 e 1620.
C Poderiam ser apontados:
• Fortalecimento das monarquias europeias;
• Formação do Estado Moderno;
• Expansão Marítima;
• Conquista das Américas;
• Enclaves comerciais na África e na Ásia;
• Disputa colonial (Espanha/Portugal);
• Disputas político-religiosas (França/Inglaterra/Países Baixos/Sacro Império Romano Germânico).
THERESA MAY AND THE REVENGE OF THE REMAINERS
[defensores da permanência da UE]
By Anne Applebaum
Theresa May had a plan: Steal the policies of Britain’s “far right” — the U.K. Independence Party — and then steal their voters, too. Since she took office about a year ago, the formerly moderate British prime minister attacked foreigners, jeered [zombou] at the European Union and held Donald Trump’s hand. In April, she called an early general election, confident that UKIP* voters would now endorse her “Hard Brexit” and her watered-down English Tory populism.
Never mind that the moderate centrism of her predecessor, David Cameron, won a Conservative Party majority only two years ago. Never mind that she herself has offered few details about Brexit and what it will mean: May called this a “Brexit election,” declared herself the “strong and stable” candidate, promised tough negotiations with Europe and clearly expected to win a larger majority.
Yes, May had a plan — but it was a plan designed for her base. She ignored the 48 percent of the country that did not vote for Brexit, calling them “citizens of nowhere.” She ignored the anxiety that Brexit has created and the economic consequences that are now just beginning to bite. She ignored younger people, who preferred to stay in the E.U. last year and now prefer the Labour Party to the Tories by a huge margin, 63 percent to 27 percent.
May also assumed that the centrists and moderates who had voted Conservative in 2015 and to “Remain” in Europe in 2016 would have to vote for her because they would have nowhere else to go. They couldn’t possibly vote for Jeremy Corbyn, the quasi-Marxist, left-wing Labour Party leader who campaigned on high taxes for the rich, heavy spending, and deep skepticism toward Britain’s traditional defense and foreign policies. They couldn’t possibly prefer a Labour Party that is itself divided over Brexit. But as the campaign went on, as May grew stiffer and more prone to error, as her “strong and stable” tagline [mote, slogan] wore thin, a lot of people in the floating center looked at Corbyn and thought, “Is he really that much worse?”
And the result? Remainers’ revenge. In Canterbury, a long-standing Brexiteer member of Parliament lost to a Labour candidate, apparently thanks to a surge in student voting. In Kensington, an overwhelmingly Conservative seat — but also overwhelmingly anti-Brexit — the vote was so close that recounting was suspended at 8 a.m. on Friday so that election officials could go home and rest. Across the country, people voted Labour despite not liking Corbyn. People told pollsters that they were worried about the future of the National Health Service, that they didn’t like May’s flip-flops on elderly care, that they were unnerved by instability unleashed by the Tories.
Play to your base, insult your opponents: It’s a tactic beloved of many, including President Trump. But here’s a lesson for the opponents of populists all over the West: “Play to your base” doesn’t work when you have high turnout — and in this election it was higher than predicted. It doesn’t work when you face angry, alienated voters. And it didn’t work in Britain at all.
The outcome is a disaster, but it’s hard not to enjoy the many ironies. The Tories campaigned against a “coalition of chaos” — but now it is they who lead exactly that. May campaigned to get a larger majority, but now Britain has a hung Parliament, meaning that no party has enough seats to form a government. May tried to portray herself as a singular leader, but now she can stay in power only with the help of one of the small Northern Irish parties. If she remains prime minister — if her famously regicidal party doesn’t defenestrate her immediately — her majority will be neither strong nor stable, particularly because her party is torn by divisions over Brexit, too.
It’s funny — but it’s also tragic, for May could have played all of this differently. When she took over last year, she could have recognized Brexit for the constitutional and political crisis that it has turned out to be. She could have called for national unity to deal with this divisive issue. She could have appealed across party lines, or asked people what outcome they preferred, or sought compromise. Instead she stuck to her formula — “Hard Brexit,” tough-sounding language, “it’s all about immigration.” She kept her base — and lost everyone else.
Adapted from The Washington Post, June 9, 2017
*UKIP: United Kingdom Independence Party, a Euroskeptic and right-wing populist political party that is a strong supporter of Brexit.
Introduction
In this article from The Washington Post, Anne Applebaum analyzes the United Kingdom’s recent general election, in which Prime Minister Theresa May’s Conservative (Tory) Party suffered a great disappointment.
Presenting her thoughts against the backdrop of the Brexit controversy, the author looks at Britain’s parties and politicians, the behavior of Britain’s voters, and the election results. Read the text and answer the questions below. You are advised to read the questions carefully and give answers that are of direct relevance. Remember: Your answer to Question 1 must be written in Portuguese, but your answers to Question must be written in English. With these last two questions, you may use American English or British English, but you must be consistent throughout.
Question (to be answered in Portuguese)
(This question tests your understanding of the text, as well as your ability to identify and paraphrase the relevant pieces of information. Your answer should fill up approximately 15 to 20 lines in the space provided.)
In April 2017, citizens of the United Kingdom voted in an early general election that had been called by Prime Minister Theresa May. According to the information in the article, what did May hope to achieve by holding an election so soon after she had become Prime Minister? What logic did she use in her campaign? What mistakes did she make, and what could she have done to encourage a more favorable outcome [resultado]? What lesson can be drawn from this election?
In your opinion, is Theresa May a good leader or a mediocre one? How would you describe her character and ability as well as her approach to Brexit? Does being a woman put her at a disadvantage in British politics? In supporting your point of view, you may take into account legal, ethical, and practical considerations, but please try to be as objective as possible.
Ao convocar uma eleição antecipada, Theresa May esperava consolidar seu poder como Primeira Ministra do Reino Unido, mas o resultado foi decepcionante. De qualquer forma, ela pensou que podia se aproveitar das reivindicações políticas do partido da extrema direita (UKIP) e, em seguida, atrair seus eleitores.
Na campanha, May se concentrava no seu núcleo duro de eleitores conservadores, também acreditando que eleitores centristas e moderados, os quais, em 2015, tinham votado no Partido Conservador e na permanência na União Europeia (UE), não teriam outro candidato aceitável. May tinha certeza de que Jeremy Corbyn, o líder do Partido dos Trabalhadores, era esquerdista demais para aqueles centristas e moderados.
May errou por ignorar os 48% dos eleitores que não votaram no Brexit; os jovens, os quais preferiam permanecer na UE e agora se mostravam favoráveis ao Partido dos Trabalhadores; e a ansiedade e os problemas econômicos que Brexit já estava causando. Ela também deixou de levar em conta que vários Remainers, que aparentemente não tinham votado no referendum sobre o Brexit, fariam questão de votar desta vez. Além disso, durante a campanha, May começou a parecer intransigente e até incompetente. Portanto, muitos eleitores normalmente moderados pensaram que Jeremy Corbyn talvez seria a melhor opção.
Para conseguir um resultado mais favorável, ela poderia ter reconhecido que o Brexit poderia engendrar uma crise constitucional e política. Ela poderia ter tentado fortelecer a unidade nacional, visando especialmente aos partidos politicos, para lidar com essa questão controversa. Ela poderia ter perguntado às pessoas qual tipo de Brexit elas queriam ou buscado um acordo.
A lição aquí é simples: May tinha assumido uma atitude populista de “nós” contra “eles”, mas numa democracia uma abordagem desse tipo não funciona quando a votação é ampla e o candidato tem de enfrentar muitos eleitores rancorosos e revoltados.
É inegável que May errou grosseiramente com a eleição antecipada. Na verdade, sua manobra leva à conclusão de que, politicamente, ela tem pouca habilidade e compreensão. Por isso, dá para concluir também que, apesar de suas palavras duras, não é uma boa líder.
Ademais, quando May assumiu sua atual posição, ela abandonou sua orientação política moderada e assumiu uma posição agressiva contra os estrangeiros e a UE. Essa repentina mudança de comportamento político sugere que o caráter dela também deixa muito a desejar.
Quanto ao fato de ser mulher, acho que isso não faz diferença. O Reino Unido é um país desenvolvido e goza de um alto padrão de cultura e educação. Afinal, Margaret Thatcher foi uma bem-sucedida Primeira Ministra, e não vamos esquecer que a Rainha Elizabeth está no trono por mais de sessenta anos.
Texto para a pergunta.
RUM IN VENEZUELA
1 Some wondered if the bosses of Venezuela’s oldest rum company had been sampling [provando] too much of their product. In January, with Venezuela in one of the deepest recessions in modern world history, Ron Santa Teresa launched the country’s first public share issue [oferta de ações ao público] in more than a decade. The new equity [ações, participação financeira] was priced in bolívares, the world’s worst performing currency. Others speculated that the rum-maker, which daringly notes on its website that its distillery in the Aragua valley near Caracas has survived “wars, revolutions, invasions, even dictators”, had decided that change was taking place.
2 Evidence of the second interpretation is that the latest dictator, Nicolás Maduro, has recently become a capitalist, sort of. The disciple of Hugo Chávez (whose "21st-century socialism" set Venezuela on its road to ruin) has quietly lifted price controls and restrictions on dollar transactions. He now says firms can issue shares in hard currencies [moedas estáveis, de confiança]. He is thought to be contemplating a sale to foreign investors of a stake [participação financeira] in PDVSA, the decrepit state oil company.
3 Ron Santa Teresa’s president, Alberto Vollmer, a fifth-generation rum-maker, says the company, whose shares were already listed, needs the money to buy barrels and build warehouses. It signed an international-distribution deal with Bacardi in 2016. Mr. Maduro’s tentative pro-market turn is “a happy coincidence”, he says. The sale of 1 million shares, which raised the equivalent of $300,000, was a fillip [estímulo] for the near-dormant stock market, which lists just 31 companies. Demand exceeded supply.
4 The investors are not as daft [tolos, malucos] as you might think. Although denominated in bolívares, share prices tend to keep pace with inflation. This has dropped, from an annual rate of more than 2 million% early in 2019 to a mere 9,500% for the year. That is partly because the government has increased the amount of reserves that banks must hold.
5 But this has caused a shortage of bolívares. The total amount of bank loans is the equivalent of $225 million, less than 0.5% of GDP [PIB]. Sanctions imposed by the United States and EU have made lending harder. The share issue raised more money in a day than the large banks could lend to Mr Vollmer’s firm.
6 No one expects a dramatic recovery of the economy, which has shrunk by two-thirds since Mr Maduro took over from Chávez in 2013. But Mr Vollmer welcomes the shift towards pragmatism. ”That is what happens when you run out of money to fund ideas that didn’t work.”
Adapted from The Economist, February 8th 2020.
The article’s first sentence – “Some wondered if the bosses of Venezuela’s oldest rum company had been sampling too much of their own product” – was most likely written to
severely criticize an obviously disastrous business decision.
highlight in an amusing way the historical popularity of Ron Santa Teresa rum in Venezuela.
present in an ironic way one negative opinion of a traditional company’s apparently unusual financial decision.
point sarcastically at some of the reasons for Venezuela’s disastrous economy.
emphasize how various companies in Venezuela are finding innovative ways to survive in a bad economy.
Examine a tirinha de Caco Galhardo.
Na tirinha, o chefe
acredita que a taxa de rejeição observada nas pesquisas seja um caminho para superar a crise no inferno.
pretende reverter a tendência observada nas pesquisas de modo a tornar novamente o inferno um lugar mais atraente.
acredita que seja possível superar a crise no inferno se a tendência observada nas pesquisas for mantida.
pretende diminuir a taxa de rejeição observada nas pesquisas a partir da discussão de novas ideias para o inferno.
acredita que o inferno esteja em crise por conta da diminuição da taxa de rejeição observada nas pesquisas.
Na tirinha de Caco Galhardo, o chefe identifica, como um problema, a diminuição da taxa de rejeição observada nas pesquisas. Isso se manifesta pelas falas do segundo e terceiro quadrinhos: quando um dos participantes da reunião pergunta qual seria o problema a ser resolvido, o chefe responde: “Nossa taxa de rejeição caiu 1% nas últimas pesquisas”.
HOW TO CUT BIG TECH DOWN TO SIZE
By James Ball
On each day of 2018 Apple sold almost 600,000 iPhones, Amazon made more than US$500 million in sales, some 1.47 billion people logged onto Facebook, while there were 3.5 billion searches on Google. The oldest of these companies, Apple, was founded in 1976, and just a decade ago all four were seen as scrappy [briguentas, de espírito lutador] – if fast-growing – outsiders. Today, even after Apple’s recent market problems, they are four of the biggest companies on the planet.
Any set of companies growing so big this rapidly would be a cause for concern. But in the case of the technology giants, “concern” doesn’t quite cut it [não chega a ser adequada]. Facebook is the world’s biggest platform and has been implicated in efforts from Russia and others to poison the on-line information ecosystem. Both retailers and suppliers fear Amazon’s market power, while Google’s dominance of search feels all but unassailable [incontestável] – and Apple has shown its ability to flex its power over app and music markets, not just the mobile phone market it most obviously plays in.
No surprise, then, that columnists, political campaigners, and multiple parliaments around the world are considering the idea that the tech giants need to be broken up. But what might that look like? And is it even the right answer? We might, I suggest, do better to focus on something even bigger than the scale of these companies themselves. Namely, the unimaginably vast scale of the data – terabytes and terabytes of it – on which the foundation of each of these empires is built. This is data about us – our lives, our interests, our locations, and our connections. And it is the single thing we need to keep in mind if we want to come up with a practical plan to keep the tech giants’ power in check.
The internet poses the biggest threat of monopoly in over a century, since the height of the Gilded Age. That period, from the 1870s to the early 1900s, was born on the back of railways, a technological innovation that was not only at risk of monopoly itself, but which also created monopolies. By speeding up, and making vastly more efficient, the transportation of materials – in much the same way that the web has facilitated the dissemination of information – the railway economy hugely increased the potential for profit. And with the ability to offer different carriage fees to different companies, rail companies could directly help build monopolies in steel, coal, and other industries.
These revolutionary changes encouraged concentration in all sorts of markets, but along with the growth of new industrial giants (and riches to match) came a new suspicion of big business. The U.S. Congress passed the Sherman Anti-Trust Act in 1890; other legislation would follow in the early 20th century, together with President Teddy Roosevelt’s pose as a trust buster [demolidor de trustes, monopólios] – using competition laws to bring to heel [domar], and sometimes break up, the outsized corporations.
There are indeed many parallels in relation to the problems we face with the internet: not only do we need to be worried about who controls the internet itself, but also how technological changes help the large-scale IT companies become even bigger and more entrenched and influential.
Adapted from Prospect, March 2019
Introduction
In this passage from an article in Prospect, James Ball analyzes some of the dangers inherent in Big Tech’s enormous size and power. He also compares our present day with the Gilded Age, that period from the 1870s to the early 1900s when monopolistic behavior was also prevalent. Read the text and answer the questions below. You are advised to read the questions carefully and give answers that are of direct relevance. Remember: Your answer to Question 1 must be written in Portuguese, but your answers to Questions 2 and 3 must be written in English. With these last two questions, you may use American English or British English, but you must be consistent throughout.
(to be answered in Portuguese) (This question tests your understanding of the text, as well as your ability to identify and paraphrase the relevant pieces of information. Your answer should fill up approximately 15 to 20 lines in the space provided.)
With respect to the four technology giants cited at the beginning of the passage, what was unique about each one in 2018? What did they have in common ten years ago, and what do they have in common nowadays? Why is James Ball worried about these particular companies? What does he, as well as many experts, propose as a way of dealing with them? Going further, why does he discuss the railways of the Gilded Age? How did the new railway technology affect American society at that time? How did the U.S. government react?
In your opinion, are Apple, Amazon, Facebook, and Google too big and therefore dangerous? Should governments take steps to control them or should they be left alone? In supporting your point of view, you may take into account legal, ethical, commercial, and practical considerations, but please try to be as objective as possible.
RESPOSTA
Exceto a apple, todas elas eram empresas relativamente pequenas (mas já em rápida expansão) 10 anos atrás. Hoje são gigantes, com operações de alcance colossal e enorme influência sobre a economia mundial. O autor demonstra preocupação, já que uma alcance e uma influência tão grandes podem pressionar e manipular cruciais aspectos políticos e econômicos da sociedade moderna, desde os diferentes canais de distribuição até a opinião pública e as eleições. Assim como muitos outros articulistas, o autor cogita uma possível “dissolução” destes grupos em diversos grupos menores, que competiriam entre si.
A História já registrou períodos de grande concentração econômica (como no final do século XIX e início do século XX), quando (segundo o autor) avanços tecnológicos (particularmente ferrovias) criaram grandes empresas com vasto poder de mercado, em prejuízo dos consumidores e concorrentes menores. Naquele momento, e em resposta à reação popular, o governo dos EUA agiu para limitar o poder esmagador das empresas gigantes, forçando em alguns casos a dissolução delas em empresas menores.
Pessoalmente, fico inquieto sabendo que estas quatro empresas detêm tanto poder e dinheiro. Não é um exagero afirmar que, de uma maneira ou outra, esse tipo de situação sempre acaba em corrupção – e em menos liberdade e privacidade. Talvez seria inconveniente ter várias empresas menores competindo, mas, em minha opinião, seria muito mais saudável.
Através da exploração do mercado mundial, a burguesia configurou de maneira cosmopolita a produção e o consumo de todos os países. (...) No lugar das velhas necessidades, satisfeitas pelos produtos nacionais, surgem novas necessidades, que requerem para a sua satisfação os produtos dos mais distantes países e climas. No lugar da velha autossuficiência e do velho isolamento locais e nacionais, surge um intercâmbio em todas as direções, uma interdependência múltipla das nações. E o que se dá com a produção material, dá-se também com a produção intelectual. Os produtos intelectuais das nações isoladas tornam-se patrimônio comum.
(Karl Marx, Manifesto do Partido Comunista, p. 11, Estudos Avançados/34, 1998)
Em abril de 2017, as agências de notícias internacionais divulgaram a venda de um retrato de Mao Tsé-tung (1893-1976), líder comunista e revolucionário chinês, por mais de onze milhões de dólares, em um leilão da Sotheby’s, em Hong Kong. A peça é apenas uma das 28 imagens da série “Mao”, extraída do famoso Livro Vermelho e feita em 1973, por Andy Warhol (1928-1987), pintor estadunidense, que é, por sua vez, reconhecido internacionalmente como um ícone da arte pop, na segunda metade do século XX.
Com base nessa notícia acerca do elevado valor financeiro a que pode chegar uma obra de arte na contemporaneidade, bastante reveladora do modo de funcionamento do mercado artístico global no século XXI, desenvolva uma reflexão sobre a dinâmica e o sentido histórico do capitalismo, tomando por base a citação acima, do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), em especial aquilo que o autor chama ao final do trecho de “produção intelectual”. Em sua resposta, reflita sobre a maneira pela qual o mundo da arte também pode ser afetado pelo valor de troca capitalista, ainda que a personagem retratada no quadro da série “Mao” pareça, à primeira vista, ser contraditória com a própria ideologia do capitalismo.
Na resposta, o candidato deve ser capaz de evidenciar o controle do argumento central da obra de Marx selecionada, Manifesto do Partido Comunista, que mostra, em meados do século XIX, a tendência expansiva mundial do modo de produção, das forças produtivas e das relações capitalistas. Estas são regidas pela dinâmica de exploração do trabalho e de acumulação do capital, a partir do princípio dialético de contradição entre as classes sociais, força motriz da história, especialmente sob a forma da tomada de consciência do conflito inerente à luta entre a burguesia e o proletariado.
O raciocínio deve ser estendido ao campo da arte e do mundo contemporâneo, uma vez que o texto de Marx foi publicado há exatos 170 anos (1848). Ainda que distante no tempo, seu conteúdo sinaliza para a capacidade de o capitalismo submeter todos os fenômenos da vida coletiva, incluindo não só os materiais como também os espirituais, à égide capitalista. Embora sem se aprofundar neste ponto, Marx percebeu tal potencialidade ao mencionar que a “produção intelectual” seria igualmente transformada e universalizada pelos valores econômico-financeiros do capital.
É nesse sentido que o mercado internacional da arte contemporânea, que se desenvolveu junto à ascensão da burguesia, pode ser compreendido à luz do citado Manifesto. Mesmo retratando o líder comunista chinês Mao Tsé-tung, por princípio uma personalidade refratária aos valores do capitalismo durante a Guerra Fria, a obra artística pode transcender o próprio conteúdo e o significado ideológico sugerido na tela, adquirindo um valor de troca milionário. Confirma-se assim o pressuposto marxista segundo o qual, no sistema capitalista, tudo é passível de se tornar produto e mercadoria.
A figura indica uma configuração retangular feita com palitos idênticos.
O total de palitos usados na configuração retangular completa é
720.
700.
660.
640.
600.
Os pulgões são artrópodes que, ao sugarem a seiva elaborada, podem transmitir vírus às plantas. Alguns desses vírus infectam células das pétalas das tulipas e provocam manchas claras em suas flores. As tulipas com essas manchas são raras e muito apreciadas pelos admiradores de flores. Infecções por esses vírus ao longo das gerações, no entanto, tornam as plantas mais frágeis, fazendo com que percam a capacidade de produzir flores. Em função disso, atualmente, técnicas modernas de manipulação genética têm sido empregadas para a produção dessas flores manchadas sem infecção viral.
(Sônia Lopes e Sergio Rosso. Bio 2, 2018. Adaptado.)
a) A que classe de artrópodes pertence o pulgão? Qual a principal função metabólica do componente orgânico sugado pelo pulgão e que está presente na seiva elaborada?
b) Sabe-se que os vírus inibem a produção de antocianinas, pigmentos presentes nas tulipas, e essa inibição resulta em manchas nas pétalas. Por que uma planta de tulipa com pétalas manchadas, que se desenvolva de uma semente, gera uma planta de tulipa sem manchas nas pétalas? Em uma manipulação genética, por que não se deve priorizar as regiões de íntrons dos genes para inibir a produção de antocianinas?
Analise a imagem, obtida no sítio arqueológico de Jabberen, Argélia, e datada de 5500-2000 a.C.
a) Identifique o tipo de representação pictórica que aparece na imagem e cite uma de suas características técnicas ou formais.
b) Indique qual é a cena retratada e o que ela nos permite identificar sobre o grupo que a produziu.
A partir da leitura do gráfico e de sua legenda, faça o que se pede.
a) Cite dois fatores históricos que ocasionaram a maior concentração de quilombolas em uma região brasileira. Explique por que esses fatores impactaram tal concentração.
b) Identifique e explique − considerando o contexto a partir do século XXI − dois desafios relativos aos territórios quilombolas no país.
a) A escravidão de indivíduos africanos e seus descendentes foi introduzida pelos colonizadores portugueses a partir de meados do século XVI no Nordeste brasileiro. A atividade açucareira foi a grande causadora da presença de escravizados naquela região. Nesse cenário, justificada pela perversidade da escravidão, os escravizados organizaram diversas formas de resistência, como a fuga e a organização de quilombos. Ademais, nos primeiros séculos de colonização, Salvador e Recife foram os principais portos que receberam os escravizados africanos oriundos do tráfico negreiro, o que justifica, também, a presença maior de quilombos na região Nordeste do Brasil.
b) Considerando o contexto do século XXI, os territórios quilombolas enfrentam enormes desafios referentes à invasão de terras por parte de garimpeiros e grileiros, que desejam explorar economicamente as riquezas dessas terras e se aproveitam da falta de fiscalização e da redução do investimento em órgãos responsáveis. Além disso, a dificuldade de obter a titulação, garantida em decreto assinado em 2003, também se apresenta como um grande desafio devido à burocracia e à falta de apoio político.
Leia o texto a seguir e responda às questões.
Os anos correm entre um século e outro, mas os problemas permanecem os mesmos para os kalungas*. Quilombolas** que há mais de 200 anos encontraram lar entre os muros de pedra da Chapada dos Veadeiros, na região norte do Estado de Goiás, os kalungas ainda vivem com pouca ou quase nenhuma infraestrutura. De todos os abusos sofridos até hoje, um em particular deixa essa comunidade em carne viva: os silenciosos casos de violência sexual contra meninas. Entretanto, passado o afã das denúncias de abuso sexual que figuraram em grandes reportagens da imprensa nacional em abril do ano passado, a comunidade retornou ao seu curso natural. E assim os kalungas continuam a viver no esquecimento, no abandono e, principalmente, no medo. As vítimas não viram seus algozes punidos. O silêncio prevalece e grita alto naquelas que se arriscaram a mostrar suas feridas. O sentimento é o de ter se exposto em vão.
(Adaptado de Jéssica Raphaela e Camila Silva, O silêncio atrás da serra. Revista Azmina. Disponível em http://azmina.com.br/secao/osilencio-atras-da-serra/. Acessado em 03/10/ 2016.)
* Kalungas: habitantes da comunidade do quilombo Kalunga, maior território quilombola do país.
** Quilombolas: termo atribuído aos “remanescentes de quilombosˮ. Atualmente, há no Brasil cerca de 2.600 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural dos Palmares.
a) Identifique no texto dois motivos para o sofrimento histórico vivido pela comunidade quilombola Kalunga.
b) No final do texto há uma figura de linguagem conhecida como paradoxo. Quais termos são utilizados para se obter esse efeito de sentido?
a) O sofrimento histórico dos kalungas é motivado por vários fatores, entre os quais se destaca o fato de eles sobreviverem “com pouca ou quase nenhuma infraestrutura” e de ainda conviverem com “casos de violência sexual contra meninas”. Como falta punição aos criminosos, esses quilombolas vivem “no esquecimento, no abandono e, principalmente, no medo”.
b) São os termos “silêncio” e “grita”, que apresentam sentidos contraditórios e aparecem lado a lado na passagem “O silêncio prevalece e grita alto (...)”.
O diagrama a seguir mostra o padrão de formação de uma figura com formato de losango, construída com palitos de fósforo idênticos.
a) Determine uma expressão do total de palitos da figura em função de n.
b) Considerando que o comprimento de cada palito é igual a 4 cm, calcule a área do losango formado no caso em que n = 20. Desconsidere os espaços nas junções entre palitos.
a)
Considerando apenas o triângulo equilátero obtido à esquerda da diagonal menor do losango, temos a figura a seguir.
Separando os triângulos equiláteros de cada “camada” vertical, temos a sequência das n camadas abaixo:
Assim, a soma Sn do número de palitos dessas n camadas é:
Como temos dois triângulos desse, o total de palitos será o dobro do obtido pela relação acima, retirando os palitos que aparecem em ambos os triângulos. Isto é, há n palitos na diagonal menor que pertencem aos dois triângulos. Com isso, o total Tn de palitos do losango é
Resposta:
b)
Sendo n = 20, o lado do losango mede 20 · 4 = 80 cm.
Como esse losango pode ser dividido em dois triângulos equiláteros, temos que a área total do losango será
Resposta:
Em encosta, a água de chuva ao atingir a superfície do terreno pode infiltrar no solo, ou escoar superficialmente até atingir o vale. Observe as figuras abaixo:
a) Descreva a trajetória da água na situação representada nas figuras da esquerda e do meio.
b) Descreva a trajetória da água na situação representada na figura da direita, destacando suas possíveis consequências.
c) O que pode ser feito para minimizar os possíveis impactos das alterações do ciclo hidrológico em áreas urbanas?
a) Nos esquemas apresentados, observam-se situações diferentes dos processos de infiltração e escoamento superficial em áreas de encostas. Na figura da esquerda, observa-se uma área de encosta com cobertura vegetal e um solo de boa porosidade, facilitando a infiltração das águas (representada pelas setas grandes) e reduzindo o escoamento superficial. Na imagem do meio, a ausência de vegetação e a uniformidade do solo indicam uma porosidade pequena, o que faz com que ocorra uma infiltração menor (representada pelas setas menores) e um grande escoamento superficial (representado pelas setas maiores).
b) Na figura da direita observa-se uma área de encosta urbanizada. A impermeabilização dos solos, devido à utilização de asfalto e concreto, reduz muito o processo de infiltração, aumentando de maneira significativa o fluxo do escoamento superficial (representado pela seta grande). Tal aumento faz com que uma maior quantidade de águas atinja as áreas planas e os fundos de vales, produzindo enchentes de maiores dimensões que as normais, afetando o dia a dia das cidades. Em áreas com falta de planejamento urbano e com ocupações irregulares de encostas, o aumento do fluxo do escoamento pode produzir catástrofes sociais, com o deslizamento dos terrenos e das constituições.
c) As profundas alterações do ciclo hidrológico em áreas urbanas, que comprometem a vida das pessoas, podem ser minimizadas com medidas mitigadoras, tais como:
• o aumento das áreas verdes;
• a redução da impermeabilização dos solos;
• a reurbanização das áreas de encostas ocupadas por habitações irregulares;
• o desassoreamento dos leitos dos rios, aumentando o fluxo da água.
Em um período de grande volatilidade no mercado, Rosana adquiriu um lote de ações e verificou, ao final do dia, que ele sofrera uma valorização de 8% em relação ao preço pago na compra. No final do dia seguinte, o mesmo lote sofrera uma desvalorização de 6% em relação ao valor do final do dia anterior; nesse momento, isto é, no final do segundo dia, Rosana decidiu vender o lote e recebeu por ele R$10 152,00.
Entre a compra e a venda, ela ganhou x reais. A soma dos algarismos de x é:
5
6
7
8
9
Sendo p o preço, em R$, pelo qual Rosana comprou o lote, temos:
p ⋅ 1,08 ⋅ 0,94 = 10152
p ⋅ 1,0152 = 10152 ∴ p = 10000
Sendo o lucro x reais, temos:
x = 10152 – 10000
x = 152
A soma dos algarismos é dada por 1 + 5 + 2 = 8.
Resposta: D
Duas áreas A e B de uma prefeitura apresentam orçamentos de gastos para 2018 de 3 milhões e 5 milhões de reais, respectivamente.
A prefeitura dispõe apenas de 4,8 milhões destinados às duas áreas no total. Se a prefeitura atender a um mesmo porcentual para cada área em relação às demandas solicitadas, a diferença (expressa em milhões de reais) entre o maior e o menor valor será:
1,3
1,1
1,0
1,2
1,5
Texto para a questão.
Não dá para acreditar, mas Donald Trump também é cultura. Nenhuma outra figura pública tem incentivado mais a leitura e compra de livros em Trumpolândia do que ele. E não são xaropadas de autoajuda, intrigas de espionagem e futricas sobre celebridades, mas obras de comprovada qualidade e urgente serventia, cujas vendas se multiplicaram depois e por causa de sua eleição.
Entre os mais vendidos na Amazon e também em livrarias físicas, nas últimas semanas, figuram três clássicas distopias - 1984 (de George Orwell), O Complô Contra a América (de Philip Roth) e It Can’t Happen Here (de Sinclair Lewis) - acompanhadas de um histórico ensaio que, por vias indiretas, as contextualiza: Origens do Totalitarismo, de Hannah Arendt.
O pesadelo futurista de Orwell e as análises de Arendt, ambos já com quase 70 anos de circulação e ininterrupta renovação de leitores, são best-sellers recorrentes em períodos de perplexidade e surto autoritário como o que a América atravessa.
(...)
Sérgio Augusto, O Estado de S. Paulo. 18/02/2017.
Tendo em vista o contexto, é possível, a partir do texto,
A inferir se a frase “Donald Trump também é cultura” deve ser entendida como elogio ou como ironia? Justifique sua resposta.
B deduzir o sentido atribuído ao neologismo “Trumpolândia”? Justifique sua resposta.
A É possível inferir que se trata de ironia do autor, tanto pela frase que inicia o texto (“Não dá para acreditar”) quanto pela relação estabelecida entre Trump e as causas dos fatos negativos tratados nos livros citados.
B Sim. “Trumpolândia” significa “país (terra) de Trump”.
A Que semelhança há entre recorrer a um “poço dos desejos” e se servir de uma rede social tal como apontado na tirinha? Explique.
B Reescreva, sem alterar seu sentido, a frase “Poder criticar o mundo sem fazer esforço algum para mudá-lo”, substituindo a preposição “sem” pela locução “sem que” e “algum” por outro pronome adequado ao contexto.
A Assim como as pessoas fazem pedidos atirando uma pedra ou uma moeda no poço dos desejos sem precisar fazer qualquer esforço para realizá-los, também, nas redes sociais, manifestam-se criticando o que há de errado no mundo, mas nada fazem para melhorá-lo.
B Poder criticar o mundo sem que se faça (façamos, se tenha ou tenhamos de fazer) nenhum (qualquer) esforço para mudá-lo.
Uma loja vende certo tipo de camisa por um determinado preço. Após algumas semanas, ela oferece a seguinte promoção:
Leve 3 camisas e pague pela terceira a metade do preço anunciado.
Caso um cliente compre 3 camisas, o desconto médio por camisa, expresso em porcentagem, será de aproximadamente:
18,9%
15,6%
16,7%
17,8%
14,5%
No final do ano 2012, José Carlos comprou um carro 0km. Devido à depreciação, dois anos depois da compra, o valor do carro era R$46 000,00 e, cinco anos após a compra, ele valia R$40 000,00.
Admitindo que o valor do carro decresça linearmente com o tempo, pode-se afirmar que 8 anos e 3 meses após a compra o seu valor será:
R$33 000,00
R$34 000,00
R$32 500,00
R$33 500,00
R$32 000,00
Para responder à questão, leia a crônica “Despedida”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), publicada originalmente no Jornal do Brasil em 05.06.1971, e a resposta de Edson Arantes do Nascimento (1940-2022), o Pelé, publicada no mesmo jornal em 29.06.1971.
Pelé despede-se em julho da Seleção Brasileira. Decidiu, está decidido. Querem que ele continue, mas sua educação esportiva se dilata em educação moral, e Pelé dá muito apreço à sua palavra. Se atender aos apelos, ficará bem com todo o mundo e mal consigo. Pelé não quer brigar com Pelé. Não abandonará de todo o futebol, pois continuará jogando pelo seu clube. Não vejo contradição nisto. Faz como um grande proprietário de terras, que trocasse a fazenda pela miniatura de um sítio: continua a ter águas, plantas, criação, a mesma luminosidade das horas — menos a imensidão, que acaba cansando. Ou como o leitor de muitos livros, que passasse a ler um só que contém o resumo de tudo. Pelé quer cultivar sua vida a seu gosto, ele que a vivia tanto ao gosto dos outros. Sua municipalização voluntária me encanta. Não é só pelo ato de sabedoria, que é sair antes que exijam a nossa saída. Uma atitude destas indica mais cautela do que desprendimento. É pelo ato de escolha — de escolher o mais simples, envolvendo renúncia e gentileza. As massas brasileiras e internacionais não poderão chamá-lo de ingrato, pois continuarão a vê-lo, aqui e no estrangeiro, em seu jogo de astúcia e arte. Mas ele passará a jogar como particular, um famoso incógnito, que não aspira às glórias de um quarto campeonato mundial. E com isso, dará lugar a outro, ou a outros, que por mais que caprichassem ficavam sempre um tanto encobertos pela sombra de Pelé — a sombra de que espontaneamente se desfaz. Bela jogada, a sua: a de não jogar como campeão, sendo campeoníssimo.
(Carlos Drummond de Andrade. Quando é dia de futebol, 2014.)
Estou comovido. Entre tantas coisas que dizem a meu respeito, generosas ou menos boas, suas palavras tiveram a rara virtude de se lembrarem do homem, da pessoa humana que quero ser, demonstrando compreensão e carinho por essa condição fundamental. Recortei sua crônica, não porque fala de mim, mas porque traduz, no primor de seu estilo, um apoio que me incentiva e me conforta.
(Pelé apud Carlos Drummond de Andrade. Quando é dia de futebol, 2014.)
De acordo com Drummond, Pelé
contribuiria para a educação moral dos brasileiros, se renunciasse à sua vida pessoal.
seria chamado de ingrato, se trocasse seu clube pela Seleção Brasileira.
deveria priorizar sua vida pessoal, abandonando definitivamente o futebol.
ficaria mal consigo mesmo, se atendesse aos apelos da torcida brasileira.
poderia jogar em seu clube, sem precisar abandonar a Seleção Brasileira.
Segundo a crônica, a decisão de Pelé se orientou pela realização de um desejo íntimo, pessoal, e não pelo atendimento aos apelos públicos. A quarta linha do excerto explicita essa ideia: “Se [Pelé] atender aos apelos, ficará bem com todo o mundo e mal consigo”.
Leia com atenção o trecho do documento do século XVI e responda às questões:
Aplicando as sobreditas razões às obras tão prejudiciais que àquelas gentes faziam os portugueses, que não passavam de guerras cruéis, matanças, cativeiros, totais destruições e aniquilamentos de muitas povoações (de gentes em sossego em suas casas e pacíficas), infalível condenação de muitas almas que eternamente pereciam sem remédio, que nunca os combateram nem lhes fizeram injúria ou Guerra, que nunca injuriaram ou prejudicaram a fé cristã nem jamais pensaram impedi-la e aquelas terras de boa fé possuíam, pois nunca a nós nos despojaram, nem sequer nenhuns dos seus predecessores, pois, sendo eles confins da Etiópia, tão distantes vivem dos mouros que por cá nos fatigam e daquelas terras não há escritura nem memória que aquelas gentes as tenham usurpado à Igreja, com que razão ou justiça poderão pois justificar ou desculpar aquilo que fizeram os portugueses: tantos males e ofensas, tantas mortes e cativeiros, tantos escândalos e perdição de tantas almas como naquelas pobres gentes, ainda que fossem mouros? Só por serem infiéis? Grande ignorância e condenável cegueira foi esta certamente. (…).
LAS CASAS, Bartolomé de. Brevíssima relação da destruição de África. Edições Lisboa: Antígona, 1996, p. 325-326
A Nas justificativas dos conquistadores para a escravização de africanos e indígenas, utilizou-se o conceito de guerra justa. Defina esse conceito.
B A partir do documento, aponte duas características da ação dos conquistadores portugueses em África no início da época Moderna.
C Explique a diferença entre escravidão e escravismo.
A Desenvolvido desde a Roma Antiga (por autores como Cícero) e sintetizado pela teologia cristã (de St. Agostinho a S. Tomás de Aquino à Escola de Salamanca), o conceito de ‘’guerra justa’’ basicamente autorizava uma ação ofensiva de caráter bélico a partir de alguns critérios, tais como a punição/reparação de injustiças ou crimes perpetrados por determinados grupos/Estados contra indefesos e inocentes; prevenção ante o perigo iminente de um ataque.
Nos quadros da expansão portuguesa na África e no Novo Mundo entre os séculos XV-XVI, o conceito foi retomado para justificar o combate contra aqueles que resistissem à cristianização ou insistissem em práticas que pudessem escandalizar (como a antropofagia) ou prejudicar a ação dos colonizadores. Diante da necessidade premente de mão-de-obra para assegurar a conquista e viabilizar a exploração dos novos territórios incorporados à Metrópole, o conceito de ‘’guerra justa’’ – já operante desde a baixa Idade Média durante as guerras da Reconquista contra os mouros - estabelecia que os prisioneiros de guerra (sob as condições supracitadas) poderiam ser escravizados, facultando assim a redução de enormes contingentes populacionais de nativos ameríndios e africanos à escravidão pelos colonizadores e/ou agentes da Coroa, a despeito das condenações da Igreja (como as expressas pelos papas Pio II e Paulo III) e, no caso particular dos indígenas, da proteção de determinados setores da Igreja (como a ordem jesuítica).
No caso em tela, cumpre ressaltar o estreito vínculo entre a moral religiosa, a pressão econômica e a justificativa política (perigo iminente de agressão e/ou resistência), sendo muito difundida a noção, tipicamente etnocêntrica, segundo a qual o conquistador europeu empreendia um bem aos indivíduos subjugados (em nome da civilização e, por extensão, da fé cristã).
B Formado na Universidade de Salamanca, Las Casas denuncia a injustiça verificada na ação violenta e cruel dos conquistadores portugueses, que, segundo ele, seriam os verdadeiros ‘’bárbaros’’ e ‘’selvagens’’, e não os povos subjugados, a seu ver pacíficos e que não haviam feito e/ou representavam qualquer perigo aos cristãos. Ainda de acordo com o célebre frade dominicano, os agentes conquistadores europeus, longe de promoverem a fé cristã ou a civilização, conspurcaram a mesma com suas ações arbitrárias, ‘’cegas’’ e injustificadas, espalhando a barbárie sob a égide da ‘’auri sacra fames.’’
Escravidão implica a sujeição total de uma pessoa, que, privada de sua humanidade e liberdade, passa a ser propriedade ou coisa/objeto de outra. Frequente em muitas sociedades – no Oriente antigo, na África antiga, na Grécia antiga e, sob formas tão ou mais severas quanto a escravidão propriamente dita, a servidão dos camponeses do Leste europeu, que se estendeu até o século XIX adentro -, a escravidão implica uma relação social entre um indivíduo totalmente privado de sua autonomia e liberdade (por extensão, de sua dignidade humana) e um agente que exerce sobre ele (seja por motivo de dívidas, seja conquista militar, seja por meio do tráfico humano...) um poder irrestrito e arbitrário. Já o escravismo se refere a sociedades em que a instituição da escravidão fundamentou a organização social e econômica da sociedade, tal como as cidades-Estado antigas (Grécia e Roma), as sociedades coloniais modernas (América portuguesa, as Treze colônias inglesas na América, o Caribe), as sociedades aristocráticas do leste europeu sob o influxo do capitalismo/mercado de cereais (atuais Rússia, Polônia, Romênia, Hungria). No caso do escravismo em tela, isto é, o colonial do início da época Moderna, o mesmo foi impulsionado pelos lucros originários do tráfico de escravos no Atlântico, entre os séculos XVI e XIX, inscrito na lógica do capitalismo mercantil.
C Escravidão implica a sujeição total de uma pessoa, que, privada de sua humanidade e liberdade, passa a ser propriedade ou coisa/objeto de outra.
Frequente em muitas sociedades – no Oriente antigo, na África antiga, na Grécia antiga e, sob formas tão ou mais severas quanto a escravidão propriamente dita, a servidão dos camponeses do Leste europeu, que se estendeu até o século XIX adentro -, a escravidão implica uma relação social entre um indivíduo totalmente privado de sua autonomia e liberdade (por extensão, de sua dignidade humana) e um agente que exerce sobre ele (seja por motivo de dívidas, seja conquista militar, seja por meio do tráfico humano...) um poder irrestrito e arbitrário. Já o escravismo se refere a sociedades em que a instituição da escravidão fundamentou a organização social e econômica da sociedade, tal como as cidades-Estado antigas (Grécia e Roma), as sociedades coloniais modernas (América portuguesa, as Treze colônias inglesas na América, o Caribe), as sociedades aristocráticas do leste europeu sob o influxo do capitalismo/mercado de cereais (atuais Rússia, Polônia, Romênia, Hungria). No caso do escravismo em tela, isto é, o colonial do início da época Moderna, o mesmo foi impulsionado pelos lucros originários do tráfico de escravos no Atlântico, entre os séculos XVI e XIX, inscrito na lógica do capitalismo mercantil.
Examine o cartum de Richard Bittencourt, o Fí, publicado em sua conta do Instagram em 13.05.2023.
Para obter seu efeito de humor, o cartum explora o seguinte recurso expressivo:
.pleonasmo.
ambiguidade.
metalinguagem.
eufemismo.
hipérbole.
Ao ler o título da obra, a personagem interpreta conto como uma referência ao preço do livro, e não como um gênero da prosa de ficção. Assim, o efeito de humor nasce do duplo sentido que o termo “contos” adquire no contexto.
Considere o anúncio jornalístico e os comentários do X (antigo Twitter) para responder à questão.
a) O anúncio da abertura de um café no Museu da Língua Portuguesa causou muita agitação nas redes sociais. Considerando os comentários retirados do antigo Twitter, como se caracteriza a postura dos usuários em relação à reportagem e ao próprio idioma?
b) Os comentários apresentados revelam o registro informal da língua. Identifique dois exemplos de registros informais e explique de que maneira colaboram para a construção de sentido do texto.
a) A reação dos usuários diante da reportagem pode ser interpretada como uma postura crítica, que demonstra insatisfação. Seus comentários posicionam-se contrariamente à adoção, no texto da manchete, de um termo em inglês (“rooftop”), o que seria incoerente com a proposta de um museu que trabalha em nome da difusão da língua portuguesa. Nesse sentido, os usuários indicam uma postura de valorização e defesa da língua portuguesa e, simultaneamente, certo traço de purismo ou de rigidez na conservação do idioma.
b) Os termos “pra”, “né”, “meu” e “tão” podem ser tomados como exemplos de registros informais da língua. A ocorrência desses termos reforça o sentido crítico dos comentários, por inserirem, nos textos, marcas de coloquialidade que os aproximam da realidade linguística dos falantes do Brasil. Assim formulados, os comentários acentuam a diferença em relação ao anglicismo que criticam.
Texto 1
Texto 2
Texto 3
O índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de renda. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e os rendimentos dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um. O valor zero representa a situação de igualdade, o que indica, na prática, que todos têm a mesma renda. O valor um está no extremo oposto, devendo ser entendido como representando a situação em que uma só pessoa detém toda a riqueza.
(Adaptado de: IPEA. Desafios do desenvolvimento. Ano1. Edição 4. 2004).
Tendo em vista seus conhecimentos sobre o fenômeno da desigualdade e considerando os textos 1, 2 e 3, responda:
a) Que relações podem ser identificadas entre a desigualdade e os respectivos períodos de democracia e de ruptura democrática no Brasil? Cite dois exemplos que justifiquem sua resposta.
b) Cite duas políticas de Estado no período que vai desde a promulgação da Constituição de 1988 até 2014, políticas essas que expliquem a tendência observada no índice de Gini. Justifique sua resposta.
Leia o trecho inicial de Raízes do Brasil, do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), para responder a questão.
A tentativa de implantação da cultura europeia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.
Assim, antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e ideias de que somos herdeiros.
É significativa, em primeiro lugar, a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica. A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com os outros mundos. Assim, eles constituem uma zona fronteiriça, de transição, menos carregada, em alguns casos, desse europeísmo que, não obstante, mantêm como um patrimônio necessário.
Foi a partir da época dos grandes descobrimentos marítimos que os dois países entraram mais decididamente no coro europeu. Esse ingresso tardio deveria repercutir intensamente em seus destinos, determinando muitos aspectos peculiares de sua história e de sua formação espiritual. Surgiu, assim, um tipo de sociedade que se desenvolveria, em alguns sentidos, quase à margem das congêneres europeias, e sem delas receber qualquer incitamento que já não trouxesse em germe.
Quais os fundamentos em que assentam de preferência as formas de vida social nessa região indecisa entre a Europa e a África, que se estende dos Pireneus a Gibraltar? Como explicar muitas daquelas formas, sem recorrer a indicações mais ou menos vagas e que jamais nos conduziriam a uma estrita objetividade?
Precisamente a comparação entre elas e as da Europa de além-Pireneus faz ressaltar uma característica bem peculiar à gente da península Ibérica, uma característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente. É que nenhum desses vizinhos soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parece constituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. [...]
É dela que resulta largamente a singular tibieza das formas de organização, de todas as associações que impliquem solidariedade e ordenação entre esses povos. Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida.
(Raízes do Brasil, 2000.)
No primeiro parágrafo, o autor recorre a uma construção paradoxal em:
“condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar”.
“somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra”.
“timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil”.
“enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos”.
“o fato dominante e mais rico em consequências”.
O termo "desterrados" significa estar "fora da terra". Portanto, a expressão "desterrados em nossa terra" constitui uma contradição, um paradoxo.
Leia o texto para responder a questão.
Duzentos dos que gozam da mesma cidadania que ela e quase o mesmo número dos que gozam da mesma que eu figuram entre os oitocentos mortos no naufrágio de 18 de abril de 2015 na costa da Sicília. Muitos são aqueles de quem já não se fala mais, aqueles dos quais nunca se falará, jogados nas fossas comuns que se tornaram o Deserto do Saara e o Mar Mediterrâneo.
Seu filho único, um dia, partiu para a Europa com 89 outros jovens de Thiaroye (Senegal) a bordo de uma embarcação que o mar engoliu. Nós nos encontramos porque, no meu país, outras mães de migrantes desaparecidos que não querem esquecer nem baixar os braços me interpelaram: “Não vimos de novo nossos filhos nem vivos nem mortos. O mar os matou. Por quê?” Elas também não sabiam nada sobre esse mar assassino, já que nosso país não tem litoral.
Me lembrarei para sempre, corajosa Yayi, deste profundo momento de acolhimento e de partilha que foi o “Círculo do Silêncio” que organizamos juntas no Fórum Social Mundial (FSM) de Dacar, em fevereiro de 2011.
(Aminata D. Traoré. “São nossas crianças”. Em: Le Monde Diplomatique Brasil, setembro de 2016. Adaptado)
Considerando o emprego de pronomes do texto, responda ao que se pede.
a) A quem se referem os pronomes destacados nas passagens: “Duzentos dos que gozam da mesma cidadania que ela...”, “Seu filho único, um dia, partiu para a Europa...”, “Nós nos encontramos porque...” e “Elas também não sabiam nada sobre esse mar assassino...”? Justifique sua resposta com informações do texto.
b) Observe a colocação dos pronomes destacados nas passagens:
• “Muitos são aqueles de quem já não se fala mais, aqueles dos quais nunca se falará, jogados nas fossas comuns que se tornaram o Deserto do Saara e o Mar Mediterrâneo. “(1º parágrafo)
• “Me lembrarei para sempre, corajosa Yayi, deste profundo momento de acolhimento e de partilha…” (último parágrafo)
Comente, segundo os princípios da norma-padrão, a colocação desses pronomes nos respectivos contextos.
A)
Com base na noção de que um texto é um emaranhado de enunciados que se entrelaçam de diversas maneiras, os pronomes do excerto sob análise ora antecipam referências (catafóricos), ora retomam termos já expressos (anafóricos). Considerando o contexto em que ocorrem, pode-se afirmar que:
Em “Duzentos dos que gozam da mesma cidadania que ela...”, o pronome se refere à “corajosa Yayi”, expressão catafórica semanticamente compatível com a figura de uma mulher cuja cidadania é igual à de duzentos mortos no naufrágio na costa da Sicília. O adjetivo “corajosa”, flexionado no feminino, permite afirmar ser “Yayi” um nome feminino, antecipado pelo pronome ela. Em “Seu filho único, um dia, partiu para a Europa...”, o pronome também faz menção à “corajosa Yayi”, mesma referência do pronome ela, do primeiro parágrafo. A progressão de sentido entre os parágrafos permite afirmar que o assunto é o filho da mulher de que se falava no início do texto. Em “Nós nos encontramos porque...”, o pronome faz menção a Yayi e à enunciadora do texto, Aminata D. Traoré. Essa referência se justifica com o trecho final do texto, em que a autora afirma que organizaram “juntas” o “Círculo do Silêncio” no Fórum Social Mundial. O trecho “Elas também não sabiam nada sobre esse mar assassino...” retoma a expressão “outras mães de migrantes desaparecidos”, conforme a relação de concordância (feminino singular) e de coerência de sentido entre essas partes.
B)
No primeiro trecho destacado, os pronomes estão colocados antes de seus respectivos verbos (não se fala; nunca se falará; que se tornaram) por influência de termos que os antecedem. Em conformidade com a norma-padrão, esses pronomes vêm antes dos verbos por influência dos termos não e nunca (advérbios de negação) e que (pronome relativo).
Já o segundo trecho representa um registro coloquial/informal da língua: segundo a norma-padrão, verbos conjugados no futuro do presente (lembrarei) levam ao uso da mesóclise: Lembrar-me-ei. No português moderno, a locução verbal equivalente ao futuro evita a ocorrência da mesóclise: Vou me lembrar.
Embora o pronome esteja associado a um verbo porque começa a frase, não cabe, segundo o padrão culto, a colocação enclítica do pronome (Lembrarei-me), haja vista o tempo verbal (futuro do presente) ser fator de mesóclise, que prevalece.
A praga dos selfies
De uma coisa tenho certeza. A foto pelo celular vale apenas pelo momento. Não será feito um álbum de fotografias, como no passado, onde víamos as imagens, lembrávamos da família, de férias, de alegrias. As imagens ficarão esquecidas em um imenso arquivo. Talvez uma ou outra, mais especial, seja revivida. Todas as outras, que ideia. Só valem pelo prazer de fazer o selfie. Mostrar a alguns amigos. Mas o significado original da foto de família ou com amigos, que seria preservar o momento, está perdido. Vale pelo instante, como até grandes amores são hoje em dia. É o sorriso, o clique, e obrigado. A conquista: uma foto com alguém conhecido.
W. Carrasco, “A praga dos selfies”. Época, 26.09.2016.
a) Para que o emprego da palavra “onde”, sublinhada no texto, seja considerado correto, a que termo antecedente ela deve se referir? Justifique sua resposta.
b) Reescreva a frase “Todas as outras, que ideia.”, substituindo os dois sinais de pontuação nela empregados por outros, de tal maneira que fique mais evidente a entonação que ela tem no contexto.
a) Para que o uso da palavra “onde” seja considerado correto, ela deve se referir a “um álbum de fotografias” (e não a “passado”), uma vez que “onde” é um pronome relativo adequado para fazer, no padrão culto da língua, referência a lugares.
b) Todas as outras? Que ideia!
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